Porque nao cria vc os topicos para cada um desses temas que falou ? Nao se prive !
Não crio tais tópicos, porque creio não ter vocação para me indignar com palavras ocas contra toda e qualquer injustiça; e já vi aqui e noutras paragens o quanto passam despercebidos temas que não são suficientemente "sexy".
Deixo a responsabilidade de tratar também estes temas a quem afirma defender a paz e a justiça para todos os povos.
O conflito israelo-palestino envenena a paz no mundo ha mais de meio século e esta na origem duma boa parte dos ultimos conflitos que nos tocam diretamente a nos europeus. Esta talvez a razao porque nos interessamos mais por este tema do que pelos massacres dos tailandeses e dos tamuls, ou dos apaches e dos comanches...
Eu sei muito bem o quanto este conflito sem fim à vista alimenta as tensões nessa e noutras partes do mundo. É sem dúvida um tema no qual grande parte dos europeus se sentem mais implicados do que no massacre dos Ahmadi do Paquistão, ou uma guerra civil nos confins de África.
Mas agora pretende afirmar que a desagregação da Federação Jugoslava, que só subsistiu durante décadas devido à mão de ferro de Tito, tem a sua origem no conflito Israelo-Palestiniano ? Ou a tensão latente entre a Grécia e a Turquia ? Que as centenas de milhares de mortos na Argélia foram vítimas directas ou indirectas desse conflito ? Esses conflitos tocaram, e continuam a tocar de perto os Europeus, e particularmente os Franceses.
Não me diga que enquanto (ex-)legionário, não viveu de perto pelo menos um dos conflitos no Chade, na República Centro-Africana, na RD Congo, ou na Costa do Marfim. Também me pareceram bem próximos...
Eu não pretendo pôr em causa o direito de ninguém em dar a prioridade a uma das situações problemáticas do Mundo em relação a outras. Cada um baseia-se nas suas próprias experiências e opiniões. Limito-me a lamentar que se insista em escolher repetidamente uma única causa em nome do direito, da paz e da justiça.Nao havera paz no médio-oriente e no mundo enquanto durar este conflito.
Nã se faça de burro, porque de burro não tem nada. Esta é uma afirmação indigna de quem aparenta ter uma verdadeira experiência de vida e conhece a história, tanto política como militar.
Qualquer pessoa com algum juízo deseja a paz e a segurança para todos. Mas apesar da "Paz no Mundo" ser um objectivo nobre, não houve paz no mundo ao longo dos milénios de história das civilizações humanas, tal como não haveria paz global depois da eventual resolução deste conflito. Seria uma etapa positiva, sem dúvida, mas nesse caso defendam-na como uma etapa importante, e não como a panaceia para todos os males do Mundo.
Por outro lado, os palestinos, nesta grande guerra que tambem é uma guerra da comunicaçao nao têm a mais pequena hipotese face aos poderosos lobbys mediaticos que, como toda a gente sabe, sao fortemente influenciados pela "pensée" pro-sionista. Em França, por exemplo, os judeus constituem menos de 1% da populaçao (448 000 individuos), mas constituem 1/3 da populaçao de jornalistas, comentadores, e "pensadores" deste pais.
Ninguém pode negar a existência de um poderoso lobby judeu, particularmente nos EUA e em França. Mas há lobbies "para todos os gostos". A diferença é que os judeus podem contar com um apoio individual e colectivo quase incondicional da sua diáspora, enquanto a esmagadora maioria dos muçulmanos, árabes ou não, se estão nas tintas quanto à vida dos palestinianos. Têm muito que fazer com os seus próprios problemas; também eles só acordam realmente quando os seus líderes agitam a bandeira da solidariedade islâmica ou do pan-arabismo.
E não me digam que ficariam chocados se Portugal (ou a França também, no seu caso) estivesse em posição de usar poderosos lobbies para o seu proveito, muito embora fosse com objectivos potencialmente "imorais". Cada um defende os seus interesses como pode, e no caso português, até deveria provocar mais inveja do que repúdio, pelo menos no que toca à influência positiva que teria para o país a existência de lobbies bem organizados.
Com tais adversarios os palestinos vao precisar mesmo do apoio dos europeus de boa vontade, so assim terao uma alternativa ao uso do terrorismo e das armas. Dai a importancia, para mim, deste tema em relaçao aos outros seus preferidos e que citou.
Não escrevi que estes temas em particular eram os meus preferidos, nem que não me importava com o tema do conflito israelo-palestiniano.
E já agora, se escrevesse "tanto palestinianos como israelitas de boa vontade vão precisar dos europeus de boa vontade", soaria mais pragmático.
Eu devolvo a perguntar, porque é que os eternos defensores de israel nunca abrem a boca quando o IDF utiliza helis apache para bombardear edificios na Palestina, matando familias inteiras?
Curiosamente tb nunca lhes ouvi um pio de revolta..
Também não ouve - ou melhor, lê - da minha parte "um pio de revolta" quando as vítimas são israelitas. E por uma simples questão de coerência; não vou defender o que parece indefensável a outras pessoas nem condenar actos que outros consideram legítimos, porque sei muito bem que - quase - nunca conduz a um debate sério, mas apenas a uma troca de invectivas. Já lá vai o tempo em que uma troca de ideias podia conduzir a um esboço de consenso; e esta constatação é válida para os dois - ou mais - "lados".
Mas ainda assim posso dar-lhe um ersatz de resposta: não, não gosto de ver uma família inocente refém ou vítima de um qualquer conflito, seja qual for a sua raça, cultura ou nacionalidade. Poderia tentar encontrar uma justificação, mas iria sempre parecer esfarrapada a quem vive de perto essas situações. Mas respeito a opinião de todos, desde que não descambe em algo do género "bem feito, lá são uns quantos a menos".
Propaganda é o que o amigo
Sem me querer substituir ao Duarte, propaganda e contra-propaganda é o que - quase - todos passam o tempo a fazer aqui. Por isso é que os debates são muito construtivos...
Em relação à parte legal desta acção israelita e do precedente que abriu, alguns argumentos do Foxtroop no tópico vizinho parecem dificilmente contestáveis.
Sendo eu partidário da liderança pelo exemplo, não gosto da ideia de perder a legitimidade de condenar acções semelhantes levadas a cabo por outros.
Mas pelo que li, há demasiados textos equívocos e sujeitos a interpretação, pelo que cada lado pode a meu ver encontrar argumentos - bons ou maus, com ou sem base moral ou legal - para defender a sua posição.
Quaiquer que sejam as divergências, faço minhas as palavras erradamente atribuidas a Voltaire: "Posso não concordar com o que dizem, mas defenderei até à morte o vosso direito de dizê-lo." Isto é, desde que exista alguma reciprocidade...
Sinceros cumprimentos.
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Agora, enquanto moderador, e sabendo os abusos que geram geralmente estes assuntos, não aceitarei que um(a) qualquer povo ou cultura no seu conjunto, seja ele árabe, judeu, chinês ou americano, seja o alvo de comentários depreciativos.
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