Jerónimo Martins segue conselho do PM e emigra

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Jerónimo Martins segue conselho do PM e emigra
« em: Janeiro 02, 2012, 09:10:39 pm »
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Soares dos Santos muda participação na Jerónimo Martins para Holanda

Os 56% que a família Soares dos Santos detém na Jerónimo Martins, dona da marca Pingo Doce, passaram a ser controlados indiretamente, através de uma sociedade com sede na Holanda. A operação deverá estar relacionada com o agravamento da tributação fiscal.
Anabela Campos (http://www.expresso.pt)
18:58 Segunda feira, 2 de janeiro de 2012

A passagem das ações da família de Alexandre Soares dos Santos para uma sociedade na Holanda, onde estão sediados vários offshores, foi feita no último dia de 2012. Em outras alturas, Alexandre Soares dos Santos já tinha admitido retirar a participação de Portugal por questões fiscais. Portugal está neste momento com agravamento fiscais ao nível do IRC e IRS.

A informação foi avançada hoje pela administração da Jerónimo Martins, em comunicado, onde é dito que a participação de 56,136% do capital social até agora detidos pela Sociedade Francisco Manuel dos Santos SGPS SA (que agrega a participação da família Soares dos Santos na JM) mudaram de mãos. No passado dia 30 de Dezembro de 2011, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos SGPS vendeu à Sociedade Francisco Manuel dos Santos BV, refere o comunicado. A sede desta sociedade é na Holanda.

O comunicado esclarece que a holding familiar portuguesa domina a Sociedade Francisco Manuel dos Santos BV, o que lhe garante o mesmo capital social e direitos de voto na JM SGPS, mesmo que a Sociedade Francisco Manuel dos Santos portuguesa já não seja titular de qualquer ação na sociedade aberta Jerónimo Martins SGPS. Além da marca Pingo Doce, a Jerónimo Martins detém também em Portugal a marca Recheio.

Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/soares-dos-san ... z1iKzKQukF

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São estes os "Grandes Gestores" que o Estado passa o tempo a proteger! Tomem lá o agradecimento.
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: Jerónimo Martins segue conselho do PM e emigra
« Responder #1 em: Janeiro 04, 2012, 07:30:27 pm »
Marca Pingo Doce pode sofrer danos de reputação


Equipa responsável pela marca Pingo Doce poderá ter de fazer "gestão de crise" nas próximas semanas.

Isto porque a decisão do accionista de transferir a sua participação para uma subsidária na Holanda pode ser "desastrosa" e "negativa" do ponto de vista da marca, alertam alguns especialistas.

Para Carlos Coelho, da Ivity Brand Corp - que gere a marca Coca-Cola em Portugal -, a decisão revelou-se "inconsistente. Uma marca não pode ter um discurso de portugalidade numa área, e um discurso de aproveitamento fiscal na outra", afirma o ‘marketeer'.

Para o responsável, "uma empresa tem obrigação de preservar os seus activos e é inegável que há um problema de competitividade fiscal em Portugal. Mas, enquanto marca, esta decisão pode ser desastrosa, porque a comunicação do Pingo Doce é uma das que mais apela à portugalidade", afirma Carlos Coelho, que considera que os consumidores "não estão só atentos às promoções" e "poderão considerar os anúncios hipócritas".

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Re: Jerónimo Martins segue conselho do PM e emigra
« Responder #2 em: Janeiro 04, 2012, 08:17:10 pm »
Parlamento
CDS sugere que consumidores penalizem Pingo Doce

04.01.2012 - 17:48 Por Sofia Rodrigues

    João Almeida, vice-presidente da bancada do CDS e porta-voz do partido, sugeriu esta tarde no Parlamento que os consumidores podem tirar consequências da deslocalização do principal accionista da Jerónimo Martins para a Holanda, grupo detentor dos supermercados Pingo Doce, adaptando "o seu comportamento".

O deputado falava durante o período de declarações políticas em que o BE tomou a iniciativa de criticar a decisão do grupo liderado por Alexandre Soares dos Santos, no que foi secundado pelos outros partidos.

"Se é legítimo a um empresário fazer essa opção - ainda que possa ser criticável - também os consumidores podem retirar consequências dessa opção e adaptar o seu comportamento. Qualquer consumidor, perante esta opção do empresário, pode adaptar o seu perfil de consumo", disse João Almeida.

O PSD, pela voz de Virgílio Macedo, não foi tão longe, mas considerou que a decisão "não é positiva para o país" e que pode ser "moralmente reprovável".


http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/cds ... ce-1527618
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Re: Jerónimo Martins segue conselho do PM e emigra
« Responder #3 em: Janeiro 04, 2012, 08:53:55 pm »
Como se o pingo doce fosse o unico a fazer isto... não sei porque é que esta noticia surpreende, todas as nossas mutinacionais de capital privado o fazem.

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Impostos nos Países Baixos

Estamos saturados de manhosos, desconfiados de moralistas, estamos sem ídolos, sem heróis, estamos encandeados pelos faróis dos que saltam para o lado do bem para escapar à turba contra o mal.
Quando apanhamos, abocanhamos. Estraçalhamos. Somos uma multidão furiosa. Às vezes, erramos. A família Soares dos Santos não está a fugir aos impostos. Mesmo se vai fugir ao País.

Só há um antídoto contra a especulação: a informação. É assustador ver tanta opinião instantânea sobre o que se desconhece. A sede de vingança tomou o lugar da fome de justiça. O problema não está na rua, nas redes sociais, nas esquinas dos desempregados. Está em quem tem a obrigação de saber do que fala. Do Parlamento, de Ana Gomes, de António Capucho, dos que pedem boicotes ao Pingo Doce(para comprar onde, já agora? No Continente da Sonae que tem praças na Holanda? No Lidl, que as tem na Alemanha?).

A decisão da família Soares dos Santos pode ser criticada mas não pelas razões que ontem se ouviu. A Jerónimo Martins não vai pagar menos impostos. E a família que a controla também não - até porque já pagava poucos.

Uma empresa tem lucro e paga IRC; depois distribui lucro pelos accionistas, que pagam IRC (se forem empresas) ou IRS (se forem particulares). Neste caso, a Jerónimo continua a pagar o mesmo IRC em Portugal (e na Polónia); o seu accionista de controlo, a "holding" da família Soares dos Santos, transferiu-se para a Holanda. Por ter mais de 10% da Jerónimo, essa "holding" não pagava cá imposto sobre os dividendos e continuará a não pagar lá. Já quando essa "holding" paga aos membros da família, cada um pagaria 25% de IRS cá - e pagará 25% lá. Com uma diferença: 10% são para a Holanda, 15% para Portugal.

Porque tomou a família uma decisão que, sendo neutra para si, prejudica o Estado português? Pela estabilidade e eficácia fiscal de lá, que bate a portuguesa. Pelo acesso a financiamento, impossível cá. E porque a família tem planos de crescimento que não incluem Portugal.

Aqueles que se escandalizaram ontem deviam ter-se comovido também quando, há um par de meses (como aqui foi escrito), a Jerónimo anunciou como iria investir 800 milhões de euros em 2012: 400 milhões da Colômbia, 300 na Polónia... e 100 milhões em Portugal. Isto sim, é sair de Portugal. E quando a Jerónimo investir na Colômbia, provavelmente vai fazê-lo também através da Holanda, onde se paga menos. Estes são problemas diferentes dos que ontem foram enunciados: a falta de atracção de investimento de Portugal; e a instabilidade fiscal, que muda leis como quem muda de camisa, afastando o capital.

A família Espírito Santo tem sede no Luxemburgo. Belmiro lançou a OPA à PT a partir do Holanda. O investimento estrangeiro é feito de fora. Isabel dos Santos investe na Zon a partir de Malta. Queiroz Pereira tem os activos estrangeiros separados de Portugal. António Mota desabafa há dias que pode ter de criar uma sede fora de Portugal só para que a banca lhe empreste dinheiro. E a família Soares dos Santos tem um plano que não nos contou mas que ainda nos vai surpreender - feito com bancos estrangeiros e a partir da Holanda, que é uma plataforma fiscal mais favorável à internacionalização para fora do espaço europeu, uma vez que não há dupla tributação da Holanda para e do resto do mundo.

O que custa a engolir não é que Soares dos Santos tenha cortado o passado com Portugal, esse mantém-no e continua a pagar impostos. É que tenha cortado o futuro. É que tenha decidido investir fora daqui porque aqui não tem por onde crescer, para procurar lucros fora de Portugal, criar postos de trabalho fora de Portugal e, então sim, pagar impostos desse futuro fora de Portugal. Pensando bem, esse é um grande problema e é um problema nosso. Mas investir fora do País não é traição. É apenas desistir dele. E a Jerónimo já partiu para a Polónia há muitos, muitos anos - ou ninguém reparou?

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... 29417&pn=1
 

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Re: Jerónimo Martins segue conselho do PM e emigra
« Responder #4 em: Janeiro 04, 2012, 09:30:29 pm »
Mais empresas podem seguir Jerónimo Martins


Agravamento da carga fiscal em Portugal leva empresas a avaliar esquemas de planeamento fiscal fora do País.

O anúncio da venda dos 56% detidos pela principal accionista da Jerónimo Martins (JM), a Sociedade Francisco Manuel dos Santos (SFMS), à sua subsidiária holandesa está a marcar a semana. A operação virou as atenções para a Holanda e para os benefícios fiscais que oferece às empresas sedeadas neste país.

A dona do grupo retalhista, contudo, não foi a primeira a descobrir essas vantagens, como a isenção de tributação de dividendos recebidos de empresas com sede fora da União Europeia - e também não deverá ser a última. Grande parte das cotadas do PSI 20 - como a Mota-Engil, a Galp Energia, ou o grupo Sonae - já contam com participadas ou ‘holdings' em território holandês e noutras jurisdições mais competitivas.

Um rumo que poderá ser seguido por outras companhias portuguesas nos próximos tempos. O sócio da Miranda Correia Amendoeira & Associados, Samuel Fernandes de Almeida, diz mesmo que "é de admitir que, face ao agravamento da carga fiscal em Portugal, muitas empresas de capital português ou estrangeiro equacionem esquemas legítimos de planeamento fiscal".

Também o ‘partner' da sociedade de advogados PLMJ, Rogério Fernandes Ferreira, partilha desta opinião. "A instabilidade da legislação fiscal, nesta e noutras matérias, e a situação económica portuguesa inviabilizam já, muito mais, o investimento estrangeiro em Portugal e o investimento português no estrangeiro", defende.

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Re: Jerónimo Martins segue conselho do PM e emigra
« Responder #5 em: Janeiro 06, 2012, 07:15:37 pm »
Fisco investiga venda à Holanda


O primeiro-ministro garantiu hoje que a Jerónimo Martins vai continuar a pagar impostos em Portugal, nomeadamente em sede de IRC

Passos reagiu, assim,  à notícia que tem estado na ordem do dia esta semana sobre o grupo de Soares dos Santos, que vai deslocar a sua sede fiscal para a Holanda.

O chefe do Executivo garantiu que não teve conhecimento antecipado desta decisão da Jerónimo Martins e revelou que "a autoridade tributária e aduaneira está a analisar os aspectos fiscais que rodeiam a operação de modo a fazer uma leitura mais correcta daquilo que se passou", mas, sendo "cauteloso", apresentou já uma explicação.

"O grupo vai continuar a pagar impostos e dividendos em Portugal. Haverá repartição no pagamento desses dividendos com o território holandês", explicou.

Passos adiantou ainda que o grupo "vai pagar o mesmo nível de impostos, pelo que, argumentou, a transferência da sede fiscal não teve a ver com a obtenção de uma situação fiscal mais favorável". O que se passa, vincou Passos, é que "a Jerónimo Martins vai repartir uma parte dos impostos e pagamento de dividendos com outro país".

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Re: Jerónimo Martins segue conselho do PM e emigra
« Responder #6 em: Janeiro 06, 2012, 09:13:42 pm »
Segundo a "Visão" todas as seguintes grandes empresas se deslocalizaram para a Holanda no passado recente:

-Sonae
-Galp
-EDP
-PT
-Zon
-Mota-Engil
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Re: Jerónimo Martins segue conselho do PM e emigra
« Responder #7 em: Janeiro 07, 2012, 01:47:57 pm »
"Não sei se Portugal fica no euro" diz Soares dos Santos


O presidente da Jerónimo Martins (JM), Alexandre Soares dos Santos, afirmou hoje não saber se Portugal fica no euro e garantiu que a transferência do accionista maioritário da empresa para a Holanda teve em conta essa hipótese. «Verificámos que a Holanda é o país que melhores garantias oferece à iniciativa privada muito por causa dos acordos que tem com outros países (…), mas também na protecção do investimento», explicou Soares dos Santos numa entrevista dada ao semanário Expresso, em que lamentou ter verificado que estava «no meio de uma guerra política» e disse não saber se «Portugal fica no euro».

«E se sair é para o escudo. Tenho direito a de defender o meu património», avançou.

Na entrevista em que aborda diversos assuntos polémicos, em particular o da transferência para a Holanda da empresa da família de Soares dos Santos, que tem 56 por cento da JM, o presidente de um dos maiores grupos de distribuição português justificou que a decisão não teve a ver com os impostos elevados que se pagam em Portugal, embora tenha reconhecido que há vantagens fiscais no futuro.

«A transferência(…) não teve nada a ver com com impostos. Não sei se vou pagar mais ou menos impostos. Houve uma revolução em 1974 mas no parlamento continua a insultar-se a iniciativa privada», salientou.

Segundo Soares dos Santos, «os diferentes Governos de Portugal nunca apoiaram a iniciativa privada e nunca tentaram cativar as holdings» e, por outro lado, realçou que «a banca está simplesmente incapaz de nos ajudar».

«Desde 2008 que sabemos que não podemos contar com a banca portuguesa para financiamento [de investimentos]», sublinhou.

O empresário explicou ao Expresso que haverá vantagens fiscais «no futuro» nesta transferência para a Holanda e admitiu que o planeamento fiscal «é um direito legítimo de uma sociedade».

«A maior parte dos nossos impostos é fruto da má gestão de quem tem a responsabilidade de gerir o dinheiro dos contribuintes. O planeamento fiscal é um dos factores, os outros são o ambiente que nos recebe, as garantias que esse investimento tem e que Portugal não oferece», lamentou.

Soares dos Santos referiu ainda que «Portugal deveria ter pedido ajuda [externa] entre 2007 e 2008», falou da ausência de uma legislação «constante, coerente e consistente» que diga ao investidores:«“Vem és bem recebido, és bem tratado», e questionou o facto de ter de pagar «tanto à [eléctrica] EDP, que ainda por cima é um monopólio».

Sobre a entrada do capital chinês na EDP disse: «Não conheço como gerem as empresas, não é uma economia de mercado, não sei a qualidade da gestão».

O empresário alertou ainda para que em Portugal «há um poder instalado que é contra tudo e que liquida tudo» e disse «não perceber porque é que os partidos políticos, empresários e os sindicatos, sob a égide do Presidente da República, não se sentam para procurar uma solução em conjunto».

Lusa
 

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Re: Jerónimo Martins segue conselho do PM e emigra
« Responder #8 em: Janeiro 07, 2012, 04:32:17 pm »
Quase 70% do investimento directo foi para Holanda em 2011


Quase 70 por cento do investimento directo de Portugal no exterior entre Janeiro e Outubro de 2011, um valor equivalente a 6.587 milhões de euros, foi para a Holanda, indicam dados oficiais.  De acordo com números do Banco de Portugal disponibilizados pela Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP), 69,3 por cento do investimento directo de empresas portuguesas no exterior (IDPE) destinou-se à Holanda.

Os dados publicados pelo AICEP referem-se apenas aos primeiros dez meses do ano passado. Os números não incluem a operação de transferência de 56 por cento do capital da Jerónimo Martins pelo seu principal accionista para uma filial na Holanda.

Os números do AICEP mostram ainda que o IDPE aumentou substancialmente de 2010 para 2011: de Janeiro a Outubro do ano passado, o investimento total no exterior ascendeu a 9.505 milhões de euros, mais que os 6.866 milhões do total de 2010.

Este crescimento deve-se totalmente ao aumento no IDPE para a Holanda, que aumentou quase 800 por cento de 2010 para os primeiros 10 meses de 2011.

O volume de investimentos na Holanda para 2011 eclipsa o de tradicionais parceiros comerciais e destinos de investimento de Portugal como a Espanha (10,5 por cento do total), o Brasil (4,8 por cento) ou Angola (2 por cento).

Lusa
 

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Re: Jerónimo Martins segue conselho do PM e emigra
« Responder #9 em: Janeiro 07, 2012, 11:45:31 pm »
Jerónimo Martins distribui planfletos a clientes do Pingo Doce defendendo-se das "graves inverdades"


A Jerónimo Martins está a distribuir aos seus clientes do Pingo Doce um planfeto onde se defende do que considera "graves inverdades" que têm sido ditas no seguimento da transferência do controlo da empresa para a Holanda.

"Em nome dos mais de 25 mil colaboradores que o Pingo Doce emprega em  Portugal, e na sequência de muitas notícias e comentários das mais variadas  origens produzidas ao longo dos últimos dias e que contêm graves inverdades,  entende esta Companhia (...) partilhar consigo três verdades fundamentais  (...)", lê-se na nota distribuída e que é assinada por Pedro Soares dos Santos, administrador-delegado da Jerónimo Martins SGPS, SA.  

Sem nunca se referir ao facto de no passado dia 2, a Jerónimo Martins  SGPS ter comunicado que a Sociedade Francisco Manuel dos Santos vendeu os  56,1% que detinha na Jerónimo Martins SGPS, dona do Pingo Doce, a uma sociedade  sua subsidiária na Holanda, a nota prossegue e explicita "as três verdades"  anteriormente anunciadas.  

"A sede social e a residência fiscal do Pingo Doce mantém-se, como sempre,  em Portugal e nunca a sua alteração esteve em questão"; sublinha a empresa,  adiantando que "as obrigações sociais e fiscais do Pingo Doce para com o  Estado português e os seus cidadãos continuarão a ser honradas como sempre  foram (...)".  

Por fim, o plafleto entregue à porta dos supermercados esclarece ainda  que "a Jerónimo Martins, que detém maioritariamente o Pingo Doce, mantém  também a sua sede e residência fiscal em Portugal, continuando a contribuir  social e fiscalmente neste País".  

O esclarecimento da Jerónimo Martins termina salientando que "tudo o  que ouvir ou ler em sentido contrário ao que aqui afirmamos pode considerar,  sem margem para qualquer dúvida, falso e/ou demagógico".  

A nota da Jerónimo Martins surge após os vários comentários feitos desde  dia 2 de janeiro, aquando do comunicado onde se ficou a saber que o controlo  da Jerónimo Martins iria passar para as mãos de uma empresa com sede na Holanda. Além dos vários comentários feitos, chegou mesmo a haver apelos  nas redes sociais a um boicote às compras no Pingo Doce e o assunto chegou  a ser um dos temas no debate quinzenal no Parlamento com a presença do primeiro-ministro  que se realizou na sexta-feira.  

Na altura, Pedro Passos Coelho chegou a garantir que "a Autoridade Tributária  e Aduaneira (ATA) está a analisar os aspetos fiscais que rodeiam a operação (Jerónimo Martins) de modo a fazer uma leitura mais correta daquilo que  se passou".  

Perante estas declarações, a Agência Lusa perguntou ao Ministério das  Finanças o que levou a ATA a iniciar a análise anunciada por Passos Coelho,  se foram adotados os mesmos procedimentos quando outras empresas fizeram  o mesmo tipo de operações e a que resultados chegaram e que tipo de procedimentos  estão a ser adotados na análise anunciada pelo primeiro-ministro. No entanto,  até ao momento não houve qualquer resposta.  

Lusa