Morte Antecipada (eutanásia)

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Daniel

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Morte Antecipada (eutanásia)
« em: Dezembro 10, 2008, 01:30:54 pm »
Daniel James ficou tetraplégico e foi "autorizado" a suicidar-se


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A decisão foi tão rara como o próprio caso. A procuradoria inglesa decidiu, esta semana, não penalizar a família de Daniel James, que se suicidou a 12 de Setembro numa clínica suíça da Dignitas, uma organização que auxilia a eutanásia de doentes em estado terminal.

James, que tinha 23 anos, não estava a morrer. Tinha ficado tetraplégico em Março de 2007, quando deslocou as vértebras C6/C7 num treino do seu clube de râguebi, o Nuneaton. Internacional jovem pela Inglaterra, nunca conseguiu viver com a paralisia e já havia tentado suicidar-se três vezes, sem êxito devido à sua deficiência, até que a sua família decidiu levá-lo à Suíça, onde a eutanásia não é considerada crime.

"É um caso trágico, envolvendo a morte de um jovem em circunstâncias únicas e difíceis. Sublinho o facto de o Daniel não ter sido influenciado pelos pais a tirar a própria vida, pois as evidências demonstram que até lhe imploraram para não o fazer", declarou o procurador Keir Starmer, que encerrou o processo contra a família James, por ter transportado Daniel para a Suíça.

A lei britânica proibe a assistência ao suicídio e prevê sentenças até 14 anos de prisão, mas nunca existiram penas nos mais de cem casos de ingleses que morreram nas clínicas da Dignitas. Este parecia ser diferente, mas a dor da família foi entendida.

"Ele não caminhava, não tinha as mãos funcionais, sentia constantes dores nos dedos, era incontinente, tinha espamos incontroláveis nas pernas e precisava de assistência 24 horas por dia. Dizia que não estava preparado para uma vida de segunda categoria", explicou várias vezes Julie James, mãe de Daniel. Após várias operações e oito meses de reabilitação, as suas melhorias eram escassas. "Ninguém podia amar mais um filho do que nós. Se ele conseguisse viver assim, continuaríamos a tratá-lo com o mesmo amor. Mas ele era determinado e queria libertar-se da prisão em que se tinha transformado o seu corpo", completou Julie, que se despediu do filho acompanhada do marido, Mark, e das duas filhas.


O que vcs acham deste caso, e desta clínica, eu já ouvi várias vezes falar dela, a ultima foi a 4 dias atrás, um irmão de uma colega, também vai fazer o mesmo, a mãe desse rapaz matou-se era ele criança, ele já tentou várias vezes o suicidiu, da ultima vez ao tentar ficou numa cadeira de rodas, agora vai nessa clínica que fica na cidade de Zürich, para por fim ao resto da sua vida.
A que ponto pode chegar o desespero do ser humano.
 

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P44

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« Responder #1 em: Dezembro 10, 2008, 01:55:27 pm »
eu concordo com a Eutanásia, nos diversos casos que têm sido noticiados as pessoas estão em tal estado que já não são seres humanos, estão numa condição de sofrimento tal que não tem lógica continuarem a "viver".

Cada um é dono do seu corpo!
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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André

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« Responder #2 em: Dezembro 18, 2008, 11:47:02 pm »
Luxemburgo dá mais um passo na legalização da eutanásia

Os deputados luxemburgueses pronunciaram-se hoje a favor da eutanásia, aprovando um texto a que se opõe o soberano do país, apoiado pelo Papa Bento XVI, e que tem suscitado as paixões dos cidadãos.

Após um debate de mais de cinco horas, os deputados aprovaram o projecto de lei com uma maioria de 31 votos. Contra o projecto registaram-se 26 votos, dos quais 23 do partido democrata-cristão do primeiro-ministro, Jean-Claude Juncker, e três abstenções.

Quando o texto entrar em vigor, o Luxemburgo será o terceiro país a legalizar a eutanásia, após a Holanda e a Bélgica.

Contudo, a validação do texto avizinha-se complicada, tendo em conta a complexidade da situação jurídica.

A decisão hoje tomada refere-se a um primeiro texto, que já fora votado em primeira leitura em Fevereiro mas que foi substancialmente alterado a pedido do Conselho de Estado

Inicialmente, o uso da eutanásia era restrito a pessoas que sofriam de uma doença «grave e incurável». Por razões legais, foi adoptada a formulação de legislação belga, que se refere a situações médicas «sem saída».

O texto reformulado proíbe o direito à eutanásia a menores de idade, enquanto a primeira versão autorizava esta prática a partir dos 16 anos, desde que com o consentimento dos pais.

O Conselho de Estado vai agora novamente analisar o texto e decidir se o aprova.

Depois de passar pela via parlamentar, o texto seguirá para o soberano, o grão-duque Henri, a quem caberá a promulgação da lei, mas tal pode demorar, uma vez que simultaneamente decorre um processo que visa a redução dos seus poderes.

O monarca, de convicções católicas, criou recentemente um início de crise institucional no país, ao anunciar que não iria assinar esta lei, por razões de consciência.

Nesta posição recebeu o apoio do Papa Bento XVI que já expressou a sua «viva preocupação» com a possibilidade da legalização da eutanásia.

Para contornar este obstáculo e evitar uma crise institucional, os debutados luxemburgueses votaram um projecto de lei que visa reduzir os poderes do grão-duque.

Lusa

 

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Daniel

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Re: Morte Antecipada (eutanásia)
« Responder #3 em: Fevereiro 20, 2020, 07:07:36 pm »
Parlamento diz "sim" à despenalização da eutanásia
https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/eutanasia-o-essencial-do-debate-ponto-por-ponto-e-em-direto
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O parlamento despenalizou esta quinta-feira, 20 de fevereiro, a morte medicamente assistida.

A Assembleia da República aprovou hoje na generalidade os cinco projetos para despenalização da morte medicamente assistida.

Estas foram as votações dos cinco projetos:

Projeto do Bloco de Esquerda: 124 votos a favor; 14 abstenção, 85 contra.

Projeto do PAN: 121 votos a favor; 16 abstenção, 86 contra.

Projeto do PS: 127 votos a favor; 10 abstenção, 86 contra.

Projeto do PEV: 114 votos a favor; 23 abstenção, 86 contra.

Projeto do IL: 114 votos a favor; 24 abstenção, 85 contra.

O debate sobre os cinco projetos de lei para a despenalização da morte medicamente assistida, na Assembleia da República, durou duas horas e 44 minutos.

A discussão começou às 15:05 e terminou às 17:50, seguindo-se as votações.

A votação nominal, um a um, demorou 30 minutos, a exemplo do que aconteceu na votação de 2018.
Estiveram presentes 222 dos 230 deputados.

O que acontece agora?

Uma vez aprovada na generalidade a despenalização da morte medicamente assistida vai descer à comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos Liberdades e Garantias.

A comissão dos Assuntos Constitucionais encarrega-se do chamado debate na especialidade e os partidos vão tentar chegar a um “texto comum”, resultado de negociações relativamente a textos que não são muito diferentes entre si.

Neste cenário, as semanas e meses que se seguem darão também tempo aos movimentos pró-vida e anti-eutanásia, com o apoio da Igreja Católica, para recolher as assinaturas – são necessárias 60.000 – e propor no parlamento uma iniciativa legislativa de cidadãos para um referendo nacional.

Ultrapassada a fase de discussão na especialidade sem mais surpresas, o texto comum votado em comissão será aprovado em votação final global e seguirá para Belém, tendo o Presidente da República três hipóteses: promulgar, vetar ou enviar a lei para o Tribunal Constitucional (TC).

Se for vetado pelo Presidente, os partidos, em tese, podem ter os deputados necessários para confirmar um eventual diploma – basta, segundo o artigo 136.º da Constituição portuguesa, a maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções. Nesse caso, ainda segundo o mesmo artigo, “o Presidente da República deverá promulgar o diploma no prazo de oito dias a contar da sua receção”.

Outra possibilidade é Marcelo Rebelo de Sousa remeter o diploma aos juízes do tribunal das leis.

Nesse caso, se for suscitada a questão constitucional, os prazos decorrem durante semanas até o plenário de juízes anunciar o acórdão.

Constitucionalmente, o “chumbo” de um diploma pelo TC, que depois é vetado obrigatoriamente
pelo Presidente e devolvido ao parlamento, pode ser ultrapassado alterando as normas apontadas como inconstitucionais, mas, entre deputados dos vários partidos com projetos de lei ouvidos pela Lusa, esse cenário é visto como o “fim da linha” para a lei para despenalizar a morte medicamente assistida.
 

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Viajante

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Re: Morte Antecipada (eutanásia)
« Responder #4 em: Fevereiro 20, 2020, 10:29:26 pm »
Não sendo eu contra a eutanásia, apesar de ter muitas reservas, especialmente o envolvimento de médicos que juram defender a vida........ mas o que me incomoda bastante, é ver o PAN que não permite o abate de animais nos canis, mas defende a morte de humanos!?!?!!?!? O PAN é um absurdo ter representação parlamentar e ainda por cima o PS apoia ideias das mais obtusas que se possa imaginar!!!!!

Mas esta, os animais não podem ser abatidos, mas as pessoas podem ser mortas! Muito bem, temos ali um partido da treta, com apoiantes da treta!!!!!
« Última modificação: Fevereiro 20, 2020, 10:49:17 pm por Viajante »
 
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Lusitano89

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Re: Morte Antecipada (eutanásia)
« Responder #5 em: Janeiro 29, 2021, 04:40:03 pm »
Parlamento aprova despenalização da eutanásia


 
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Lusitano89

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Re: Morte Antecipada (eutanásia)
« Responder #6 em: Março 18, 2021, 03:20:48 pm »
Espanha legaliza eutanásia


 

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Lusitano89

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Re: Morte Antecipada (eutanásia)
« Responder #7 em: Junho 09, 2022, 10:12:20 pm »
Parlamento português aprova Eutanásia com 128 votos a favor e 88 contra


« Última modificação: Junho 09, 2022, 11:37:39 pm por Lusitano89 »
 

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Re: Morte Antecipada (eutanásia)
« Responder #8 em: Janeiro 31, 2023, 01:32:31 pm »
Tribunal Constitucional chumba lei da eutanásia


 

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HenkVil

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Re: Morte Antecipada (eutanásia)
« Responder #9 em: Fevereiro 01, 2023, 10:18:28 am »
Também não sou contra a eutanásia, mas é uma decisão que uma pessoa no seu perfeito juízo deve tomar. Se a pessoa estiver em coma durante um ou dois meses e não houver hipótese de recuperação, então a decisão deve ser tomada pelos familiares mais próximos juntamente com o do
 

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Luso

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Re: Morte Antecipada (eutanásia)
« Responder #10 em: Fevereiro 01, 2023, 04:43:26 pm »
Sei quem anda a precisar de morte antecipada, sei...
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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papatango

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Re: Morte Antecipada (eutanásia)
« Responder #11 em: Fevereiro 01, 2023, 07:07:49 pm »
Também não sou contra a eutanásia, mas é uma decisão que uma pessoa no seu perfeito juízo deve tomar. Se a pessoa estiver em coma durante um ou dois meses e não houver hipótese de recuperação, então a decisão deve ser tomada pelos familiares mais próximos ( ... )
Se os familiares mais próximos precisarem de dinheiro e o paciente tiver bens, garanto que já sabemos o que é que os familiares mais próximos vão decidir...

E quais são os familiares mais próximos que devem decidir ?
Os filhos... E se os filhos não estiverem todos de acordo ?
E se o esposo ou esposa for a favor e os filhos contra ?

Estamos a falar no direito de o Estado, matar  ou autorizar alguém a matar. É uma questão demasiado complexa.
Cada caso é um caso, e as leis têm que ser universais.
Neste caso, não acredito que alguma vez uma Lei possa ser aceitável por todos.

Poderíamos ter uma lei em que a morte medicamente assistida fosse votada no parlamento caso a caso ...
Nessa altura, quando pedissem aos deputados, uma vez após outra para votar a morte, talvez as maiorias pensassem de forma diferente.

Também questiono porque é que os partidos favoráveis a matar os velhos, não querem nem ouvir em meter na prisão para a vida um pedófilo ou um assassino em série ...
« Última modificação: Fevereiro 01, 2023, 07:09:36 pm por papatango »
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...