Saudações guerreiras
Doctor Z, permita-me algumas achegas.
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O nome “Aeminium” é a versão romana, o nome romano (ou latino) de uma outra palavra, “Aeminio”. Esta não tem origem latina (ou romana), mas sim, num dos vários povos da bacia do Mediterrâneo (sem bem que haviam outros de outras origens), muito antes da sua chegada, ou a romanização do lugar em referência. Coimbra foi sempre um lugar ocupado desde a pré-história. A sua localização geográfica era estratégica para todos os povos que nela habitaram, ou que por ela passaram até se torna a 1ª capital de Portugal entre 1143 e 1255 d.C. Pela etimologia, o nome aponta para uma origem fenícia ou cartaginesa.
Assim pode ser também a origem de outros vários lugares que também utilizam um nome “aromanizado” ou “alatinizado”.
Outro erro, que consta na “sua” lista é o nome da “Conímbriga” que o identifica como sendo a origem de Condeixa-a-Nova, o que está totalmente errado. Antes de Condeixa-a-Nova (e como diz o nome – etimologia – palavra “Nova” que tem como sinónimo, por exemplo, recente), existe a Condeixa-a-Velha. Condeixa-a-Velha é uma freguesia a 2 km a sul de Condeia-a-Nova (sede de Concelho) e que tem uma origem diferente desta. Não é certo, mas aceita-se que Condeixa-a-Velha tenha passado a existir pouco tempo depois dos habitantes de Conímbriga serem forçados a saírem da cidade romana, por causa das invasões bárbaras e refugiarem-se noutro lugar, mais seguro, mas que muito perto. Neste caso a 1ª Condeixa (Condeixa-a-Velha). Condeixa-a-Nova tem origem muito mais recente (séc. XI ou séc. XII) devido a ação povoadora dos frades da Ordem Terceira de Sto. Agostinho de Sta. Cruz (Mosteiro de Sta. Cruz – Coimbra).
O nome “Conímbriga” não é romano (latino). O nome ou a palavra é pré-celta.
O lugar de Conímbriga que, antes de ser uma cidade próspera no império romano, era um castro de povoações da idade do ferro ou até antes. Conímbriga, cidade romana que albergava a maior casa de todo o império romano do ocidente. A “casa de Cantaber”.
A cidade da Guarda foi fundada por D. Sancho I Filho de (D. Afonso Henriques – primeiro rei de Portugal) no séc. XII. O que lá havia eram calhaus, mato e pouco mais. O seu nome diz o porquê e a sua localização diz o resto. Não foi a única que nasceu assim, mas como é capital de distrito, é importante fazer esta menção. Curiosamente os seus habitantes designam-se por “egitenses”.
Se é egitense é porque pertence á Egitânia. Existui algum país ou região com esse nome no passado? Não, não existiu. O que existiu foi uma etnia de seu nome IGAEDITANI que se fixaram no sec. I a.C. num lugar ao qual hoje chamamos de Idanha-a-Velha. Foram esses que fundaram a verdadeira Egitânia. Egitânia ou Idanha-a-Velha que foi perdendo importância devido a variados fatores. O principal tem a ver com a cidade da Guarda. A mando do rei D. Sancho I o Bispo desloca-se para a Guarda por questões de soberania e concede a Egitânia e todas as suas terras aos templários, para seu sustento e outras coisas desagradáveis também.
Guarda, cidade mais alta de Portugal, enaltecida por poetas e artistas, ergue-se a 1056 m de altitude na vertente noroeste da cadeia montanhosa da Serra da Estrela e é conhecida como a cidade dos 5 F's: FARTA, FORTE, FRIA, FIEL e FORMOSA, mantendo ainda estas características.
FARTA, pois desde sempre os vales do Mondego a encheram do necessário;
FORTE, porque da sua fortaleza falam os troços e portas das muralhas, bem como a Torre de Menagem e a Torre dos Ferreiros;
FRIA, pois o clima tipicamente montanhoso assim o determina;
E do século XIV lhe advém a designação de FIEL porque o alcaide Álvaro Gil Cabral, durante a crise de 1383 – 85, se negou a entregar as chaves da cidade ao Rei de Castela;
Finalmente FORMOSA pela beleza natural que a envolve.
Em locais escarpados da Beira Interior, abundam vestígios que comprovam a ancestralidade do Homem nesta região. Do século V (a. C.) sobrevivem vestígios de povoados protegidos por muralhas no cimo das montanhas.
Diz a História que em Novembro de 1199, D. Sancho I – O Povoador, 2º Rei de Portugal, concede Foral à Guarda. Também pela sua mão, e com autorização do Papa Inocêncio III, se deu a transferência da sede da antiga diocese Visigótica da Egitânia para a Guarda.
Lorica (atual Loriga) é a mesma coisa. O nome é de origem celta e não romana (ou latina). Loriga que se situa na Serra da Estrela (bem no seu coração) onde se diz ter nascido aí Viriato, o rei da tribo dos lusitanos, nos montes hermínios (“Serra da Estrela” – cordilheira central)
Cumprimentos