O Brasil tem de facto umas forças armadas "relativamente" desarmadas.
A questão tem origem na forma de encarar a América Latina por parte dos Estados Unidos.
Depois da segunda guerra mundial, as nações sul-americanas, que chegaram a ter alguma independência militar no inicio do século XX, passaram a estar totalmente dependentes dos Norte Americanos.
O Brasil é muito maior que qualquer outra nação da America do Sul. Por isso, se tivesse uma força proporcional ao seu tamanho, acabaria tendo umas forças armadas, pelo menos tão grandes quanto a soma de todos os restantes países do resto do continente.
Assim, o Brasil, gasta relativamente pouco, mas mantem uma estrutura militar defensiva, que serve para aquilo para que foi pensada.
É muito importante lembrar que ao contrario dos restantes paises da America do Sul, o Brasil seguiu desde os anos 60 uma politica de nacionalismo em muitas questões militares. O Brasil, criou programas de modernização dos blindados fornecidos pelos americanos - que resultaram na criação da defunta ENGESA e em carros como o URUTU (idêntico ao Chaimite) o Cascavel (carro de reconhecimento com torre com peça de 90mm) e ao EE-T1, OSÓRIO, carro de combate médio/pesadodo qual apenas foram construidos protótipos. Outras empresas dedicaram os seus esforços ao desenvolvimento da industria militar. No entanto varios factores internos e externos contribuiram para o fim dessa outrora fulgurante industria.
O Brasil, é a unica nação da America do Sul com capacidade para produzir (se quiser) grande parte das suas armas.
Os 12 caças do programa F-X são o numero mínimo. serão de 12 a 24 e isso depende do preço de cada um, uma vez que o que está fixo é o dinheiro que custará o programa, não o numero de aviões.
Os caças têm uma função eminentemente defensiva, e destinam-se a proteger Brasilia e garantir dominio do espaço aéreo brasileiro, pelo menos sobre a capital.
Acredito que a grande vantagem do F-X, e aí do SU-35 é a possibilidade de o Brasil adquirir tecnologia que pode posteriormente adaptar.
Além dos actuais Mirage, há outros aviões a substituir, nomeadamente o F-5. O total de aviões poderá chegar de 100 a 110, dependendo - naturalmente - das opções do governo brasileiro.
Quanto ao F-16C/D Block 50/52 eles seriam aeronaves muito boas para o Brasil, e acredito que, técnologicamente do mais avançado que há. O que os torna inviáveis não é a sua qualidade.
O principal problema é o facto de os Estados Unidos verem o Brasil como um competidor. Queriam vender os F-16, mas garantir que o Brasil nunca fabricaria um unico parafuso para o avião (comprando do Tio Sam a uma fortuna cada parafuso claro). Ao mesmo tempo, o código fonte do software do computador de combate, não poderia ser aberto.
Para um país como o Brasil, que pretende desenvolver a sua industria aeronautica, comprar F-16 era ficar nas mãos do concorrente mais directo.
A outra questão contra o F-16 é que é um avião com relativamente pouca autonomia, o que o torna complicado de utilizar de forma eficaz num país como o Brasil.
Lembro por exemplo, que embora os F-16/MLU da Força Aérea que estão a ser modernizados (that will be the day) sejam, uma vez a esquadra(s) operacional(is) equipamentos de grande utilidade num país como Portugal, no continente, o mesmo não acontece no Atlântico. Como aqui disse várias vezes, se tivessemos possibilidades, o avião mais lógico para ser operado desde os Açores (eventualmente pela Marinha) seria o Sukhoi-32. que é nada mais nada menos que um avião construido á volta dos mesmos motores do Sukhoi-35 que concorre no programa F-X no Brasil.
Quanto ao porta-Aviões São Paulo, não esquecer que o Minas Gerais (porta aviões anterior) era utilizado como navio anti-submarino. Não operava na prática aviões de combate. O Brasil adquiriu o A-4 Skyhawk porque o Harrier era demasiado caro, não havia Super Etendard disponíveis. O A-4 foi a opção lógica, embora seja de facto um avião limitado, que no entanto, se for modernizado para o padrão dos AMX, acabará sendo bastante util.
Hoje em dia o que ganha conflitos são os sistemas integrados de combate e não os aviões ou os navios quando vistos separadamente.
Um sistema integrado que inclua os A-4 Skyhawk, o porta-aviões, os submarinos e as fragatas modernizadas, pode ser de extrema utilidade e letalidade.
Cumprimentos