The Sad Latins

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Dinivan

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The Sad Latins
« em: Setembro 29, 2005, 05:55:26 pm »
Artículo de opinión del Wall Street Journal Europe 29 de septiembre:

 

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Yosy

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« Responder #1 em: Setembro 29, 2005, 08:01:36 pm »
Bom post. Dá uma ideia do que pensam de nós lá fora.  :(
 

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komet

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« Responder #2 em: Setembro 29, 2005, 08:08:06 pm »
Ao menos é uma ideia certa do que por cá se passa.
"History is always written by who wins the war..."
 

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USB80

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« Responder #3 em: Dezembro 02, 2005, 08:45:04 pm »
Acho que vale a pena rever e sublinhar algumas ideias do artigo (anexo tradução):

"Portugal explored and opened the world, and dissapeared on Europe's edges"
“Portugal explorou e abriu o mundo, e desapareceu nas fronteiras da Europa”
O mesmo aconteceu à Grecia, depois de ser o centro do mundo e o berço da civilização, evaporou-se...mas hoje ainda conseguem ser melhores do que nós...

"The infrastructure has changed but in the mind, there hasn't been enough change. This country really needs to be shaken up"
“A infra-estrutura mudou mas nas mentalidades não tem havido suficiente mudança. Este país precisa realmente de ser estremecido”
E esta ah? já tinham ouvido? Não sei quem o vai estremecer, não há pior parado que o que não se quer mexer.

"The New Europeans, those 10 new countries who joined a year ago, are shaking up the club. Not Portugal"
“Os Novos Europeus, aqueles 10 novos países que ingressaram há um ano, estão a estremecer o clube. Portugal não”

"A generation ago, Ireland invested heavily in education. Portugal didn't"
“Há uma geração, Irlanda investiu massivamente em educação. Portugal não o fez”
Mais uma vez, a chave de tudo. E ainda há gente a achar que estudar é chato, que é perder o tempo, "eu já sei tudo, e se não sei, não preciso para viver". Quantos jovens a abandonar a escola orgulhosamente ignorantes. E na minha opinião esta é a razão subjacente a TUDO o que se passa em Portugal: IGNORÂNCIA.

"The Portuguese people and government felt richer than they in reality were"
“O povo português e o governo sentiram-se mais ricos do que realmente eram”
Afinal os estrangeiros que vinham a Portugal e se admiravam com o parque automóvel que havia aqui, tinham razões para desconfiar...

"The then-Socialist government directed spending at job-creating public works and threw the budget deep into the red"
“O então governo Socialista direccionou a despesa na criação de empregos na Função Pública e atirou o orçamento profundamente para o vermelho”
Mais papinha e colinho para os estado-dependentes, que é o que a malta gosta

"In the last decade, Portugal grew without improving productivity or building the foundations for future development"
“Na última década, Portugal cresceu sem melhorar a produtividade ou construir as bases para o desenvolvimento futuro”
Um lugar comum? ou visão de curto prazo ?

"We spend like the Germans, but we produce like Moroccans"
“Nós gastamos como os Alemães, mas produzimos como os Marroquinos”
Sem comentários, um orgulho para a nação lusa

"The work force is one of Europe's least well-educated. The country also produces too many sociologists and not enough engineers"
“A força de trabalho é uma das menos qualificadas da Europa. O país também produz demasiados sociólogos e não suficientes engenheiros”
Mais uma vez a educação e as orientações da mesma

"Many Portuguese still look to the state for all the answers, and resist any effort to wean themselves off it"
“Muitos Portugueses ainda procuram no Estado todas as respostas, e resistem qualquer esforço por se libertar dele”

"...In response, retired military oficers and their families went out on the streets"
“…em resposta, militares reformados e as suas famílias saíram à rua”
Todos acham que o pais tem que mudar, mas quando mexe com o meu bolso, aahh, aí já não estou de acordo.

"With everyone so glum, one finds it hard to imagine a Portuguese miracle"
“Com toda a gente assim abatida, um encontra difícil imaginar um Milagre Português”
Fado e mais fado...

Eu não sei vocês, mas eu acho deprimente esta situação do país e a imagem que damos no exterior, sempre na cauda de tudo. E há ainda alguns a achar que o problema são os espanhois, ou a TV cabo ou não sei o quê. Tudo indica que a maior ameaça para Portugal... são os portugueses  :?
« Última modificação: Dezembro 13, 2005, 12:24:35 am por USB80 »
"Common sense is the less common of the senses"
 

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papatango

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« Responder #4 em: Dezembro 02, 2005, 09:35:36 pm »
Bom, calculo que os "alguns" seja comigo.

Caro USB80.

Eu não estou nem deixo de estar de acordo com o jornal.

Todos nós conhecemos o problema e os problemas, e se você vir u muito que já aqui se disse sobre a questão concluirá que os problemas apontados pelo jornal, já foram todos diagnosticados pela maioria das pessoas presentes neste fórum.

Uma vez que o comentário me é indirectamente dirigido, tendo vindo na sequencia do tema sobre "a face de mais um traidor", devo-lhe dizer que considero que os espanhóis são efectivamente um perigo, porque hoje como ontem aproveitaram este tipo de situações.

Nós já passámos por situações como esta, de falta de prespectivas, e nessa sltura sabe qual foi a solução?

A solução foi a Espanha.

Por isso, criticar como você faz (e muito bem) mas ao mesmo tempo colocar um balde na cabeça e não querer ver o que se passa, também não me parece ser muito saudável.

A Espanha. não é o problema, é apenas parte do problema, porque há neste país muita gente que acha que a destruição de Portugal, é a solução para a cura.

Eu sei que há gente que acha que perante uma adversidade, a melhor coisa é dar um tiro na cabeça.

Eu apenas tento, com os meus comentários à Espanha, lembrar que o suicidio nunca foi solução.

E A Espanha, e o Espanholismo destruidor, que quase nos destruiu, é um problema. É um dos muitos problemas que temos.

No entanto, estamos cá hà tanto tempo, que provavelmente somos muito mais resistentes que o que pensamos.

= = =

Também noto, no entanto, muitas afirmações muitas vezes absolutamente mentirosas daqueles que por alguma razão parecem ter interesse em denegrir Portugal (nao estou a dizer que seja o seu caso)

Já vi, muitas vezes afirmações como a de que "deixamo-nos ultrapassar pela Irlanda". Ora a Irlanda, sendo um país pobre, sempre foi, desde pelo menos a primeira guerra mundial, mais rico que Portugal. Em 1976, tinha uma renda per cápita que era mais do dobro da portuguesa.

A Grécia era mais rica que Portugal. A Espanha era mais rica que Portugal. Praticamente TODOS, repito TODOS os países da Europa de leste eram mais ricos que nós (excepção para a Romenia, a Albânia e a Jugoslavia).

Durante o consulado do Cavaco, a situação realmente alterou-se. Ultrapassámos a Grécia, aproximámo-nos da Espanha e também da Irlanda.

Todos nós sabemos que há um problema com a educação. Todos nós sabemos que há um problema com a mentalidade, e é esse problema com a mentalidade que é para mim grave.

A mentalidade de 1580 diz que, em vez de trabalhar e produzir mais: entreguemo-nos nas mãos dos espanhóis, que nos sustentem.

Isso foi o que aconteceu em 1580. As elites, sempre as elites venderam-nos porque não eram capazes de encontrar soluções.

Hoje as elites, e nas elites falo de pessoas como Mários Soares, Jorge Sampaio, Sócrates e parte dos seus ministros, Durão Barroso e parte do PSD, e mesmo gente dentro de partidecos como o Bloco de Esquerda, vêm a solução espanhola com bons olhos, desde que eles tivessem a ganhar com isso.

Algumas das damas afectadas ignorantes e semi-analfabetas do nosso Jet-Set, acham a Espanha muito mais fina, e o espanholismo está-se a entranhar como um cancro, entre as elites do subsídio, os vendidos e aqueles que nunca háo de ser ninguém, se não estiverem debaixo do buarda chuva do Estado.

Esses, querem um Estado para os sustentar. E se o Estado Português não os sustenta e lhes corta as benesses, então que se Fxxx o Estado Português, venha outro que nos sustente que nos pague.

As minhas criticas à Espanha, são acima de tudo, criticas a esses portugueses, e a essa maneira de ser, e não aos espanhóis, que têm mais que fazer do que preocupar-se connosco.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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USB80

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(sem assunto)
« Responder #5 em: Dezembro 13, 2005, 02:13:08 am »
Citação de: "papatango"
Bom, calculo que os "alguns" seja comigo.
Caro USB80.
Eu não estou nem deixo de estar de acordo com o jornal.
Todos nós conhecemos o problema e os problemas, e se você vir u muito que já aqui se disse sobre a questão concluirá que os problemas apontados pelo jornal, já foram todos diagnosticados pela maioria das pessoas presentes neste fórum.
Eu sim estou de acordo com o jornal e o que mais me irrita é que a análise é muito boa e feita por uma pessoa de fora que conseguiu ver perfeitamente os nossos pontos fracos. Isso irrita-me como me irrita que toda a gente diz que o diagnóstico está feito e continuamos a fazer asneira da grossa (para não usar outro termo). Mas que raio, se o diagnóstico está feito porquê não se começa a atacar as causas e as pessoas se UNEM e CONCORDAM em que HÁ QUE FAZER ALGO AGORA, não amanhã. Porquê os professores continuam a bater o pé, porquê a função pública não aceita que não podem ser tantos e tão ineficientes, porquê a justiça é uma caca e os seus responsáveis só se preocupam com as possíveis benesses que vão perder, porquê não se começa de uma vez a investir MASSIVAMENTE em educação, etc., etc.
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Uma vez que o comentário me é indirectamente dirigido, tendo vindo na sequencia do tema sobre "a face de mais um traidor", devo-lhe dizer que considero que os espanhóis são efectivamente um perigo, porque hoje como ontem aproveitaram este tipo de situações.

Nós já passámos por situações como esta, de falta de prespectivas, e nessa altura sabe qual foi a solução?

A solução foi a Espanha.
Nesse caso, continuamos a ser burros, não fomos capazes ainda de nos organizar para não depender da “solução espanhola”.
Citar
A Espanha. não é o problema, é apenas parte do problema, porque há neste país muita gente que acha que a destruição de Portugal, é a solução para a cura.
Eu sei que há gente que acha que perante uma adversidade, a melhor coisa é dar um tiro na cabeça.
Eu apenas tento, com os meus comentários à Espanha, lembrar que o suicidio nunca foi solução.
Mas porquê raio falar em suicídio? Lá vimos nós com o fado e mais fado. Se estamos mal é porquê fizemos por isso, e o que há a fazer é arregaçar as mangas e deixar de ser murcões e choramingas e pôr mão à obra e fazer BEM, porque nem os espanhóis nem NINGUÉM são mais do que nós. Acaso a solução é atirar-se para os braços dos espanhóis? Claro que não, temos é que ver o que eles e outros países estão a fazer BEM e tentar seguir esse caminho. E isso não é falta de originalidade. É inteligência.
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E A Espanha, e o Espanholismo destruidor, que quase nos destruiu, é um problema. É um dos muitos problemas que temos.
Remeto-me para a sua última frase, os espanhóis tem mais que fazer do que preocupar-se connosco.

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Também noto, no entanto, muitas afirmações muitas vezes absolutamente mentirosas daqueles que por alguma razão parecem ter interesse em denegrir Portugal (nao estou a dizer que seja o seu caso)
Repare que concordo consigo, e neste grupo até incluo muita comunicação social. Parece que há um prazer mórbido por passar notícias más, coisas negativas, tudo o que diga que Portugal é o pior da Europa, nem que seja a descascar batatas, dá direito a primeira página de jornais e abertura de telejornais. É nojento como noticias POSITIVAS relevantes passam totalmente despercebidas nos nossos jornais e televisões. E não acredito que estejam “espanhóis” por trás disto, acho sim que é mais uma mostra de provincianismo.
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Já vi, muitas vezes afirmações como a de que "deixamo-nos ultrapassar pela Irlanda". Ora a Irlanda, sendo um país pobre, sempre foi, desde pelo menos a primeira guerra mundial, mais rico que Portugal. Em 1976, tinha uma renda per cápita que era mais do dobro da portuguesa.
A Grécia era mais rica que Portugal. A Espanha era mais rica que Portugal. Praticamente TODOS, repito TODOS os países da Europa de leste eram mais ricos que nós (excepção para a Romenia, a Albânia e a Jugoslavia).
Durante o consulado do Cavaco, a situação realmente alterou-se. Ultrapassámos a Grécia, aproximámo-nos da Espanha e também da Irlanda.
Suponhamos que TODOS os países da Europa eram mais ricos do que nós. E depois? Donde veio a riqueza da maioria desses países? O que é que esses países fizeram que nós não podíamos ter feito para ser tão ricos como eles? Já sei, é culpa da ditadura, isso explica tudo, coitadinhos de nós. O que é que tinha a Suiça, diamantes, ouro, petróleo ? nem costa tem, e estão cheios de montanhas agrestes e um clima rigoroso. E os países Escandinavos? Um relevo difícil, Invernos terríveis, pouco sol durante o ano. Recursos naturais? Só a Noruega depois de ser descoberto petróleo lá. Conclusão, as pessoas é que fazem os países. E durante o consulado de Cavaco Silva, levamos um empurrão mas depois continuamos a fazer as mesmas asneiras e não “semeamos” os fundos que vinham de fora (olhe, conheço pelo menos 2 empresas onde esses fundos foram para construir piscinas semi-olimpicas e com aquecimento, carros desportivos, ginásios dos senhores empresários, com conivência de funcionários públicos que atribuíam esses fundos).
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Todos nós sabemos que há um problema com a educação. Todos nós sabemos que há um problema com a mentalidade, e é esse problema com a mentalidade que é para mim grave.
Olhe que eu acho que nem todos estão conscientes de que há realmente um problema de educação gravíssimo. Todos falam disso, mas acho que muito poucos, especialmente o cidadão comum, reconhecem que é preciso uma mudança radical, um “choque educativo”. Sabe quem nota bem isso? Quem vem de fora, habituado a outros níveis de literacia, porque quem está por cá começa achar tudo muito normal. E aqui está também o chamado problema das mentalidades, outro lugar comum. Fala-se de que as mentalidades tem que mudar, mas mudar o quê?, o que é que está mal na minha mentalidade? Como é que eu sei?.  Não é fácil, é preciso confrontar-nos com realidades e culturas diferentes para sentir a diferença. Como é que um responsável por um “choque” seja ele tecnológico ou cultural ou educativo, sabe o que é prioritário fazer?, se sempre viu uma única realidade. Esta é a razão pela que os portugueses emigrantes não são mais os mesmos depois de emigrar. Mergulham na cultura do país que os recebe e normalmente adaptam-se maravilhosamente à nova realidade (nisso somos muito bons). Depois quando voltam a Portugal (de férias ou definitivamente) não mais se revêem no modo de estar português, começam a saltar à vista comportamentos e atitudes que agora são considerados negativos e inaceitáveis.
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A mentalidade de 1580 diz que, em vez de trabalhar e produzir mais: entreguemo-nos nas mãos dos espanhóis, que nos sustentem.
Isso foi o que aconteceu em 1580. As elites, sempre as elites venderam-nos porque não eram capazes de encontrar soluções.
Hoje as elites, e nas elites falo de pessoas como Mários Soares, Jorge Sampaio, Sócrates e parte dos seus ministros, Durão Barroso e parte do PSD, e mesmo gente dentro de partidecos como o Bloco de Esquerda, vêm a solução espanhola com bons olhos, desde que eles tivessem a ganhar com isso.
Sinceramente, se hoje em dia ainda há elites do tipo que descreve que preguiçosamente procuram Espanha para que os sustente, são gente desprezível, cobarde e pouco patriota. Agora eu não confundo isto com cooperação com Espanha e trabalho em equipa, acho que este é o caminho e não representa nenhuma abdicação da nacionalidade nem falta de patriotismo. Veja o caso da maioria dos outros países, inclusive com diferendos, existe cooperação, intercâmbios, circulação de capitais, etc. sem que isso represente perda de soberania. O mundo hoje está tão competitivo que não da mais para viver e fazer isoladamente e o facto de considerar Espanha como parceiro acho que só traz vantagens neste sentido. Como explica as relações de Timor Leste com a recente inimiga potência ocupante Indonésia? Acha que eles tinham hipótese de se fechar ao vizinho? Eu imagino que tiveram diplomaticamente que engolir muitos sapos vivos e pensar a longo prazo, no futuro e o que realmente era melhor para o país.
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Algumas das damas afectadas ignorantes e semi-analfabetas do nosso Jet-Set, acham a Espanha muito mais fina, e o espanholismo está-se a entranhar como um cancro, entre as elites do subsídio, os vendidos e aqueles que nunca háo de ser ninguém, se não estiverem debaixo do buarda chuva do Estado.
Acho que não tem nada de mau reconhecer o que de realmente bom possam ter outros países, vizinhos ou não, e tentar atingir esse patamar para o nosso país. Acho muito pior tapar o sol com uma peneira e dizer que tudo o que é nosso é melhor, que somos superiores; que a Espanha ou a Suiça são uma porcaria. Agora, o que parece depreender do que diz é que o português salta para trás em vez de saltar para a frente, quer dizer, é perigoso considerar que os outros países são melhores porque senão o português mata e esquece Portugal de uma vez (porque acha que NÃO CONSEGUE ser como os outros) e então vai para o colinho de quem lhe der melhor vida SEM FAZER NADA. Mas que raio de personalidade é esta !!!
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Esses, querem um Estado para os sustentar. E se o Estado Português não os sustenta e lhes corta as benesses, então que se Fxxx o Estado Português, venha outro que nos sustente que nos pague.
As minhas criticas à Espanha, são acima de tudo, criticas a esses portugueses, e a essa maneira de ser, e não aos espanhóis, que têm mais que fazer do que preocupar-se connosco.

Aqui estou completamente de acordo consigo.

Cumprimentos
"Common sense is the less common of the senses"