Um terço do País destruído por fogo

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Dinivan

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Um terço do País destruído por fogo
« em: Agosto 11, 2005, 10:09:33 am »
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Um terço do País destruído por fogo

s O pior ano de sempre para as florestas foi o de 2003, em que arderam mais de 425 mil hectares de povoamentos e matos
Os fogos destruíram desde 1980 o equivalente a quase metade da área florestal e 30 por cento de todo o território nacional, revelam as estatísticas da Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF). A floresta ocupa 3,349 milhões de hectares do País e, nos últimos 25 anos, os incêndios consumiram 1,459 milhões de hectares de povoamentos florestais – isto sem contabilizar os 1,249 milhões de hectares de matos que também arderam no mesmo período.

 
 
 
 
 
A área total ardida, 2,708 milhões de hectares, corresponde a 27,9 por cento do território nacional, que tem 9,214 milhões de hectares. Os números deixam a descoberto a verdadeira dimensão da tragédia que devasta as zonas rurais.

O despovoamento daquelas áreas, o desordenamento e falta de limpeza das florestas e a ineficácia das medidas de prevenção – as promovidas pelo Estado e aquelas que deveriam ser implementadas pelos cidadãos – são as principais razões apontadas pelos especialistas para justificar que os incêndios atinjam dimensões tão significativas em Portugal.

Aliás, a Polícia Judiciária considera que “metade dos incêndios florestais deflagrados em cada ano têm origem humana negligente e de 25 a 30 por cento revestem origem criminosa voluntária”. Ou seja, a esmagadora maioria tem origem em comportamentos errados das pessoas.

Segundo as estatísticas da DGRF, desde 1980 que o número de incêndios tem vindo a aumentar, tendo passado de 2349 naquele ano para 21 870 em 2004.

Nos primeiros 16 anos a tendência foi sempre de crescimento, verificando-se depois um período de estabilização em alta até 2004.

Exceptuando 2003, que foi o ano mais fatídico de sempre – com um total de 42 5716 hectares ardidos e 400 milhões de euros de prejuízos –, o pior em ocorrências e matos destruídos foi o de 1998 (34 676 fogos e 100 975 hectares) e 1991 foi aquele em que arderam mais povoamentos (125 488 hectares).

Os dados da DGRF indicam ainda que em 11 anos a área total ardida ultrapassou os cem mil hectares, sendo de salientar que isso aconteceu sempre nos últimos cinco anos e deverá repetir-se na presente época de fogos florestais, que, sem contabilizar os deste mês, já vai quase em 70 mil hectares destruídos pelas chamas.

A floresta, que ocupa 38 por cento do território nacional, é constituída, sobretudo, por pinheiro-bravo (31 por cento), eucalipto (21) e sobreiro (23 por cento), naturalmente as espécies mais devastadas pelos incêndios, com destaque para as duas primeiras.

O PIOR DO SUL DA EUROPA

Um relatório da Comissão Europeia ontem divulgado revela que 37% da área ardida em incêndios florestais no Sul da Europa o ano passado foi em território português. O relatório mostra que Portugal é o país que regista maior número de fogos e o que tem menor sucesso no combate aos incêndios florestais. Enquanto a Espanha, França, Grécia e Itália tiveram em 2004 um total de área ardida inferior à média dos últimos 25 anos, Portugal foi o único Estado-membro onde o fogo consumiu mais floresta do que a média anual desde 1980. A Comissão Europeia apoia, através do Centro Comum de Investigação, os esforços dos Estados-membros para controlar os fogos graças à previsão dos riscos efectuada pelo sistema europeu de informação sobre fogos florestais, que já no início deste ano revelava que a situação iria ser “crítica”.

CALOR VOLTA A APERTAR

A partir de hoje e até à próxima segunda-feira as temperaturas do ar voltam a subir, com especial incidência nas regiões do Centro e Sul, bem como no Interior. Aumenta assim o risco da ocorrência de incêndios florestais.

Segundo revelou ao CM o técnico de serviço, ontem à tarde, no Instituto de Meteorologia (IM), “já durante o dia de hoje o céu vai ficar limpo, o vento moderado de Noroeste e é previsível que a temperatura ultrapasse os 30 graus em algumas zonas do País”.

As temperaturas mais altas em Portugal Continental deverão registar-se em Santarém, com 32 graus centígrados. Faro e Guarda serão as cidades mais frescas com 25 graus.

Deste modo, quanto às previsões meteorológicas para os próximos dias, o Instituto de Meteorologia prevê uma subida das temperaturas máximas, especialmente nas regiões do interior Norte e Centro.

O céu estará geralmente pouco nublado, apresentando-se com períodos de maior nebulosidade nas regiões do Interior durante a tarde.

Hoje e amanhã, o vento – inimigo dos bombeiros no combate aos incêndios – apresentar-se-á em geral fraco (inferior a 20 km/h), predominando de noroeste no Litoral Oeste e de nordeste nas regiões do Interior, soprando moderado (20 a 30 km/h) nas terras altas e, durante a tarde, na faixa costeira ocidental.

Nos próximos dias é ainda previsível o aparecimento de neblina ou nevoeiro matinal.

MÁXIMO EM BRAGANÇA

Bragança é hoje o único distrito do continente a ser apontado com “risco máximo de incêndio” na previsão da Agência para a Prevenção de Incêndios Florestais.

Para Vila Real e Guarda a classe de risco considerada é de “muito elevado”, enquanto Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra e Leiria é “elevado”.

Castelo Branco é o único distrito em que o risco de incêndio florestal é considerado “moderado”.

Para os restantes oito distritos do Continente – Santarém, Portalegre, Lisboa, Évora, Setúbal, Beja e Faro –, e segundo a previsão elaborada pela Agência para a Prevenção de Incêndios Florestais o risco “é reduzido”.

MILITARES COMBATEM CHAMAS

Os 451 militares do Exército envolvidos na prevenção de fogos florestais, através do ‘Plano Vulcano 2005’, detectaram este Verão 148 focos de incêndio e participaram em 45 acções de primeira intervenção de combate às chamas, revela o balanço provisório apresentado pela instituição ontem na Lousã.

Os dados reportam-se ao período entre 1 de Julho e 9 de Agosto, durante o qual os militares fizeram 320 patrulhamentos apeados, mil patrulhas motorizadas e 160 a cavalo.

Quanto ao ‘Plano Lira 2005’, que visa as acções de rescaldo dos fogos florestais, já estiveram envolvidos 2150 militares, em 45 operações de rescaldo e vigilância e oito de apoio logístico. No âmbito deste plano foram reparados e limpos caminhos e aceiros com uma extensão de 200 quilómetros.

Nos dois planos, estão ainda empenhadas dezenas de viaturas, máquinas e cavalos.

http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=169936&idselect=10&idCanal=10&p=94
 

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« Responder #1 em: Agosto 11, 2005, 06:26:13 pm »
por um lado ate e bom se formos a ver nao vi haver nenhum incendio de grandes proporções nessas zonas durante 2 anos, simplesmente porke nao ha nada a arder... assim deixa de se preciso investir em equipamento para os bombeiros e aviões e o $$ vai pos bolços dos taxos deste pais depois de terem recebido as comissoes dos taxos do aluguer de meio aereos...
 

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Rui Elias

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« Responder #2 em: Agosto 12, 2005, 02:47:42 pm »
Infelizmente temos por cá alimárias que acham que Portugal não necessita de meios próprios e prefere alugá-los, e no que conerne ao Air-Crane, por exemplo, acham que Portugal não necessida deles porque gastam muito combustível.

 :roll:

Ou seja:

Para os outros países servem, e para nós não.

Se calhar acham que não vale a pena o investimento, até porque por este andar, dentro de 8 ou 10 anos, já nada haverá para arder, e aí os quarteis de bombeiros até poderão fechar as portas.