O que se poderia ter feito em Portugal...

  • 17 Respostas
  • 14656 Visualizações
*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20230
  • Recebeu: 2983 vez(es)
  • Enviou: 2233 vez(es)
  • +1327/-3461
O que se poderia ter feito em Portugal...
« em: Abril 22, 2009, 03:19:54 pm »
Citar
MKE

Alexandre Beraldi

A Makina ve Kimya Endüstrisi Kurumu (MKE), empresa estatal turca para a produção de armamentos equivalente à nossa IMBEL, compareceu a LAAD2009 apresentando in loco uma grande variedade de armas leves produzidas pela empresa, desde cópias de famosas pistolas, tais como a italiana Beretta 92F e a tcheca CZ 75, até uma cópia da famosa metralhadora de emprego geral alemã MG3 (a famosa MG42 da 2ª Guerra Mundial transformada para o calibre 7,62x51mm OTAN), passando por toda a linha de submetralhadoras e fuzis de assalto roller-lockers da Heckler und Koch., produzidos de maneira licenciada naquele país.

Em posição de destaque no estande se encontrava o fuzil de assalto T50. Este produto é, na realidade, uma reedição do conhecido Heckler und Koch HK33, bem conhecido por estas bandas por se tratar do fuzil de assalto padrão da infantaria da Força Aérea Brasileira. O T50, na forma apresentada na LAAD2009, na verdade traduz-se num HK33 com algumas modificações que objetivam torná-lo uma arma mais atual, mas que não chegam o ponto de aproximá-lo do excelente Heckler und Koch G41.

O T50 tem um comprimento de 920mm e um cano de 390mm, pesando 3,6kg vazio. Funciona através do conhecido sistema de trancamento do ferrolho por roletes (roller-lock) empregado pela grande maioria das armas produzidas pela Heckler und Koch até meados da década de 90 do século passado, sendo alimentado por um carregador de polímero translúcido com capacidade de 30 cartuchos com construção e características muito similares àquelas dos carregadores utilizados pelo fuzil de assalto H&K G36, contando, inclusive, com o sistema de encaixes que permite que se prendam os carregadores lado a lado (stacking). Ele emprega o conhecido seletor de tiro SEF característico das submetralhadoras MP5 de primeira geração e a tradicional alavanca de manejo posicionada na lateral superior esquerda, logo acima do cano, fazendo uso também do conhecido sistema de miras com alça do tipo tambor giratório com quatro posições para diferentes alcances (100, 200, 300 e 400m) e massa fixa protegida "ghost ring". Os detalhes que lhe emprestam um ar de modernidade são o trilho Picatinny localizado sobre a caixa de culatra, que permite o emprego de diversos sistemas de miras óticas diurnas e noturnas, e a coronha fixa com regulagem de comprimento idêntica à do fuzil de assalto HK416. Fica evidente a ausência de alguns detalhes já presentes no antigo G41, e que tornavam esta arma superior ao HK33, tais como o botão de trancamento auxiliar, que permite que seja feito o trancamento do ferrolho manualmente quando sob condições extremas, a tampa da janela de ejeção, que mantém o mecanismo mais protegido dos elementos externos, o retém do ferrolho, que faz com que o ferrolho permaneça aberto após o último disparo do carregador, além do módulo seletor de tiro com as posições segurança, semi-automático, burst e automático.

Até aí não parece uma grande novidade em termos de fuzil de assalto: apenas um HK33 fabricado sob licença na Turquia com algumas poucas modificações para aproximá-lo das armas da atual geração. Mas tudo muda de figura quando descobrimos que a referida arma está sendo oferecida para ser produzida sob licença pela ARES do Brasil, juntamente com a cópia licenciada da submetralhadora Heckler und Kock MP-5 A3, para atender ao eventual programa de substituição dos fuzis FAL do Exército Brasileiro.

Os preços anunciados pela MKE são de US$ 1.200,00 para o T50 e US$ 1.000,00 para a MP-5 A3, ou seja, metade do que se pagaria pelos originais fabricados na Alemanha


Crédito das fotos: Alexandre Beraldi



Lateral direita do fuzil de assalto T50.


Lateral esquerda do fuzil de assalto T50.


Fuzil de assalto T50 e submetralhadora MP-5 A3, armas da MKE a serem produzidas no Brasil pela ARES.


Pistola Yavuz 16 Regard, cópia da italiana Beretta 92F.


Pistola Yavuz 16 Bora, uma interessante versão da Beretta 92F com a parte superior do ferrolho fechada.


Fuzis de assalto G3 fabricados pela MKE.


Metralhadora MG3 fabricada pela MKE.


 :arrow: http://www.defesanet.com.br/01_lz/laad2 ... 20_mke.htm
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20230
  • Recebeu: 2983 vez(es)
  • Enviou: 2233 vez(es)
  • +1327/-3461
(sem assunto)
« Responder #1 em: Abril 22, 2009, 03:24:29 pm »
Agora já é tarde demais, a maquinaria foi vendida a uma empresa Norte-Americana e preparamo-nos para receber uma nova espingarda-automática (será para breve?), que será construida no estrangeiro. Vamos gastar o dinheiro e iremos ajudar outro país a manter os postos de trabalho por lá.

É pena... :(
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18215
  • Recebeu: 5500 vez(es)
  • Enviou: 5874 vez(es)
  • +7131/-9516
(sem assunto)
« Responder #2 em: Abril 23, 2009, 10:28:49 am »
bem vindo a Portugal...
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 7484
  • Recebeu: 962 vez(es)
  • +4582/-871
(sem assunto)
« Responder #3 em: Maio 20, 2009, 07:58:04 pm »
Por acaso não se podia ter feito por uma razão.

O exército turco, chegou a contar com 500.000 homens e o numero de efectivos que ainda hoje mantém justificaria a existência de uma ou mais industrias de armas ligeiras.

Uma linha de montagem tem que funcionar permanentemente e não apenas quando o exército do país precisa de fazer uma encomenda. Não podemos parar a linha de montagem quando a encomenda é fornecida.

O tamanho das forças armadas turcas, não só o exército como as forças militarizadas é tal que justifica o investimento nas linhas de montagem e na modernização das armas, porque isso permite após o fornecimento do último lote, começar um novo ciclo para substituir novamente as armas mais antigas.

Não devemos esquecer a dimensão do país que temos.
Muitas industrias como a Turca, nunca poderiam existir se não fosse o mercado interno.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

*

JLRC

  • Investigador
  • *****
  • 2505
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +4/-85
(sem assunto)
« Responder #4 em: Maio 20, 2009, 10:20:37 pm »
Eu penso que deveríamos anular o concurso das armas ligeiras e entrar em conversações com a FN e fazer um ajuste directo para comprar a SCAR e a MINIMI que seriam fabricadas na fábrica da FN em Portugal.
 

*

papatango

  • Investigador
  • *****
  • 7484
  • Recebeu: 962 vez(es)
  • +4582/-871
(sem assunto)
« Responder #5 em: Maio 20, 2009, 10:57:21 pm »
seria uma opção com alguma lógica, considerando a existência de uma linha de montagem.
Mas estaria a linha de montagem adaptada para produzir esses modelos ou seria necessária uma nova linha de montagem ?

Nesse caso, a arma ficaria mais cara por causa disso, criavam-se mais alguns postos de trabalho que depois tinham que ser desativados com o fim da encomenda.

A industria militar está numa situação complicada em toda a Europa

Ainda há dias no Prós e Contras da RTP se falava nisso. A Europa está completamente dependente dos Estados Unidos e paga muito pouco pela sua defesa, dependendo absolutamente dos Estados Unidos.
Além de gastar relativamente pouco dinheiro com a defesa, a multiplicação de programas entre todos os países da Europa acaba tornando o investimento ainda menos produtivo.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

*

Chicken_Bone

  • 488
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #6 em: Maio 20, 2009, 11:09:12 pm »
De facto, os EUA dominam as indústrias de defesa. No entanto, nós (europeus) também temos tido sucesso em vários equipamentos. Um dos casos é a britânica BAE Systems que é a 2º ou 3º maior empresa mundial ligada à indústria; se bem que uma parte significativa das vendas seja para a américa do norte.
do mesmo modo, o Reino Unido tem a  2º ou 3º maior ind. de defesa mundial.

Quanto aos programas dos vários países de Europa, tem-se vindo a endereçar isso através do seguinte: http://en.wikipedia.org/wiki/European_d ... rocurement
"Ask DNA"
 

*

oultimoespiao

  • Perito
  • **
  • 468
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +8/-0
(sem assunto)
« Responder #7 em: Maio 22, 2009, 02:30:18 am »
Citação de: "Chicken_Bone"
De facto, os EUA dominam as indústrias de defesa. No entanto, nós (europeus) também temos tido sucesso em vários equipamentos. Um dos casos é a britânica BAE Systems que é a 2º ou 3º maior empresa mundial ligada à indústria; se bem que uma parte significativa das vendas seja para a américa do norte.
do mesmo modo, o Reino Unido tem a  2º ou 3º maior ind. de defesa mundial.

Quanto aos programas dos vários países de Europa, tem-se vindo a endereçar isso através do seguinte: http://en.wikipedia.org/wiki/European_d ... rocurement


Conheco muito bem esta empresa, Ja tive muito envolvimento com ela! Alias ha duas fabricas aqui bem perto de mim e sei que ha muitos engenheiros portugueses a trabalhar para ela! O que eles fornecem as forcas armadas americanas tem que ser feito na america! Por isso penso que tem mais empregados na america que na GB
 

*

Chicken_Bone

  • 488
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #8 em: Maio 22, 2009, 02:59:49 pm »
Costumo lidar com a BAE, mas não a conheço bem. Só mais a sua organização (ou falta dela :D ).

Imagino que deva haver eng. portugueses a trabalhar para ela, pelo menos cá. No entanto, a entrada está um pouco limitada a quem consegue ter um nível de segurança.

Quanto às armas, há esse problema, já que os ameriqueines são uns maricas paranóicos. Lá têm o seu super ITAR, que é dificil de conhecer ou interpretar.
A nível de Defesa, parece que é quase sempre necessário ter um "nativo" encarregue dos projectos.
"Ask DNA"
 

*

oultimoespiao

  • Perito
  • **
  • 468
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +8/-0
(sem assunto)
« Responder #9 em: Maio 26, 2009, 01:39:21 am »
Citação de: "Chicken_Bone"
Costumo lidar com a BAE, mas não a conheço bem. Só mais a sua organização (ou falta dela :D ).

Imagino que deva haver eng. portugueses a trabalhar para ela, pelo menos cá. No entanto, a entrada está um pouco limitada a quem consegue ter um nível de segurança.

Quanto às armas, há esse problema, já que os ameriqueines são uns maricas paranóicos. Lá têm o seu super ITAR, que é dificil de conhecer ou interpretar.
A nível de Defesa, parece que é quase sempre necessário ter um "nativo" encarregue dos projectos.


e?
 

*

Nuno Calhau

  • Perito
  • **
  • 342
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #10 em: Maio 26, 2009, 02:24:30 pm »
Citação de: "papatango"
Por acaso não se podia ter feito por uma razão.

O exército turco, chegou a contar com 500.000 homens e o numero de efectivos que ainda hoje mantém justificaria a existência de uma ou mais industrias de armas ligeiras.

Uma linha de montagem tem que funcionar permanentemente e não apenas quando o exército do país precisa de fazer uma encomenda. Não podemos parar a linha de montagem quando a encomenda é fornecida.

O tamanho das forças armadas turcas, não só o exército como as forças militarizadas é tal que justifica o investimento nas linhas de montagem e na modernização das armas, porque isso permite após o fornecimento do último lote, começar um novo ciclo para substituir novamente as armas mais antigas.

Não devemos esquecer a dimensão do país que temos.
Muitas industrias como a Turca, nunca poderiam existir se não fosse o mercado interno.




Concordo em parte com o seu ponto de vista.

Contudo, lembre-se que nós não necessitávamos ter de partir do zero (como agora iria acontecer com a pseudo reactivação da industria em Portugal), se os dirigentes políticos têm sabido lidar com a nossa indústria de armamento, aproveitando para o efeito toda a experiencia anterior, desenvolvendo novos produtos e encontrando novos mercados.
As exportações de material de guerra destinaram-se sempre à exportação, sendo o consumo interno o proveito desse fabrico para o exterior.

A título de exemplo, no ano de 1984 as exportações atingiram 83.7%, com o proveito de muitos milhares de milhões de escudos.
A países tão variados como surpreendentes...

Portanto esse sentimento de "tamanho" nada significa, basta observar o que se passa na Bélgica com um terço da nossa área geográfica.


Um abraço.
 

*

Three Of Five

  • Membro
  • *
  • 44
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-2
(sem assunto)
« Responder #11 em: Maio 29, 2009, 12:00:51 pm »
Citação de: "papatango"
Por acaso não se podia ter feito por uma razão.

O exército turco, chegou a contar com 500.000 homens e o numero de efectivos que ainda hoje mantém justificaria a existência de uma ou mais industrias de armas ligeiras.

Uma linha de montagem tem que funcionar permanentemente e não apenas quando o exército do país precisa de fazer uma encomenda. Não podemos parar a linha de montagem quando a encomenda é fornecida.

O tamanho das forças armadas turcas, não só o exército como as forças militarizadas é tal que justifica o investimento nas linhas de montagem e na modernização das armas, porque isso permite após o fornecimento do último lote, começar um novo ciclo para substituir novamente as armas mais antigas.

Não devemos esquecer a dimensão do país que temos.
Muitas industrias como a Turca, nunca poderiam existir se não fosse o mercado interno.



Mais uma vez falta imaginação. Porque razão a indústria de armamento só pode produzir para o exército?  Existem forças como a PSP. GNR e Bombeiros que precisam constantemente de equipamento e por isso recorrem frequentemente à índústria civil com todas as suas desvantagens.  Penso que a indústria militar é estratégica para qualquer país e pode fácilmente ser reconvertida em indústria civil e vice versa, basta existir vontade para isso e não ceder aos mercenários da economia preocupados com o lucro imediato esquecendo quem vive dessa indústria, como já é hábito
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20230
  • Recebeu: 2983 vez(es)
  • Enviou: 2233 vez(es)
  • +1327/-3461
(sem assunto)
« Responder #12 em: Maio 29, 2009, 12:25:03 pm »
Bombeiros e policias com Espingardas-automáticas? Explique melhor a sua idéia para eu conseguir perceber.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

Three Of Five

  • Membro
  • *
  • 44
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-2
(sem assunto)
« Responder #13 em: Maio 29, 2009, 12:50:29 pm »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Bombeiros e policias com Espingardas-automáticas? Explique melhor a sua idéia para eu conseguir perceber.


Polícias, sim, porque não?  Os assaltantes já tem melhor armamento do que o que eles tem agora.......

Quanto aos bombeiros estva a pensar mais em viaturas de combate adaptadas...
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20230
  • Recebeu: 2983 vez(es)
  • Enviou: 2233 vez(es)
  • +1327/-3461
(sem assunto)
« Responder #14 em: Maio 29, 2009, 02:23:50 pm »
A PSP já não tem espingardas-automáticas excepto na UEP/GOE. Foi uma decisão tomada à anos.

Veiculos? Bem aí já são outros tantos e pelo que eu tenho visto à excepção de umas viaturas adaptadas da Mitsubichi, não estou a ver mais hipóteses na pouca industria automóvel em Portugal haver veiculos adaptáveis aos bombeiros.

Em Portugal o que não falta é empresas para adaptação de viaturas aos bombeiros:

 :arrow: http://www.guianet.pt/vcat/6660/viatura ... eiros.html
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.