Lucro das empresas públicas cresceu 4 vezes

  • 2 Respostas
  • 3126 Visualizações
*

comanche

  • Investigador
  • *****
  • 1779
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-0
Lucro das empresas públicas cresceu 4 vezes
« em: Junho 01, 2007, 12:19:11 am »
Citar
Os lucros das empresas públicas mais que quadruplicaram no ano passado, face a 2005. Os números já disponíveis para a maioria das empresas do Estado indicam que os resultados líquidos saltaram 371% de 184 milhões de euros em 2005 para cerca de 868 milhões de euros no ano passado.

Esta soma diz respeito aos resultados de 36 das cerca de 48 empresas públicas que constam da lista que a Direcção-Geral do Tesouro divulgou esta semana no site. Já estão disponíveis os dados relativos às principais empresas públicas, com a excepção da CP que é tradicionalmente a recordista em prejuízos.

Embora os resultados operacionais também tenham tido uma evolução positiva, da ordem dos 50%, está muito aquém da melhoria dos lucros.

Olhando com mais detalhe para a performance empresa a empresa, é possível concluir que esta melhoria dos lucros, embora também se deva a um esforço na redução de prejuízos de sociedades cronicamente deficitárias, é sobretudo explicada pelo forte aumento dos resultados em dois casos. Caixa Geral de Depósitos e a Parpública juntas apresentam lucros superiores a 1,3 mil milhões de euros que cobrem à vontade os prejuízos nas empresas deficitárias. Mas enquanto que na Caixa, os lucros reflectem um desempenho mais positivo do banco, na Parpública a subida dos resultados é explicada pelo reforço da sua carteira de participações (ver texto ao lado) em empresas que também aumentaram os lucros. Por outro lado, a holding tem ganhos contabilísticos com as operações de privatizações ao vender em bolsa empresas como a Galp e a Portucel a um preço superior ao registado no seu balanço.

Refer lidera prejuízos

A contenção de prejuízos é visível em empresas como a RTP e o Metropolitano de Lisboa que diminuíram as perdas em 22% e cerca de 10%, respectivamente. Já os CTT quase quadruplicaram o lucro. Do outro lado, estão empresas como a Metro do Porto e a Refer (Rede Ferroviária Nacional) que agravaram os prejuízos em 70% e 25%, respectivamente. A Águas de Portugal que por causa de uma provisão para pensões na Epal e das perdas no mercado internacional passou de lucros para prejuízos.

A Refer lidera a lista dos prejuízos com 201,7 milhões de euros, pelo menos enquanto não são conhecidos os resultados da sua cliente CP que, em 2005, perdeu 197 milhões de euros.

Outra conclusão da análise dos dados é a de o passivo global do sector empresarial do Estado cresceu cerca de 10% ou mais 11 mil milhões de euros para 115,6 mil milhões de euros. No entanto, este valor, que representa 75% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2006 é em grande parte explicado pelo passivo da Caixa Geral de Depósitos superior a 92 mil milhões de euros que cobre as responsabilidades do crédito aos clientes pelo maior banco nacional. Sem a Caixa, o passivo das empresas não financeiras cresceu 11% para 24,5 mil milhões de euros.

Menos 3,7% de empregos

Ainda no ano passado, as mais de 30 empresas analisadas, reduziram em cerca de 3,7%, ou 2166 o número de postos de trabalho, chegando a Dezembro com um número médio de 56708 pessoas. Apesar desta diminuição, ou talvez também por causa dela, os custos com o pessoal subiram 5,8% para 2,385 mil milhões de euros. Isto porque alguns encargos com a saída de efectivos como indemnizações podem onerar os custos com o pessoal numa primeira fase.

No ano passado, o volume de negócios destas 36 empresas que operam desde o sector financeiro às infra-estruturas e serviços básicos, passando pelos transportes, cresceu 19% para 12,8 mil milhões de euros. |



Valerá a pena privatizar as empresas publicas que dão grandes lucros ao estado?
http://dn.sapo.pt/2007/05/31/economia/lucro_empresas_publicas_cresceu_4_ve.html
« Última modificação: Junho 01, 2007, 01:03:04 am por comanche »
 

*

lurker

  • Perito
  • **
  • 427
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #1 em: Junho 01, 2007, 12:50:43 am »
A meu ver, isso é a pergunta errada.

Uma empresa pública é um dos mecanismos legais através dos quais o Estado fornece aos seus cidadãos um serviço.
Se esse serviço puder ser melhor fornecido através de empresas privadas, sujeitas a concorrência *efectiva*, então o Estado deve retirar-se do mercado.

Por exemplo, acho que o Estado não tem nada que deter um banco hoje em dia e devia de privatizar a CGD.
Já quanto aos CTT, tenho dúvidas...
 

*

comanche

  • Investigador
  • *****
  • 1779
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #2 em: Agosto 01, 2007, 11:37:47 pm »
Lucro da CGD subiu 26% no primeiro semestre


Citar
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) obteve um resultado líquido consolidado de 489,7 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que representa um aumento de 26,0 por cento, face ao período homólogo de 2006.


A progressão do produto da actividade (bancária e seguradora) e o crescimento dos resultados em operações financeiras destacam-se nos resultados semestrais do Grupo CGD, hoje divulgados.

O produto da actividade somou 1.709,5 milhões de euros, mais 23,0 por cento que no primeiro semestre de 2006, com a margem financeira alargada, principal componente, a crescer 22,5 por cento, ascendendo a 999,5 milhões de euros.

A margem complementar, por seu turno, alcançou 378,5 milhões de euros, uma subida de 28,9 por cento, destacando-se aqui o crescimento nos resultados em operações financeiras, com mais 68,0 milhões de euros.

As comissões líquidas aumentaram 11,3 por cento, para 185,3 milhões de euros.

Nos impostos sobre lucros, o valor do imposto total foi de 114,2 milhões de euros, mais 2,2 por cento que no primeiro semestre de 2006, o que representa uma taxa de tributação de cerca de 18,9 por cento, adiantou a CGD nos resultados apresentados ao mercado em comunicado divulgado através da CMVM.

O activo líquido ascendeu a 99,6 mil milhões de euros, a que equivale um aumento de 11,9, com os recursos totais captados pelo Grupo a somarem 86,5 mil milhões de euros, progredindo 7,7 por cento.

O crédito a clientes (bruto) cresceu 16,2 por cento para 62,3 mil milhões de euros, tendo o crédito à habitação em Portugal aumentado 5,6 por cento, elevando-se a 29,9 mil milhões de euros.

A rendibilidade bruta dos capitais próprios (ROE) situou-se em 25,3 por cento, (20,7 por cento após impostos) contra 24,6 por cento no primeiro semestre doa ano passado (19,2 por cento depois de impostos), especifica o banco estatal.

Rácio de eficiência (cost to income) melhorou 7,7 pontos, baixando de 55,8 por cento para 48,1 por cento.