O emprego dos morteiros orgânicos no apoio às missões táticas dos Batalhões de Infantaria Paraquedista.
Possíveis tendências de evolução.Maj Inf Vitor Fernandes
Finalidade Com este artigo pretende-se presentar o apoio de fogos indiretos nos Batalhões de Infantaria Paraquedistas (BIParas) e contri¬buir para o debate sobre o emprego dos morteiros nas Companhias e Batalhões de Infantaria na conflitualidade atual.
Conceito Operacional O ambiente operacional é uma combinação de condições, circunstancias e influencias que afetam as decisões táticas e o em¬prego dos morteiros. Inclui as forças amigas, a força opositora e as forças neutrais bem como a compreensão da envolvente física, o governo, a tecnologia, os recursos locais, a cultura e a população onde se desenvolve a operação.
O conceito operacional do Exército visa a condução de operações em todo o espetro do conflito. A execução de ope-rações em todo o espetro exige a capacidade para combinar, de forma simultânea, todo o tipo de operações ofensivas, defensivas, de estabilização e de apoio civil. Para garantir a capacidade expedicio¬nária, as forças terrestres devem dispor de um conjunto de forças equipadas e treinadas para que, dentro dos prazos estabelecidos, possam ser projetadas para fazer face aos compromissos assumi¬dos e também a situações imprevistas. A Brigada de Reação Rápida (BrigRR) pode ser empenhada em todo o espectro de missões e cenários que requeiram forças ligeiras, incluindo o empenhamento contra ameaças assimétricas ou o combate ao terrorismo; deverá estar apta a constituir a base de um Battlegroup, integrar uma NATO Response Force (NRF), ou em situações excecionais, ser empenhada de forma autónoma. A BrigRR é a grande unidade do Sistema de Forças Nacional (SFN) que garante ao Exército a Capacidade de Reação Rápida. A maior probabilidade de emprego da BrigRR será em missões no âmbito das crisis response operations (CRO), non-combatant evacuation operation (NEO), Cooperação Técnico-Militar (CTM) e em Outras Missões de Interesse Publico (OMIP). Consi-derando ainda a forma de atuação desta Brigada, podemos inferir que a participação da BrigRR nesta tipologia de missões será previ¬sivelmente através de forças de escalão Batalhão ou Companhia, tal como tem vindo a acontecer desde 1996, embora tal não signifique que não possa ser empenhada como um todo neste ou noutro tipo de operações.
O BIPara O 1º Batalhão de Infantaria Paraquedista tem como missão, “prepara-se para conduzir operações de combate convencionais em áreas sensíveis ou negadas, através de operações de assalto aé¬reo por salto em paraquedas ou desembarque de assalto. Quando reforçado com meios de apoio adicionais, executa todo o espectro de missões atribuíveis a um Batalhão de Infantaria. À ordem, conduz tarefas no âmbito das Missões de Interesse Público”. O 1BIPara, alter¬nadamente com o 2BIPara, assumem a missão de Componente Ter¬restre da Força de Reação Imediata (LCC/FRI) por períodos de um ano. Enquanto núcleo inicial da LCC/FRI, O 1BIPara “prepara-se para, no prazo de 5 dias, ser projetado para participar em operações de evacuação de cidadãos nacionais em áreas de tenção ou crise, em missões decorrentes de acidente grave, catástrofe ou calamidade em TN e em missões de apoio a assistência humanitária no Espaço Estratégico de Interesse Nacional (EEIN)”.
Através do despacho de 02DEC09 do SEXA GEN CEME foi aprovado o atual quadro Orgânico do 1BIPara (QO 24.0.21) e através do despacho de 07NOV11 do SEXA GEN CEME foi extinta a Sec¬ção de Manutenção do Batalhão. O 1BIPara é constituído por um Comando e respetivo Estado-Maior, uma Companhia de Comando e Apoio, agregando as valências das extintas Companhias de Co¬mando e Serviços e da Companhia de Apoio de Combate, e três Companhias de Paraquedistas.
Está preparado para conduzir toda a tipologia de operações no âmbito da Infantaria em todo o espectro de operações militares, nomeadamente:
Conduzir operações de assalto aéreo através de salto tático em para-quedas (desembarque aéreo) ou aterra¬gem de assalto, em todo o tipo de conflito, qualquer tipo de terreno e condições meteorológicas, explorando a mobilidade estratégica e velocidade de reação;
Conduzir ações apeadas e/ou montadas de alta agres¬sividade, através da concentração de potencial contra forças blindadas, mecanizadas ou apeadas com meios de fogos diretos e indiretos;
Conquistar e manter a posse de terreno importante e pontos sensíveis e preparar posições defensivas para garantir a sua defesa, normalmente até à junção com outras forças terrestres;
Reforçar forças cercadas ou apoiar a operação de rutu¬ra de cerco;
Conduzir Operações de aquisição de informações;
Conduzir Golpes de Mão a Postos de Comando, Bases de Fogos, Linhas de Comunicações ou instalações Admi-nistrativa-logísticas;
Conduzir ataques na retaguarda de posições inimigas ou impedir o empenhamento de reservas;
Conduzir operações de resposta a crises (CRO);
Participar em operações de combate ao terrorismo e outras ameaças assimétricas;
Participar nas diferentes fases de empenhamento dos Planos do Exército no âmbito das Outras Missões de Interesse Público (OMIP) e em projetos de cooperação técnico-militar.
Apoio de fogos nos BIParas No âmbito da atuação, missões e tarefas das unidades de Tropas Especiais, as Forças Paraquedistas são forças de infantaria ligeira, vocacionadas para as operações convencionais, carateri¬zando-se pela concentração de potencial de combate, rapidez na ação e flexibilidade, dotadas de capacidade de inserção no Teatro de Operações (TO) através de salto em paraquedas. As operações aerotransportadas são as operações por “excelência” dos BIParas, constituindo-se estes como o escalão preferencial de emprego das Forças Paraquedistas. Estas são o tipo de operações para as quais estão primariamente vocacionados e nas quais se consegue ren¬tabilizar plenamente as suas capacidades e potencial de combate. Dependentes do meio aéreo para o seu transporte, apoio de combate e apoio logístico, as forças de uma operação aerotransportada são sempre empregues num quadro Con¬junto. Este aspeto constitui a característica fundamental de toda a operação.
Apesar de ser possível realizar lançamentos de âmbito limitado sem superioridade aérea, as unidades ae¬rotransportadas são altamente vulneráveis durante o deslo¬camento para as zonas de lançamento. Por essa razão, as defesas aéreas inimigas devem ser suprimidas ou neutra¬lizadas durante o período dos lançamentos das unida¬des. As Operações Aerotransportadas necessitam de superioridade aérea local, logo o apoio aéreo para a projeção da força é fundamental.
Após a chegada da força ao terreno, o Batalhão dispõe inicial¬mente dos seus morteiros orgânicos (60 mm e 81 mm) e posteriormente de fogos de artilharia e fogos navais. Durante o assalto aerotransportado o espaço aéreo sobre a Zona de Lan¬çamento (ZL) é utilizado por um volu¬me significativo de aeronaves tornan¬do crítica a gestão do espaço aéreo. A componente aérea é o principal meio de emprego de fogos da primeira parte das operações terrestres. O emprego de fogos de artilharia naval, se estiver disponível, pode também vir a ser utilizado. A artilharia e os morteiros orgânicos só estão, normalmente, disponíveis algum tempo depois do início do assalto. O planeamento e a coorde¬nação do emprego de fogos durante o deslocamento aéreo e nos fogos de preparação para o assalto são da res¬ponsabilidade da força conjunta que planeia os fogos de supressão das defesas aéreas inimigas (SEAD) ao longo da rota de voo e na área do objetivo. Uma vez em terra, as posições amigas terão prova¬velmente sido referenciadas. O oficial de apoio de fogos das forças aerotransportadas garante que os bombardeamentos aéreos de preparação são planeados para posições inimigas na área do objetivo.
À chegada do escalão de assalto, o emprego de artilharia na cabeça-de-ponte aérea é limitado. Consequentemente, o maior volume de fogos é fornecido pelo apoio aéreo, morteiros orgânicos ou pelos fogos navais se disponíveis.
O apoio aéreo tático, morteiros e alguma artilharia, poderão ser os fogos disponíveis até estar concluída a reorganização. Os
fogos navais, quando disponíveis e dentro do alcance, são de con¬fiança, precisos, e proporcionam grande volume de fogos. Poderá estar também disponível a artilharia das forças com as quais se fará a junção.
Após a reorganização do Batalhão, e para o cumprimento da tipologia de missão atribuída, o Cmdt dispõe primariamente dos seus fogos orgânicos, podendo ou não contar também com fogos de artilharia, navais e aéreos.
O Pelotão de Morteiros garante ao Batalhão o mais eficaz apoio de fogos indiretos disponíveis. A sua missão é a de garantir um apoio de fogos contínuo e imediato às unidades de manobra. O Pelotão de Morteiros cumpre a sua missão, através de: Forçando as forças blindadas inimigas a fechar as suas escotilhas; Fazendo a supressão das unidades inimigas e cegando-as; Destruindo os atira¬dores inimigos desmontados; Fornecendo iluminação à noite; Des¬truindo ou suprimindo as defesas aéreas ou as armas anticarro do inimigo.
Quando o Pelotão não se divide, todos os morteiros res¬pondem às missões de tiro em apoio de Batalhão como um todo. As Secções podem estar dispersas, por razões de segurança e para evitarem os fogos indiretos do inimigo. Quando o Pelotão se subdivi¬de em dois núcleos, cada núcleo responde aos pedidos de tiro do(s) elemento(s) de manobra a quem foi dado em apoio. O emprego por núcleos pode também ser utilizado quando a zona de ação ou sec-tor do Batalhão é demasiado extenso para que o Pelotão os possa cobrir a partir de uma única posição. Cada núcleo é colocado numa posição a partir da qual melhor possa colocar os seus fogos na área de responsabilidade da unidade apoiada.
Como elemento orgânico, de apoio de fogos indiretos, do Batalhão, o Pelotão de Morteiros apoia todos os elementos de ma¬nobra do Batalhão (incluindo unidades em reforço e sob o contro¬lo operacional). O Comandante de Batalhão normalmente atribui a prioridade de fogos, do Pelotão de Morteiros, a uma das suas Companhias. Isto permite ao Comandante de Batalhão ficar com um controlo centralizado, tornando o apoio de fogos a uma Com¬panhia, mais eficaz.
Dada a prioridade de fogos, o Pelotão deve posicionar-se por forma a garantir o apoio à unidade a quem foi dada essa prio¬ridade. Os pedidos de tiro feitos pela unidade com prioridade de fogos são automaticamente satisfeitos. Quando é atribuída a priori¬dade a um objetivo, o Pelotão de Morteiros, entre cada missão, co¬loca as suas armas com os elementos de tiro necessários a garantir um apoio imediato.
As três armas por secção das secções de morteiros ligeiros e as quatro armas do Pelotão de morteiros médios permitem garantir mis¬são e tarefas a desempenhar.
As secções de morteiros ligeiros das Companhias de Para¬quedistas, atuando em proveito direto do Cmdt de Companhia, e o Pelotão de morteiros médios da Companhia de Comando e Apoio, atuando em proveito do BIPara como um todo, constituem-se como um meio orgânico fundamental de apoio de fogos indiretos aos co¬mandantes das unidades de manobra. A sua elevada cadência de tiro aliada à sua capacidade única de bater ângulos mortos, resultado das altas trajetórias de tiro que pode conseguir, faz dos morteiros um elemento fundamental de apoio ao conceito de operação dos Cmdt das unidades de manobra.
The mission of the mortar platoon is to provide close and immediate indirect fire support for the maneuver battalion and com¬panies1.
Para os fogos de morteiros serem efetivos é fundamental a sua observação e regulação pelo que os Observadores Avançados (OAV) deverão estar devidamente treinados e integrados na ma¬nobra do Batalhão. Quando esta observação pelos OAV não seja possível por razoes de terreno ou distancia, deverá ser conseguida por outros meios disponíveis, nomeadamente por observação aé¬rea, radar ou pelo som.
O Pelotão de Morteiros Médios da Companhia de Coman¬do e Apoio é constituído por um Comando de Pelotão e duas Sec¬ções de morteiros médios, tendo cada secção dois morteiros 81 mm por um Cabo apontador e 2 operadores de morteiro, municiador e remuniciador. Esta guarnição tem de transportar além do material individual de combate orgânico, o morteiro e respetivas munições (2/3 Days of Supply- (DOS)), consoante a missão.
O Morteiro 81 mm L16 A2 é uma arma coletiva, de tiro curvo que pode ser utilizada na ofensiva e na defensiva para execução de barragens e destruição de abrigos e resistências que se revelem no decurso do ataque. Tirando partida da sua principal característica, a curvatura da sua trajetória, pode fazer tiro por cima das Nossas Tropas (NT) e bater facilmente os objetivos desenfiados ou situados em contraencosta que as armas de tiro tenso não podem atingir. O Morteiro 81 mm L16 A2, é uma arma portátil especialmente conce¬bida para ser utilizada por forças que necessitam de grande mobi¬lidade.
As secções de morteiros ligeiros das Companhias de Pa¬raquedistas são constituídas por um comando de secção e três es¬quadras de morteiros ligeiros, cada uma com um morteiro 60 mm Tampella C-06, sendo a guarnição de cada arma constituída por 3 militares, por um Cabo apontador e 2 operadores de morteiro, muni¬ciador e remuniciador, tal como no morteiro 81 mm L16 A2 .
O Morteiro 60 mm Tampella C-06 é uma arma coletiva de tiro curvo, que pode ser utilizada quer na ofensiva quer na defensiva, contra pessoal desabrigado e material ligeiro. O Morteiro 60 mm Tampella C-06 foi concebido para ser empregue em qualquer fase e tipo de combate terrestre, em qualquer tipo de terreno e condições meteorológicas. A leveza dos materiais, a facilidade de transporte, a rapidez da entrada em posição, simplicidade do manuseamento e a sua grande precisão, permite a esta arma alcançar um grande volume de apoio de fogos a pequenas unidades sem restringir a sua mobilidade. Este morteiro pode ser empregue por tropas de infanta¬ria, tropas aerotransportadas bem com tropas mecanizadas quando montado em viaturas blindadas.
O Morteiro 60 mm Tampella C-06 pode utilizar todo o tipo de granadas do Morteiro 60 mm M-64, em uso no Exército Português, mantendo os alcances e raios de ação das mesmas (o alcance varia entre os 200 e 1800 m). Contudo, o Morteiro 60 mm Tampella C-06 obtém o seu alcance máximo de 4000 m, utilizando as granadas aprovadas pela empresa de fabrico da arma.
O apoio de fogos em países aliados e amigos O Exército Inglês O Exército Inglês não tem morteiro 120 mm, apenas mortei¬ro 51 mm ou 60 mm e morteiro 81 mm. Pretendem manter o apoio de morteiros simples e dentro dos seus limites de Batalhão sem ne¬cessidade de integração; Garantir o apoio de fogos integral ao Ba¬talhão, em alcance, flexibilidade, ritmo de tiro e letalidade, com gra¬nadas de fumos, Explosivas (HE) e iluminantes; Ser projetáveis com a força, ligados a outros apoios, e manter a capacidade de supressão de áreas objetivo e não bater objetivos pontuais; O Batalhão tem um Pelotão de morteiros com 3 armas por secção para garantir re¬dundância e apoio à manobra por lanços. Os Paraquedistas apenas têm 2 Secções; Garantem 4 equipas de OAV, 1 por Companhia e 1 no Pelotão de Reconhecimento; Apostam no morteiro 81 mm L16 por ser eficaz, flexível, fiável e sustentável; Pretendem um morteiro pro¬jetável com a força, ligado a sensores, precisão, efeitos e mobilidade tática; Apostam nos sistemas automáticos de comando e controlo, de localização de objetivos e aparelhos de pontaria.
O Exército Italiano No Exercito Italiano os morteiros são da Infantaria, exceto na Brigada Paraquedista e na Brigada de Montanha onde têm o mor¬teiro 120mm na Artilharia. Tinham morteiros 60 mm e 120 mm nos Batalhões; pretendem passar o morteiro 120 mm para a Artilharia; consideram critico o morteiro 60 mm nos pelotões (no Afeganistão 50 % dos fogos de morteiro foram iluminantes); assumem o morteiro 81 mm L16 como a arma mais adequada para a Infantaria e que é necessário computador balístico para o morteiro 81 mm L16, integra¬do no sistema de comando e controlo da Artilharia e do Exército; o Batalhão tem 3 Companhias de manobra e uma de apoio com o morteiro 120 mm (novo); as Companhias têm 3 Pelotões de manobra e um Pelotão de morteiros com o morteiro 81 mm L16; os Pelotões são a 3 Secções e uma Secção de apoio com morteiro 60 mm.
O Exército Francês No Exercito Francês o morteiro 120 mm foi retirado para a Artilharia e têm nas Companhias o morteiro 81 mm (2 morteiros por Companhia). Têm o morteiro 120 mm no Regimento Paraquedista e de Montanha, que é rebocado por Jeep. Estes morteiros estão equipados com novos sistemas óticos.
O Exército Dinamarquês Os Dinamarqueses tem Morteiro 120 mm na Artilharia, a In¬fantaria utiliza apenas o mort 60 mm.
Tendências de evolução Portugal tem neste momento os Contingentes mais significa¬tivos nos Teatros do Kosovo e do Afeganistão, sendo que no Kosovo as Regras de Empenhamento (ROE) não permitem o uso de armas de tiro indireto. O moderno campo de batalha carateriza-se pelo ambiente urbano e pela sensibilidade a danos colaterais. Assim os desafios operacionais são a precisão, a capacidade de produção de objetivos e a autonomia a nível Pelotão.
A QRF/FND/ISAF é uma Unidade de combate, com capaci¬dade para efetuar missões adicionais, tais como, patrulhas de segu¬rança, apoio a eventos governamentais e vigilância/reconhecimento de áreas urbanas. Sempre que solicitado, pode também executar missões de Force Protection a pessoal VIP. No âmbito da missão QRF/FND/ISAF, os Paraquedistas usavam nos pelotões 3 morteiretes 60 mm com granadas iluminantes e HE. Próximo das bases opera-cionais avançadas (FOB), tinham apoio da artilharia instalada nestas e quando afastados das FOB usavam os morteiretes 60 mm como
resposta imediata aos ataques e solicitavam Close Air Support (CAS), que estava disponível em permanência.
A evolução dos sistemas de armas é uma realidade in¬contornavel e inadiavel. No referente a tendências e possibilidades, temos hoje:
Munições com mais alcance e precisão, raio de ação mais eficaz, com menos peso e ruido;
Sistemas automáticos de comando e controlo, de loca¬lização de objetivos e aparelhos de pontaria;
Novos sistemas óticos para os morteiros;
Estacas desmontáveis/articuladas e telas refletoras;
Munições de grande destruição e pequeno raio – me¬nor risco de danos colaterais;
Sistemas de localização e designadores de objetivos;
Novos binóculos com telémetro e maior alcance;
Melhor Formação dos OAV.
Face à tipologia de cenários previstos para o emprego da BrigRR, nomeadamente o dos seus Batalhões atuarem isolados, é necessário dotar a BrigRR de um meio de localização de armas de tiro indireto (morteiros) extremamente ligeiro, portátil (lançado em carga de porta) e que possa detetar os fogos inimigos em 360º.
Paralelamente, a aquisição de radares de localização de ar¬mas do tipo Lightweight Counter Mortar Radar (LCMR) que possa acompanhar e fornecer o apoio às subunidades da BrigRR, bem como fornecer objetivos de contrabateria ao GAC/BrigRR.
O M6C-210 Commando Mortar tem sido amplamente usado no Afeganistão, nomeadamente pelos ingleses. Este mortei¬ro destina-se a destruir o inimigo em terreno aberto, em abrigos e trincheiras, bem como em terreno montanhoso. Esta arma tem reduzidas exigências táticas e logísticas:
Portátil por um soldado;
Alta capacidade de fogo e precisão;
De operação rápida e fácil;
Morteiro apropriado para missões especiais, especial¬mente apto para uso em terreno acidentado;
Todos os tipos de munições 60mm, podem ser dispara¬das desta arma.
A combinação de morteiros de longo alcance com viaturas ligeiras e modernos sistemas de cálculo e controlo de tiro permitem incrementar significativamente a eficácia e a capacidade de respos¬ta e diminuir os danos colaterais.
Das considerações finais da FUTURE MORTAR SYSTEMS, conferência ocorrida em Londres em 30 e 31Out2012, com a presen¬ça de um significativo número de países europeus amigos e aliados, os EUA e o Canadá podemos inferir que relativamente aos morteiros a Infantaria pretende simplicidade e supressão de fogos com mor¬teiros 60 mm e 81 mm.
Conclusões/propostas A BrigRR é a grande unidade do SFN que garante ao Exército a Capacidade de Reação Rápida;
À chegada do escalão de assalto, o emprego de artilha¬ria na cabeça-de-ponte aérea é limitado. Consequente¬mente, o maior volume de fogos é fornecido pelo apoio aéreo, morteiros orgânicos ou pelos fogos navais.
Os BIPara têm 4 morteiros 81 mm LR no Pelotão de morteiros da CCA e uma Secção de morteiros, com 3 morteiros 60 mm Tampella, nas Companhias Paraquedis¬tas;
As três armas por secção e as quatro armas no Pelotão permitem garantir redundância e apoio à manobra por lanços;
A capacidade de projeção com a força, a sua precisão e alcance e a sua simplicidade e portabilidade adequam estes morteiros a forças ligeiras;
À semelhança de outros países congéneres, deve ser equacionada a modernização dos sistemas de armas, aparelhos de pontaria e das respetivas munições, bem como a aquisição de novos morteiros 60 mm (morteire¬te) para os Pelotões, não contemplados no QO 24.0.21 do 1BIPara de 02DEC2009.
Referências
• Lei Orgânica do Exército, aprovada pelo DL N.º 61, de 21de Março de 2006;
• Plano de Médio e Longo Prazo do Exército 2007-2024;
• Force proposals 2008 – Draft para o Infantry Airborne battalion;
• PDE 3-00 Operações, de 30 de Abril de 2012;
• PDE 3-05-00 - Operações Aerotransportadas, de 19 de Novembro de 2012;
• PDE 3-47-17- Morteiros, de Janeiro 2011;
• QO da BrigRR, aprovado em 08 de Julho de 2010;
• Diretiva 01/BrigRR/12, Diretiva do Cmdt da BrigRR para 2012 e 2013;
• QO 24.0.21 do 1BIPara de 02DEC2009;
• Pára-quedista Handbook, do 1BIPara;
• FM 7-90 -Tactical Employment of Mortars;
• FM 23-90 - Mortars;
• FM 23-91 – Mortar Gunnery;
• Relatório Defense IQ Future Mortar Systems Conference, Londres 2012, do TCOR de Artilharia, António José Ruivo Grilo.
http://www.exercito.pt/sites/EPI/Public ... /AZ195.pdf