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Conflitos => Conflitos do Passado e História Militar => Tópico iniciado por: SmokeOn em Março 08, 2009, 08:45:06 pm

Título: O Capitão Júlio da Costa Pinto
Enviado por: SmokeOn em Março 08, 2009, 08:45:06 pm
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi208.photobucket.com%2Falbums%2Fbb206%2Fleoqw%2Fimg111a.jpg&hash=bf1afa59da3d074998cdd5d6f478f8d2)

Cai nas mãos da cambada. Defende-se com loucura, à espadeirada. Um Oficial Superior da Armada (o Comandante Afonso de Cerqueira) olha para aquela valentia quase sobrenatural, reconhece quem é e intervém. Exige aos seus homens e à turba respeito pelo “herói de África”, conforme invoca. “Este homem é um valente! Tem direito à nossa consideração!”. Vai ao encontro de Costa Pinto; toma a iniciativa militarmente inusitada de ser ele (Capitão de Fragata) a prestar continência ao Capitão; não aceita a espada que o outro lhe estende. E um cavalheiro. Como aliás com Ayres de Ornellas e João de Azevedo Coutinho, a quem também rende continência e trata com a maior deferência.
Mas Costa Pinto desvaira. Parte a espada e espezinha-a no chão:

“Só serviu o Rei!”.

(24 de Janeiro de 2009)

Demitido de Oficial do Exército quando Tenente de Infantaria, em 1911, “a bem dos superiores interesses da República”, conforme a folha oficial (apesar de proposto em 1910 para a Torre e Espada, pelo seu desempenho heróico em combate no Sul de Angola); readmitido em 1919 como Capitão, por escassos dias, pela Junta Governativa do Reino, aquando da Monarquia do Norte, e, óbvio, restituído à situação anterior logo de seguida. Foi a sua brevíssima reaparição em uniforme: para combate. Apresentava-se pois socialmente apenas com os apelidos, sem alusão a patente alguma. E nunca requereu a reintegração, como por mais de uma vez lhe foi oferecido no Estado Novo.

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi208.photobucket.com%2Falbums%2Fbb206%2Fleoqw%2Fimg112ab.jpg&hash=92c30a56d15dddb938452a99280cd0e8)
O Hastear da Bandeira em Monsanto, 1919

Todavia, ficou para quase toda a gente, até morrer, “o Capitão Costa Pinto”, dados o passado em África, a valentia que o celebrizou nos combates em Monsanto e a atitude estóica e indomável com que suportou, dali até ao Arsenal de Marinha, as vaias e múltiplas agressões do “povo unido”. Depois de estar montado a cavalo 48 horas, quase sem comer, agarra-se a uma metralhadora e cobre com ela, até esgotar as munições, a retirada dos seus homens. Usa então a pistola e conta os tiros. Já estavam a metros as forças da Marinha e, sobretudo, a massa ululante do “poder popular” do tempo… Reservara o último tiro para ele. Senta-se num tronco de árvore, aponta à têmpora e dispara. Mas, espantosamente, o fulminante não percutiu !

Cai nas mãos da cambada. Defende-se com loucura, à espadeirada. Um Oficial Superior da Armada (o Comandante Afonso de Cerqueira) olha para aquela valentia quase sobrenatural, reconhece quem é e intervém. Exige aos seus homens e à turba respeito pelo “herói de África”, conforme invoca. “Este homem é um valente! Tem direito à nossa consideração!”. Vai ao encontro de Costa Pinto; toma a iniciativa militarmente inusitada de ser ele (Capitão de Fragata) a prestar continência ao Capitão; não aceita a espada que o outro lhe estende. E um cavalheiro. Como aliás com Ayres de Ornellas e João de Azevedo Coutinho, a quem também rende continência e trata com a maior deferência.
Mas Costa Pinto desvaira. Parte a espada e espezinha-a no chão:-”Só serviu o Rei!”. O poder popular (a alfurja, os rufiões de navalha e os vadios, a roupa suja e o hálito de bagaço) excita-se e grita-lhe: -”Viva a República!”. Numa temeridade absurda, ele atira-se ao murro e a pontapé a toda essa gente: -”Viva a Monarquia, seus filhos da puta!”. Ficou enlouquecido de fúria. Não ouve apelos. Parece que, exímio jogador de “savate”, dava pontapés monumentais. Por fim foi dominado, é claro. Por um bom bocado o Comandante Afonso de Cerqueira perde o controlo da situação. O prisioneiro jaz por terra, espancado e golpeado na cabeça, na cara, no peito e nas costas. Cerqueira logra por fim, com forte risco para si próprio, entregá-lo a uma escolta de 1 Cabo da Armada e mais 3 Praças de baionetas caladas, mandando que o levem para o Arsenal, com ordens rigorosas para o defenderem até lá chegar.

Já na Baixa, num destroço e com a farda esfarrapada, em sinal de desprezo o Capitão cuspia sobre a multidão enfurecida o sangue que lhe enchia a boca, insensível aos apelos da pequena escolta, ela própria apavorada apesar das suas espingardas de baionetas caladas. Pedia-lhe o Cabo, que tentava abraçá-lo para o cobrir das agressões e que ia levando pancada pelo meio:
-”Ó senhor Capitão, ao menos não olhe assim para eles !” Ele redarguia-lhe, todo a escorrer sangue:
-”E como é que vocemecê, que é um homem de bem como estou a ver quer que eu olhe para esta canalha ?!”
O bom do Cabo tinha razão. As miradas do Capitão reflectiam um desprezo sem descrição, que destrambelhava a turba.
A multidão berrava-lhe: - “Viva a República!”. Ele, rouquíssimo, respondia:
- “Viva a Monarquia!”. Por fim, já não logrando emitir um som de voz, distribuía amplos “manguitos” para todos os lados…

Conseguiram enfim metê-lo no Arsenal, onde os Oficiais de Marinha presentes, republicanos segundo ele me disse, o resguardaram todavia com a maior urbanidade. Mas houve necessidade de transferi-lo logo para bordo de um navio de guerra surto no Tejo, porque a massa queria invadir o Arsenal e matá-lo. O Oficial de Dia ofereceu-lhe hospitalidade na câmara de bordo. Ele recusou, quis da sopa do rancho e comeu uma dose inacreditável, própria de quem estava mesmo esfaimado. Perante o olhar atónito da marinhagem, engoliu umas após outras 3 terrinas da pesada sopa! Depois pediu uma enxerga, deixou-se cair sem sequer tirar as botas, sem querer receber curativos, e dormiu 48 horas! Respeitaram-lhe o sono. E alguém, apiedado, pôs-lhe um cobertor em cima. Quando acordou, passaram-no então para a Penintenciária, onde será tratado como preso comum (fato às riscas e barrete), conforme aconteceu igualmente com muitos outros Oficiais monárquicos que, também revoltosos, para ali tinham ido. A sua chegada ao estabelecimento, sujíssimo, roto, ainda com as feridas por tratar, cheio de sangue coalhado, provocou a emoção consternada de um antigo contemporâneo da Escola do Exército, que na ocasião respondia pela Penitenciária:
- “Ó Costa Pinto!… mas em que estado o vejo!”
Sempre provocador, desdenhando o sinal de simpatia, o Capitão respondeu asperamente, enquanto lhe acudiam às feridas:
- “Você vê-me assim porque eu fui fiel ao Rei e perdi! Você também jurou fidelidade, mas ganhou porque traiu!”

Costa Pinto foi preso e quase linchado. Colocado num navio foi enviado para a Madeira, onde ficou detido no Presídio Militar de Lazareto, tendo sido transferido em Setembro para a Cadeia Nacional de Lisboa.

Libertado dois anos depois, sobreviveu a vender latas de azeite à comissão e depois seguros, o que lhe permitiu restabelecer contactos um pouco por todo o país, voltando a envolver-se politicamente nas eleições de 29 de Janeiro de 1922.

O trabalho na companhia Vacuum Oil devolveu-lhe a estabilidade económica, tendo, no início da Segunda Guerra Mundial, intercedido junto de Oliveira Salazar no sentido de ser permitido o regresso a da rainha D. Amélia a Portugal, de quem foi secretário pessoal entre 1945 e 1951.

Marcello Caetano, atribuiu-lhe a medalha de serviços relevantes em 1946, quando já tinha sido reintegrado na carreira militar com o posto de capitão

…Uma nota de beleza e de humanidade: quando terminado o seu tempo de prisão, o Capitão não descansou enquanto não localizou o Cabo que, com tanto brio e coragem, o salvara. Achou indigno gratificá-lo. Optou por se responsabilizar a pagar-lhe os estudos de uma filha, menina de 7 anos, até ela querer. E assim aconteceu, já ela sendo mulher.

Boa conhecedora das suas idiossincrasias perante o Poder constituído e da sua contundente mordacidade, era raro a Rainha incumbi-lo de, como Secretário, se desempenhar de qualquer diligência com alguém da elite política portuguesa, mesmo muitos anos depois, já em plena “Situação”. Era, sobretudo, “o Aio”: uma companhia e uma assessoria. E alguém que a fazia sentir-se segura e protegida, quase como se um filho fosse.

O Capitão Júlio da Costa Pinto, Secretário e Aio, evitava chegar-se a Salazar; pelo contrário, mantinha-se à distância, parcimonioso, numa atitude militar que nunca perdeu. “Se alguém precisar de mim, que me chame. Eu não tenho nada que lá ir”, costumava dizer. Não gostava de Salazar: achava-o muito vaidoso na conhecida modéstia; entendia-o preocupado acima de tudo em aguentar um regime transitório, sem pensar no futuro; e era de uma ironia cortante quando referia os gerarcas da Situação.

Morte da Rainha D. Amélia

Em 3 de Agosto de 1951, o Capitão Costa Pinto escreve à Dra. Domitilla de Carvalho (do Gabinete de Salazar). Esta escrevera à Rainha D. Amélia em 22 de Julho anterior, sem notícia de maior, a julgar pela simplicíssima resposta do Capitão Costa Pinto, por ordem de D. Amélia.
A Rainha agradecia e mandava acrescentar: “Sua Majestade tem a maior admiração pelo Sr. Presidente do Conselho, Sr. Dr. Salazar, de quem tem tido provas de admiração sentida”.

Na Torre do Tombo, é este o último texto que, embora ditado e indirecto, se encontra da Rainha para Salazar.

D. Amélia sobrevive em grande fraqueza e cansaço depois de 4 de Outubro de 1951, com intermitências. Tem por vezes curtas alucinações, durante as quais “vê” o seu Aio coberto de sangue que lhe “brota” da cara aos borbotões e, confundindo-o com o Príncipe Real D. Luís Filipe no massacre de l de Fevereiro de 1908, agita-se numa grande aflição e pavor: — “Meu querido Luís! Meu querido filho! Estás todo cheio de sangue! O que é que te aconteceu? ! O que foi que te fizeram?!” A solicitude dos presentes procura o mais possível acalmá-la e furtá-la ao reviver sangrento da caçada, como D. Manuel II chamou à chacina. Só o Capitão Costa Pinto consegue melhores resultados. Fala-lhe brandamente. Aos poucos lhe faz ver que não está sangrando, que ele não é o Príncipe Real, passaram muitos anos, e que agora foi tudo um mau sonho de momento, só isso. Ela pára, arfante, vai-se situando de novo na realidade do tempo, mas até a crise passar chora sempre, de novo e com desespero, o filho e o marido, como se estivesse vivendo a tarde fatídica do Regicídio. De uma vez, com o Aio agarrando-lhe as mãos, saltam lágrimas em torrente dos olhos dela, algumas caindo nas costas das mãos do Capitão Costa Pinto. E ele, contava-me quase sem voz, beijou nas suas próprias mãos as lágrimas da Rainha.
Algum pessoal francês da Casa lida mal com essas crises, introduzindo nelas uma beatice estafante. Convencem a velha Senhora de que as “aparições” do filho assassinado são mensagens do “Além”, a pedir que rezem por ele . Esforçam a Rainha a uma sequência interminável de terços por alma do Príncipe Real: “pelo meu filho queridíssimo”, como ela dizia.O Capitão Costa Pinto depara com estas práticas e põe-lhes termo, não sem alguma dificuldade.

Finalmente a Rainha recobra, para morrer, toda a sua lucidez, como
jornais a descrevem.

Em 26 de Outubro de 1951, tratamento de dois diários importantes à agonia e morte da Rainha. Uma comparação:
Em “O Século”, dessa data, na 1ª página, ao alto, a 4 colunas, com 2 fotografias (uma das quais, o último retrato da Rainha), inclui-se a descrição dos seus últimos momentos:

Quote:

“Reclinada nos almofadões, quase sem um gemido: «Sofro tanto!» “Depois, deixando transparecer no rosto uma calma infinita”: «Deus está comigo!». Assim murmurava num português suavíssimo. “Eram quase 9h. e 30m. Nos olhos da sr° D. Amélia havia uma lucidez perfeita”. Instantes depois, abrangendo com o olhar os portugueses e franceses que a cercavam, disse, sempre em português: «Adeus…».

Da morte até ao dia 31 passaram 17.000 pessoas no Castelo de Bellevue, para apresentação de condolências.

No mesmo dia, o Comunicado oficial no “Diário da Manhã”, órgão do Governo, em primeira página, sem fotografia, apenas diz e a 1 coluna.

Quote:

Da Presidência do Conselho recebemos a seguinte comunicação: «Tendo falecido esta manhã em Versailles Sua Majestade a Senhora D. Amélia de Orleans e Bragança, o Governo resolveu que durante três dias os edifícios públicos mantenham bandeira a meia-haste e que o corpo seja oportunamente transferido para Lisboa a fim de ser sepultado no Panteão de S.Vicente, realizando-se então funerais nacionais, para o que vai ser expedido o respectivo, decreto».

Mal teve conhecimento do passamento, diz “O Século”, o Chefe do Protocolo francês, De La Chauvinière, foi ao castelo de Bellevue apresentar condolências em nome do Presidente Auriol e do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Robert Schuman. Genebrier, Prefeito de Seine-et-Oise, representando o Presidente do Conselho e os restantes membros do Governo Francês, apresentou, também, os pêsames aos familiares da Rainha. Ela não queria flores nem coroas no seu funeral em Versailles, pois as achava caras demais num tempo de sacrifícios. Mas isso não evitou que de Portugal chegasse, de avião, um ramo de flores malvas e brancas, dispostas em cruz, colhidas por Salazar(?…) nos jardins da Pena, segundo dizia a imprensa francesa. Seria provavelmente de camélias, flores que D. Amélia outrora adorava contemplar vivas e frescas nos jardins do Palácio. E ficava gratíssima a que com elas a presenteava.

O seu fiel Aio, Capitão Júlio da Costa Pinto, tinha o requinte de lhe levar camélias da Pena sempre que podia. E até morrer, na sua casa da Rua do Século,99, em Lisboa, punha, como tanta vez vi, imprescindíveis camélias junto do último retrato da Rainha, velhinha, onde se podia ler, pela mão já muitíssimo trémula: “Ao Júlio da Costa Pinto, em affectuosa lembrança da sua sempre tão constante e tão leal dedicação. Dona Amélia Rainha”.


(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi208.photobucket.com%2Falbums%2Fbb206%2Fleoqw%2Fimg117.jpg&hash=5af6025cf2b6c8179321b8c534b69a3c)
Capitão Júlio da Costa Pinto e a Rainha D. Amélia

Vídeo inédito com D Amélia , Júlio da Costa Pinto aparece no final do video a arrumar a bandeira à porta e a fechar a mesma

Quando um dia, muitos anos depois (finais da decada de 60), o Capitão se fartou de uma vida para ele já sem razão, tentou arranjar munições para a sua velha pistola “Savage”, mas não conseguiu. Tomou então uma dose enorme de barbitúricos. Deixou três vivas mensagens: na cabeceira o retrato da Rainha, com a habitual jarrinha de camélias. Voltada e pousada sobre o peito, uma moldura com a foto de D. Manuel II, também dedicada. Numa cadeira ao lado, a bandeira azul e branca em que queria ser amortalhado. E palavra nenhuma, pois lá achou que não era preciso.
Para sua desgraça, quase 24 horas depois ainda a governanta o apanhou vivo; e levaram-no para um hospital, onde, todo entubado mas lúcido, teve dias de penosa agonia. O Duque de Bragança demonstrava-lhe carinho, e pelo menos um dos Príncipes o visitava constantemente, conforme me noticiava D. Duarte Nuno. Eu, em Lourenço Marques, nada pude fazer, excepto transcrever para uma folha de papel a Cena VI do V Acto do “Cyrano de Bergerac”, de Edmond Rostand, mandá-la pelo correio e pedir a alguém que, com urgência, lha lesse da minha parte. É a cena em que o irredutível combatente do Ideal, ferido e cambaleante no convento da sua amada Roxane, desembainha a espada e enlouquecido desafia o vazio, enquanto proclama que, nesse mesmo dia, a pluma do seu feltro varrerá largamente o Céu azul, pois transporta consigo, puríssimo, o seu “panache”… Foi-me garantido que percebeu e agradeceu.
…Ele saudou os seus Reis mortos, para se despedir. Mas não teve, como Mousinho, a sorte de conseguir fazer logo a “meia volta” e marchar para onde queria.

Júlio da Costa Pinto morreu em 1969, aos 86 anos.

Fonte:
“Salazar e a Rainha”, Fernando Amaro Monteiro

Somos Portugueses
Título:
Enviado por: Cabecinhas em Março 08, 2009, 09:17:23 pm
:Soldado2:  ys7x9
Título:
Enviado por: FoxTroop em Março 08, 2009, 11:05:31 pm
:Soldado2:  :Soldado2:  Grande homem e grande militar. Respeito conquista-se e deu exemplo.



Citar
O poder popular (a alfurja, os rufiões de navalha e os vadios, a roupa suja e o hálito de bagaço)

É esse o poder que mete medo e irrita muita das "elites". Julgam-se superiores a toda essa gente mas se lhe tirarmos o verniz hipócrita e cínico da falsa civilidade são mais podres que o mais reles pedinte das rua.

Por isso é que sou Republicano até à medula. Porque acredito na oportunidade e na igualdade e não, só porque se nasceu onde nasceu, se é melhor ou superior.
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 08, 2009, 11:19:05 pm
O Capitão Julio da Costa Pinto estava pouco preocupado em estalar o verniz foi Monárquico até à medula até ao seu último suspiro. Como ele Paiva Couceiro também morreu com as duas espadas que usou em combate e com a Bandeira Azul e Branca ao seu lado. Pergunte aos Lanceiros do RL2 quem são estes homens ... talvez saibam melhor do que ninguém ...

São exemplos destes que inspiram, indiquem exemplos como estes republicanos !
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 08, 2009, 11:23:37 pm
Citar
só porque se nasceu onde nasceu, se é melhor ou superior.


Meu caro está a falar de quê ? que a Monarquia é isso ? e a república da meritocracia não vai mais a encontro do que está a dizer ?

Sabia que títulos hoje em dia nas Monarquias modernas são só decorativos ? Sabia que o Rei da Noruega em 1826 salvo erro proibiu a aristocracia? Há famílias ditas "republicanas" hoje em dia que são mais "monárquicas" que muitas ditas de sangue azul.
Título:
Enviado por: FoxTroop em Março 08, 2009, 11:36:06 pm
Vós monárquicos, são mais papistas que o papa. Esses homens foram grandes homens ao contrario do que agora pulula  nesta nação.

Dizem-se patriotas?!!! Então sigam o exemplo do vosso "pretendente" e sirvam a nação, como ele serviu debaixo do estandarte verde-rubro da República Portuguesa.

Boa ou má posso escolher o representante máximo da nação ao contrario de me ser imposto. Boa ou má, qualquer cidadão pode chegar a esse posto. Boa ou má, eu nasci debaixo desta bandeira, jurei esta bandeira, prometi defender a constituição da República Portuguesa e é isso que farei até ao fim dos meus dias. Tal como esses grandes homens que mantiveram a sua palavra ao juramento que proferiram e por isso merecem todo o nosso respeito.
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 09, 2009, 12:07:10 pm
:) Sabia que D.Duarte não beijou a sua Bandeira da república ? O comandante dele dispensou-o disse-lhe para ir para casa e que dava a desculpa que estava doente ... Serviu Portugal e não a sua bandeira "Ibérica".
Título:
Enviado por: FoxTroop em Março 09, 2009, 04:06:22 pm
Também não me lembro de a ter beijado. Que eu saiba a minha bandeira é o símbolo da minha nação e da ultima vez que vi o meu B.I. estava lá escrito Cidadão da Republica Portuguesa. Não vi lá nenhuma referencia á "Ibéria". Serviu Portugal então automaticamente serviu a tal bandeira ibérica, como cinicamente lhe chama, pois uma é indissociável da outra. Se é Português (com letra grande) é aquela a sua bandeira o seu símbolo no mundo. Não duvido nem por um segundo que esses grandes homens, que usa e instrumentaliza como exemplo da vossa "causa" monárquica, tivessem jurado fidelidade à República serviriam-na exactamente com o mesmo apego e dedicação. Coisa que duvido sinceramente na maior parte dos "so called" monárquicos.

Na tal bandeira ibérica (gostaria de saber porque raio é que é ibérica) não vejo lá nada que me aponte isso. Tal como a minha professora primária me ensinou vejo o verde da esperança no futuro, o vermelho rubro do sangue derramado no engrandecimento da pátria e as armas de Portugal no centro. Ou seja uma bandeira tão nacionalista e individualista da Pátria como a mais delas de todas no mundo.
Título:
Enviado por: nelson38899 em Março 09, 2009, 04:53:29 pm
Citação de: "FoxTroop"

Tal como a minha professora primária me ensinou vejo o verde da esperança no futuro, o vermelho rubro do sangue derramado no engrandecimento da pátria e as armas de Portugal no centro.


 :Bajular:  :G-Ok:  :Palmas:
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 09, 2009, 06:23:21 pm
Citação de: "FoxTroop"
Também não me lembro de a ter beijado. Que eu saiba a minha bandeira é o símbolo da minha nação e da ultima vez que vi o meu B.I. estava lá escrito Cidadão da Republica Portuguesa. Não vi lá nenhuma referencia á "Ibéria". Serviu Portugal então automaticamente serviu a tal bandeira ibérica, como cinicamente lhe chama, pois uma é indissociável da outra. Se é Português (com letra grande) é aquela a sua bandeira o seu símbolo no mundo. Não duvido nem por um segundo que esses grandes homens, que usa e instrumentaliza como exemplo da vossa "causa" monárquica, tivessem jurado fidelidade à República serviriam-na exactamente com o mesmo apego e dedicação. Coisa que duvido sinceramente na maior parte dos "so called" monárquicos.

Na tal bandeira ibérica (gostaria de saber porque raio é que é ibérica) não vejo lá nada que me aponte isso. Tal como a minha professora primária me ensinou vejo o verde da esperança no futuro, o vermelho rubro do sangue derramado no engrandecimento da pátria e as armas de Portugal no centro. Ou seja uma bandeira tão nacionalista e individualista da Pátria como a mais delas de todas no mundo.


Sabe do que está a falar ?

Paiva Couceiro e Julio da Costa Pinto foram camaradas das campanhas em África no Séc.XIX, juraram fidelidade ao Rei e à Coroa e não à menina de peito ao léu e barrete frígido de nome república. Companheiros de Mouzinho de Albuquerque e Aires Ornelas.

Volto aqui a dizer que as cores da bandeira actual foram inspiradas no PRP, partido republicano português com forte influência maçónica e consequentemente intrinsecamente "Ibérico" ideologicamente.
Os republicanos de há 100 anos a começar por Teófilo Braga defendiam o Iberismo !
Título:
Enviado por: FoxTroop em Março 09, 2009, 07:27:24 pm
Juraram fidelidade ao Rei e à Coroa?!!! Então mais razão me dá. Pois cumpriram o seu juramento e, como disse, tenho a certeza absoluta, que se tivessem nascido já na República e tivessem prestado juramento à menina de peito ao léu e barrete frígido cumpririam com a mesma devoção a sua palavra.

Não se esqueça que foram os monárquicos que, do alto da sua magnificência, deixaram o país chegar onde chegou e que a República, sem uma forte base de apoio do povo, nunca poderia ter triunfado como triunfou.
Agora vir dizer que os republicanos são iberistas...... Existiram e existem republicanos iberista assim como existiram monárquicos iberistas e olhe que na nossa História há muitos
Título:
Enviado por: Lancero em Março 09, 2009, 07:37:44 pm
Citação de: "SmokeOn"
Os republicanos de há 100 anos a começar por Teófilo Braga defendiam o Iberismo !


Por acaso esse renegou o Iberismo (ganhou vergonha na cara) ainda durante a Monarquia.
Título:
Enviado por: teXou em Março 09, 2009, 09:56:08 pm
Viva Portugal !
Viva a República !

 f2x2x  f2x2x
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 09, 2009, 11:26:32 pm
Citação de: "FoxTroop"
Juraram fidelidade ao Rei e à Coroa?!!! Então mais razão me dá. Pois cumpriram o seu juramento e, como disse, tenho a certeza absoluta, que se tivessem nascido já na República e tivessem prestado juramento à menina de peito ao léu e barrete frígido cumpririam com a mesma devoção a sua palavra.

Não se esqueça que foram os monárquicos que, do alto da sua magnificência, deixaram o país chegar onde chegou e que a República, sem uma forte base de apoio do povo, nunca poderia ter triunfado como triunfou.
Agora vir dizer que os republicanos são iberistas...... Existiram e existem republicanos iberista assim como existiram monárquicos iberistas e olhe que na nossa História há muitos


o "Iberismo Repúblicano" no Wikipedia e afins LOL

A maçonaria em Portugal (Grande Oriente Lusitano - GOL), no século XIX, esteve particularmente ligada à maçonaria de Espanha. Muitas lojas deste país estiveram sob a obediência do GOL. No seio desta organização secreta, onde floresciam as ideias republicanas, também se difundiam as teses iberistas. Na sequência do célebre ultimatum inglês (1890), Magalhães Lima (grão-mestre entre 1908-1928), publica o livro "A Federação Ibérica"(1896), onde advoga um iberismo mitigado (cultural). Estas tendências iberistas de uma corrente na Maçonaria em Portugal tem alimentado uma profunda desconfiança da população perante esta organização secreta. Neste sentido foi com algum alívio que em 1933 assistiu à sua proibição pela ditadura.

Fonte : http://lusotopia.no.sapo.pt/indexPTiber ... ancas.html (http://lusotopia.no.sapo.pt/indexPTiberismoAliancas.html)
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 09, 2009, 11:29:48 pm
Citação de: "Lancero"
Citação de: "SmokeOn"
Os republicanos de há 100 anos a começar por Teófilo Braga defendiam o Iberismo !

Por acaso esse renegou o Iberismo (ganhou vergonha na cara) ainda durante a Monarquia.


Grande republicano LOL

Teófilo Braga

«eu sempre falei da abolição do Conselho de Estado, da Câmara dos Pares e do corpo diplomático. Lavraram-se um a um os decretos que demitiam os antigos (diplomatas) e eu vi entrar essa gente toda que para aí está.»

mais informação : http://centenario-republica.blogspot.com/2008/09/o-que-tefilo-braga-presidente-do.html
Título:
Enviado por: Lancero em Março 10, 2009, 11:46:04 am
Citação de: "SmokeOn"
Citação de: "Lancero"
Citação de: "SmokeOn"
Os republicanos de há 100 anos a começar por Teófilo Braga defendiam o Iberismo !

Por acaso esse renegou o Iberismo (ganhou vergonha na cara) ainda durante a Monarquia.

Grande republicano LOL

Teófilo Braga

«eu sempre falei da abolição do Conselho de Estado, da Câmara dos Pares e do corpo diplomático. Lavraram-se um a um os decretos que demitiam os antigos (diplomatas) e eu vi entrar essa gente toda que para aí está.»

mais informação : http://centenario-republica.blogspot.com/2008/09/o-que-tefilo-braga-presidente-do.html


Pare de responder em bugalhos. Se não tem nada para contrariar a minha afirmação, cale-se e siga para outra arruada revisionista.
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 10, 2009, 12:27:15 pm
Cale-se você ! Ninguém me manda calar !

"Teófilo Braga, já no séc. XIX, descreveu o caminhar conjunto de Portugal e Espanha nada mais nada menos do que como fazendo parte da ordem natural das coisas."

Fonte : http://divagan.blogspot.com/2006/10/sobre-iberismo.html

para ler mais :
http://lusotopia.no.sapo.pt/indexPTiberismoOliveiraMartins.html

http://lusotopia.no.sapo.pt/indexPTiberistasDesestabilizacao.html

Vá lá engraxar as botas ao prosidente da junta !
Já pode bloquear o tópico, aliás típico do seu modus operandis ...
Título:
Enviado por: André em Março 10, 2009, 12:35:55 pm
Não sei porque é que vêm com isso do iberismo, quando passado quase 100 anos de República somos um pais independente reconhecido pela ONU e presente em outras organizações não somos como Taiwan que o gigante vizinho é que é reconhecido como estado independente e eles não ...  :roll:  :roll:
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 10, 2009, 01:04:38 pm
Ai sim pergunte isso ao Saramago ! ele diz-lhe logo que Portugal vai ser engolido pela Espanha LOL
Título:
Enviado por: André em Março 10, 2009, 01:14:05 pm
Citação de: "SmokeOn"
Ai sim pergunte isso ao Saramago ! ele diz-lhe logo que Portugal vai ser engolido pela Espanha LOL


Esse já é da idade, mas o que é que tem a ver o Saramago com a discussão se ele nem sequer têm voz activa na politica nacional mas sim manda alguns bitaites de mau gosto como esse para agradar aos seus senhores castelhanos ...  :roll:
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 10, 2009, 06:10:52 pm
Se voltar atrás vê que vem das cores da bandeira. Eu pessoalmente gosto mais daquele cujas cores representam :

Azul : Liberdade
Branco : Pátria

Tem mais a ver com a nossa identidade
Título:
Enviado por: Lancero em Março 10, 2009, 06:14:34 pm
Citação de: "SmokeOn"
Cale-se você ! Ninguém me manda calar !

"Teófilo Braga, já no séc. XIX, descreveu o caminhar conjunto de Portugal e Espanha nada mais nada menos do que como fazendo parte da ordem natural das coisas."

Fonte : http://divagan.blogspot.com/2006/10/sobre-iberismo.html

para ler mais :
http://lusotopia.no.sapo.pt/indexPTiberismoOliveiraMartins.html

http://lusotopia.no.sapo.pt/indexPTiberistasDesestabilizacao.html

Vá lá engraxar as botas ao prosidente da junta !
Já pode bloquear o tópico, aliás típico do seu modus operandis ...


Gosta muito de cultura, certo?
Vá ler o 'Viriato', de 1904, para perceber a minha afirmação sobre o Teófilo Braga.
Já agora, pare de se rebaixar e de fazer má figura.

PS - Arranjei um bom avatar para si.

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg.thesun.co.uk%2Fmultimedia%2Farchive%2F00411%2Fhomer40_280x390_411075a.jpg&hash=56321729e893069e142609e5b1944c4f)
Título:
Enviado por: ShadIntel em Março 10, 2009, 06:56:16 pm
Citação de: "Lancero"
PS - Arranjei um bom avatar para si.

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg.thesun.co.uk%2Fmultimedia%2Farchive%2F00411%2Fhomer40_280x390_411075a.jpg&hash=56321729e893069e142609e5b1944c4f)

E até ficaria melhor do que esse avatar que nem sequer respeita as proporções da bandeira original...
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 10, 2009, 08:24:41 pm
Em vez de ter um avatar de cara de drogado pelo menos coloco um para vos questionar ? reconhecem ?

Mas como a rapariga já tem 100 anos ...

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2F4.bp.blogspot.com%2F_NQHnWbXYAQQ%2FSbV4YTSrFJI%2FAAAAAAAAAeg%2FyGUgDcPaaCU%2Fs400%2Frep_blica_2009.jpg&hash=48393938d583839745650b6ccda68db0)


 heheheheheh

A idade não perdoa
Título:
Enviado por: teXou em Março 10, 2009, 08:48:35 pm
SmokeOn .... :crit:  ...
Título:
Enviado por: legionario em Março 10, 2009, 09:41:26 pm
Citação de: "SmokeOn"
Em vez de ter um avatar de cara de drogado pelo menos coloco um para vos questionar ? reconhecem ?

Mas como a rapariga já tem 100 anos ...

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2F4.bp.blogspot.com%2F_NQHnWbXYAQQ%2FSbV4YTSrFJI%2FAAAAAAAAAeg%2FyGUgDcPaaCU%2Fs400%2Frep_blica_2009.jpg&hash=48393938d583839745650b6ccda68db0)


 heheheheheh

A idade não perdoa


LLOOOOOOOOOOOOOOOOOLL
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 10, 2009, 10:39:34 pm
Citação de: "teXou"
SmokeOn .... :crit:  ...


Mais memória ? vai à Chipset e compra DDR3 heheheh
Título:
Enviado por: Duarte em Março 11, 2009, 02:35:43 am
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2F4.bp.blogspot.com%2F_NQHnWbXYAQQ%2FSbV4YTSrFJI%2FAAAAAAAAAeg%2FyGUgDcPaaCU%2Fs400%2Frep_blica_2009.jpg&hash=48393938d583839745650b6ccda68db0)



 :rir:
Título:
Enviado por: Lancero em Março 11, 2009, 11:08:54 am
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg4.imageshack.us%2Fimg4%2F8391%2F220640371452c97070d.jpg&hash=ccc84ed0cb6a4ef3316606c3055037f8)
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 11, 2009, 01:08:52 pm
Oh Lancero coloque à vontade isso ... D.Duarte gosta de cartoons e de cómicos acha muita piada assim como esta que já conhecem :

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2F3.bp.blogspot.com%2F_2N5PJD1SDwA%2FSa3nTLnDHMI%2FAAAAAAAADps%2F0hzb2se8Rj0%2Fs400%2FD%2BDuarte%2Bde%2BBragan%25C3%25A7a.jpg&hash=884ac80703ce57262983045e3827581e)
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 11, 2009, 01:10:26 pm
Pode ser que a republica tenha o AVC LOL com tanta gordura e colesterol estoira de vez ...
Título:
Enviado por: Lancero em Março 11, 2009, 05:42:53 pm
Citação de: "SmokeOn"
Oh Lancero coloque à vontade isso ... D.Duarte gosta de cartoons e de cómicos acha muita piada


Eu sei. Basta aturar o caro SmokeOn para entender que ele gosta de se rodear de bobos de primeira.  :jok:
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 11, 2009, 05:57:55 pm
O que ele não gosta mesmo é de gente com olhos de drogado LOL  :G-bigun:

Já agora o prosidente da Junta Acabado Silva também gosta muito de destruir o Povo, quando era Primeiro Ministro destruiu a Agricultura e as Pescas e agora diz que temos de investir fortemente !

Ande lá Lancero continue a engraxar as botas ao Acabado Silva, pode ser que ainda entre na Casa Civil ...

D.Duarte não tem culpas na situação da nossa Pátria !
Título:
Enviado por: Lancero em Março 11, 2009, 06:32:08 pm
Mas D. Duarte é a salvação da pátria. No Sabugal tem muita saída.

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fcapeiaarraiana.files.wordpress.com%2F2008%2F08%2Fis-20080825a.jpg&hash=981102efaff6e7cdbccf14979a014270)
Título:
Enviado por: FoxTroop em Março 11, 2009, 07:12:36 pm
Caro Lanceiro, deixe. Não se mace. Quem chama "junta" ao seu proprio país, não merece desperdiçar de palavras.

Parece que a nação cinge-se a um Rei ou um Presidente..... Pobre pensamento..... Não dá mais, portanto mais não se pode exigir.
Título:
Enviado por: Lancero em Março 11, 2009, 07:30:30 pm
Até porque parece atirar às urtigas a máxima monárquica: "O rei reina. Não governa".
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 11, 2009, 10:33:17 pm
Citação de: "Lancero"
Mas D. Duarte é a salvação da pátria. No Sabugal tem muita saída.

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fcapeiaarraiana.files.wordpress.com%2F2008%2F08%2Fis-20080825a.jpg&hash=981102efaff6e7cdbccf14979a014270)


Yo man não tens argumentos válidos ?

D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de Outubro de 1391 – Tomar, 13 de Setembro de 1438)

Não consegues contra-argumentar ? já tens Alzeimer ?
Não consegues  construir alguma coisa com cabeça tronco e membros ?

tens de fazer um upgrade e não é tão pouco ...
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 11, 2009, 10:34:22 pm
Citação de: "Lancero"
Até porque parece atirar às urtigas a máxima monárquica: "O rei reina. Não governa".


Isso é a república !

como eu digo

"a diferença entre a monarquia e a república é que o nº de cães a comer da mesma tigela aumentou ..."
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 11, 2009, 10:35:58 pm
Citação de: "FoxTroop"
Caro Lanceiro, deixe. Não se mace. Quem chama "junta" ao seu proprio país, não merece desperdiçar de palavras.

Parece que a nação cinge-se a um Rei ou um Presidente..... Pobre pensamento..... Não dá mais, portanto mais não se pode exigir.


Alguém que enterrou o sistema produtivo português merece algum crédito ?
Título:
Enviado por: André em Março 11, 2009, 10:42:52 pm
Citação de: "SmokeOn"
O que ele não gosta mesmo é de gente com olhos de drogado LOL  :lol:  :mrgreen:  :mrgreen:
Título:
Enviado por: Lancero em Março 12, 2009, 11:32:43 am
Citação de: "SmokeOn"
Yo man não tens argumentos válidos ?

D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de Outubro de 1391 – Tomar, 13 de Setembro de 1438)

Não consegues contra-argumentar ? já tens Alzeimer ?
Não consegues  construir alguma coisa com cabeça tronco e membros ?

tens de fazer um upgrade e não é tão pouco ...

Calma consigo. Páre lá com os insultos.
Compreendo a frustração, afinal não deve ser fácil ser-se um bobo sem corte.


Citação de: "SmokeOn"
Citação de: "Lancero"
Até porque parece atirar às urtigas a máxima monárquica: "O rei reina. Não governa".

Esso é a república !


Essa é tão ignorante que até deixou o cãozinho triste.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi185.photobucket.com%2Falbums%2Fx96%2Ftapanacara%2Fbobo_da_corte.jpg&hash=dbe762b448b91b4a4eee07c8630bb4d4)
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 12, 2009, 12:44:07 pm
Citação de: "André"
Citação de: "SmokeOn"
O que ele não gosta mesmo é de gente com olhos de drogado LOL  :lol:  :mrgreen:  :mrgreen:


Nunca o vi fumar mas já li que fumava à pouco tempo ... não contesto
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 12, 2009, 12:45:29 pm
Citação de: "Lancero"
Citação de: "SmokeOn"
Yo man não tens argumentos válidos ?

D. Duarte I de Portugal (Viseu, 31 de Outubro de 1391 – Tomar, 13 de Setembro de 1438)

Não consegues contra-argumentar ? já tens Alzeimer ?
Não consegues  construir alguma coisa com cabeça tronco e membros ?

tens de fazer um upgrade e não é tão pouco ...

Calma consigo. Páre lá com os insultos.
Compreendo a frustração, afinal não deve ser fácil ser-se um bobo sem corte.


Citação de: "SmokeOn"
Citação de: "Lancero"
Até porque parece atirar às urtigas a máxima monárquica: "O rei reina. Não governa".

Esso é a república !

Essa é tão ignorante que até deixou o cãozinho triste.
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fi185.photobucket.com%2Falbums%2Fx96%2Ftapanacara%2Fbobo_da_corte.jpg&hash=dbe762b448b91b4a4eee07c8630bb4d4)


Você é que tem insultado constantemente a partir do momento que me mandou calar, nota-se essa sua atitude de "democrata".

Coloque o que quiser aqui, só se rebaixa a si e baixa o nível do forum ... para um moderador pense bem no assunto
Título:
Enviado por: Lancero em Março 12, 2009, 12:51:26 pm
A opinião é livre e a estupidez também, apenas por isso é que você ainda por cá anda.
Mas os factos são sagrados, e você ainda não conseguiu rebater seriamente qualquer uma das respostas às 36463434 acusações/insinuações/etc. que já fez neste fórum.
Só isto diz muito sobre a sua pessoa.
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 12, 2009, 06:22:17 pm
Você tem formação em alguma "Ciência Exacta" ? eu tenho sabia, coloquei artigos de economia fundamentados em livros. A minha área é Matemática Aplicada e a ela dedico a minha vida ... quanto a você não é preciso ser muito inteligente basta ler que você não contra-argumenta nada é como a oposição ao PS :

- nada de novo, só bota abaixo !

Enterre-se, a sua verticalidade de princípios em vez de ser de 90º é de 180º ou melhor talvez 360º porque nunca chega a conclusão nenhuma ... mas se calhar nem sabe do que estou a falar ... LOL

Divirta-se ...
Título:
Enviado por: Lancero em Março 12, 2009, 06:39:12 pm
Citação de: "SmokeOn"
Você tem formação em alguma "Ciência Exacta" ? eu tenho sabia, coloquei artigos de economia fundamentados em livros. A minha área é Matemática Aplicada e a ela dedico a minha vida ... quanto a você não é preciso ser muito inteligente basta ler que você não contra-argumenta nada é como a oposição ao PS :

- nada de novo, só bota abaixo !

Enterre-se, a sua verticalidade de princípios em vez de ser de 90º é de 180º ou melhor talvez 360º porque nunca chega a conclusão nenhuma ... mas se calhar nem sabe do que estou a falar ... LOL

Divirta-se ...


Mais uma vez, muito escreve (ou vomita como um cobarde) sem nada acrecentar. Não puxe do cartão das habilitações sem saber com quem está a falar. Mas também não lhe satisfaço a curiosidade  :mrgreen:
Repito, artigos que analizam a década de 1910's sem levar em conta eventos como a I Guerra Mundial e a Gripe Espanhola (só estes dois, para não me alongar muito) atestam por si só a parcialidade e competência dos economistas que diz citar. E sobre como isto é possível ainda não li uma linha vinda de si.
Título:
Enviado por: PereiraMarques em Março 12, 2009, 09:24:47 pm
Desde quando a Economia é uma ciência exacta?
Título:
Enviado por: Luso em Março 12, 2009, 09:31:56 pm
Citação de: "PereiraMarques"
Desde quando a Economia é uma ciência exacta?


Por acaso é bastante exacta, como se poderá ver (recomendado)
http://www.youtube.com/watch?v=CmGTnveyG7E (http://www.youtube.com/watch?v=CmGTnveyG7E)
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 12, 2009, 10:27:38 pm
Citação de: "Lancero"
Citação de: "SmokeOn"
Você tem formação em alguma "Ciência Exacta" ? eu tenho sabia, coloquei artigos de economia fundamentados em livros. A minha área é Matemática Aplicada e a ela dedico a minha vida ... quanto a você não é preciso ser muito inteligente basta ler que você não contra-argumenta nada é como a oposição ao PS :

- nada de novo, só bota abaixo !

Enterre-se, a sua verticalidade de princípios em vez de ser de 90º é de 180º ou melhor talvez 360º porque nunca chega a conclusão nenhuma ... mas se calhar nem sabe do que estou a falar ... LOL

Divirta-se ...

Mais uma vez, muito escreve (ou vomita como um cobarde) sem nada acrecentar. Não puxe do cartão das habilitações sem saber com quem está a falar. Mas também não lhe satisfaço a curiosidade  :)) Enfiou bem o barrete ... frígido não é ?
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 12, 2009, 10:28:50 pm
Citação de: "PereiraMarques"
Desde quando a Economia é uma ciência exacta?


É como os vetos do presidente Cavaco ... são vetados pelo Parlamento LOL Daí que perante a exactidão do discurso dele perguntamos "afinal o que ele está lá a fazer ?"

Uma boa grade parte da teoria económica é modelada sobre a forma de equações diferenciais que são uma das bases da Matemática Aplicada f2x2x
Título:
Enviado por: Lancero em Março 12, 2009, 11:07:54 pm
Citação de: "SmokeOn"
Citação de: "Lancero"
Citação de: "SmokeOn"
Você tem formação em alguma "Ciência Exacta" ? eu tenho sabia, coloquei artigos de economia fundamentados em livros. A minha área é Matemática Aplicada e a ela dedico a minha vida ... quanto a você não é preciso ser muito inteligente basta ler que você não contra-argumenta nada é como a oposição ao PS :

- nada de novo, só bota abaixo !

Enterre-se, a sua verticalidade de princípios em vez de ser de 90º é de 180º ou melhor talvez 360º porque nunca chega a conclusão nenhuma ... mas se calhar nem sabe do que estou a falar ... LOL

Divirta-se ...

Mais uma vez, muito escreve (ou vomita como um cobarde) sem nada acrecentar. Não puxe do cartão das habilitações sem saber com quem está a falar. Mas também não lhe satisfaço a curiosidade  :)) Enfiou bem o barrete ... frígido não é ?

Mais uma vez prefere o insulto a rebater como pessoa formada que diz ser.

Citação de: "SmokeOn"
Estamos à espera dos documentos da gripes espanhola Lancero ... por uma questão de coerência intelectual

Citar
Citar
1918: Pneumónica,ou a Gripe Espanhola

Citar
A Luta, 4 de Outubro de 1918:Pode dizer-se que já alastrou por todo o País, e em Lisboa grassa ela com intensidade.Mandou o governo que não prosseguissem os exames nos liceus, e que todos os estabe-lecimentos d’ensino não funcionem, até nova ordem.É certo que os teatros e os animatógrafos continuam abertos, e ahi a multidão, para efeitos de contágio, é mais perigosa que nas escolas.Divergem as opiniões quanto à natureza da doença …(…)
Conveniente seria (…) que até que a epidemia cesse, não atravessem processionalmente
os cadáveres a cidade, em longos comboios fúnebres, repetidos a cada hora.(…)A Luta, 10 de Outubro de 1918:A gripe pneumónica. A epidemia continua a alastrar.Moncorvo, 7. Continua aumentando extraordinariamente (…)Samora Correia, 7. Continuam prolongando-se os casos da gripe pneumónica, havendo casas onde se encontram todas as pessoas da família atacadas do terrível mal. (…)Coimbra, 9. A terrível epidemia da gripe pneumónica vai declinando um pouco nos mi-litares (…)Miranda do Douro, 6. Estamos a braços com uma temerosa epidemia gripal (…) Quase metade da população do concelho está enferma (…)Aljustrel, 8. A epidemia da gripe pneumónica bate-nos à porta. (…)Ericeira, 8. Nesta vila está grassando com grande intensidade (…) sendo o número de pessoas atacadas diariamente 20 a 30, estando a população num verdadeiro pânico.

Citar
Faz agora 90 anos que a pneumónica matou
mais de 50 mil pessoas em Portugal, entre
as cerca de 70 mil que pereceram por epidemias entre 1918 e 1919

Citar
Em Portugal, a epidemia deflagrou e propa-gou, potenciando a já tétrica trilogia da mi-séria, da guerra e da morte. A sua história deve ser contada considerando o contexto do País que éramos, tomando em devida conta a economia e a sociedade portuguesas de então e a sua evolução sob o signo da I Guerra e do sidonismo; as políticas e estra-tégias dos poderes públicos (ou sua ausên-cia) inscritas no quadro republicano, em geral, e no tempo de guerra, em particular, compreendendo o cenário de instabilidade política e financeira, a situação endémica de
crise económica e social, a agudização da ins-
tante “questão das subsistências” e o cres-cendo em miséria e descontentamento so-cial e político; tudo isso num contexto in-ternacional e de mundialização em que a Guerra, a situação económica e social e a própria condição epidémica, se enquadram e decorrem.

Maria Fernanda Rollo ( Investigadora do Institutode História Contemporânea Professora do Departamento de Históriada Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa)
http://www.scribd.com/doc/9923405/Gripe-Espanhola (http://www.scribd.com/doc/9923405/Gripe-Espanhola)
Título:
Enviado por: Luso em Março 12, 2009, 11:41:05 pm
Citação de: "SmokeOn"
Citação de: "PereiraMarques"
Desde quando a Economia é uma ciência exacta?

É como os vetos do presidente Cavaco ... são vetados pelo Parlamento LOL Daí que perante a exactidão do discurso dele perguntamos "afinal o que ele está lá a fazer ?"

Uma boa grade parte da teoria económica é modelada sobre a forma de equações diferenciais que são uma das bases da Matemática Aplicada f2x2x


Fosga-se, Lancero!
Tenha respeito pelo Sr. Doutor!

Só me interrogo numa coisa: com tantas ilustres inteligências matemáticas/económicas/estatísticas, como é que chegámos a este ponto? :shock:  :shock:
Não são esses que mandam?
O pinto de Sousa não é engenheiro?
O Cavaco não é economista?
O Guterres não é engenheiro?
O Barroso e o Santana são doutores em Ladaínha mas pouco significativos.
Título:
Enviado por: Lancero em Março 12, 2009, 11:50:06 pm
Citação de: "Luso"
Fosga-se, Lancero!
Tenha respeito pelo Sr. Doutor!


Eu vou é deixar de dar pão a malucos.  :P
Título:
Enviado por: Luso em Março 13, 2009, 12:02:21 am
Citação de: "Lancero"
Citação de: "Luso"
Fosga-se, Lancero!
Tenha respeito pelo Sr. Doutor!

Eu vou é deixar de dar pão a malucos.  :wink:
Comece por ignorar a mocidade atrevida... :twisted:
Título:
Enviado por: teXou em Março 13, 2009, 11:17:22 pm
Citação de: "SmokeOn"
...  uma questão de coerência intelectual ...
Citar
Vale melhor permanecer silencioso e passar para um imbecil que falar e não deixar nenhuma dúvida.
 Abraham Lincoln

 :festa:
Título:
Enviado por: oultimoespiao em Março 14, 2009, 04:12:27 am
Citação de: "SmokeOn"
Citação de: "PereiraMarques"
Desde quando a Economia é uma ciência exacta?

É como os vetos do presidente Cavaco ... são vetados pelo Parlamento LOL Daí que perante a exactidão do discurso dele perguntamos "afinal o que ele está lá a fazer ?"

Uma boa grade parte da teoria económica é modelada sobre a forma de equações diferenciais que são uma das bases da Matemática Aplicada f2x2x


Aqui o sr tem toda a razao. a ciencia economica e diferencial e nao linear
Título:
Enviado por: SmokeOn em Março 17, 2009, 12:57:36 pm
Vá explicar isso ao Xico Lancero LOL ainda não percebemos como a gripe Espanhola aumentou o pão de 1910 a 1926 em 21 vezes heheheheh

Toda a gente apanhou a gripe ... até os padeiros heheheheh
Título:
Enviado por: Lancero em Março 17, 2009, 06:00:30 pm
Citar
Júlio da Costa Pinto nasceu na freguesia de Salvador, Torres Novas, em 1883, sendo o segundo filho do casal Delfina de Jesus Costa e Manuel Pinto da Costa. Pouco tempo depois, a família mudou-se para Santarém onde nasceu a filha mais nova, Isaura Pinto da Costa, em 1890. A partir do ano lectivo de 1895-96, passou a frequentar o Colégio Militar onde foi colega e amigo do Príncipe D. Luís Filipe. A 26 de Outubro de 1899, obteve o diploma do Real Colégio Militar relativo ao 4.º ano. A tragédia do incêndio no Club Artístico em Santarém, no Carnaval de 1896, levou-o ao primeiro contacto com a Rainha D. Amélia quando esta visitou as vítimas e os olhos do jovem e da sua mãe se cruzaram com os da mulher que serviria ao longo de uma vida. Nascera monárquico e monárquico morreria, mesmo que isso significasse abdicar de muito em prol de pouco. O pai, capitão do Corpo de Almoxarifes e a prestar serviço no Presídio Militar de Santarém, adquiriu um prédio com casa e quintal no sítio do Monte, com extrema a nascente com o adro da Igreja, a Rosalina da Conceição por 13750 réis, segundo escritura lavrada no Notário Público Manuel José Machado Júnior, em Santarém, de 21 de Outubro de 1901. O local e especialmente a Capela tornaram-se num marco de recordações na vida de Júlio da Costa Pinto que o perseguiram ao longo dos anos: “Conhece que a minha devoção à Capela da Senhora do Monte tem raízes velhas; e também conhece que a missa foi paga por mim mesmo quando eu não tinha um tostão na algibeira; à custa de muitos sacrifícios; e só deixou de se rezar, por falta absoluta de clero!”2. O jovem oficial de cavalaria e lanceiro, a elite da arma de cavalaria, seguiu a sua carreira militar. Em Novembro de 1907, propôs ao Ministério da Guerra a alteração do regime das escolas e a 22 de Maio de 1908 embarcou para Angola onde foi ajudante de campo do major Alves Roçadas, oficial às ordens de Henrique Paiva Couceiro e de João de Almeida. Numa carta de 4 de Outubro de 1908, o major Joaquim António Pereira propôs ao Governador Interino da Província de Angola que o alferes de infantaria Júlio da Costa Pinto fosse agraciado com a Ordem da Torre e Espada do Valor e Lealdade e Mérito por feitos de heroísmo. Em 1910, ainda em Angola, participou nas grandes reparações na estrada de Quifangongo ao Alto Dande, passou o Carnaval em Moçamedes e a partir de Agosto deslocou-se para Luanda. Após o 5 de Outubro de 1910, demitiu-se das suas funções militares em Angola acabando por ser expulso do exército pelo Governo Provisório em 1911. Numa atitude de desafio, mandou celebrar missa por alma do rei D. Carlos e do Príncipe D. Luís Filipe na Igreja da Misericórdia em Luanda, a 1 de Fevereiro de 1911. Durante a década de 10, Costa Pinto envolveu-se em incursões, revoltas, movimentos tendo sempre em vista a causa monárquica. O ano de 1913 foi trágico na sua vida familiar. A irmã mais nova, Isaura, faleceu no Presídio Militar, onde o pai era o 2.º Comandante, a 18 de Maio, provavelmente de uma epidemia como a pneumónica, uma vez que foi sepultada no mesmo dia por determinação médica. A 26 de Setembro, faleceu o pai, major Manuel Pinto da Costa, vítima de um volvo quando era transportado de carro para uma Casa de Saúde em Lisboa a fim de ser operado. A 2 de Novembro de 1914, Costa Pinto foi preso na Guarda sob a acusação de conspirador. Daí, foi enviado para Lisboa onde ficou preso e incomunicável. A 27 de Agosto de 1915, participou na conspiração liderada por Miguel de Sotto Maior juntamente com Manuel Costa Alemão e um grupo substancial de militares contra o Governo de Pimenta de Castro. A conspiração consistiu num assalto sem sucesso aos quartéis de Infantaria 29 em Braga e Infantaria 20 em Guimarães e teve como objectivo a sublevação militar e a ocupação de todo o norte do país. A 31 de Janeiro de 1916, encontrava-se preso na Cadeia da Relação. Em Dezembro de 1916, envolveu-se no Movimento de Machado dos Santos que tentou unir as forças que se opunham aos democráticos e pretendia impedir o envio de homens para o campo de batalha em França (I Guerra), combater a crise económica e o governo. O fracasso do Movimento levou-o à prisão onde não recebia visitas e era interrogado constantemente. Sobre esse período escreveu: “do que tenho desgosto é de ver que houve no exército português alguém que julgasse que a atitude digna e briosa mantida pela maioria esmagadora dos oficiais presos a bordo fosse obra política monárquica em vez de ser o já evidente sintoma de altivez e energia de carácter que a sociedade de amanhã há-de ter.”3. A 31 de Maio de 1917, encontrava-se detido nos calabouços do Governo Civil de Lisboa acusado de agitação e assaltos juntamente com o ex-sargento José Lourenço Flores, Sebastião Eugénio e Francisco Paneiro. A 12 de Novembro desse ano foi preso no Presídio da Trafaria sob a acusação de ter distribuído e possuir alguns exemplares do folheto o “Rol da Deshonra”4. Costa Pinto “… que estava a ser vigiado, viajou no comboio Lisboa-Porto, saindo do comboio em várias estações para distribuir maços do panfleto a “vários indivíduos que pareciam aguardá-lo, e alguns deles oficiais do exército fardados””5. Indignado, escreveu uma carta ao Ministro da Guerra Norton de Matos a contestar a acusação. A 21 de Novembro de 1917, Costa Pinto recebeu uma contra-fé do director da Polícia de Investigação Criminal de Lisboa, Adolfo Augusto de Oliveira Coutinho, assinada pelo agente de polícia, António Augusto a expulsá-lo de Portugal durante a guerra. Seguiu da Cadeia da Trafaria para a estação de Campolide e daí para Madrid. O exílio terminou com a chegada de Sidónio Pais ao poder. Provavelmente, tal como outros monárquicos, legitimou a presidência de Sidónio Pais nos primeiros meses para depois tentar derrubar a República Nova de forma a desacreditar a República, levando à restauração da Monarquia. Até Setembro de 1918, trabalhou na Livraria Ferreira na rua Áurea, em Lisboa. A partir daí tornou-se secretário da redacção e editor do jornal monárquico tradicionalista “O Liberal”, do qual era director António Telles de Vasconcelos. Nesse período também foi explicador de instrução secundária. A 21 de Novembro de 1918, Machado dos Santos escreveu uma carta para o General Aguiar, Director Geral da Secretaria da Guerra, a pedir a reintegração de Júlio da Costa Pinto no exército. Este nunca entregou a carta. Após o assassinato de Sidónio Pais, Costa Pinto redigiu apontamentos preparativos das revoltas que se lhe seguiram e nas quais participou activamente. A 16 de Janeiro de 1919, envolveu-se na Revolta de Santarém. O boletim de propaganda republicana A Vitória indicava que Santarém não se rendera e que Júlio da Costa Pinto estava em combates no Cartaxo juntamente com Aníbal Soares, José Sucena, Rocha Martins e o Conde de Arrochela. A 19 de Janeiro, participou no Movimento de Monsanto onde comandou os combatentes civis, a chamada “Real Coluna Negra”. A coragem e determinação de Costa Pinto foram alvo de admiração de outros companheiros em Monsanto como D. José de Almeida e Vasconcelos, Hipólito Raposo, Félix Correia, António Alvarenga e que com ele partilharam a fome, ferimentos e o fogo republicano. A 25 de Janeiro foi preso pelas forças republicanas que o espancaram violentamente nas ruas de Lisboa enquanto conseguiu gritar: “Viva a Monarquia! Viva Portugal!”. A Junta Governativa do Reino de Portugal, liderada por Paiva Couceiro, conhecida como Monarquia do Norte manteve-se em funções no Porto até 13 de Fevereiro. Entre 7 de Abril e Agosto de 1919, esteve preso no Presídio Militar de Lazareto, ilha da Madeira, onde se manteve no isolamento. A 22 de Agosto de 1919, foi julgado no Tribunal Militar de Santa Clara, acusado de envolvimento no Movimento de Monsanto. Em Setembro encontrava-se preso na Cadeia Nacional de Lisboa. A 9 de Abril de 1921 foi libertado do presídio da Trafaria juntamente com treze outros presos políticos e após ter cumprido dois anos de prisão por envolvimento em Monsanto. Em Agosto de 1921, o seu meio de subsistência era vender latas de azeite “Âmbar” à comissão. No mês seguinte começou a vender seguros da “Atlas”, o que o levou a viajar frequentemente por todo o país. Essas viagens permitiam-lhe estabelecer contactos com apoiantes monárquicos e dedicar-se à sua paixão pela fotografia. Entretanto ia escrevendo para alguns jornais e passava algum tempo “a politicar”. A “Noite Sangrenta” de 19 de Outubro de 1921, em que perderam a vida Machado dos Santos, Carlos da Maia e António Granjo, apanhou-o em viagem no Algarve, onde faltavam as comunicações e abundavam os boatos. A 28 de Outubro de 1921, faleceu em S. Tiago de Cassurrães, Mangualde, a sua irmã mais velha Maria Albertina Pinto da Costa, vítima de tuberculose. As eleições de 29 de Janeiro de 1922, levaram-no a envolver-se na montagem da máquina eleitoral e a fazer uma conferência na sede das Juventudes Monárquicas, em Faro. Manteve contactos com apoiantes monárquicos como Satúrio Pires, Luís de Magalhães, Luís Vieira de Castro. Em Fevereiro desse ano participou na constituição do Centro Monárquico em Olhão e em reuniões políticas, como a de Moncarapacho que terminou em tiroteio. A vida de vendedor de seguros aborrecia-o perante o vazio de acção nesse acto de sobrevivência, “recomecei a vida de sempre, horrível”6. Sempre que visitava Santarém encontrava-se com alguns dos seus amigos como João Arruda e Laurentino Veríssimo com quem participou na preparação do Congresso Ribatejano. Em 1922, conheceu Homem Cristo Pai e Pedro Homem de Melo de quem se tornou amigo. Nos momentos livres, dançava, ia ao animatógrafo, dormia, lia Balzac “o eterno mestre da vida, o mais assombroso conhecedor da alma humana”7 e cobrava as cotas da Associação de Auxílio aos Monárquicos. Em Outubro de 1923, abandonou a Companhia de Seguros Atlas para, mais tarde, iniciar actividade na Vacuum Oil, companhia que o homenageou em 1942. Na sequência da morte de D. Manuel II, em 1932, acabou por se envolver em polémica com Alfredo Pimenta a partir de um artigo no jornal República, em Fevereiro de 1933. A sua mãe, Delfina de Jesus Costa, faleceu em Lisboa a 20 de Janeiro de 1935. O falecimento da sua única familiar directa abalou-o profundamente. O dia 20 de Janeiro tornou-se um dia de culto na vida de Júlio da Costa Pinto que se fotografava como que para perpetuar o momento. Após o incêndio que devastou o Santuário da Penha a 16 de Fevereiro de 1939, envolveu-se na sua reconstrução oferecendo uma imagem de Nossa Senhora e de um crucifixo em pau-santo e marfim do século XVIII. Com o início da II Guerra Mundial e a na consequência da entrada dos alemães em França, telegrafou a Salazar: “Respeitosamente peço licença a V. Ex.ª actual situação Sua Majestade Rainha Senhora D. Amélia em risco Versailles pois decerto coração português acolhê-la-á Portugal neste momento tão angustioso.”8. Em 1942, o Irmão da Irmandade da Senhora do Monte decidiu recuperar a degradada Capela do Monte em Santarém assim como algumas casas envolventes destinadas ao sacristão e às merceeiras. Apesar das adversidades, o seu lema era “Desistir, não.”9. A 14 de Junho de 1943, foi homenageado num almoço na Quinta das Ómnias, em Santarém. Nesse mesmo ano, integrou a Comissão que inventariou os bens pertencentes à Fundação Casa de Bragança. Entre 1945 e 25 de Outubro de 1951, tornou-se secretário da Rainha D. Amélia, acompanhando-a no Château de Bellevue, Chesnay, França, com a devoção de estar a prestar um serviço à sua Rainha e à causa em que acreditava. Em Novembro de 1946, o Ministro das Colónias, Marcello Caetano, atribui-lhe a medalha de serviços relevantes, quando este já tinha sido reintegrado na carreira militar com o posto de capitão. A 15 de Dezembro de 1953 foi admitido como Irmão da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, instituição a quem doou os seus bens imóveis. Nas décadas de 30, 40 e 50 proferiu diversas conferências sobre as suas actividades em prol da monarquia, África, defesa do património (Capela do Monte, Torre da Trindade). Também colaborou com as Comissões da Feira do Ribatejo ao acompanhar comunidades estrangeiras (belga, francesa, italiana). No Verão de 1957, deslocou-se a S. Tomé e a Angola onde encontrou velhos amigos e percorreu a terra que conhecera na sua juventude. No regresso, proferiu a conferência “Angola na Saudade de um Velho Pioneiro” na Associação Académica de Santarém e na Casa da Madeira. Júlio da Costa Pinto defendia o império ultramarino português não hesitando em oferecer-se para combater todos o que o perigassem, como sucedeu no caso da Índia. O Professor Joaquim Veríssimo Serrão publicou em 18 de Julho de 1964, no Correio do Ribatejo, o artigo “Júlio da Costa Pinto Amigo de Santarém”, onde enalteceu a figura do padrinho e sugeriu que a Câmara Municipal de Santarém o distinguisse com a medalha de ouro da cidade pelos serviços prestados em favor do património e pelas visitas que orientou na cidade quer a nacionais quer a estrangeiros. Júlio da Costa Pinto faleceu a 24 de Julho de 1969, no Hospital de S. José em Lisboa onde se encontrava doente há vários dias. O seu funeral saiu da Igreja das Mercês em Lisboa para o jazigo n.º 229, no Cemitério de Santarém onde se uniu aos pais e irmãs para na “Minha Terra, doce Terra, deixa-me em ti descansar”.10 —————————— NOTAS: 1 Arquivo da Misericórdia de Santarém, Carta de Júlio da Costa Pinto para Carlos de Azevedo Gomes, Conservador do Registo Predial em Torres Novas, Évora, 25/10/1944, fl. 2. 2 BMS-JCP, XX, 10, Carta de Júlio da Costa Pinto para o Padre José da Silva Garcez, 18/6/1942. 3 AHM, Lisboa, 1.ª Divisão, 35.ª Secção, Cx. 1279, relatório sobre correspondência censurada dos conspiradores presos no Tejo. 4 O “Rol da Desonra” foi atribuído a um grupo de oficiais na frente de guerra em França que descreviam as condições de vida nas trincheiras assim como os sacrifícios vividos pelos portugueses. Os familiares e amigos dos democráticos eram acusados de nem sequer visitar a frente pois encontravam-se em Paris, como era o caso de Sebastião Costa, filho de Afonso Costa, que era interprete no Corpo Expedicionário Português. 5 Miguel Nunes Ramalho, Sidónio Pais Diplomata e Conspirador (1912-17), Lisboa, Edições Cosmos, 2001, p. 309. 6 BMS-JCP-XIX-2. 7 BMS-JCP-XIX-2. 8 Eduardo Nobre, Amélia Rainha de Portugal, [s.l.], Quimera Editores, 2006, p. 160. 9 BMS-JCP-XX, 13. 10 Inscrição no Jazigo. – Teresa Lopes
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Enviado por: SmokeOn em Março 18, 2009, 02:15:50 pm
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Noventa anos da Revolta de Santarém assinalados na cidade
Janeiro 16, 2009
in: O Mirante semanário regional online de 15-01-2009

Noventa anos da Revolta de Santarém assinalados na cidade

Capítulo da História recente resgatado do esquecimento durante uns dias



As comemorações dos 90 anos da Revolta de Santarém iniciam-se sexta-feira, 16 de Janeiro, com a inauguração de uma exposição evocativa do capitão Júlio Costa Pinto na Biblioteca Municipal de Santarém. A sessão está marcada para as 17h00 e estão previstas intervenções do presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores, e do provedor da Misericórdia de Santarém, António Garcia Correia. Pelas 17h45, Jorge da Costa Rosa vai falar sobre “O conceito da Monarquia em Portugal”. Segue-se uma vista guiada ao arquivo da Misericórdia de Santarém, onde se encontra o segundo pólo da mesma exposição.

No dia 20, pelas 15h00, realiza-se uma romagem ao jazigo de Júlio Costa Pinto no cemitério de Santarém e deposição de flores. Às 17h00 a capela de Nossa Senhora do Monte recebe uma eucaristia e a apresentação de documentação relativa à extinta irmandade de Nossa Senhora do Monte e às obras executadas em 1942 nesse templo.

No dia 22 de Janeiro, o historiador Joaquim Veríssimo Serrão (afilhado do homenageado) profere uma palestra sobre “Júlio Costa Pinto – Um homem uma causa”, pelas 21h00 na sala do definitório da Misericórdia de Santarém. Para dia 24, sábado, a partir das 16h00, está prevista a visita dos duques de Bragança aos dois pólos da exposição.

Tentativa de restauração

da monarquia

A 12 de Janeiro de 1919 começa a revolta de Santarém com Álvaro de Castro, Cunha Leal e Jaime de Figueiredo, os quais declaram querer acabar com a influência monárquica no poder, depurar o exército, defender em todos os campos e inalteravelmente a República, ao mesmo tempo que defendem a nomeação de um novo governo. Os revoltosos de Santarém rendem-se incondicionalmente quatro dias depois, devido à acção da coluna negra vinda da Covilhã e comandada pelo tenente Teófilo Duarte, governador de Cabo Verde. O grupo segue sob um pavilhão de seda negra onde com letras brancas, se lê Glória a Sidónio Pais. Ironicamente, a acção de Teófilo e dos seus sequazes, impede que a cidade seja tomada pelas tropas das juntas monárquicas, comandadas por Silva Ramos.

Num cenário de guerra civil entre republicanos e monárquicos, no dia 22 à noite, tropas pró-monárquicas começam a deslocar-se para Monsanto, em Lisboa. Os monárquicos, em cujas fileiras se notabiliza o capitão Júlio Costa Pinto, resistem até à tarde do dia 24. A escalada de Monsanto ficou como uma data histórica e por alguns considerada mais relevante que a própria proclamação da República em 5 de Outubro de 1910. Desse combate resulta a escolha do ribatejano José Relvas (Golegã 1858 – Alpiarça 1929) para chefiar o Governo, depois do assassinato de Sidónio Pais em Dezembro do ano anterior.
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Enviado por: SmokeOn em Março 18, 2009, 02:26:51 pm
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Dia 22, o historiador Joaquim Veríssimo Serrão, afilhado do capitão, falará sobre "Júlio da Costa Pinto - Um homem, uma causa", estando prevista, para dia 24, uma visita dos Duques de Bragança aos dois pólos da exposição.
A directora da Biblioteca Municipal de Santarém, Teresa Lopes Moreira, disse à agência Lusa que a homenagem a Júlio da Costa Pinto, homem "completamente dedicado à monarquia" e que sempre se envolveu activamente na vida da cidade e do distrito, mostra o outro lado da celebração do centenário da República, que a autarquia tem vindo igualmente a assinalar.
Aproveitando os bens doados por Júlio da Costa Pinto à cidade - à Misericórdia deixou os bens imóveis e todos os documentos com eles relacionados, tendo deixado ao município o jazigo e um acervo significativo de documentos, entre os quais numerosa correspondência -, a autarquia decidiu dar a conhecer uma personalidade que quase caiu no esquecimento e os documentos "interessantíssimos" que tem em sua posse, disse.
Como exemplo, apontou fotografias tiradas durante a Revolta de Santarém, que teve "um movimento militar fantástico", envolvendo até meios aéreos - uma das fotografias mostra o avião que aterrou no Campo Sá da Bandeira, outra uma missa campal realizada na altura.
A Revolta de Santarém começou a 12 de Janeiro de 1919 por iniciativa de republicanos liderados por Álvaro de Castro, Cunha Leal e Jaime de Figueiredo, que declaram querer acabar com a influência monárquica no poder, depurar o exército e defender a República, querendo a nomeação de um Governo presidido por Nunes da Ponte.
Quatro dias depois, os revoltosos rendem-se incondicionalmente, devido à acção da "coluna negra" (assim designada por transportar uma seda negra com a inscrição, a branco, "Glória a Sidónio Pais"), vinda da Covilhã e comandada por Teófilo Duarte.
Esta acção impediu que a cidade fosse tomada pelas tropas das juntas monárquicas, que tencionavam pedir a Paiva Couceiro (às ordens de quem Júlio da Costa Pinto servira em Angola) para encabeçar o movimento.
Costa Pinto e os restantes monárquicos envolvidos na Revolta de Santarém refugiaram-se em Monsanto, onde se entrincheiram para preparar a revolta monárquica em Lisboa (de 22 a 24 de Janeiro), de apoio à restauração da monarquia no Porto, liderada por Paiva Couceiro, no que ficou conhecida como a Monarquia do Norte (que se manteve em funções no Porto até 13 de Fevereiro).
A reacção dos republicanos em Lisboa foi violenta e Costa Pinto foi preso e quase linchado. Colocado num navio foi enviado para a Madeira, onde ficou detido no Presídio Militar de Lazareto, tendo sido transferido em Setembro para a Cadeia Nacional de Lisboa.
Libertado dois anos depois, sobreviveu a vender latas de azeite à comissão e depois seguros, o que lhe permitiu restabelecer contactos um pouco por todo o país, voltando a envolver-se politicamente nas eleições de 29 de Janeiro de 1922.
O trabalho na companhia Vacuum Oil devolveu-lhe a estabilidade económica, tendo, no início da Segunda Guerra Mundial, intercedido junto de Oliveira Salazar no sentido de ser permitido o regresso a Portugal da rainha D. Amélia, de quem foi secretário pessoal entre 1945 e 1951.
Reabilitado - o ministro das Colónias, Marcello Caetano, atribuiu-lhe a medalha de serviços relevantes em 1946, quando já tinha sido reintegrado na carreira militar com o posto de capitão -, Júlio da Costa Pinto morreu em 1969, aos 86 anos.
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Enviado por: SmokeOn em Março 18, 2009, 02:28:03 pm
Citação de: "Lancero"
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Júlio da Costa Pinto nasceu na freguesia de Salvador, Torres Novas, em 1883, sendo o segundo filho do casal Delfina de Jesus Costa e Manuel Pinto da Costa. Pouco tempo depois, a família mudou-se para Santarém onde nasceu a filha mais nova, Isaura Pinto da Costa, em 1890. A partir do ano lectivo de 1895-96, passou a frequentar o Colégio Militar onde foi colega e amigo do Príncipe D. Luís Filipe. A 26 de Outubro de 1899, obteve o diploma do Real Colégio Militar relativo ao 4.º ano. A tragédia do incêndio no Club Artístico em Santarém, no Carnaval de 1896, levou-o ao primeiro contacto com a Rainha D. Amélia quando esta visitou as vítimas e os olhos do jovem e da sua mãe se cruzaram com os da mulher que serviria ao longo de uma vida. Nascera monárquico e monárquico morreria, mesmo que isso significasse abdicar de muito em prol de pouco. O pai, capitão do Corpo de Almoxarifes e a prestar serviço no Presídio Militar de Santarém, adquiriu um prédio com casa e quintal no sítio do Monte, com extrema a nascente com o adro da Igreja, a Rosalina da Conceição por 13750 réis, segundo escritura lavrada no Notário Público Manuel José Machado Júnior, em Santarém, de 21 de Outubro de 1901. O local e especialmente a Capela tornaram-se num marco de recordações na vida de Júlio da Costa Pinto que o perseguiram ao longo dos anos: “Conhece que a minha devoção à Capela da Senhora do Monte tem raízes velhas; e também conhece que a missa foi paga por mim mesmo quando eu não tinha um tostão na algibeira; à custa de muitos sacrifícios; e só deixou de se rezar, por falta absoluta de clero!”2. O jovem oficial de cavalaria e lanceiro, a elite da arma de cavalaria, seguiu a sua carreira militar. Em Novembro de 1907, propôs ao Ministério da Guerra a alteração do regime das escolas e a 22 de Maio de 1908 embarcou para Angola onde foi ajudante de campo do major Alves Roçadas, oficial às ordens de Henrique Paiva Couceiro e de João de Almeida. Numa carta de 4 de Outubro de 1908, o major Joaquim António Pereira propôs ao Governador Interino da Província de Angola que o alferes de infantaria Júlio da Costa Pinto fosse agraciado com a Ordem da Torre e Espada do Valor e Lealdade e Mérito por feitos de heroísmo. Em 1910, ainda em Angola, participou nas grandes reparações na estrada de Quifangongo ao Alto Dande, passou o Carnaval em Moçamedes e a partir de Agosto deslocou-se para Luanda. Após o 5 de Outubro de 1910, demitiu-se das suas funções militares em Angola acabando por ser expulso do exército pelo Governo Provisório em 1911. Numa atitude de desafio, mandou celebrar missa por alma do rei D. Carlos e do Príncipe D. Luís Filipe na Igreja da Misericórdia em Luanda, a 1 de Fevereiro de 1911. Durante a década de 10, Costa Pinto envolveu-se em incursões, revoltas, movimentos tendo sempre em vista a causa monárquica. O ano de 1913 foi trágico na sua vida familiar. A irmã mais nova, Isaura, faleceu no Presídio Militar, onde o pai era o 2.º Comandante, a 18 de Maio, provavelmente de uma epidemia como a pneumónica, uma vez que foi sepultada no mesmo dia por determinação médica. A 26 de Setembro, faleceu o pai, major Manuel Pinto da Costa, vítima de um volvo quando era transportado de carro para uma Casa de Saúde em Lisboa a fim de ser operado. A 2 de Novembro de 1914, Costa Pinto foi preso na Guarda sob a acusação de conspirador. Daí, foi enviado para Lisboa onde ficou preso e incomunicável. A 27 de Agosto de 1915, participou na conspiração liderada por Miguel de Sotto Maior juntamente com Manuel Costa Alemão e um grupo substancial de militares contra o Governo de Pimenta de Castro. A conspiração consistiu num assalto sem sucesso aos quartéis de Infantaria 29 em Braga e Infantaria 20 em Guimarães e teve como objectivo a sublevação militar e a ocupação de todo o norte do país. A 31 de Janeiro de 1916, encontrava-se preso na Cadeia da Relação. Em Dezembro de 1916, envolveu-se no Movimento de Machado dos Santos que tentou unir as forças que se opunham aos democráticos e pretendia impedir o envio de homens para o campo de batalha em França (I Guerra), combater a crise económica e o governo. O fracasso do Movimento levou-o à prisão onde não recebia visitas e era interrogado constantemente. Sobre esse período escreveu: “do que tenho desgosto é de ver que houve no exército português alguém que julgasse que a atitude digna e briosa mantida pela maioria esmagadora dos oficiais presos a bordo fosse obra política monárquica em vez de ser o já evidente sintoma de altivez e energia de carácter que a sociedade de amanhã há-de ter.”3. A 31 de Maio de 1917, encontrava-se detido nos calabouços do Governo Civil de Lisboa acusado de agitação e assaltos juntamente com o ex-sargento José Lourenço Flores, Sebastião Eugénio e Francisco Paneiro. A 12 de Novembro desse ano foi preso no Presídio da Trafaria sob a acusação de ter distribuído e possuir alguns exemplares do folheto o “Rol da Deshonra”4. Costa Pinto “… que estava a ser vigiado, viajou no comboio Lisboa-Porto, saindo do comboio em várias estações para distribuir maços do panfleto a “vários indivíduos que pareciam aguardá-lo, e alguns deles oficiais do exército fardados””5. Indignado, escreveu uma carta ao Ministro da Guerra Norton de Matos a contestar a acusação. A 21 de Novembro de 1917, Costa Pinto recebeu uma contra-fé do director da Polícia de Investigação Criminal de Lisboa, Adolfo Augusto de Oliveira Coutinho, assinada pelo agente de polícia, António Augusto a expulsá-lo de Portugal durante a guerra. Seguiu da Cadeia da Trafaria para a estação de Campolide e daí para Madrid. O exílio terminou com a chegada de Sidónio Pais ao poder. Provavelmente, tal como outros monárquicos, legitimou a presidência de Sidónio Pais nos primeiros meses para depois tentar derrubar a República Nova de forma a desacreditar a República, levando à restauração da Monarquia. Até Setembro de 1918, trabalhou na Livraria Ferreira na rua Áurea, em Lisboa. A partir daí tornou-se secretário da redacção e editor do jornal monárquico tradicionalista “O Liberal”, do qual era director António Telles de Vasconcelos. Nesse período também foi explicador de instrução secundária. A 21 de Novembro de 1918, Machado dos Santos escreveu uma carta para o General Aguiar, Director Geral da Secretaria da Guerra, a pedir a reintegração de Júlio da Costa Pinto no exército. Este nunca entregou a carta. Após o assassinato de Sidónio Pais, Costa Pinto redigiu apontamentos preparativos das revoltas que se lhe seguiram e nas quais participou activamente. A 16 de Janeiro de 1919, envolveu-se na Revolta de Santarém. O boletim de propaganda republicana A Vitória indicava que Santarém não se rendera e que Júlio da Costa Pinto estava em combates no Cartaxo juntamente com Aníbal Soares, José Sucena, Rocha Martins e o Conde de Arrochela. A 19 de Janeiro, participou no Movimento de Monsanto onde comandou os combatentes civis, a chamada “Real Coluna Negra”. A coragem e determinação de Costa Pinto foram alvo de admiração de outros companheiros em Monsanto como D. José de Almeida e Vasconcelos, Hipólito Raposo, Félix Correia, António Alvarenga e que com ele partilharam a fome, ferimentos e o fogo republicano. A 25 de Janeiro foi preso pelas forças republicanas que o espancaram violentamente nas ruas de Lisboa enquanto conseguiu gritar: “Viva a Monarquia! Viva Portugal!”. A Junta Governativa do Reino de Portugal, liderada por Paiva Couceiro, conhecida como Monarquia do Norte manteve-se em funções no Porto até 13 de Fevereiro. Entre 7 de Abril e Agosto de 1919, esteve preso no Presídio Militar de Lazareto, ilha da Madeira, onde se manteve no isolamento. A 22 de Agosto de 1919, foi julgado no Tribunal Militar de Santa Clara, acusado de envolvimento no Movimento de Monsanto. Em Setembro encontrava-se preso na Cadeia Nacional de Lisboa. A 9 de Abril de 1921 foi libertado do presídio da Trafaria juntamente com treze outros presos políticos e após ter cumprido dois anos de prisão por envolvimento em Monsanto. Em Agosto de 1921, o seu meio de subsistência era vender latas de azeite “Âmbar” à comissão. No mês seguinte começou a vender seguros da “Atlas”, o que o levou a viajar frequentemente por todo o país. Essas viagens permitiam-lhe estabelecer contactos com apoiantes monárquicos e dedicar-se à sua paixão pela fotografia. Entretanto ia escrevendo para alguns jornais e passava algum tempo “a politicar”. A “Noite Sangrenta” de 19 de Outubro de 1921, em que perderam a vida Machado dos Santos, Carlos da Maia e António Granjo, apanhou-o em viagem no Algarve, onde faltavam as comunicações e abundavam os boatos. A 28 de Outubro de 1921, faleceu em S. Tiago de Cassurrães, Mangualde, a sua irmã mais velha Maria Albertina Pinto da Costa, vítima de tuberculose. As eleições de 29 de Janeiro de 1922, levaram-no a envolver-se na montagem da máquina eleitoral e a fazer uma conferência na sede das Juventudes Monárquicas, em Faro. Manteve contactos com apoiantes monárquicos como Satúrio Pires, Luís de Magalhães, Luís Vieira de Castro. Em Fevereiro desse ano participou na constituição do Centro Monárquico em Olhão e em reuniões políticas, como a de Moncarapacho que terminou em tiroteio. A vida de vendedor de seguros aborrecia-o perante o vazio de acção nesse acto de sobrevivência, “recomecei a vida de sempre, horrível”6. Sempre que visitava Santarém encontrava-se com alguns dos seus amigos como João Arruda e Laurentino Veríssimo com quem participou na preparação do Congresso Ribatejano. Em 1922, conheceu Homem Cristo Pai e Pedro Homem de Melo de quem se tornou amigo. Nos momentos livres, dançava, ia ao animatógrafo, dormia, lia Balzac “o eterno mestre da vida, o mais assombroso conhecedor da alma humana”7 e cobrava as cotas da Associação de Auxílio aos Monárquicos. Em Outubro de 1923, abandonou a Companhia de Seguros Atlas para, mais tarde, iniciar actividade na Vacuum Oil, companhia que o homenageou em 1942. Na sequência da morte de D. Manuel II, em 1932, acabou por se envolver em polémica com Alfredo Pimenta a partir de um artigo no jornal República, em Fevereiro de 1933. A sua mãe, Delfina de Jesus Costa, faleceu em Lisboa a 20 de Janeiro de 1935. O falecimento da sua única familiar directa abalou-o profundamente. O dia 20 de Janeiro tornou-se um dia de culto na vida de Júlio da Costa Pinto que se fotografava como que para perpetuar o momento. Após o incêndio que devastou o Santuário da Penha a 16 de Fevereiro de 1939, envolveu-se na sua reconstrução oferecendo uma imagem de Nossa Senhora e de um crucifixo em pau-santo e marfim do século XVIII. Com o início da II Guerra Mundial e a na consequência da entrada dos alemães em França, telegrafou a Salazar: “Respeitosamente peço licença a V. Ex.ª actual situação Sua Majestade Rainha Senhora D. Amélia em risco Versailles pois decerto coração português acolhê-la-á Portugal neste momento tão angustioso.”8. Em 1942, o Irmão da Irmandade da Senhora do Monte decidiu recuperar a degradada Capela do Monte em Santarém assim como algumas casas envolventes destinadas ao sacristão e às merceeiras. Apesar das adversidades, o seu lema era “Desistir, não.”9. A 14 de Junho de 1943, foi homenageado num almoço na Quinta das Ómnias, em Santarém. Nesse mesmo ano, integrou a Comissão que inventariou os bens pertencentes à Fundação Casa de Bragança. Entre 1945 e 25 de Outubro de 1951, tornou-se secretário da Rainha D. Amélia, acompanhando-a no Château de Bellevue, Chesnay, França, com a devoção de estar a prestar um serviço à sua Rainha e à causa em que acreditava. Em Novembro de 1946, o Ministro das Colónias, Marcello Caetano, atribui-lhe a medalha de serviços relevantes, quando este já tinha sido reintegrado na carreira militar com o posto de capitão. A 15 de Dezembro de 1953 foi admitido como Irmão da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, instituição a quem doou os seus bens imóveis. Nas décadas de 30, 40 e 50 proferiu diversas conferências sobre as suas actividades em prol da monarquia, África, defesa do património (Capela do Monte, Torre da Trindade). Também colaborou com as Comissões da Feira do Ribatejo ao acompanhar comunidades estrangeiras (belga, francesa, italiana). No Verão de 1957, deslocou-se a S. Tomé e a Angola onde encontrou velhos amigos e percorreu a terra que conhecera na sua juventude. No regresso, proferiu a conferência “Angola na Saudade de um Velho Pioneiro” na Associação Académica de Santarém e na Casa da Madeira. Júlio da Costa Pinto defendia o império ultramarino português não hesitando em oferecer-se para combater todos o que o perigassem, como sucedeu no caso da Índia. O Professor Joaquim Veríssimo Serrão publicou em 18 de Julho de 1964, no Correio do Ribatejo, o artigo “Júlio da Costa Pinto Amigo de Santarém”, onde enalteceu a figura do padrinho e sugeriu que a Câmara Municipal de Santarém o distinguisse com a medalha de ouro da cidade pelos serviços prestados em favor do património e pelas visitas que orientou na cidade quer a nacionais quer a estrangeiros. Júlio da Costa Pinto faleceu a 24 de Julho de 1969, no Hospital de S. José em Lisboa onde se encontrava doente há vários dias. O seu funeral saiu da Igreja das Mercês em Lisboa para o jazigo n.º 229, no Cemitério de Santarém onde se uniu aos pais e irmãs para na “Minha Terra, doce Terra, deixa-me em ti descansar”.10 —————————— NOTAS: 1 Arquivo da Misericórdia de Santarém, Carta de Júlio da Costa Pinto para Carlos de Azevedo Gomes, Conservador do Registo Predial em Torres Novas, Évora, 25/10/1944, fl. 2. 2 BMS-JCP, XX, 10, Carta de Júlio da Costa Pinto para o Padre José da Silva Garcez, 18/6/1942. 3 AHM, Lisboa, 1.ª Divisão, 35.ª Secção, Cx. 1279, relatório sobre correspondência censurada dos conspiradores presos no Tejo. 4 O “Rol da Desonra” foi atribuído a um grupo de oficiais na frente de guerra em França que descreviam as condições de vida nas trincheiras assim como os sacrifícios vividos pelos portugueses. Os familiares e amigos dos democráticos eram acusados de nem sequer visitar a frente pois encontravam-se em Paris, como era o caso de Sebastião Costa, filho de Afonso Costa, que era interprete no Corpo Expedicionário Português. 5 Miguel Nunes Ramalho, Sidónio Pais Diplomata e Conspirador (1912-17), Lisboa, Edições Cosmos, 2001, p. 309. 6 BMS-JCP-XIX-2. 7 BMS-JCP-XIX-2. 8 Eduardo Nobre, Amélia Rainha de Portugal, [s.l.], Quimera Editores, 2006, p. 160. 9 BMS-JCP-XX, 13. 10 Inscrição no Jazigo. – Teresa Lopes


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Enviado por: jmosimoes em Março 20, 2009, 01:06:44 am
Independentemente do regime a que serviu, este Homem teve muito mais caracter, do que a maioria dos homens de hoje, quanto a um comentário de que a monarquia cerca de 1910 ter deixado o pais no estado em que se encontrava, mesmo não sendo monarquico, a democracia republicana também não o tem tratado bem.