Remodelação governamental deverá ocorrer em meados de Abril 01.04.2006 - 00h02 Lusa O Primeiro-Ministro José Sócrates terá já começado a elaborar uma lista de possíveis alterações no elenco governativo desde a eleição de Cavaco Silva em Fevereiro.Segundo a Lusa pode apurar, o principal motivo para a remodelação governamental deve-se à vontade manifestada por Freitas do Amaral para sair do governo, aproveitando o Primeiro-Ministro a ocasião para retirar alguns ministros com a imagem já desgastada e/ou apagada.Depois de concluída a negociação do próximo Quadro Comunitário de Apoio, Freitas do Amaral terá demonstrado alguma vontade de sair e aceitar o convite de algumas universidades estrangeiras para ai leccionar como professor visitante. Conforme podemos apurar o próprio José Sócrates terá endereçado o convite várias vezes a António Vitorino para assumir a pasta dos Negócios Estrangeiros ou, na eventualidade de Vitorino desejar uma pasta “menos mediática”, da Defesa Nacional. Contudo, Vitorino terá exigido ao Primeiro-Ministro que fosse igualmente nomeado Vice-Primeiro Ministro, o que terá desagradado a António Costa, não tendo igualmente José Sócrates manifestado muito interesse nesta situação. Como alternativa, Sócrates terá proposto a Vitorino que além de Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros assumisse igualmente a pasta dos Assuntos Parlamentares, actualmente ocupada por Augusto Santos Silva. Dados revelados por fontes próximas do Primeiro-Ministro indicam que António Vitorino, não vendo exigidas as suas condições, terá, uma vez mais, recusado integrar o executivo de José Sócrates.A alternativa encontrada pelo Primeiro-Ministro para os Negócios Estrangeiros, passará pela passagem de Luís Amado do Ministério da Defesa Nacional para o Palácio das Necessidades. Na Defesa Nacional a sucessão passará pela promoção do actual secretário de estado, Manuel Lobo Antunes a ministro.Outras remodelações ministeriais passarão pela Economia e Inovação, cujo ministro será Luís Valadares Tavares, pela saída de Isabel Pires de Lima da Cultura e substituição pelo actual secretário de estado, o musicólogo Mário Vieira de Carvalho e pela substituição de Correia Nunes no Ambiente pela ex-Ministra Elisa Ferreira.Os problemas com o Plano Tecnológico e as conhecidas divergências com Mariano Gago acerca do mesmo estarão na origem da saída de Manuel Pinho da pasta da Economia e Inovação. Contudo, o Primeiro-Ministro ainda estará a reflectir acerca da possível manutenção de Manuel Pinho no elenco governativo. Neste caso as hipóteses passarão pela pasta das Obras Públicas actualmente ocupada por Mário Lino ou pela criação do cargo de Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro.No caso de Isabel Pires de Lima, a celeuma causa pela questão do Túnel de Ceuta no Porto, associada a algum cansaço manifestado pela ministra estarão na origem do afastamento.Em relação à substituição de Nunes Correia por Elisa Ferreira, a justificação apresentada indica que o perfil técnico de Elisa Ferreira, economista especialista em questões de Desenvolvimento Regional, será mais útil neste momento em que o governo procura reestruturar os serviços desconcentrados da administração central articulando-os com o mapa das cinco regiões-plano. Outra razão prende-se com a necessidade de manter o já reduzido número de mulheres presentes no Conselho de Ministros.
