Boa noite a todos,
Sou um membro novo do Fórum e gostaria de "entrar" nesta discussão dos sistemas de mísseis a adoptar num possível MLU das VdG e das KD (que, aliás, está previsto na LPM, pelo menos no caso das VdG).
Parece-me óbvio que para o MLU servir para alguma coisa, terá que ser adaptado às fragatas um radar phased-array do tipo do CEA-FAR 3D que na Marinha Australiana está a dar tão bons resultados que todas as Anzac vão ser modificadas. Isso permitirá, de facto, tirar todo o proveito de um míssil como o ESSM (que me parece ser o único que, realisticamente, poderemos suportar financeiramente). A este respeito, gostaria de referir que o ESSM é um míssil de defesa anti-míssil de curto alcance (cerca de 20-30 km dependendo do pefil de vôo do alvo) e que a ideia de conseguir guiar muitos mísseis ao mesmo tempo (como o faz o CEA-FAR, que consegue guiar simultâneamente 10 mísseis, ao contrário do STIR, que só consegue guiar 1) é sobreviver a ataques de saturação, tirando partindo da grande manobrabilidade do ESSM, já que aguenta até 50g (aliás é este o motivo dos noruegueses colocarem ESSM com um radar AEGIS nas novas fragatas Nansen, que são essencialmente destinadas à luta anti-submarina e dos americanos em retirar do serviço o SM-1 das OHP - neste caso a defesa de área da US Navy ficará a cargo do SM-2 nas suas variadas versões e a defesa local a cargo do ESSM, tornando as poucas OHP que restam em OPVs à espera de serem substituídos pelos novos Littoral Combat Ship).
Daqui se vê que, não havendo dinheiro para instalar o SM-2 MR
Tudo o que disse em relação às VdG é válido para as KD, já que é perfeitamente irrelevante estas estarem equipadas com lançadores verticais MK48 em vez dos MK29 das VdG, já que não existe a capacidade guiar mais que dois de cada vez (um por cada STIR)! As KD têm um MK48 Mod1 que também pode levar 32 ESSM sem modificações praticamente nenhumas e, portanto, aqui a adaptação é óbvia. Claro que o Goalkeeper também deveria ser substituído por um SeaRAM.
Assim, e em jeito de conclusão, julgo que um MLU feito nestes moldes seria uma solução relativamente barata para ficarmos com fragatas ao nível do que de melhor se faz lá fora (se exceptuarmos os destroyers específicos de defesa aérea, tipo Daring, DDG 51, Álvaro de Bazán, etc., que são caríssimos) e capazes de se protegerem eficazmente, tanto a si como a uma força tarefa, nos próximos 20 anos. Assim haja dinheiro e vontade política
Finalmente, relativamente à polémica em torno do TVC, é óbvio que o míssil tem que ter a maior manobrabilidade possível, não para atingir alvos supersónicos, porque esses não têm, regra geral, grande manobrabilidade e são óptimas fontes de calor (de modo que um simples RAM pode ser extremamente eficaz), mas sea-skimmers sub-sónicos com padrões terminais de vôo aleatórios que tornam muito mais difícil a sua destruição.