Em primeiro lugar, precisavam (quem está no poder) de deixar a estupidez de lado. Quando temos chefias e governantes que falam de uma indústria de Defesa, mas depois nem o básico temos, como capacidade para manutenção de veículos, como é que é suposto levar isto a sério? A FAP tem a OGMA para os trabalhos com aeronaves, a Marinha tem o Alfeite (infelizmente mal gerido e com falta de investimento) para os navios, o Exército tem o Silva e o Costa com uma chave de fendas. Será que uma empresa do Estado dedicada à manutenção dos veículos não fazia sentido, dado o aumento da complexidade dos sistemas de armas modernos? O Exército não tem pessoal suficiente para a componente operacional, logística, de engenharia, etc, e haveria de ter para uma catrefada de mecânicos especializados?
Se não querem pagar às empresas estrangeiras os contratos de manutenção, então que se arranje uma empresa nacional, existente ou criada do zero, para tratar disso. Criam empregos, criam uma opção de carreira interessante para quem sai das FA, e contribui para indústria de Defesa que tanto falam. Quiçá o trabalho é tão bom, que conseguem clientes internacionais.
Em segundo lugar, sejam consistentes. Não dá para haver queixas da complexidade dos Leopard ou Bradley, num ramo que continua a fantasiar com os seus próprios helicópteros, e ainda por cima de um modelo diferente dos já em uso em Portugal. Querem controlar as despesas com a manutenção, então que comecem a uniformizar as frotas onde possível. Se a nível de meios aéreos, temos já um problema com helicópteros, com demasiados modelos diferentes, para funções que seriam facilmente cumpridas com 3 ou 4 modelos... podemos vir a ter 3 aeronaves a hélice monomotor e bilugar, com a possível vinda da avioneta CAS... a nível de meios terrestres a situação é semelhante, principalmente no que diz respeito à viaturas tácticas médias.