F-35A Lightning II na FAP

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dc

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #465 em: Abril 22, 2024, 10:31:52 pm »
Mas no caso do Kacete não foi o oposto que aconteceu? A FAP não queria o C130J e o governo disse que ia ser KC?   8)

No caso do KC, acaba por ser diferente porque o C-130 nunca iria gerar consenso, seja porque uns achariam que devíamos ter A-400M, outros que devíamos ter o KC-390. Não me surpreendia que quem mandasse na FAP também preferisse o KC. Além disso, havia toda aquela questão mediática de estarmos envolvidos no projecto, e se a FAP não o comprasse, haveria protestos atrás de protestos, de que a FAP escolheu outra coisa e "pôs em risco os trabalhadores das fábricas do avião".

No caso do F-35 parece-me unânime para praticamente todos os envolvidos, havendo no máximo uma vontade de ter uma FAP com 2 modelos de aeronave de combate, e não apenas o F-35. Como não há qualquer envolvimento nacional no desenvolvimento de nenhum dos modelos, também não será um critério.

P.S. "A necessidade é urgente". Então da Marinha deve ser para ontem.  :mrgreen:

Sim, o uso do termo "urgente" é exagerado. Aquilo que é urgente, é a tomada de decisão, dado que já se sabe que tem que se escolher o que fazer com pelo menos 7 anos de antecedência, e não deixar tudo para a última, como é hábito.

Bem, era urgente decidir alguns dos programas mais caros já em 2024. No mesmo ano podias decidir vários, e todos eles teriam prazos de início e conclusão (e respectivos pagamentos) bem espaçados no tempo:
-modernização dos F-16 para V (19 PA I) - execução num prazo de 2-3 anos
-baterias AA de médio alcance - execução num prazo idêntico
-3 novas fragatas - execução num prazo de 4, 5 e 6 anos respectivamente (entregas de cada navio)
-primeiro lote de F-35 - execução a partir do 7º ano e anos seguintes.

Com isto, concluías o primeiro lote de F-35 por volta de 2035, e nessa altura abriam-se as portas para substituir os P-3 e as BD nos anos imediatamente a seguir.

Outros programas de menor dimensão, que estejam ou não previstos na LPM, decorreriam normalmente ao longo do tempo.

O que não dá, é o planeamento actual, em que está tudo a ser empurrado para 2035, e aí não há ginástica no planeamento que safe.
 
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antoninho

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #466 em: Abril 23, 2024, 03:01:52 pm »
E a seguir ao F35 podem encomendar estes pagos a SEM anos.....

https://aeroin.net/poderosa-forca-aerea-dos-eua-mostra-forca-com-12-bombardeiros-invisiveis-b2-na-mesma-missao/?amp

Perceberam? Sem.......
« Última modificação: Abril 23, 2024, 03:03:27 pm por antoninho »
 

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Pilotasso

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #467 em: Hoje às 12:13:38 pm »
O Gripen faz o mesmo que o F16 e é da mesma geração. E se estamos a falar de uma questão de motores, o que vale ao F35 ter um se não o pode usar em pleno, além de levar 36 horas a desmontar? o Rafale tem dois e leva 75 minutos a desmontar cada um. Mas enfim, siga o F35, gripens e seus muchachos...  ::)



Saudações

P.S. Dois caças significam duas linhas de logística. Se não faz sentido para aviões de treino, de transporte, muito menos para caças.

https://www.airforce-technology.com/projects/f-16v-viper-fighting-falcon-multi-role-fighter/



P.S. Para a solução F35, preferia o complemento do Leonardo M346. Fazia treino, intercepção no espaço continental, etc. Mas é só uma opinião.  :-P



Espero que não esteja a ser incluído no "grupinho"  :mrgreen: mesmo não sendo  propriamente fã do Gripen, no entanto dado o desprezo que o poder politico devotou às FA durante décadas tenho que frisar alguns pontos:

1- Baixo custo de manutenção deixaria verba para comprar munições decentes (estou a pensar nos misseis meteor, no míssil antinavio RBS-15, qiçá até mesmo o stormshadow).

2- outro risco é o seu elevado custo operational e necessidades de manutenção especiais do F-35 (reparação do revestimento stealth por meio de projetores laser num edifício construído para o propósito) Tenho receio que os compremos por uma questão de imagem, e não por realismo custo beneficio face ás possibilidades financeiras do país para depois os encostar num armazém a seguir como foi com os Leos, (com as tradicionais e inevitáveis canibalizações).

3- Au acho que comprar o F-35 constitui um maior risco operacional considerando que Portugal é o ultimo país europeu a substituir os seus caças e tem mais inercia em o fazer. Neste momento a maior parte da sua mais-valia está no facto que é stealth. Se surgir algum desenvolvimento futuro que negue esta vantagem (mais rapido de desenvolver um sensor que um caça) o F-35 não tem mais pontos fortes que lhe valham. Por outras palavras, se o F-22 perdesse a sua capacidade stealth hoje continuaria ainda assim ser o melhor caça do mundo por uma larga margem. O mesmo será verdade para o FCAS, tempest e os NGAD (USAF+USN). O F-35 não tem esta polivalência.

4- às vezes mais vale um caça barato que pode ser operado a partir de uma garagem do que os ter inutilizados no solo, especialmente para um país barateiro, sujeito a decisões populistas e sem planeamento de futuro como o nosso.

Resumindo, não é o avião que quero para Portugal mas é o avião que vejo realisticamente a ser operado com elevados níveis de disponibilidade e com tolerância para ser maltratado pelos donos  :mrgreen:.
Três pontos rápidos:
1.   Dizer que a única vantagem do F-35 é ser stealth é absolutamente errado. O F-35 tem um nível de integração de sensores absolutamente único, e proporciona uma vantagem tão grande em termos de situational awareness e guerra eletrónica, que é por vezes apelidado de mini-AWACS. Não há absolutamente nada de 4ª geração que chegue nem perto.

2.   Dizer que é um risco sermos os últimos a operar não faz sentido nenhum, pelo contrário, sendo os últimos, já nos vamos integrar numa cadeia logística bem estabelecida. Qualquer aeronave tem problemas de manutenção e disponibilidade no início da sua vida e o F-35 não é exceção. Os israelitas, por exemplo, têm atingido taxas de operacionalidade de 90% na operação em Gaza…

3.   Para ficarmos na 4ª geração, mais vale ficarmos com o F-16V, que não é em nada inferior ao Gripen e não implica estabelecer uma nova infraestrutura logística.

1. Qualquer caça de 5ª geração terá essa integração de sensores, não será o F-35 a destacar-se dos outros, e se mencionar o F-22 para fazer algum tipo de comparação então aí caio de 4.  :mrgreen:

2. Existe risco sim, para além de baixa disponibilidade aliada ao reduzido numero de aeronaves adquiridas, custos muito acima de todos os tipos de caças que tivemos, baixas verbas disponíveis, e o facto do F-35 ao contrario de TODOS os outros modelos de 5ª geração não aspira ter desempenho cinético superior aos de 4ª "vai se desenrascando".

Adicionalmente os de 6ª já se encontram em desenvolvimento cujas datas de entrada ao serviço serão aproximadamente aquela que na melhor das hipóteses vamos ter os F-35 chegar por cá. Por isso digo que depende mais da tec stealth do que aquilo que seria desejável para um país que não atribui prioridade à defesa e não os substituirá com proatividade como outros países fazem.

3. Existem argumentos a favor e contra, a favor é existência de capacidade de modificação instalada no país. Contra: deixarmos de beneficiar da EPAF para os manter, a frota de F-16 será em breve trecho retirada. A Dinamarca vai doar todos os F-16 á Ucrãnia este ano. Por isso se mudarmos de avião infelizmente o Gripen é o loby mais lógico que vem a seguir (o F-16 também foi).

A eventual escolha do Gripen (porque o F-35 está longe de vir apesar do wishful thinking the o CEMFA manifestou, quem tomará a decisão já não será este) tem outras vantagens não inerentes ao avião em sim como falei anteriormente. Poderia libertar verbas para armamento e quiçá uma esquadra de drones mais a sério e com valor militar. A FAP vai ter de abordar esta questão mais tarde ou mais cedo.





Volto a dizer: não é a solução que eu prefiro, aquela que menos queremos provavelmente é a que é mais realista.
« Última modificação: Hoje às 12:27:31 pm por Pilotasso »
 

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JohnM

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Re: F-35A Lightning II na FAP
« Responder #468 em: Hoje às 12:25:15 pm »
O Gripen faz o mesmo que o F16 e é da mesma geração. E se estamos a falar de uma questão de motores, o que vale ao F35 ter um se não o pode usar em pleno, além de levar 36 horas a desmontar? o Rafale tem dois e leva 75 minutos a desmontar cada um. Mas enfim, siga o F35, gripens e seus muchachos...  ::)



Saudações

P.S. Dois caças significam duas linhas de logística. Se não faz sentido para aviões de treino, de transporte, muito menos para caças.

https://www.airforce-technology.com/projects/f-16v-viper-fighting-falcon-multi-role-fighter/



P.S. Para a solução F35, preferia o complemento do Leonardo M346. Fazia treino, intercepção no espaço continental, etc. Mas é só uma opinião.  :-P



Espero que não esteja a ser incluído no "grupinho"  :mrgreen: mesmo não sendo  propriamente fã do Gripen, no entanto dado o desprezo que o poder politico devotou às FA durante décadas tenho que frisar alguns pontos:

1- Baixo custo de manutenção deixaria verba para comprar munições decentes (estou a pensar nos misseis meteor, no míssil antinavio RBS-15, qiçá até mesmo o stormshadow).

2- outro risco é o seu elevado custo operational e necessidades de manutenção especiais do F-35 (reparação do revestimento stealth por meio de projetores laser num edifício construído para o propósito) Tenho receio que os compremos por uma questão de imagem, e não por realismo custo beneficio face ás possibilidades financeiras do país para depois os encostar num armazém a seguir como foi com os Leos, (com as tradicionais e inevitáveis canibalizações).

3- Au acho que comprar o F-35 constitui um maior risco operacional considerando que Portugal é o ultimo país europeu a substituir os seus caças e tem mais inercia em o fazer. Neste momento a maior parte da sua mais-valia está no facto que é stealth. Se surgir algum desenvolvimento futuro que negue esta vantagem (mais rapido de desenvolver um sensor que um caça) o F-35 não tem mais pontos fortes que lhe valham. Por outras palavras, se o F-22 perdesse a sua capacidade stealth hoje continuaria ainda assim ser o melhor caça do mundo por uma larga margem. O mesmo será verdade para o FCAS, tempest e os NGAD (USAF+USN). O F-35 não tem esta polivalência.

4- às vezes mais vale um caça barato que pode ser operado a partir de uma garagem do que os ter inutilizados no solo, especialmente para um país barateiro, sujeito a decisões populistas e sem planeamento de futuro como o nosso.

Resumindo, não é o avião que quero para Portugal mas é o avião que vejo realisticamente a ser operado com elevados níveis de disponibilidade e com tolerância para ser maltratado pelos donos  :mrgreen:.
Três pontos rápidos:
1.   Dizer que a única vantagem do F-35 é ser stealth é absolutamente errado. O F-35 tem um nível de integração de sensores absolutamente único, e proporciona uma vantagem tão grande em termos de situational awareness e guerra eletrónica, que é por vezes apelidado de mini-AWACS. Não há absolutamente nada de 4ª geração que chegue nem perto.

2.   Dizer que é um risco sermos os últimos a operar não faz sentido nenhum, pelo contrário, sendo os últimos, já nos vamos integrar numa cadeia logística bem estabelecida. Qualquer aeronave tem problemas de manutenção e disponibilidade no início da sua vida e o F-35 não é exceção. Os israelitas, por exemplo, têm atingido taxas de operacionalidade de 90% na operação em Gaza…

3.   Para ficarmos na 4ª geração, mais vale ficarmos com o F-16V, que não é em nada inferior ao Gripen e não implica estabelecer uma nova infraestrutura logística.

1. Qualquer caça de 5ª geração terá essa integração de sensores e se mencionar o F-22 para fazer algum tipo de comparação então aí caio de 4.  :mrgreen:

2. Existe risco sim, para além de falta de disponibilidade, os custos muito acima daquilo que estamos habituados e a conhecida cronica falta de verba nas FA (para além da manutenção programada e muita correctiva), e o facto do F-35 ao contrario de TODOS os outros modelos de 5ª geração não aspira ter desempenho cinético superior aos de 4ª "vai se desenrascando". Adicionalmente os de 6ª já se encontram em desenvolvimento cujas datas de entrada ao serviço será aproximadamente aquela que na melhor das hipóteses vermos os F-35 chegar por cá. Por isso digo que depende mais da tec stealth do que aquilo que seria desejável para um país que não atribui prioridade à defesa e não os substituirá com proatividade como outros países fazem.

3. Existem argumentos a favor e contra, a favor é existência de capacidade de modificação instalada no país. Contra: deixarmos de beneficiar da EPAF para os manter, a frota de F-16 será em breve trecho retirada. A Dinamarca vai doar todos os F-16 á Ucrãnia este ano. Por isso se mudarmos de avião infelizmente o Gripen é o loby mais lógico que vem a seguir (o F-16 também foi).

A eventual escolha do Gripen (porque o F-35 está longe de vir apesar do wishful thinking the o CEMFA manifestou, quem tomará a decisão já não será este) tem outras vantagens não inerentes ao avião em sim como falei anteriormente. Poderia libertar verbas para armamento e quiçá uma esquadra de drones mais a sério e com valor militar. A FAP vai ter de abordar esta questão mais tarde ou mais cedo.





Volto a dizer: não é a solução que eu prefiro, aquela que menos queremos provavelmente é a que é mais realista.
Eu estava a falar da integração de sensores relativamente à 4a geração, mas continua a ser válido para a 5a. O F-35 tem um nível de integração de sensores muito superior a qq outro avião, incluindo o F-22. Já agora, o nível de stealth do F-22 é bastante superior ao do F-35…

O F-35 é o único avião de 5a geração disponível para compra (coreanos e turcos são aviões engraçados, mas não são verdadeiramente de 5a geração e jamais vamos comprar  os nossos aviões de combate principais fora da NATO…

Continuam a existir mais de 3000 F-16 em uso pelo mundo fora e vão continuar a existir até 2050 ou mais, por isso a questão logística fica arrumada. Quando Gripen existem? Pouco mais de 100, distribuídos por 2 países…

Como já foi aqui referido várias vezes, o principal ponto é que é uma aberração completa substituir o F-16 por qq outro avião que não seja de 5a geração. Hoje em dia os de 4a ainda são úteis, mas é em 2060, que é até quando o nosso próximo caça vai ter que operar?