Esse argumento não faz muito sentido, pois podiam fazer uma versão nacional com alcance de 1000 km ou mais e as versões de exportação podiam sempre ser de alcance limitado.
E que tratados são esses?
Se não me engano — minhas informações são precárias, mas tenho quase certeza absoluta que — o Brasil é signatário de um acordo internacional que proíbe a
comercialização de mísseis de cruzeiro com mais de 300 quilômetros de alcance ou 500kg de explosivos. Mas seu
desenvolvimento ou fabricação não é proibido. Tal acordo foi assinado quando Fernando Henrique Cardoso era presidente.
Porém, o documento não tem nenhuma obrigação legal, ou seja, o Brasil se decidir, pode sim vender mísseis com alcance acima de 300 quilômetros ou com carga explosiva superior a 500kg. Porém, caso o País venda mísseis com alcance superior a 300 km e de carga explosiva maior do que 500, ele ficaria em descrédito por desrespeitar um acordo assinado junto à comunidade internacional.
Por exemplo, os mísseis Caliber russos têm alcance maior do que 300 Km. Se o Brasil vier adiquiri-los, por força do dito tratado, os mísseis russos deveriam se limitar a 300 km de alcance e 500 kg de carga explosiva. Isso, caso o Brasil opte a respeitar a tratativa na qual é signatário.
Levando em consideração o tamanho do AV-TM 300 e o jato TJ1000 (fabricação brasileira) que o propulsiona, dá mesmo para desconfiar que o alcance possível do míssil pode ser significativamente maior do que 300 Km. Faço esta ilação justamente pela lógica da dimensão do artefato apresentado na foto. Há espaço mais do que suficiente para carregar combustível no imenso corpo do míssil se observado melhor pelas fotos.
É que há misseis de cruzeiro no mercado com alcance de 600 km, ou mais, que já foram exportados com sucesso — como, por exemplo, o Tomahawk americano e o SCALP EG/Storm Shadow franco-britânico.
Incluiria aí nesta lista o míssil teuto-sueco Taurus KEPD 350 de 300 km e 500 km de alcance, em serviço nas forças aéreas alemãs e espanholas, implantados são operados nos caça bombardeiros Panavia Tornado, Boeing F-18 e Eurofighter Typhoon.