D. Cristóvão da Gama Cristóvão da Gama foi o quarto filho de Vasco da Gama e de Catarina de Ataíde. Em 1532 acompanhou o seu irmão D. Estevão à Índia até Malaca. Regressando ao reino em 1534 voltou à Índia em 1538.
Em 1541 acompanhou novamente o irmão, então governador da Índia, na expedição de Goa ao Mar Vermelho, uma armada de 75 velas com o objectivo de queimar as naus turcas em Suez, em que tomou parte honrosa.
No século XVI os muçulmanos, chefiados por Ahmed Gran, lançaram uma guerra santa sobre a Etiiópia. Acudindo ao apelo do Imperador Cristão da Etiópia, os portugueses intervieram militarmente, enviando para isso uma expedição de 400 homens comandados por D. Cristóvão da Gama.
Com este exército diminuto, o jovem comandante lançou-se através dos montes ínvios do vasto país, tomou lugares aparentemente inacessíveis, venceu batalhas contra forças quatro vezes superiores, libertando grande parte do território etíope.
Onde é hoje a Eritreia, em Março de 1541, na batalha de Anasa os muçulmanos combateram as forças conjuntas da Imperatriz da Etiópia e de Cristóvão da Gama. A superioridade tecnológica do exército português parece ter levado a melhor e o chefe muçulmano, ferido, fugiu do campo de batalha. Imediatamente enviou um pedido de auxílio ao Paxá do Yemen o qual enviou uma força de 2000 árabes e turcos, conhecedores já dos segredos da pólvora.
Em Agosto de 1541, a Imperatriz e os portugueses encontraram-se novamente e combateram contra as tropas inimigas em Ashenge.
D. Cristóvão da Gama foi gravemente ferido no frenesim da batalha, e escondeu-se num bosque para que as suas feridas sarassem antes que pudesse voltar para junto do exército.
Enquanto se encontrava escondido, uma jovem rapariga turca que D. Cristóvão tinha mantido como sua amante parece ter decidido traí-lo e dirigiu os muçulmanos até ao local.
Os seus captores espancaram-no brutalmente e arrastaram-no até ao comandante muçulmano. Tentaram, através da tortura, fazê-lo revelar para onde a Imperatriz se tinha retirado mas ele recusou-se a tal.
O capitão aproximou-se do prisioneiro e disse-lhe que se ele aceitasse converter-se ao Islão, seria misericordioso.
A resposta de D. Cristóvão da Gama foi cuspir na cara do muçulmano.
Irritado, agarrou num machado e decapitou o filho de Vasco da Gama.
Entretanto, o Imperador da Etiópia finalmente regressou com o seu exército e juntou-o com as forças da sua mãe e dos portugueses. A chegada do jovem Imperador parece ter animado grandemente os soldados etíopes e portugueses, marchando atrás dele com grande entusiasmo.
Após algumas batalhas importantes, em que os portugueses se bateram heroicamente, talvez com o desejo de vingança a incendear-lhes o espírito, cristãos e muçulmanos encontraram-se em Fogera, nas margens do lago Tana, em Fevereiro de 1542, para aquila que viria a ser uma enorme e sangrenta batalha final.
Durante a batalha, um servo leal de D. Cristóvão chamado Pedro Leão viu a oportunidade de vingar o seu mestre e disparou contra o Capitão muçulmano que havia decapitado D. Cristóvão, ferindo-o com gravidade.
Este, de forma a não causar pânico nas suas tropas diz-se ter simplesmente dito "Continuem a lutar" e foi-se sentar atrás de um pedregulho de forma a não mostrar o quão seriamente ferido estava.
Pedro Leão, contudo, vendo isto, seguiu-o e acabou com ele. Cortou a orelha do Gragn e exibiu-a aos jubilantes portugueses e etíopes que dançarqam em sua volta em vitória. Estava vingado o filho de Vasco da Gama.
Aparentemente, antes da batalha, o Imperador tinha prometido aos seus homens o casamento com a princesa da Etiópia a quem lhe trouxesse a cabeça do chefe muçulmano. Ao que parece, o humilde Pedro Leão, sem o saber, tornou-se assim noivo da filha do Imperador da Abissínia, onde ainda hoje permanece com descendência na Etiópia.