Ainda não vi ninguém comentar a frase que dizia que os Tejo têm recursos de segurança que nunca foram ativados desde a sua compra. Inacreditável.
Eu não sei se não estarão a falar de um dos adicionais sistemas do navio, um quarto sistema que permite mover a hélice.
O navio tem uma turbina a gás e dois motores a Diesel.
Mas também tem o que se chama de propulsor hidráulico, de emergência, que permite ao navio deslocar-se mesmo que a turbina e os motores a Diesel estejam inoperacionais.
Mas tanto quanto sei, neste caso é necessário acesso a alguma fonte de energia elétrica.
Os Flyvefisken, era utilizados como lanchas de ataque, com uma velocidade elevada para a dimensão da embarcação. Transportavam mísseis e torpedos e podiam atacar navios russos, e aproveitar a velocidade para se esconderem em fiordes na costa.
O ministro Aguiar Branco, que estava com a corda na garganta, com os NPO's encalhados por causa da Troika, as corvetas apodrecidas e os Cacine praticamente a afundar, optou por adquirir estes navios, não para função combatente, mas para patrulha.
Ao contrário do que se pode pensar, eles não foram retirados por não prestarem, mas sim porque a sua função de navio combatente tinha deixado de fazer sentido, numa NATO que passou a incluir a Polónia e os estados bálticos e perante uma Russia que tinha passado a ser boazinha.
A Dinamarca utilizou as armas para instalar noutros navios, mas como patrulhas, eles podiam ser eficazes.
O problema é que como em todos os navios a manutenção é cara. Muito mais cara que o que pode parecer de inicio. Os navios custaram à volta de 28 milhões. Quatro navios a sete milhões cada um (na realidade mais um para peças)
E aqui está o problema. Compraram um navio para peças, e nunca houve intenção de manter os navios operacionais com peças de reposição, que estão constantemente ser precisas em qualquer embarcação.
Ao preço a que foram comprados, e considerando o que custa a sua manutenção, o pessoal deve ter ficado embaçado quando viu o primeiro orçamento.
E isto não se resolve com reparações no Alfeite. O problema é que tudo precisa ser importado, desde módulos de controlo, até simples impulsores de uma bomba ou até parafusos.
A única coisa que podemos fazer é aprender a montar e a desmontar, mas não se pode baixar o preço das peças, apenas porque se montam numa oficina portuguesa.
Portanto, por trágico e cómico que isto seja, pelo que se reveste de humilhação para o país, a verdade é que não podemos dizer que é inesperado...