Afeganistão: Engenho que atingiu portugueses era improvisado
2005/11/22 | 20:35
«Primeiras conclusões do relatório de especialistas da Força Internacional de Segurança e Assistência» dizem também que a carga explosiva era «muito forte»
O chefe do Estado-Maior do Exército, Valença Pinto, afirmou hoje que a explosão que atingiu sexta- feira a viatura de uma patrulha portuguesa no Afeganistão foi causada por um "engenho improvisado", com uma carga explosiva "muito forte".
"Nas primeiras conclusões do relatório de especialistas da Força Internacional de Segurança e Assistência (ISAF) sabemos que se tratou de um engenho explosivo improvisado, com uma carga muito forte, de 15 a 20 quilogramas", explicou.
Segundo o Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), o engenho explosivo foi "instalado numa manilha, por debaixo da ponte onde o incidente ocorreu".
Valença Pinto falava aos jornalistas na vila do Alandroal, distrito de Évora, no final das cerimónias fúnebres do primeiro- sargento dos Comandos João Paulo Roma Pereira, de 33 anos, falecido sexta-feira, vítima da explosão.
O incidente provocou ainda ferimentos graves no primeiro-cabo Horácio da Silva Mourão, que se encontra internado no Hospital Militar da Base Aérea de Koblenz, na Alemanha, e ligeiros noutros dois militares portugueses.
"O que ainda não está inteiramente apurado é se o explosivo foi iniciado (detonado) de uma maneira clássica ou se, pelo contrário, foi accionado à distância por controlo remoto", adiantou o CEME, classificando o incidente como uma "acção intencional".
"Com certeza, foi uma acção intencional contra quem ali passasse", indicou.
Nas declarações aos jornalistas, Valença Pinto reiterou que a moral do contingente português estacionado no Afeganistão, na zona de Cabul, "continua elevada" e que os militares nacionais prosseguem o desempenho das suas "normais actividades operacionais".
Segundo o Chefe do Estado-Maior do Exército, o contingente português recebeu hoje a visita do Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres.