Acho que também se está a olhar para isto assim de 8 ou 80. As escolhas não se limitam a dar graxa, ou montar uma rebelião. Existem meios termos, que incluem por exemplo, alertar para a falta de condições ou limitações em determinadas áreas. Vemos na saúde e na educação a fazerem isso, mas na Defesa não podem?
Se no vosso trabalho, usam uma máquina que já não funciona devidamente, é insubordinação se alertarem os patrões? Ou fica-se sempre à espera que aconteça o pior (acidente de trabalho), para se dizer alguma coisa? Agora imaginem numas FA, com graves deficiências que limitam muito a chance de sobrevivência dos militares (ver caso do NPO desarmado no Golfo da Guiné, que felizmente não houve incidente, mas se houvesse a conversa seria outra).
Se calhar em vez de se tentar dar graxa, e vender uma imagem de que está tudo impecável, e está tudo preparadíssimo para qualquer eventualidade, convinha haver um pouco de honestidade. Desde logo reconhecer as nossas limitações, e definir o que é prioritário resolver.
Entretanto, ontem ocorreu-me outra coisa. Com o Atlântico a ganhar ainda mais importância com o abastecimento de gás natural por barco, com o fim da compra de gás à Rússia, vai ser ainda mais importante ter capacidade, através da Marinha e da FAP, garantir a segurança desde oceano.