Viriato,grande leader dos Lusitanos,antepassados dos Portugueses.
"...Sucedeu o pastor Viriato,natural de Lobriga,hoje a vila de Loriga,no cimo da Serra da Estrela,Bispado de Coimbra,..."
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Algumas citações, de alguns dos principais historiadores romanos antigos:
- "...Viriato,um Lusitano de nascimento,sendo pastor desde criança nas altas montanhas* da Lusitânia,foi para todos os Romanos,motivo do maior terror.A príncipio armando emboscadas,depois devastando províncias,por último vencendo,pondo em fuga,subjugando exércitos de Pretores e Cônsules romanos. ..."(Orósio(5.4.1)
-"...Viriato,nascido e criado nas mais altas montanhas* da Lusitânia,onde foi pastor desde criança,conseguiu reunir o apoio de todo o seu povo,para sacudir o jugo romano,e fundar uma grande nação livre na Hispânia. ..."(Floro(1.33)
-"...Este Viriato era originário dos Lusitanos...Sendo pastor desde criança,estava habituado a uma vida dura nas altas montanhas*...Famoso entre as populações,foi por eles escolhido como chefe..."(Diodoro Sículo(33.1.1.-4)
*Hermínius,actual Serra da Estrela.Os Hermínius foram a maior fortaleza,e o coração da Lusitânia.
Todos os grandes historiadores antigos,começando pelos Romanos,elogiam as grandes qualidades de Viriato.Nelas se destacam,a inteligência,o humanismo,a capacidade de liderança,e a sua grande visão de estratega militar e político.
A este grande homem,que liderou os Lusitanos, antepassados dos Portugueses,os Romanos só conseguiram vencer recorrendo à vergonhosa traição cobarde.
Este homem,tal como outras grandes figuras que ficaram na história,tinha origens humildes,provando-se na época,tal como hoje,que as capacidades individuais não dependem do estrato social,nem das habilitações académicas.
Viriato era apenas um pastor,habituado desde criança a percorrer as altas montanhas dos Hermínius(actual Serra da Estrela),onde nasceu,e que conhecia como a palma das suas mãos.Foi naquelas montanhas que os que os Romanos tiveram mais dificuldades na sua luta para subjugar os Lusitanos.À terra-natal de Viriato,a localidade mais próxima do ponto mais alto,os Romanos puseram o nome de Lorica,nome de antiga couraça guerreira.
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Loriga - Vila bela e histórica na Serra da Estrêla -
Lorica,foi o nome dado pelos Romanos a Lobriga, povoação que foi,nos Hermínius(actual Serra da Estrêla),um forte bastião lusitano contra os invasores.Os Hermínius foram a maior fortaleza lusitana e Lorica situada no coração dessa fortaleza,perto do ponto mais alto.Lorica,do latim,é nome de antiga couraça guerreira,de que derivou Loriga,com o mesmo significado.Os Romanos puseram-lhe tal nome,devido à sua posição estratégica na serra,e ao seu protagonismo durante a guerra com os Lusitanos(* LORICA LUSITANORUM CASTRUM EST).
É um caso raro de um nome que se mantém praticamente inalterado há dois mil anos,sendo altamente significativo da antiguidade e da história da povoação(por isso,a couraça é a peça central e principal do brasão histórico da vila).
A povoação foi fundada estratégicamente no alto de uma colina,entre duas ribeiras,num vale de origem glaciar, onde a presença humana existe há,pelo menos,cinco mil anos.Desconhece-se,como é evidente,a longinqua data da fundação,mas sabe-se que a povoação existe há mais de dois mil e seiscentos anos,e surgiu originalmente no mesmo local onde hoje está o centro histórico da vila.No Vale de Loriga,existem actualmente,além da vila,as aldeias de Cabeça,Muro,Casal do Rei,e Vide.
Da época pré- romana existe,por exemplo uma sepultura antropomórfica,num local onde existiu um antigo santuário,numa época em que o nome da povoação era Lobriga,etimologia de evidente origem céltica.Lobriga,foi uma importante povoação fortificada,Celta e Lusitana,na serra.
A tradição local,e diversos antigos documentos,apontam Loriga como tendo sido berço de Viriato,que nasceu,sem dúvida,nos Hermínius,onde foi pastor desde criança.É interessante a descrição existente no livro manuscrito História da Luzitânia,do Bispo-Mor do Reino(1580):"...Sucedeu o pastor Viriato,natural de Lobriga,hoje a villa de Loriga,no cimo da Serra da Estrêla,Bispado de Coimbra,ao qual,aos quarenta annos de idade,aclamarão Rey dos Luzitanos,e casou em Évora com huma nobre senhora no anno 147...".
A rua principal, da àrea mais antiga do centro histórico da vila de Loriga,tem o nome de Viriato,em sua homenagem.
Ainda hoje existem partes da estrada,e uma das duas pontes(século I a.C.),com que os Romanos ligaram Lorica ao restante império.A ponte romana ainda existente,sobre a Ribeira de Loriga,está em bom estado de conservação,e é um bom exemplar da arquitectura da época.
A estrada romana ligava Lorica a Egitânia (Idanha-a-Velha),Talabara (Alpedrinha),Sellium (Tomar),Scallabis (Santarém),Olisipo (Lisboa) e a Longóbriga (Longroiva),Verurium (Viseu),Balatucelum (Bobadela),Conímbriga (Condeixa-a-Velha)e Aeminium (Coimbra).
Loriga,foi também importante para os Visigodos,os quais deixaram uma ermida,provavelmente o templo cristão mais antigo construído na localidade, dedicada a S.Gens,um santo de origem céltica,martirizado em Arles,na Gália,no tempo do imperador Diocleciano.A ermida sofreu obras de alteração e o orago foi substituído, passando a ser de Nossa Senhora do Carmo.Com a passagem dos séculos,os loricenses passaram a conhecer o santo por S.Ginês,hoje nome de um bairro do centro histórico da vila.A actual derivação do nome romano,Loriga,começou a ser usada pelos Visigodos.
A igreja matriz tem,numa das portas laterais,uma pedra com inscrições visigóticas,aproveitada quando da construção datada de 1233.A antiga igreja,era um templo românico,com traça semelhante à da Sé Velha de Coimbra,embora o edifício tivesse dimensões diferentes,tinha o tecto e abóbada pintados,e, quando foi destruída pelo sismo de 1755,possuía quadros da escola de Grão Vasco nas paredes.
Desde a reconquista cristã, que Loriga esteve sob a exclusiva influência administrativa e eclesiástica de Coimbra.Na segunda metade do século XII já existia a paróquia de Loriga,e os fieis dos então pequenos lugares ou "casais" dos arredores,vinham à vila assistir aos serviços religiosos.
A vila de Loriga,recebeu forais de João Rhânia(senhorio das Terras de Loriga no tempo de D.Afonso Henriques),D.Afonso III ,D.Afonso V ,e recebeu foral novo de D.Manuel I .
Com D.Afonso III,a vila regressou à posse da Coroa,e em 1474,D.Afonso V doou Loriga ao fidalgo Àlvaro Machado,doação confirmada em 1477, e mais tarde por D.Manuel I.No entanto,após a morte do referido fidalgo,a vila foi incluída definitivamente nos bens da Coroa.No século XIII,o concelho de Loriga abrangia a àrea compreendida entre a Portela de Loriga(hoje também conhecida por Portela do Arão)e Pedras Lavradas,incluindo as àreas das actuais freguesias de Alvoco da Serra,Cabeça,Teixeira,e Vide.Na primeira metade do século XIX,em 1836,o concelho de Loriga passou a incluír Valezim e Sazes da Beira.Valezim,actual aldeia histórica,recebeu foral em 1201,e o concelho foi extinto em 1836,passando a pertencer ao de Loriga. Alvoco da Serra recebeu foral em 1514 e Vide recebeu foral no século XVII,mas voltaram a fazer parte do concelho de Loriga em 1828 e 1834 respectivamente,também no início do século XIX.As sete freguesias que ocupam a àrea do antigo município loricense, constituem actualmente a denominada Região de Loriga.
Loriga,é uma vila industrializada(têxtil) desde o início do século XIX,quando "aderiu" à chamada revolução industrial,mas,já no século XVI os loricenses produziam bureis e outros panos de lã.
Mais tarde,a metalurgia,a pastelaria,e mais recentemente,o turismo (Loriga tem enormes potencialidades turisticas),passaram a fazer parte dos pilares da economia da vila.Em Loriga existem a única estância e pistas de esqui existentes em Portugal.