Portugal Ultramarino

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TOMSK

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« Responder #105 em: Março 10, 2009, 07:38:31 pm »
Os Holandeses, Franceses. Ingleses e Espanhóis tiveram de maneira geral, um historial ultramarino bastante mais agressivo e racista para com as populações nativas do que os Portugueses. Isso está documentado, estereótipado, e a história parece-nos ter dado razão.

É necessário entender isto, para que a nossa colonização não seja metida no mesmo saco das outras.
« Última modificação: Março 10, 2009, 07:49:17 pm por TOMSK »
 

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FoxTroop

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« Responder #106 em: Março 10, 2009, 07:42:45 pm »
Concordo. Não se pode comparar o historial ultramarino de Portugal com o de mais nenhuma potencia. Não quero dizer que fomos exemplares mas nesse campo pouco nos podem apontar.
 

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Duarte

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« Responder #107 em: Março 10, 2009, 07:52:13 pm »
Citação de: "FoxTroop"
Não caro Duarte não estou a ser incoerente. Estou apenas a dizer que não se pode exigir sem dar meios. Um soldado deve estar pronto a dar a vida pela sua nação, mas têm de lhe ser dados meios para o fazer. Esses meios são da competência do poder politico.

Ferveu-me o sangue, senti-me insultado, não queria descer ao insulto. O meu pai esteve em Moçambique assim como todos os meus tios que estiveram espalhados pelas 3 províncias e todos eles em zonas 100%. Quando consigo que falem qualquer coisa sobre o ultramar, não vejo mágoa por o 25 Abril ou a descolonização ser feita como foi. A mágoa expressada é por ter sido necessário chegar a esse ponto, por todo o capital, humano e não só, investido se ter esgotado sem que ao menos se tentasse uma solução.

Li o link sobre a forma de Portugal fazer guerra e não altero a minha posição. Posso caso o deseje discutir a nossas opiniões.

Quanto ao seu hipotético cenário.
-- Perante uma situação dessas a margem de manobra é pouca. Reforçaria imediatamente as guarnições das ilhas chave. Não disporia forças em todas a ilhas por força da superioridade IN.
--Encetaria também conversações com o FLA. Saber tudo o que pudesse sobre os seus lideres, doutrina, linha politica e objectivos, negociando de modo a tentar ganhar o máximo tempo possível com vista á consolidação de posições militares e reforço dos serviços administrativos.
--Como me parece que o país estaria integrado em algo tipo Pacto de Varsóvia, imediatamente activaria a aliança de modo a formar um bloco contra o agressor.
--Em caso de ser deixado só e perante a superioridade militar IN, tentaria negociar de modo a minimizar as perdas para a nação.
--Se mesmo assim a invasão se concretizasse as ordens seriam para lutar.

E veja que a situação nada tem a ver com o que se passou em África.


O paralelo que queria fazer é com a União Indiana e a sua invasão brutal e ilegal e não com África, embora para mim são iguais.
 :lol:

Também meu pai e 3 tios serviram a pátria nos 3 teatros.

Acho interessante as suas respostas ao cenário hipotético à crise dos Açores. De certeza que não faria nada de diferente? Olhe que a FLA, treinada pela CIA anda a incendiar esquadras de polícia e matar militares e polícias em embuscadas e com explosivos improvisados. Mauzinhos...
« Última modificação: Março 11, 2009, 12:05:08 am por Duarte »
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teXou

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« Responder #108 em: Março 10, 2009, 08:36:00 pm »
Citação de: "legionario"
... , era uma colonizaçao que tendia à integraçao e à assimilaçao , ...

 :rir:  :rir:  :rir:

É excelente, posso repetir-la ?
"Obviamente, demito-o".

H. Delgado 10/05/1958
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« Responder #109 em: Março 10, 2009, 08:48:19 pm »
Citação de: "teXou"
Citação de: "legionario"
... , era uma colonizaçao que tendia à integraçao e à assimilaçao , ...
:rir:  :rir:  :rir:

É excelente, posso repetir-la ?


Você ja esteve em Africa ?
 

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TOMSK

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« Responder #110 em: Março 10, 2009, 09:06:29 pm »
De forma a contribuír para a riqueza informativa do tópico, sugiro a leitura desta tese:

A Tese Federalista



"Solicitado (em 1962) pelo Ministro do Ultramar, Adriano Moreira, a elaborar um parecer sobre as soluções a adoptar para o Império Lusitano, o professor Marcello Caetano ousa propor aquilo que Salazar não queria ouvir: a transformação do "Estado unitário que hoje somos num Estado federal".

Caetano sugere a criação de três "Estados federados": Portugal, Angola e Moçambique, adquirindo os restantes territórios o mesmo estatuto das então desginadas ilhas adjacentes ( Açores e Madeira). Os orgãos federais seriam o presidente da República («presidente da comunidade» ou «União»), a Assembleia da Comunidade, o Conselho Federal e o Supremo Tribunal Federal. Cada Estado possuiria como orgãoes de soberania uma Assembleia Nacional, um governo e os tribunais.

A proposta dos «Estados Portugueses Unidos», uma Commonwealth à lusitana, é ignorada tanto pelo Chefe do Executivo como pelo seu Ministro do Ultramar, que vêem nela um traição aos valores nacionais. Dirá Franco Nogueira mais tarde que Salazar julgava levar este cenário à perda das colónias."
 

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teXou

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« Responder #111 em: Março 10, 2009, 09:21:17 pm »
Citar
Integração dos povos:
A integração dos povos, é um fator essencial da cooperação entre as civilizações. O problema mais complexo da cooperação entre as civilizações é a capacidade e habilidade de dialogar sem optar a sua própria supremacia neste diálogo e sem optar á possessão da verdade na instância suprema. Para o diálogo entre as civilizações, leva-se em conta as estruturas, institutos e práticas existentes em todo o mundo. Uma das particularidades principais da integração dos povos consiste no diálogo em que aspira-se a consideração entre as civilizações nas suas relações recíprocas e ao povo na sua atitude até os valores espirituais e culturais. ...

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Integra%C3%A7%C3%A3o_dos_povos "
Não era integração ... era colonialismo !

Citar
assimilação
nome feminino

1. acto ou efeito de assimilar
2. processo em que duas ou mais coisas se tornam semelhantes
3. acto de considerar uma coisa semelhante a outra ; identificação
....
http://www.infopedia.pt/pesquisa?qsExpr=assimila%E7%E3o&qsFiltro=14

Não era assimilação ... era colonialismo !

Exemplos do colonialismo:
- Fim do tráfico negreiro em 1842
- Aboliçãoa  da escravidão em 1869.
- Trabalho indígena nos campos de algodão ou nas obras públicas.
- Trabalho forçado.
- "Missão civilizadora".
- Estatuto legal de indígenas.
- Estatuto legal de integrados.

pretos, indígenas, assimilados,  ... sim sim ... que bela prova de integração e de assimilação !


Você consegue dizer isso sem pôr-se a rir  ?
Eu não !  :toto:
« Última modificação: Março 10, 2009, 09:24:31 pm por teXou »
"Obviamente, demito-o".

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« Responder #112 em: Março 10, 2009, 09:21:43 pm »
Citação de: "FoxTroop"
Concordo. Não se pode comparar o historial ultramarino de Portugal com o de mais nenhuma potencia. Não quero dizer que fomos exemplares mas nesse campo pouco nos podem apontar.


Essa diferença de comportamento começou logo na India com a politica dos casamentos mistos.
Milhoes de mulatos por esse mundo fora provam que aos portugueses nao repugnava o contacto com outras raças .:):)

é um grande contraste com ingleses ou franceses que quando residem em africa é em bairros exclusivos, vedados e protegidos.
 

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« Responder #113 em: Março 10, 2009, 10:21:13 pm »
Texou, vc mandou-me com esse peixe todo para cima, mas eu nao estou com vontade nenhuma de lhe responder ! ... até podia, mas é que nao me esta a apetecer nada ;)
 

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Duarte

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« Responder #114 em: Março 10, 2009, 10:53:44 pm »
Citação de: "teXou"
Não era integração ... era colonialismo !


Não era assimilação ... era colonialismo !

Exemplos do colonialismo:
- Fim do tráfico negreiro em 1842
- Aboliçãoa  da escravidão em 1869.
- Trabalho indígena nos campos de algodão ou nas obras públicas.
- Trabalho forçado.
- "Missão civilizadora".
- Estatuto legal de indígenas.
- Estatuto legal de integrados.

pretos, indígenas, assimilados,  ... sim sim ... que bela prova de integração e de assimilação !



Mas que disco riscado..  :lol:
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Duarte

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« Responder #115 em: Março 10, 2009, 11:51:14 pm »
Citação de: "P44"
Meu Caro, tu partes do presuposto do "Portugal Uno e Indivisivel do Minho a Timor", quando tal "entidade" nunca existiu na realidade.

Usas a mesma desculpa do Estado Novo de que as "provincias ultramarinas" eram "provincias" de Portugal, quando a realidade é que sempre foram COLÓNIAS (e até 1950 e picos tinham essa designação OFICIAL...aliás a alteração cosmética de nome foi forçada pela Ditadura para impedir os ventos da história, qd já se adivinhavam as independencias das colonias francesas e inglesas)

Camarada Sr. Dr. P44, o cenário é sobre os Açores. Não há Estado Novo, nem Salazar..

Citação de: "P44"
Que eu saiba os Açores foram POVOADOS pelos Portugueses, ao contrário das "provincias ultramarinas" que já eram povoadas por Africanos!

Não é isto que dizem os Americanos. Vá lá, um pouco de imaginação.. :mrgreen: nenhum GOVERNO que se prezasse, ou pelo menos que tivesse algum nivel de inteligência faria tal coisa.

Mas como tu vives na América se calhar julgas que os Rambos existem na realidade  :lol:
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TOMSK

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« Responder #116 em: Março 14, 2009, 08:58:00 pm »


A profecia de Salazar

«É para mim seguro que a dualidade peninsular só tem valor e significado, existindo o Império Português; sem ele é duvidosa e precária nos tempos futuros a existência de Portugal independente da Espanha».

Como diz um vizinho meu, que viveu no tempo de Salazar, o "homem previu tudo, o homem deixou tudo escrito..."
 

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sierra002

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« Responder #117 em: Março 15, 2009, 10:36:13 am »
Foxtroop dixo:

Citar
Os Holandeses, Franceses. Ingleses e Espanhóis tiveram de maneira geral, um historial ultramarino bastante mais agressivo e racista para com as populações nativas do que os Portugueses. Isso está documentado, estereótipado, e a história parece-nos ter dado razão.


Con todo respeto, una de las principales razones del colonialismo portugués fue la búsqueda de esclavos, tanto en África como en América, y fue el esclavismo uno de los mayores motores, sino el mayor, de la la economía portuguesa hasta el siglo XIX. Por poner un ejemplo, apenas quedan indígenas en Brasil, cuando en hispanoamerica hay millones, y eso se debió a que la la esclavitud de los indígenas estaba prohibida en los dominios hispánicos, mientras que en los portugueses se alentaba.
Creo que todos tendemos a pensar que nuestro país fue el más bueno, pero eso no tiene porqué ser cierto.
 

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« Responder #118 em: Março 15, 2009, 06:40:23 pm »
Ha aqui uma grande confusao . Ninguem afirmou que a colonizaçao portuguesa foi isenta de excessos e de crimes. O que foi dito  foi que a nossa colonizaçao tinha sido diferente da dos demais paises colonizadores.

O comercio de escravos até fins do séc XIX, e o trabalho forçado dos indigenas até principios do séc XX foram praticados pelos portugueses , ninuguem o nega  (nesses tempos os portugueses e os espanhois tambem eram vendidos como escravos quando eram capturados pelos mouros),  .. .mas os tugas, ao mesmo tempo, conseguiam establecer relaçoes de priximidade com os nativos, inclusivé através do casamento ; estas "misturas" eram impensaveis para os ingleses ou holandeses...

Mesmo nos nossos dias, as tensoes étnicas e religiosas sao relativamente pouco frequentes em Portugal e a maioria dos imigrantes africanos lusophonos em Portugal conseguem integrar-se na sociedade. Isto quer dizer alguma coisa, nao ?

Para quem nao acredita, que viaje até Angola ou Moçambique e que veja como sao os tugas recebidos . Os nossos ex-colonizados, partilham com os "metropolitanos" o seu amor pelo Benfica ou pelo Sporting e sao adeptos ferverosos de Portugal quando defrontamos os espanhois ou os ingleses ,  :):):)
 

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Luso

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« Responder #119 em: Março 15, 2009, 11:37:12 pm »
À laia de guisa, e pedido antecipadamente perdão os foristas pelo eventualmente despropositado postal, deixo aqui um poema que acabo de encontrar...

http://quiteriabarbuda.com.sapo.pt/

Duzentos capitães ! Não das caravelas

Não os heróis das descobertas e conquistas,

A Cruz de Cristo erguida sobre as velas

Como um altar

que os nossos marinheiros levavam pelo mar

À terra inteira !(Ó esfera armilar. Que fazes tu nessa bandeira?)

Ó marujos do sonho e da aventura,

Ó soldados da nossa antiga glória,

Por vós o Tejo chora,

Por vós põe luto a nossa História !

Duzentos capitães destes de agora ! (Pobres inconscientes)

Levando hilares, ufanos e contentes

A Pátria à sepultura,

Sem sequer se mostrarem compungidos

Como é dever dos soldados vencidos,

Soldados que sem serem batidos

Abandonaram terras, armas e bandeiras,

Populações inteiras

Pretos, brancos, mestiços (Milagre português da nossa raça)

Ao extermínio feroz da populaça.

Ó capitães traidores dum grande ideal

Que tendo herdado um Portugal

Longínquo e ilimitado como o mar

Cuja bandeira, a tremular,

Assinalava o infinito português

Sob a imensidade do céu,

Legais a vossos filhos um Portugal pigmeu,

Um Portugal em miniatura,

Um Portugal de escravos

Enterrado num caixão d'apodrecidos cravos !

Ó tristes capitães ufanos da derrota,

Ó herdeiros anões de Aljubarrota,

Para vossa vergonha e maldição

Vosso filhos mais tarde ocultarão

Os vossos apelidos d'ignomia...

Ó bastardos duma raça de heróis,

Para vossa punição

Vossos filhos morrerão

Espanhóis !
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...