Ao longo dos conflitos em que Portugal se viu envolvido, apenas durante os seculos XV e até meados do século XVI tivemos numa posição de superioridade tecnológica. Daí que à motivação existente (comercial, mercantilista, religiosa ou imperial - cada um que escolha) se adicionarmos tecnologia de ponta e uma classe dirigente maioritariamente oriunda da nobreza mas não só, encontramos neste período (1415-1580) o melhor da nossa História Militar.
Antes disso foi a luta pela sobrevivência e afirmação como Nação. Tecnologicamente estávamos ao mesmo nível que os inimigos mas em inferioridade numérica. Se aquando da crise de 1383-85 a maioria da nobreza estava com Castela, as demais classe, em especial a recem criada burguesia aliou-se ao Povo e apoiou D.João I. A vitórias surge da motivação e de um comando exemplar.
A Restauração foi um excelente exemplo do que conseguimos fazer. Aqui toda a Nação uniu-se pela Independência. E tivemos de fazer a Guerra em 3 frentes: Portugal, Brasil e África. Perdeu-se colónias em África e na Ásia, a diminuta capacidade demográfica do País não deu para tudo. E muito ficou a dever ao Conde de Schomberg e outros "conselheiros militares" que o acompanharam.
As guerras napoleónicas e a 1ª guerra mundial, deviam ser melhor estudadas pelos nossos políticos. Nelas o País por invasão e por opção política viu-se envolvido em guerras para as quais não estava preparado. Em ambos os casos existiam bonitos planos no papel com a organização, estrutura e comando perfeitamente desenhados. A realidade era assustadora. Militares mal treinados ou com treino inadequado à realidade do campo de batalha, equipamento desactualizado, falta de uniformes e outro equipamento, oficiais incapazes, militares desmotivados e mal pagos, etc. Tiveram que nos dar a mão, treinar-nos, equipar-nos e armar-nos. O Duque de Wellington fez grandes elogios ao Exército Português, que depois de treinado por ingleses, armados com o mesmo armamento que o Exército Inglês e muitas vezes sob o comando de oficiais ingleses, ele considerava tão bom como o exército inglês. Considerava-o até melhor que o Exército espanhol. Tão boa era a sua opinião que aquando da fuga de Napoleão de Elba e se previa uma nova guerra pediu ao governo português que lhe enviasse uma divisão.
Quanto à 1ª guerra mundial, enfim, não fosse o apoio militar que obtivemos e não teríamos condições para combater na Flandres, numa guerra moderna.
A Guerra do Ultramar é de facto um feito notável para um país com menos de 8 milhoes de habitantes, sem experiência naquele tipo de guerra e que teve de se adaptar e substituir todo um arsenal do tempo da 2ª guerra mundial. E houve militares notáves: Oficiais, Sargentos e Praças.
As guerras são sempre feitas pelo Povo.