Rangers, Comandos, Paras, etc

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afraden

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3330 em: Novembro 23, 2016, 06:50:58 pm »
Saudaçoes,
Como estou quase a entrar para o exercito tenho a curiosidade em saber quais as especializações que podem ser feitas nos Páras, nos Comandos e nas OE. Dou sobretudo importância aos Páras porque é a unidade que vou ingressar :)
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3331 em: Novembro 24, 2016, 10:49:44 am »
Saudaçoes,
Como estou quase a entrar para o exercito tenho a curiosidade em saber quais as especializações que podem ser feitas nos Páras, nos Comandos e nas OE. Dou sobretudo importância aos Páras porque é a unidade que vou ingressar :)

Há a especialidade de Paraquedistas, Rangers e Comandos, depois dentro de cada Especialidade há as sub-especialidades (pelo menos era assim no meu tempo).

Nos Paraquedistas, sendo a Tropa Especial mais numerosa do Exército e com mais sub-unidades, encontras de tudo. Desde o simples secretariado até ao Auxiliar de Precursor que é o curso mais difícil de entrar e de se passar no seio dos Paras. Não preocupes com isso agora, concentra-te em aguentares a recruta, o Curso de Combate e o Curso de Paraquedismo. Depois disso eles lá decidem para onde vais e a fazer o quê.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Cabeça de Martelo

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3332 em: Novembro 24, 2016, 12:50:43 pm »
Comandos: "Desisti do Curso 127 por dignidade. Há coisas que não podemos aceitar"


O curso dos comandos no qual morreram dois instruendos em Setembro termina esta sexta-feira. Dos 67 que iniciaram a instrução, 26 desistiram. E entre estes alguns falaram ao PÚBLICO.


Ana Dias Cordeiro

Hugo Abreu era bom camarada, dedicado, uma pessoa alegre. Estava sempre a cantar e sempre pronto a ajudar. Dylan da Silva era excepcional e estava especialmente motivado para o Curso 127 dos Comandos – como todos os 67 instruendos que o iniciaram, depois de um estágio de três meses em que criaram laços de amizade. Em Dylan, porém, era como se o entusiasmo fosse mais visível. Já tinha comprado o material necessário para todas as fases do curso. Estava ali de corpo e alma.

Os dois jovens recrutas de 20 anos que morreram na prova de choque são assim lembrados por colegas que deixaram o curso pouco depois. Por medo? Não foi por medo, dizem. Foi mais por uma impossibilidade criada pelo inesperado e a brutalidade das circunstâncias, ou por pressão de pais e namoradas para que não ficassem expostos a tais perigos.

“Desisti porque fiquei mesmo em baixo, não tinha moral suficiente. Eles eram os meus melhores amigos”, diz Edgar. “Dylan da Silva era um amigo que eu não esperava perder tão cedo. E com Hugo Abreu, aconteceu uma coisa que nunca esquecerei. Nunca ninguém tinha morrido aos meus olhos.”

A prova começara ainda de noite, e prolongara-se pela manhã e tarde do fatídico dia – 4 de Setembro – até ser suspensa perante o número de instruendos que caíram na prova, sob um calor extremo. As armas queimavam, o chão escaldava.

"Ninguém me disse que ia ser difícil. Eu já sabia. Mas foi demasiado. Quem sobrevive a um calor daqueles com falta de água e muito pouca comida? Quando o Silva caiu, eu tinha caído um minuto antes dele. Vi-o só por uns momentos. Depois perdi a visão, fui levado para a enfermaria. Em nenhum momento senti medo”, conta.

“Eu estava na enfermaria, quando o Abreu estava a ser tratado. Ouvia o som estranho dele a respirar com muita dificuldade. E via os enfermeiros de volta dele. Acabei por adormecer e só acordei com a enfermeira a gritar por ajuda. Vieram os instrutores, tentaram as manobras respiratórias. Já não havia solução.”

Em circunstâncias normais, a prova de choque no Campo de Tiro de Alcochete teria durado três dias com pequenas pausas de duas ou três horas para dormirem. Mas naquele dia, os instruendos foram levados. Os que tinham feito a recruta com Hugo Abreu ou haviam aprofundado laços de amizade “desfaziam-se em lágrimas”, lembra Roberto, outro instruendo que deixou o Curso 127.

Os que, como ele, não foram hospitalizados nesse dia voltaram para o Centro dos Comandos da Carregueira. Retomaram uma rotina de exercícios técnicos, e exames médicos nos dias que seguiram. O ritmo abrandou, mas os exercícios continuaram. Seis dias depois, Dylan da Silva viria a morrer no Hospital Curry Cabral em Lisboa. No dia 30 de Setembro, o último instruendo hospitalizado teve alta.

Amanhã, sexta-feira, a cerimónia reunirá os que completaram o Curso 127, que termina sem que esteja marcado o início do próximo. Na cerimónia, espera-se que 23 instruendos recebam a boina, o diploma, o dístico, na presença de muitos dos que saíram antes do fim, e passem a Comandos. Até ao início desta semana, tinham desistido 26 e 16 foram eliminados por incapacidade ou lesão, segundo informação do Exército.

“Para mim não será difícil assistir à cerimónia. Fico feliz por quem terminou. Sair foi uma decisão minha, tenho de a assumir. É uma questão de dignidade. Há coisas que não podemos aceitar. Tenho pena por Abreu e Dylan. Acabaram por esbarrar no seu sonho”, diz Roberto, antes de um silêncio. “Eles deviam ser homenageados, mas até isso é mau, vendo a forma como morreram. Por outro lado, também é mau não lhes prestarem homenagem.”


"Falta de sentido humano"

Na cabeça o que tem são interrogações. “Há sempre violência, humilhação, mas naquela prova, houve uma anomalia, falta de bom senso e de sentido humano. Como foi possível avançar com a prova sob aquele calor? Como foi possível mais tarde ver uma socorrista tirar fotografias com o telemóvel aos meus colegas desfalecidos na enfermaria? E fazer isso a rir? Não esquecerei o sarcasmo.” Roberto refere-se a palavras de gozo de alguns comandos, que ignorando a gravidade da situação, e com Hugo Abreu às portas da morte, ainda diziam a rir que era melhor os “fraquinhos” irem para a sombra se não “ainda podiam morrer”. “Como foi isto possível? São duas mães que choram dois filhos”, diz Roberto.

Saiu do curso revoltado. A pancada, as agressões, por tudo e por nada, “porque se olha nos olhos do instrutor, ou porque não se olha nos olhos do instrutor.” Porque se cumpre demasiado ou não se cumpre o suficiente. “Porque algum superior implica connosco e a partir daí, é rebaixar, humilhar. O pior para mim não foi o esforço, foi a falta de sentido humano no curso.”

Roberto voltará no dia em que o curso seja revisto, e recupere “a verdadeira essência” dos Comandos, antes de o curso ser extinto em 1993. O curso retomou em 2002. “Mas perdeu-se a ligação da geração anterior à mais nova. Perderam-se valores essenciais”, defende, mesmo se antes de 1993, nove instruendos morreram durante ou logo após a prova de choque.

“É o inferno na terra”, diz sobre o curso, que conhece bem. “Qual o sentido que faz estarmos dias inteiros e noites completamente molhados, com frio, sem poder tirar a farda? Como foi possível naquele dia a prova prosseguir com tantos a caírem? Com alerta vermelho do calor, como é que ninguém pensou em dar mais água? Ou cancelar a prova substituindo-a por outros exercícios? Ainda me lembro de um colega cair para trás, de costas no chão, inconsciente, deixando as moscas rondarem-lhe a boca aberta. O corpo desligou.” A prova prosseguiu.

Na semana passada, cinco instrutores, o médico e o director da prova foram detidos por suspeita de vários crimes de abuso de autoridade e ofensas à integridade física que estarão na origem das duas mortes. A investigação foi conduzida por um procurador do Departamento de Investigação e Acção Criminal (DIAP).

"Houve negligência de muita gente", continua Roberto. Os que fraquejavam eram empurrados ou forçados a continuar, diz. Ele próprio parou na prova, fingindo perder os sentidos. “Eu já estava a sentir o meu corpo lento, desidratado, fiz-me desmaiado. Eu não queria cair inconsciente. Era esse o meu medo. Queria parar, sabendo o que me estava a acontecer.”

Foi levado para a tenda. “Ainda vi o Hugo Abreu, que tentavam reanimar, a vomitar. Não o vi ser agredido, mas vi que estava cheio de nódoas negras. Deve ter levado uma salva de porrada, e isso foi o que mais me revoltou. Temos um código do comando, mas poucos o praticam, ter em conta a capacidade e a dignidade das pessoas. Foi por dignidade que saí do curso. Há coisas que não podemos aceitar. Há sadismo, vinganças. Muitos recrutas choram quando sentem que não vão aguentar mais”, acrescenta. “Nem sei como em cursos anteriores ninguém, durante a prova de tiro, pegou numa arma e matou o instrutor.”

"Pediram-me para desistir"

Para Emanuel “o curso de comandos foi uma opção pessoal”, um objectivo que há muito tinha. “Por ser a melhor força de tropa especial. Estava bem fisicamente mas um dia acordei e não quis mais estar ali. Desisti por causa dos dois colegas que faleceram. Com as notícias, os meus pais e a minha namorada ficaram muito preocupados. Pediram-me para desistir.”

Gostaria de voltar. "Foi algo que sempre tive em mente. Gostava de convencer os meus pais que foi um acidente, acalmá-los e voltar. Houve um excesso, difícil de explicar", diz Emanuel.

Para Roberto, só se sai quando as chefias entendem. "Como se fôssemos prisioneiros. Temos de ficar contra a nossa vontade até eles concordarem com o nosso pedido de saída." No seu caso, saiu "por já não querer pertencer àquela família" onde as pessoas erradas estão nos lugares certos, naqueles que realmente importam. "Não quero pertencer ali apesar de ter lá bons amigos."

E ainda se lembra do tempo em que quem aspirava a ser comando dizia “pode ser duro, mas não me matam, nada de muito mau pode acontecer-me”. Deixaram de poder pensar assim. Morreram dois colegas. E muitos em outros cursos ficaram com sequelas para a vida. Roberto, Edgar e Emanuel são nomes fictícios

https://www.publico.pt/2016/11/24/sociedade/noticia/desisti-do-curso-127-por-dignidade-nao-podia-aceitar-o-que-ali-se-passava-1752342
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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paraquedista

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3333 em: Novembro 24, 2016, 05:30:41 pm »
E entao...ainda pensas da mesma maneira Cabeca de Martelo ?

Para mim estes Oficiais e Sargentos merecem ser tratados como criminosos, que o sao...O senhor General e a Associacao de Oficiais das Forcas Armadas que se pronunciaram a defende-los, estao contra porque querem proteger os Senhores de Sangue Azul da Academia e que e claro para eles estao acima da lei e do escrutinio de quem quer que seja.

O 25 de Abril, nao aconteceu para acabar com o regime que tinhamos ou para defender os interesses do Povo...aconteceu porque os Oficiais da Academia estavam contra deixarem os Oficiais Milicianos....que forem eles que combateram a Guerra em Africa (os Oficiais do quadro estavam "escondidos" nos Quarteis Generais)...poderem ir ate ao Posto de Tenentes-Coroneis...ora isto ninguem fala e foi me dito por um militar no activo na altura...que por acaso era Comando !!!

Tambem por isso, os Paraquedistas sempre estiveram bem melhor na Forca Aerea, do que neste Exercito, que so quer saber das Elites, das Medalhas e Louvores...e por isso adoram ter muitas chafaricas e nao interessa serem eficientes ou modernos.
« Última modificação: Novembro 24, 2016, 05:56:34 pm por paraquedista »
 

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3334 em: Novembro 24, 2016, 05:56:26 pm »
E entao...ainda pensas da mesma maneira Cabeca de Martelo ?

Para mim estes Oficiais e Sargentos merecem ser tratados como criminosos, que o sao...O senhor General e a Associacao de Oficiais das Forcas Armadas que se pronunciaram a defende-los, estao contra porque querem proteger os Senhores de Sangue Azul da Academia e que e claro para eles estao acima da lei e do escrutinio de quem quer que seja.

Eu sempre disse que quem abusou tinha que pagar caro. Agora uma coisa são estes Instrutores, e equipa médica, outra coisa é o Regimento de Comandos e a dita Especialidade. Também defendo que tem que haver mudanças para que isto nunca mais aconteça.

Citar
O 25 de Abril, nao aconteceu para acabar com o regime que tinhamos ou para defender os interesses do Povo...aconteceu porque os Oficiais da Academia estavam contra deixarem os Oficiais Milicianos....que forem eles que combateram a Guerra em Africa (os Oficiais do quadro estavam "escondidos" nos Quarteis Generais)...poderem ir ate ao Posto de Tenentes-Coroneis...ora isto ninguem fala e foi me dito por um militar no activo na altura...que por acaso era Comando !!!

Eu conheci variadissimos Oficiais QP da Academia que aguentaram 4/5 comissões sem pestanejar e quase sempre em unidade operacionais. O Salgueiro Maia era Oficial de Cavalaria com curso tirado na Academia e fez várias comissões uma numa Companhia de Comandos. O Otelo Saraiva de Carvalho fez várias Comissões e tinha as mesmas origens. O Jaime Neves a mesma coisa.

Que tudo começou por causa dos Oficiais QP sentirem-se enganados com a possível passagem ao Quadro Permanente de Oficiais Milicianos, que iriam ficar em pé de igualdade em relação a eles, é algo inegável. Mas isso não quer dizer que também não tivessem a sua quota parte de razão.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 
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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3335 em: Novembro 24, 2016, 06:06:55 pm »
E entao...ainda pensas da mesma maneira Cabeca de Martelo ?

Para mim estes Oficiais e Sargentos merecem ser tratados como criminosos, que o sao...O senhor General e a Associacao de Oficiais das Forcas Armadas que se pronunciaram a defende-los, estao contra porque querem proteger os Senhores de Sangue Azul da Academia e que e claro para eles estao acima da lei e do escrutinio de quem quer que seja.

Eu sempre disse que quem abusou tinha que pagar caro. Agora uma coisa são estes Instrutores, e equipa médica, outra coisa é o Regimento de Comandos e a dita Especialidade. Também defendo que tem que haver mudanças para que isto nunca mais aconteça.

Citar
O 25 de Abril, nao aconteceu para acabar com o regime que tinhamos ou para defender os interesses do Povo...aconteceu porque os Oficiais da Academia estavam contra deixarem os Oficiais Milicianos....que forem eles que combateram a Guerra em Africa (os Oficiais do quadro estavam "escondidos" nos Quarteis Generais)...poderem ir ate ao Posto de Tenentes-Coroneis...ora isto ninguem fala e foi me dito por um militar no activo na altura...que por acaso era Comando !!!

Eu conheci variadissimos Oficiais QP da Academia que aguentaram 4/5 comissões sem pestanejar e quase sempre em unidade operacionais. O Salgueiro Maia era Oficial de Cavalaria com curso tirado na Academia e fez várias comissões uma numa Companhia de Comandos. O Otelo Saraiva de Carvalho fez várias Comissões e tinha as mesmas origens. O Jaime Neves a mesma coisa.

Que tudo começou por causa dos Oficiais QP sentirem-se enganados com a possível passagem ao Quadro Permanente de Oficiais Milicianos, que iriam ficar em pé de igualdade em relação a eles, é algo inegável. Mas isso não quer dizer que também não tivessem a sua quota parte de razão.

Fazer comissoes, nao significa andar na frente da Guerra....a Guerra foi combatida a nivel de Pelotoes, as vezes em que se combateu em Escalao Companhia...contam-se pelos dedos...ou sejam de Tenentes para baixo andaram la a combater...Capitaes muito raro.

Como em tudo, tambem existem sempre excepcoes...mas de uma maneira geral os Milicianos e que combateram a Guerra em Africa.
Os Oficiais da Academia iam la era para receber os subsidios das comissoes e receber umas medalhas para poderem proguerdir mais no futuro.

Agora o que e importante e que se saiba as verdadeiras razoes por detras do que os nossos Academistas as fazem...nao e bem para o interesse comum !!!

Tambem por isso, os Paraquedistas sempre estiveram bem melhor na Forca Aerea, do que neste Exercito, que so quer saber das Elites, das Medalhas e Louvores...e por isso adoram ter muitas chafaricas e nao interessa serem eficientes ou modernos.

Os Soldados e Cabos Paraquedistas, que andaram na Guerra Colonial, passaram ao quadro de Sargentos...os chamados "Cabos RD's", e concerteza que tambem houve Sargentos e Oficiais Milicianos que passaram ao quadro...ou seja na Forca Aerea, nunca houve problema em dignificar e honrar os Militares que combateram a Guerra e deixa-los continuar no activo...porque muito bem o mereceram...mas no Exercito...

Nao andaste na Academia...entao ate fazemos uma Revolucao para acabar com esta ordem de passar Milicianos ao Quadro Permanente...
« Última modificação: Novembro 25, 2016, 02:04:53 am por paraquedista »
 

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Lightning

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3336 em: Novembro 24, 2016, 06:43:19 pm »
Off Topic, isso lembra-me a actual guerra na GNR, oficiais GNR vindos da Academia Militar (curso de 5 anos), contra oficiais GNR da Escola da Guarda (curso de 2 anos), progredirem para General.
 

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raphael

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3337 em: Novembro 24, 2016, 07:07:32 pm »
Off Topic, isso lembra-me a actual guerra na GNR, oficiais GNR vindos da Academia Militar (curso de 5 anos), contra oficiais GNR da Escola da Guarda (curso de 2 anos), progredirem para General.

Guerra? Qual guerra?
Como é que pode existir guerra se atualmente os oficiais da GNR originais oriundos da AM ainda estão a chegar ao posto de Coronel?
Isso há-de colocar-se no futuro, isso e o fechar da tampa ao Exército para escoar promoções de oficiais superiores e oficiais generais na GNR.
Isso será num futuro a médio-prazo.
Um abraço
Raphael
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saojorgexercito

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3338 em: Novembro 24, 2016, 07:13:19 pm »
Como previ faz umas semanas, este assunto dos comandos transformou-se num tanque de roupa suja onde alguns ressabiados vêm aqui lavar-se.
As Forças Armadas são o espelho da Nação ... e da visão de quem a governa.
 

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Lightning

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3339 em: Novembro 24, 2016, 10:39:46 pm »
Como é que pode existir guerra se atualmente os oficiais da GNR originais oriundos da AM ainda estão a chegar ao posto de Coronel?
Isso há-de colocar-se no futuro, isso e o fechar da tampa ao Exército para escoar promoções de oficiais superiores e oficiais generais na GNR.
Isso será num futuro a médio-prazo.

Acho que a ministra não quer esperar por esses oficiais da Academia terem o tempo, quer promover já os oficiais dos cursos da Guarda. E os oficiais da Academia consideram que estão a ser ultrapassados. Mas é como eu disse, off topic.
 

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mafets

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3340 em: Novembro 25, 2016, 09:27:50 am »
Outro ponto de vista... http://www.sabado.pt/opiniao/detalhe/os_comandos_agora_a_serio.html
Citar
A Infantaria não é uma pêra doce".
Capitão Moura (meu instrutor em 1972/73).


Um determinado tipo/especialidade/arma/serviço de um Exército (no conceito lato de Forças Armadas) deve ser criado ou extinto, por uma simples e única razão: existir ou não, uma necessidade doutrinária/estratégica/táctica, para a sua criação, manutenção ou extinção. Tudo o resto são divagações.

Por isso é que os Alabardeiros foram extintos a partir do fim do século XVI e os Fuzileiros renasceram em 1961.[1]

Os Comandos também surgiram em 1962, devido a uma necessidade premente de ter uma força específica de contra - guerrilha que cumprisse missões que mais ninguém fazia, ultrapassando rapidamente a especialidade de "caçadores especiais" – que tinham a sua inspiração remota nos Batalhões de Caçadores das Guerras Peninsulares – preparados em Lamego e que tiveram uma vida efémera.         

No fundo a preparação dos caçadores especiais, era aquela que devia ser comum a todas as unidades de infantaria…

É evidente que a partir do 25 de Novembro de 1975, no caso específico português[2], e na queda do muro de Berlim, em 1989, na generalidade dos países europeus, passaram a existir dois outros aspectos que condicionaram a maneira como os políticos e a opinião publicada passaram a olhar para as FA: a sua dispensabilidade e a alocação de meios financeiros.

O resultado tem sido um desastre extenso em termos de segurança e de vivência em sociedade.

Daí que, e agora vamos reportarmo-nos apenas ao âmbito nacional, as FA tenham vindo a ser reduzidas a termos simbólicos e a IM e os militares, a serem apoucados; a condição militar – que é o fulcro da idiossincrasia da profissão militar – a ser destruída e a Deontologia triturada.

Tudo, porém, acompanhado de um conjunto de mentiras matraqueadas "ad nauseum", e em que quase todos colaboraram, de que tudo era feito para "racionalizar" a estrutura e os meios existentes; adequado e adaptado às novas "realidades" estratégicas e geopolíticas; às necessidades de "contenção financeira" (enquanto se esbanjavam e roubavam biliões em todas as outras áreas) e "last but not least", tudo se passando em harmonia e de acordo com as chefias militares…

Que cambada de despudorados mentirosos!

E ainda com uma outra particularidade, ainda mais despudorada e deveras infantil: a de que, até hoje, ninguém ter tido a coragem e a decência, de cortar uma única missão que fosse, a qualquer ramo das Forças Armadas!

Está tudo preso por fios e ninguém tem vergonha na cara.

Por isso o que é de admirar – e já agora de louvar! – é que não haja mais problemas, incidentes, acidentes ou falhanços – quando se pretende cumprir todas as missões com cada vez menos dinheiro, homens, treino, logística, concorrentes às fileiras, disciplina, moral, etc..

Não tenho dúvida em afirmar que, se qualquer empresa, organismo do Estado ou instituição civil, tivesse passado por um/vinte avos daquilo por que tem passado a Instituição Militar, já tinha cessado há muito, a sua actividade!
 
                                                             *****
É sobretudo pelos resultados que qualquer organismo deve ser avaliado.

Ora, com todas as "facadas" que a IM levou, as mais dolorosas das quais, foram facadas espirituais e não materiais, e de terem emergido do caos do maldito "PREC" [3], onde se meteram e se deixaram meter, rapidamente se convertendo numa força armada tão boa como as mais modernas existentes, descontando os "hiatos" logísticos, tecnológicos e em armamento, existente para as mais avançadas e equipadas, nestes âmbitos.

E esta avaliação passou a ser feita não só no âmbito dos exercícios da NATO como também pelos Comandantes de Teatro (mais de 30), onde desde os anos 90 do século passado, forças militares portuguesas actuaram.

O mesmo se passou, até com especial destaque, para com as tropas "Comando", sempre empregues nas zonas e nas operações mais difíceis e exigentes.

Ora tudo isto não se consegue propriamente com jogos de escuteiros (embora sejam excelentes), exercícios de ginástica sueca, das nove às cinco, concertos rock ou com actividades tipo daquelas efectuadas nos acampamentos do Bloco de Esquerda.


Saudações
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 

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Lightning

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3341 em: Novembro 25, 2016, 10:26:00 am »
Citar
Exército quer perceber o que motivou tantas desistências no Curso de Comandos

A cerimónia de conclusão do curso assinala-se esta sexta-feira. Só um terço dos formandos chegaram ao fim.

http://www.tsf.pt/sociedade/interior/exercito-quer-perceber-o-que-motivou-tantas-desistencias-no-curso-de-comandos-5517703.html
 

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Camuflage

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3342 em: Novembro 25, 2016, 08:11:51 pm »
Depois de 2 meses de averiguações ainda não percebeu?
 

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3343 em: Novembro 26, 2016, 10:22:39 am »
Não interessa a cor, mas mal um tipo ganha a Boina, o cenário é sempre igual, mexe para ali, remexe para acolá, faz a barba à boina e dá-lhe aquele jeito... 8)





Fonte: Expresso
« Última modificação: Novembro 26, 2016, 10:32:01 am por Cabeça de Martelo »
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Rangers, Comandos, Paras, etc
« Responder #3344 em: Novembro 29, 2016, 02:28:31 pm »
O JN do dia 25 de Novembro

"Comandos são a força com mais baixas na instrução"

Os comandos são a força especial portuguesa com mais baixas. em média, na Instrução desde 2012, segundo dados solicitados pelo IN ao Estado-Maior do Exército. A tendência, no entanto, é mais acentuada desde há três anos, onde as percentagens de baixas por razões médicas sobem de 6% até 2013 para quase 18% em 2014.
O número de baixas é estabelecido comparativamente a uma força com uma missão similar, os paraquedistas, mas igualmente com as Operações Especiais, de Lamego. com um tipo de missão de nivel de exigência muito superior, mas
quase sempre com zero baixas médicas.
Também relativamente aos fuzileiros, segundo informação solicitada pelo IN ao Estado-Maior da Armada, a diferença é relevante, não obstante tratar-se de uma força igualmente de 'primeiro emprego". Até 2013, a relação entre baixas  médicas e desistências é similar nos comandos e nos paraquedistas que sofreram um morto em 2012, força onde a taxa de eliminações por razões médicas chega a ser superlar, com 18%. mas sem mortos. Mas a partir de 2014 tudo se altera, em desfavor dos comandos, tendência que ainda se mantém.
O levantamento estatístico não envolve ainda o último curso, o 127, que termina hoje, com a maior taxa de atrição desde 2012. Num total de 67 instruendos, apenas 23 vão concluir a formação, recebendo hoje as boinas, no Regimento de Comandos, numa cerimónia marcada pela morte de dois instruendos que levaram às detenções de sete dos oficiais  e sargentos envolvidos na instrução.
De acordo com os dados cedidos pelo Exército, em 2012, de um total de 118 instruendos, os eliminados por razões médicas são sete e as desistências 29: no ano seguinte, de 108 instruendos. 34 desistiram e seis foram eliminados por razões clinicas. No entanto, a partir de 2014 a situação sofre uma inversão completa. Em 67 instruendos não há desistências, mas 12 são eliminados por razões clinicas. Em 2015, de 125 um desistiu e 24 foram afastados por questões médicas. E este ano, no primeiro curso, realizado no inverno, a tendência mantém-se: de 58 instruendos, três desistiram e 15  chumbaram por razões médicas, regra que se agravou no curso que terminou hoje.
Embora não haja ainda uma explicação oficial para esta discrepância, assim como para o facto de os dados terem sofrido uma significativa alteração a partir de 2014, o IN sabe que esta uma questão está sob avaliação. no âmbito do inquérito que está a decorrer na Inspeção-Geral do Exército à forma como correu o 127.° Curso de Comandos. associado à morte de dois instruendos e à detenção de sete instrutores.