Acerca da demissão de Socrátes

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cromwell

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Acerca da demissão de Socrátes
« em: Outubro 11, 2010, 05:19:39 pm »
Depois de algum tempo de Socrates anunciar a sua demissão se o Orçamento de Estado falhar ( e isso vai acontecer), parece que Cavaco Silva decidiu já o seu sucessor:

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Política
 Cavaco convida Jaime Gama a formar governo
Sem OE e com Sócrates demissionário, o Presidente da República irá recorrer à segunda figura do Estado
O cenário de chumbo do Orçamento do Estado (OE) e a consequente demissão do governo apresentada por Sócrates já estão a ser equacionados por Belém, sabe o i. Apesar de a possibilidade de crise política ser, para Cavaco Silva, o pior dos desfechos e o Presidente da República ter apelado à responsabilidade dos diferentes partidos para chegarem a entendimentos em torno do próximo orçamento, o crescente extremar de posições entre o governo e o PSD faz com que o chefe de Estado comece a traçar cenários alternativos.

Sem OE aprovado na Assembleia da República a 29 de Outubro e com o governo demissionário, Cavaco Silva irá recorrer à segunda figura do Estado, o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama. O primeiro-ministro tem sido peremptório: se o OE apresentado pelo governo for rejeitado, o executivo não irá apresentar um novo orçamento, optando Sócrates por ir a Belém pedir ao Presidente que arranje outro primeiro-ministro. Neste caso, Cavaco Silva irá convocar audiências com todos os partidos com assento parlamentar para perceber sensibilidades e estudar alternativas à actual configuração de poderes. Nos encontros, Jaime Gama será apresentado como uma solução para encabeçar um governo de salvação nacional. O nome, que é considerado consensual por Belém, permitiria que o governo apresentasse outra proposta de Orçamento do Estado, que seria posteriormente votada na Assembleia da República. Para tal, era preciso que Gama aceitasse esta solução, algo que não é considerado líquido em Belém.

Fundador do PS, Jaime Gama já falhou três vezes a hipótese de liderar o partido. A primeira foi em 1986, no VI Congresso do PS, quando perdeu a liderança no despique com Vítor Constâncio. Três anos depois, voltou a ser derrotado: os militantes preferiram Jorge Sampaio no congresso de Janeiro de 1989. Quando em 2002 Guterres deixou o cargo vago, Gama chegou a manifestar a intenção de avançar para uma nova disputa, mas acabou por recuar, alegando razões pessoais. O actual cenário político poderia ser para Jaime Gama uma possibilidade de liderar o PS, algo que até ao momento nunca conseguiu alcançar, e uma forma de ganhar capital político para um candidatura presidencial em 2016.

Porém, Cavaco Silva leva à letra o ditado popular que diz que "até ao lavar dos cestos... é vindima". O Presidente da República continua a rejeitar publicamente a possibilidade de chumbo do Orçamento e a consequente demissão do governo. "Devemos deixar decorrer este tempo normal de debate na Assembleia da República, porque todas as forças políticas vão querer dar o seu contributo para que o Orçamento seja melhor, do seu ponto de vista, que aquele que o governo irá apresentar", afirmou Cavaco este fim-de-semana. "Desse debate espera-se que resulte uma melhoria do conteúdo do Orçamento e, com certeza, uma melhoria das medidas que foram apresentadas", continua, relembrando o polémico episódio do caso Limiano, quando António Guterres - então primeiro-ministro - conseguiu à última hora convencer o deputado do CDS-PP Daniel Campelo a votar favoravelmente o Orçamento. "Só nos primeiros dias de Novembro o governo chegou a um entendimento com um deputado para que o Orçamento fosse aprovado", disse.

Acontece que Guterres tinha, na altura, 115 deputados, precisando apenas de um voto para alcançar a maioria. Sócrates tem 97 soldados e precisa de convencer, pelo menos, 19 parlamentares da oposição.

Direita sem novos candidatos A crise económica e o aparente impasse em torno do Orçamento já tiveram, pelo menos, uma consequência política: os candidatos alternativos de direita à Presidência da República desapareceram. Pedro Santana Lopes - a primeira voz a erguer-se a favor de uma candidatura alternativa a Cavaco Silva, que partilhasse o mesmo espectro partidário - considerou ontem que o Presidente da República é "um referencial de segurança política", recusando falar em candidaturas presidenciais alternativas à direita porque a situação do país "exige convergência e não divergência".

"Acho que neste momento, a situação de Portugal exige pouca dispersão em matéria eleitoral. Exige convergência e não divergência", sublinhou o ex-governante, defendendo que "não fazia sentido nesta fase tão difícil estar a contribuir para dividir".

Santana Lopes defendeu ainda que "face à evolução da vida portuguesa nas últimas semanas, a figura do professor Cavaco Silva é sem dúvida, apesar das divergências que possam existir, uma referência de segurança".

Ribeiro e Castro também se colocou fora da corrida e anunciou no passado sábado que não irá ser candidato à Presidência da República. O ex-líder do CDS--PP chegou a ponderar uma candidatura alternativa à de Cavaco Silva, fazendo saber que a sua decisão estaria dependente do apoio partidário que conseguisse reunir e de questões financeiras .
"A Patria não caiu, a Pátria não cairá!"- Cromwell, membro do ForumDefesa
 

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Vicente de Lisboa

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Re: Acerca da demissão de Socrátes
« Responder #1 em: Outubro 12, 2010, 09:38:28 am »
Estes comunicados do Sr. Silva, feitos em estilo de gato escondido com o rabo de fora, são a principal força a alimentar o meu nascente Monarquismo.

Então se o PM se demite a regra é convidar o Presidente da AR? Onde é que a CRP diz isso? Onde é que alguma vez foi feito?

Abaixo o Cavaco! Viva El Rei D. Jorge Sampaio!
 

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Re: Acerca da demissão de Socrátes
« Responder #2 em: Outubro 12, 2010, 02:29:10 pm »
Interessante a entrevista ao João Duque ontem á noite na SIC Noticias

Diz ele que mesmo a aprovação do OE não é garantia nenhuma de que os juros da divida portuguesa baixem substancialmente, porque é muito possivel que o que vai contar mais para os mercados é a competência (ou neste caso a falta dela...) do sr. primeiro ministro e do ministro das finanças.

Diz ele que até é muito provável que os juros se mantenham +- idênticos , dado o "historial" de erros (PEC I, PEC II , PEC III) e falsidades contados ao estrangeiro(do estilo "as nossas contas são sãs", "não vão ser precisas mais medidas" [antes de cada novo PEC]).
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas