U209PN

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Re: U209PN
« Responder #2655 em: Março 03, 2017, 10:02:52 am »
A tecnologia na construção dos submarinos da classe Tridente

Nesta série de artigos dedicados à tecnologia dos submarinos portugueses, parece-me lógico começar por aquela que está relacionada com a sua construção.

O projecto e construção de um navio com quase 68 metros de comprimento e resistente à pressão de mais de 350 metros de profundidade, tem muitas particularidades que só o recurso a alta tecnologia permite encontrar as soluções adequadas, dotando-o de capacidades como as que estes nossos submarinos apresentam.



Os submarinos da classe Tridente, designados como sendo o modelo U-209PN, na verdade partilham a maior parte das características com o modelo de exportação do estaleiro alemão U-214. Este modelo é mais vocacionado à operação em águas oceânicas, mantendo no entanto excelentes características para operar em áreas mais confinadas e de menor profundidade. As características gerais destes nossos submarinos resumem-se às seguintes:



Particularidades na construção

A particularidade destes meios, leva à adopção de soluções avançadas, fazendo com que os submarinos da classe Tridente já tenham sido apelidados de “submarinos fantasma”, pela dificuldade na sua deteção.
MODULARIDADE

Estes submarinos foram construídos em cinco secções independentes, tendo algumas sido construídas nos estaleiros alemães da Nordseewerke (NWSE), na cidade de Emden, e posteriormente transportadas para os estaleiros da HDW em Kiel. Face à complexidade e tamanho de muitos dos equipamentos e sistemas, as diferentes secções são unidas numa fase posterior ao seu apetrechamento



Esta construção modular facilita a montagem de equipamentos de grandes dimensões no interior de cada módulo, o que, de outra forma, seria impossível fazer entrar numa escotilha ou montá-los no interior. Um exemplo são os motores diesel ou o motor elétrico de propulsão.



RESISTÊNCIA

Outra característica fundamental é o aço usado na construção do submarino. Ao contrário do que se possa pensar, o casco resistente de um submarino (o “cilindro” que mantém a estanqueidade do seu interior), não é totalmente rígido.

Quanto maior a profundidade e, consequentemente, a pressão a que está sujeito, menor é o seu volume que, ao regressar novamente a menores profundidades, retoma o volume inicial. Esta flexibilidade é uma característica importante para que o casco não só não ceda quando sujeito à pressão hidrostática, como mantenha as suas propriedades ao longo dos anos.



No caso dos submarinos da classe Tridente, o aço usado é do tipo HY-80 e HY-100, material com elevada resistência estrutural/mecânica. Tendo este aço uma elevada resistência, a união das várias secções é um aspecto que requer especial atenção para não ser o ponto mais fraco, nem fragilizar o aço no processo de soldagem. Basta imaginar as altas temperaturas a que o aço é sujeito e as alterações estruturais que pode sofrer.

\Numa breve descrição, pode referir-se que o processo de soldadura envolve o pré-aquecimento das secções, a execução de várias passagens, o seu arrefecimento controlado e a utilização de radiografias e ultrasons (com recurso a uma técnica designada por Time-of-flight diffraction – TOFD) para o controlo final de qualidade. Todas estas ações são realizadas a uma escala que obriga a utilização de maquinaria de grande dimensão.



ESPAÇO INTERIOR

Como certamente é do conhecimento generalizado, os submarinos não dispoẽm de muito espaço no seu interior, principalmente os submarinos convencionais como os da classe Tridente.

Para a resolução dos problemas associados à falta de espaço no interior, na fase de projecto são utilizadas técnicas de modelação 3D, assim como de realidade virtual e realidade aumentada, com as quais se consegue adoptar soluções sem um modelo físico. O recurso a esta tecnologia permite verificar os acessos a alguns equipamentos (válvulas, encanamentos, etc.), assim como a ergonomia dos diversos sistema durante a sua operação.



Sendo estas soluções, muitas vezes, um segredo industrial bem guardado, uma publicamente divulgada é o recurso à realidade virtual na construção dos submarinos Ingleses da classe Astute, o sistema VIRTALIS.



HÉLICE

O hélice dos submarinos deve ser uma das peças que mais atenção recebe na fase do projecto. O objectivo não é apenas atingir a melhor eficiência, mas principalmente encontrar uma forma que permita reduzir, ou mesmo anular, a cavitação produzida e o ruído associado, tanto a diferentes velocidades, como profundidades de operação do submarino.

Cada classe de submarino tem o seu hélice projetado à medida, sendo levadas a cabo uma multiplicidade de análises e medições acústicas, mesmo depois dos navios já construídos. O objectivo é o de chegar a um desenho de hélice que seja um compromisso adequado entre eficiência e assinatura acústica.



MONTAGEM DE EQUIPAMENTOS

De uma forma geral, existem dois modos de detectar um submarino: através do ruído irradiado (constituindo-se como a sua assinatura acústica) ou pela perturbação induzida no campo magnético terrestre local (a sua assinatura magnética), naturalmente para não referir a detecção visual directa de, por exemplo, um dos seus mastros quando içado.

Tendo estes factos em consideração, os submarinos são dotados de meios passivos e ativos para minimizar estas indiscrições de forma a evitar a sua detecção. Como exemplo, no que concerne à assinatura acústica, recorre-se a várias técnicas como o encapsulamento dos equipamentos, a montagem em elementos amortecedores de vibrações (para reduzir o ruído induzido pela vibração mecânica de elementos móveis), assim como à montagem dos equipamentos de maior dimensão em plataformas intermédias, que por sua vez são instaladas e fixadas no interior do navio com recursos aos mesmos elementos amortecedores de vibrações.



Muitas outras dificuldades técnicas e as correspondentes soluções encontradas na construção e desenho de um moderno submarino poderiam ser abordadas neste artigo mas, com o objectivo de manter a simplicidade, ficamos por estes aspectos de maior relevo.



Imaginam a complexidade de conseguir equipar estes navios com todos os equipamentos necessários num espaço extraordinariamente confinado, garantindo ainda espaços de acesso ao pessoal que opera e mantém o submarino?

Por Paulo C. Santos Garcia para Pplware.com
https://pplware.sapo.pt/informacao/a-tecnologia-na-construcao-dos-submarinos-da-classe-tridente/
 
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Re: U209PN
« Responder #2656 em: Março 21, 2017, 10:46:50 am »
A equipa de elite que vai dar nova vida ao Arsenal do Alfeite

Uma equipa de 12 engenheiros, mestres, técnicos e operários está desde fevereiro a receber formação nos estaleiros de Kiel, na Alemanha. Não podem aceitar qualquer convite para trabalhar no fabricante dos submarinos Tridente, mas vão trazer para Portugal conhecimentos que permitirão ao Arsenal do Alfeite reparar submarinos de fabrico alemão

São 12 profissionais, quase todos com mais de 20 anos de trabalho no Arsenal do Alfeite (AA) e neles está depositada a esperança de garantir o futuro do estaleiro. Francisco Merca, engenheiro, é categórico: "Estamos [na Alemanha] com espírito de missão. Vamos ficar na história. As gerações vindouras vão saber quem levou" a emblemática empresa da Margem Sul a dar o salto.

A equipa de engenheiros, mestres, técnicos e operários está desde fevereiro a receber formação nos estaleiros de Kiel, junto ao mar Báltico. Mas, primeiro, assinaram um contrato a assumir que rejeitam qualquer convite do fabricante dos submarinos Tridente (a TKMS). Andreia Ventura, presidente do AA, explica: "Escolhemos a equipa e depois falámos abertamente com eles sobre a importância estratégica do investimento que a empresa ia fazer neles", enviando-os "para a Alemanha a fim de adquirirem formação e conhecimento na manutenção e reparação dos submarinos da classe Tridente."

"Foi-lhes dito que, se não pudessem dar garantias de ficar na empresa ou não tivessem vontade de ir, até por razões familiares, que o assumissem para dar lugar a outro" dos 498 trabalhadores do AA. "Nesta aposta joga-se o próprio futuro dos estaleiros do Arsenal", empresa fundada em dezembro de 1937, enfatiza Andreia Ventura.

O objetivo é ambicioso: modernizar o AA para concretizar o que, no relatório e contas de 2013, fora assumido como "terceiro pilar estratégico" do desenvolvimento do estaleiro - estabelecer "associações e parcerias, a nível internacional, que assegurem transferências de tecnologia suscetíveis de dinamizar a economia nacional, trazendo-lhe elevado valor acrescentado, com os correspondentes ganhos."

Esta oportunidade, que se concretiza com a mudança de orientação política dada pela geringonça, permite manter e reparar os submarinos portugueses no AA. As divisas que ficam no país ajudam a perceber o potencial de negócio, sabendo-se que a maioria dos países da América Latina e mais uns quantos no Médio Oriente e África têm submarinos alemães: as reparações mais pequenas dos dois da Marinha custam cerca de cinco milhões de euros e as intermédias 25 milhões.

O AA, por via das dúvidas, "também falou" com a TKMS - mais virada para a construção naval - com o intuito de mostrar que qualquer tentativa de contratar um dos 12 eleitos seria sentida como prejudicial, conta Andreia Ventura. Estas cautelas e caldos de galinha justificam-se com o histórico registado há uma década: vários dos técnicos do AA - e militares da Marinha - envolvidos na construção dos submarinos, que adquiriram formação na Alemanha, acabaram por ali ficar.


Francisco Merca, há nove anos nos AA e um dos dois engenheiros destacados nos estaleiros da TKMS, afirma: "Há pouco mais de um ano não se esperava que isto pudesse acontecer. As estrelas estão todas alinhadas" para garantir os atuais 510 postos de trabalho e contratar outras dezenas (porque só a manutenção/reparação de um submarino absorve quase metade do atual efetivo).Victor Pereira, mestre de construção naval, é um dos elementos presentes no contentor de porta dupla que acena em sinal de concordância, mas com a cautela natural de quem entrou no AA a meio da adolescência e já viu sair centenas de trabalhadores. "Se resultar, a nuvem desaparece... estou na expectativa, conheço o passado do Arsenal", observa. Agostinho Miranda, caldeireiro de tubos, acrescenta: "O AA tem de dar o salto tecnológico e os submarinos são a grande oportunidade."

Alguns dos nove profissionais do AA agora em Kiel já conhecem o local. Foi aí que, há uma década, acompanharam a construção dos submarinos Tridente e Arpão. Mas a verdade é que o frio invernal, os hábitos germânicos, horários e comida são uma dificuldade sempre presente, desabafa o mestre eletricista António Parreira.

O quotidiano começa com o pequeno-almoço a seguir às 05.00, para começar a trabalhar às 06.00. O almoço é a partir das 10.30 e a saída por volta das 15.30. O trabalho decorre em dois locais: no fundo da doca seca, às vezes cheia de gelo, onde o Tridente está a ser descascado para a sua primeira reparação intermédia, e nos contentores duplos que lhe ficam sobranceiros. "Estamos a observar e a construir um modelo de manutenção" dos submarinos, "a ver o que é necessário em termos de ferramentas e mão-de-obra, como [os alemães] se organizam, qual a massa crítica [número de técnicos] necessária para fazer o quê em quanto tempo", diz Francisco Merca, gestor do projeto.

Isso resultou do acordo (por formalizar) entre a TKMS e a Marinha para que o segundo navio - o Arpão - fosse reparado no AA (em 2018), embora ainda sob responsabilidade direta do estaleiro alemão. A partir de 2020 seguir-se-ão, é a expectativa fundada, os de outros países para quem será mais rápido e mais barato usar o estaleiro português com garantia alemã do que contornar a Europa para chegar e ficar em Kiel.

Aqui, num enorme espaço cinzento com várias docas e múltiplas gruas, dividido de forma quase estanque entre as oficinas dos submarinos e as dos navios de superfície (concessionadas a uma empresa do Abu Dhabi), a segurança é uma constante: uso obrigatório de capacete e óculos a partir do momento em que se entra na zona das docas. A espionagem, num local onde estão a ser construídos submarinos para Israel e Egito, também é uma preocupação - e não tirar fotografias é regra, que aconselha cuidado na forma de pegar no telemóvel, alertam os portugueses.

A fila de contentores ao longo da doca 5 traduz o modelo de funcionamento alemão, pois "juntam tudo [logística, planeamento, compras, etc.] para ajudar à decisão", refere Francisco Merca. Pelo meio, há um espaço comum com lava-loiça e máquinas de café e água. Além de partilhar o espaço, também "temos liberdade total para entrar nas oficinas", onde muitos dos operários "não falam inglês. Como imagina, nós não falamos alemão...", acrescenta, a sorrir.


Sérgio Adão, a analisar esquemas no portátil com o também mecânico Ricardo Godinho, junta-se à conversa: "A língua é uma barreira, mas é contornada com a nossa maneira de estar... isto vai com gestos, desenhos." Dito de outra maneira, como os trabalhadores alemães "nem sempre respondem", porque não querem ou não percebem o inglês, o bom humor português ajuda a ultrapassar a frustração.

Jorge Guerreiro, que seguiu as pisadas do pai, do tio e de três primos dentro do AA, diz que "não há diferença na formação ou conhecimento técnico" em relação aos alemães. Isso ocorre ao nível tecnológico, pois eles "têm três ou quatro máquinas para fazer uma coisa e nós temos uma, quando temos" - o que, além do modelo de organização, ajudará a explicar a afamada maior produtividade germânica.

Além de verem como os alemães operam, os portugueses também ajudam nos trabalhos. Às vezes não sabem o que lhes é pedido. "Sabes como se diz manilha em alemão?", pergunta Adão, dirigindo-se aos presentes. Depois conclui, com uma gargalhada: "Niet. Mas como sabemos a sequência [do trabalho], adivinhamos o significado do que estão a pedir."

Os portugueses também têm de pedir fotografias do que veem, incluindo-as nos "relatórios diários de tudo o que se passa dentro da área de cada um", conta um deles, enquanto o responsável da equipa alemã, Thomas, entra no contentor (equipado com múltiplos armários para a roupa e quatro secretárias, onde se trabalha e come) trazendo uma máquina de café nova, ainda dentro da caixa. "Começámos a 6 de fevereiro, a internet chegou a 3 de março...", comenta outro português. E tempos livres? Ir ao cinema "é difícil, porque são quase todos dobrados em alemão". Alternativa é jogar bowling e futebol ao fim de semana, quando optam por não viajar dentro do país. Saudades? "Muitas... às vezes estou [no hotel] a trabalhar com o Skype ligado, a ouvir os sons que me são familiares", revela Francisco Merca. "É complicado gerir emoções à distância", conclui Jorge Guerreiro.

http://www.dn.pt/portugal/interior/a-equipa-de-elite-que-vai-dar-nova-vida-ao-arsenal-do-alfeite-5735317.html
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Re: U209PN
« Responder #2657 em: Março 21, 2017, 10:47:52 am »
Rapaz Lérias: "Estamos a recuperar o que não ficou no contrato"

Engenheiro construtor naval, Rui Manuel Rapaz Lérias integrou a primeira equipa do programa dos submarinos. Saiu em 2004 como chefe da missão, tendo recusado acompanhar a construção na Alemanha "por opção de vida e familiar".

Está no projeto dos submarinos desde os anos 1990. Que balanço faz?

Temos duas fases distintas. A do concurso, que decorreu até 2004, com a assinatura do contrato e que correu com toda a normalidade. Depois houve o processo de construção de seis anos, até 2010, quando veio o primeiro (o segundo em 2011). Houve uma fase de garantia de três anos, mas entraram logo em exploração operacional.

A sustentação ficou assegurada?

Os submarinos precisam de ser mantidos, reparados quando avariam, e esse processo pode ser mais ou menos tratado na fase de aquisição. Se o fizermos numa altura em que ainda não decidimos a compra, estamos numa posição negocial melhor do que depois de os termos comprado e pago.

Foi o que aconteceu...

Foi, de certa maneira. Não conheço em pormenor o contrato porque me desliguei do programa meses antes da assinatura, em 2004... estamos agora a conseguir transferência de tecnologia e recuperar algum conhecimento, que não foi possível concretizar no contrato de aquisição. Conseguimos alguns aspetos do apoio logístico ao longo do ciclo de vida, temos sobressalentes, algumas ferramentas... houve aspetos que não foram conseguidos ao nível do conhecimento, apesar de termos tido gente a receber formação, do Arsenal e da Marinha.

Vários ficaram na Alemanha...

Não sei dizer em concreto quantos funcionários ficaram na Alemanha, mas não será mais que um par de pessoas. Na Marinha também houve alguns oficiais que hoje estão a trabalhar para a TKMS, a empresa proprietária da fábrica que construiu os submarinos.

Eles correspondem às especificações e objetivos pretendidos?

Sem dúvida, supera inclusivamente a expectativa da Marinha quando fez as especificações, as últimas na primeira metade da década de 1990. Quando este programa foi considerado na LPM, ainda falámos em milhões de contos, e a ideia que tenho é que falávamos de três submarinos por cem milhões de contos... 500 milhões de euros. Mas isso foi há quase 30 anos. Julgo que o preço pago [mil milhões de euros] foi, face ao valor dos submarinos, muito interessante. Também contribuiu o facto de estes serem de alguma forma um protótipo, que mais nenhuma Marinha tem.

Teriam de ter estas características e ser tão caros como foram?

Há um aspeto que é o da segurança e da navegabilidade. Em tempo de paz, o submarino é muito útil para operar à cota periscópica (10, 15 metros abaixo do nível do mar). Com os mastros de fora, pode fazer vigilância e detetar sem ser detetado... aí sentem-se as condições de mar. Temos um mar que, na nossa costa, na nossa Zona Económica Exclusiva e de extensão da plataforma continental, é relativamente revolto e agitado. Por isso precisamos de submarinos com determinada dimensão e não quase de bolso, como têm os países nórdicos e que funcionam em zonas abrigadas. Portanto, dificilmente iríamos para um submarino mais pequeno. Diria que a solução é equilibrada, porque consegue conjugar muito bem a sua qualidade e o seu desempenho operacional com um preço relativamente razoável, face ao mercado e aos valores que se conhecem.

Leu o livro Submarinos.pt, do ex-deputado José Magalhães?

Não li, não li... vi extratos no jornal mas não me interessei, até porque na altura estava a correr um processo judicial sobre isso e fui testemunha. Prestei as declarações que tinha de prestar, disponibilizei a informação que tinha.

Diz-se que guarda segredos. Se os revelasse, que consequências haveria?

Não é verdade. Escrevi tudo o que sabia e por isso é que me chamaram para confirmar o que estava nos papéis... tem a minha assinatura e ficou tudo escrito. Aquilo que sabia de facto ficou tudo escrito. Tinha um papel de negociador e técnico-económico, de avaliar se o que estávamos a obter em termos de desempenho operacional era razoável para o preço que estávamos a pagar. E o que escrevi foi precisamente essa análise.

http://www.dn.pt/portugal/interior/rapaz-lerias-estamos-a-recuperar-o-que-nao-ficou-no-contrato-5735364.html
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Re: U209PN
« Responder #2658 em: Março 24, 2017, 10:14:11 am »
A navegação nos submarinos da classe Tridente

Nos dias de hoje, conhecer a nossa posição está ao alcance de uma simples aplicação de posicionamento no nosso telemóvel (usualmente designada por GPS). Esta tecnologia do dia-a-dia está dependente da «simples» recepção dos sinais transmitidos pela constelação de satélites de um sistema GNSS (Global Navigation Satellite System), seja ele o GPS (EUA), GLONASS (Rússia), GALILEO (Europa) ou outro.

Mas e se não conseguirmos receber estes sinais por estarmos aos 100, 200 ou 300 metros de profundidade no meio do oceano? Como é que a bordo de um submarino conseguimos saber a nossa posição e para onde temos que nos dirigir para chegar ao destino?



Os submarinos podem navegar de três formas: à superfície, à cota periscópica (quando em imersão, a uma profundidade que permita ter os mastros fora de água, nomeadamente o periscópio) ou em imersão profunda.

Quando a navegar à superfície ou à cota periscópica, o submarino orienta-se com recurso aos mesmos sistemas que qualquer outro navio ou embarcação: através da Geonavegação (que recorre à observação de conhecenças em terra) ou da Radionavegação (recorrendo à recepção e cálculo da propagação de ondas electromagnéticas, como as dos satélites GPS).



A dificuldade surge quando o submarino se encontra em imersão profunda e já não pode recorrer a um daqueles dois sistemas de navegação. Assim, nesta situação, os submarinos utilizam a chamada Navegação Estimada, baseando-se apenas nos sensores próprios para a determinação da sua posição.

É nestes sensores, e no sistema que compila todos os dados por eles gerados, que reside a extraordinária tecnologia que permite aos submarinos da classe Tridente navegarem com erros de posicionamento irrisórios mesmos sem recurso ao GPS.



Sensores e Sistemas

Para garantir a precisão do posicionamento em imersão profunda, é fundamental recorrer a sensores precisos e algoritmos eficazes para medir e tratar todos os dados disponíveis.

Da parte dos sensores existentes a bordo dos submarinos da classe Tridente, uns são mais comuns e aplicados noutros «veículos», mas outros são bem mais específicos ou até mesmo desenvolvidos exclusivamente para este tipo de submarinos.
Odómetro electromagnético (EMLog)

Um odómetro é um equipamento que se limita a medir a distância percorrida o que, em conjunto com o tempo decorrido, determina a velocidade praticada. No caso dos nossos submarinos, este odómetro faz a medição da distância percorrida através das variações provocadas pela passagem da água num campo eletromagnético criado numa «espada». A informação resultante é a velocidade e distância percorrida em relação à água (STW – Speed Through Water), por oposição à relativa ao fundo do mar.



Sonar Doppler Log

Este outro odómetro, por sua vez, utiliza uma transmissão acústica direcionada para o fundo que, através do efeito de Doppler do eco da transmissão, consegue calcular a velocidade que o submarino está a fazer em relação ao fundo (SOG – Speed Over Ground). Além da sua da sua utilização estar limitada a certas profundidades ao fundo, dependente do alcance daquela transmissão acústica, é uma transmissão acústica que poderá comprometer a detecção do submarino.



Marine Inertial Navigation System (MINS)

Os submarinos da classe Tridente estão equipados com dois sistemas inerciais, em que cada um é constituído por 3 acelerómetros e 3 Ring Laser Gyro (RLG), dispostos em cada um dos eixos (x, y e z). Este sistema calcula a proa do submarino relativa ao Norte, conseguindo, através da diferença de fase do raio laser à chegada e do movimento dos acelerómetros, detectar os ínfimos movimentos do submarino. Com estes equipamentos de extrema precisão, consegue-se obter uma estima muito aproximada à posição real do submarino.



Global Positioning System (GPS)

Estes nossos submarinos estão equipados com dois receptores GPS, com capacidade de receber um sinal de correcção, designado por Diferencial GPS, e do código militar designado por Precise Positioning Service (PPS). Com estes dois serviços, a posição determinada a bordo dos nossos submarinos consegue atingir uma extraordinária precisão sempre que utilizado o sistema GPS. Para a recepção do sinal dos satélites, torna-se naturalmente necessário ter uma antena acima da linha de água o que, como já referido, é uma indiscrição que poderá não ser aceitável em todas as circunstâncias.



Navigation Module (NavModule ou µNav)

Como derradeiro sistema de determinação da posição, temos um equipamento que apesar de não fazer qualquer medição, é o principal na disponibilização da posição do submarino aos restantes sistemas. Este equipamento integra todos os valores determinados pelos sensores de bordo anteriormente descritos, acrescentando o regime de motor, os ângulos dos lemes vertical e horizontal assim como outros dados da consola de governo. A cada um destes dados são atribuídos pesos específicos no algoritmo de cálculo da posição final que, através da utilização de filtros de Kalman, calcula uma posição estimada com um erro ainda menor que cada sensor individualmente, sendo esta a posição distribuída a todos os outros sistemas.



Navigation Data Management Centre (NDMC)

A informação de todos equipamentos e sistemas mencionados é gerida e distribuída através de um sistema central, constituído por dois bastidores. Estes bastidores apresentam diversos tipos de redundâncias de forma a garantir a salvaguarda de toda a informação relativa à navegação e à posição do submarino em caso de alguma falha.



Considerando o fluxo constante de dados e a importância do seu atempado tratamento, o NDMC é gerido por um SO do tipo Real-Time Operating System (RTOS), com o objectivo principal de garantir a entrega dos dados de forma consistente no tempo.

Este sistema central pode ser operado através de quatro consolas touch panel e outras cinco adicionais com capacidade apenas de consulta e monitorização. Esta consolas, que não são mais do que simples computadores com o Windows XP embedded, encontram-se distribuídas pelos vários compartimentos do submarino, permitindo observar os diferentes dados de navegação como os relativos à posição, proa, velocidade, profundidade e outros.



Navigation Commander Console

Esta consola, posicionada no meio do centro de operações do submarino, constitui-se como o sistema central de compilação e disponibilização de dados, servindo como ferramenta de apoio à decisão do comandante ou do oficial que conduz as operações do submarino. É um sistema designado por Electronic Chart Display and Information System (ECDIS), permitindo a condução da navegação e apresentação a posição do submarino georreferenciada numa Carta Electrónica de Navegação (ENC).



Para além da posição geográfica do submarino, este sistema recebe informação calculada do posicionamento dos contactos detectados pelos sonares do submarino, permitindo assim ter todo o panorama tático e de navegação em cima de um «mapa». Este sistema foi também adaptado às necessidades específicas de um submarino, incorporando ferramentas de controlo das áreas atribuídas (para evitar interferência entre vários submarinos), exibição de outros navios nas proximidades que estejam a transmitir com o sistema AIS e os detectados pelo radar, assim como os planeamentos de lançamento das armas (torpedo e míssil).

Tal como descrito anteriormente, o sistema de navegação é constituído por um conjunto de equipamentos e sistemas que quando integrados permitem aos submarinos da classe Tridente navegar com grande precisão, conhecendo em permanência a sua posição. Tudo isto sem a necessidade de cometer qualquer indiscrição ao içar um mastro para receber o sinal GPS.



Se considerarmos a diversidade e complexidade de forças que um corpo mergulhado nas profundidades dos oceanos pode sofrer, facilmente se percebe a dificuldade da tarefa de conseguir estimar a sua posição passado um longo período de tempo. Um extraordinário exemplo desta complexidade revela-se no Estreito de Gibraltar, o qual com as suas correntes, fazem deste um local desafiante para atravessar em imersão profunda, não fora a existência destes complexos sistemas que, desta forma, revelam a sua inestimável importância e utilidade.

https://pplware.sapo.pt/informacao/opiniao/a-navegacao-nos-submarinos-da-classe-tridente/
Autor: Comandante Paulo Garcia | Co-Autor: Filipe Taveira Pinto
 
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Re: U209PN
« Responder #2659 em: Março 24, 2017, 11:11:05 am »
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Re: U209PN
« Responder #2660 em: Maio 23, 2017, 02:16:41 pm »
AncientSubHunter‏
@AncientSubHunt


A great pic of the NRP Tridente in dry dock at Kiel...


https://twitter.com/AncientSubHunt/status/866665186777870341?s=04
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« Responder #2661 em: Julho 04, 2017, 10:42:48 am »
Os “olhos” dos submarinos classe Tridente

Nos anteriores artigos já falamos da construção dos submarinos da classe Tridente e de como se navega sem qualquer referência exterior, nem mesmo dos satélites GPS.

Agora iremos falar nos importantes equipamentos que permitem executar uma das principais e mais importantes tarefas de um moderno submarino: vigiar e recolher informação do meio que o rodeia acima da linha de água.



Depois da segunda guerra mundial, o desenvolvimento dos submarinos centrou-se no aumento das suas capacidades em permanecer em imersão profunda, quer para aumentar a autonomia para o seguimento de outros submarinos, quer para aumentar a sua discrição numa determinada área de operação, agindo como navio de ataque por excelência.

Nos dias de hoje, onde um conflito aberto se tornou mais improvável, a evolução tecnológica das capacidades de recolha de informações acima da linha de água é fundamental para qualquer moderno submarino. Actualmente, as missões dos submarinos são executadas maioritariamente à chamada “cota periscópica”, onde é possível içar os mastros acima da superfície, recolhendo assim as mais diversas informações, sempre de uma forma discreta e sem perturbar o meio ambiente.



o caso dos submarinos da classe Tridente, os sensores disponíveis para este tipo de vigilância e recolha de informação, centram-se no tradicional periscópio, no sistema optrónico e, para a vigilância do espectro electromagnético, nos sistemas de detecção dos radares e das comunicações.

PERISCÓPIO

O periscópio que equipa estes nossos submarinos, além de permitirem uma visibilidade directa para o exterior, pouco mais têm em comum com os tradicionais periscópios que equipavam os submarinos de umas décadas atrás. Dotados de diversos equipamentos, é considerado um sistema em si mesmo, estando ligado à rede central do designado “sistema de combate”, o que permite a partilha de todos os dados que recolhe com outros sistemas.



Assim, neste moderno periscópio temos disponível uma máquina fotográfica, uma câmera intensificadora de luz (Low Light Level TV ou LLL TV) e uma câmera de TV que garante a partilha da imagem do exterior com outros sistemas. A sua operação pode ser feita remotamente de diversos locais ou da forma mais habitual: diretamente na Ocular box. Esta última, permite que o operador tenha uma percepção espacial do que está a ver, uma vez que roda para observar o que pretende.



Sendo o principal meio de vigilância quando o submarino está à cota periscópica, e também mais vulnerável, é exigido um elevado treino a quem o opera, quer seja para conseguir manter uma noção espacial do que observa em poucos segundos, quer para evitar a detecção que mantém o periscópio içado.



Para facilitar a sua operação, este periscópio está equipado com uma série de funcionalidades que permitem fazer face às diferentes condições de utilização. Uma das que mais facilita a sua operação é a estabilização em azimute (i. é, em direção) e elevação, que garante uma visualização estabilizada e portanto independente do estado do mar e do balanço, por vezes extremo, do submarino. Existe também um conjunto de filtros que melhoram a visibilidade quando as condições de luz são mais extremas, facilitando a observação nos setores onde o sol brilha com maior intensidade.



Outra funcionalidade importante é a obtida pelo Optical Range Finder que, de forma passiva e recorrendo apenas à informação da altura do objecto observado (normalmente um outro navio), permite calcular expeditamente a sua distância. A vantagem desta medição de distância ser efectuada de forma passiva, é que mantém a discrição do submarino, dificultando assim a sua deteção.



Cumpre também fazer referência à informação que é disponibilizada ao operador do periscópio na ocular. A disponibilização destas informações no campo de visão, permite que o operador não tenha que interromper a vigilância desviando os olhos para saber um conjunto de dados. A informação apresentada inclui o azimute e a marcação para onde está a olhar, a ampliação selecionada, o filtro introduzido e mais alguns dados adicionais.



Por fim, resta referir que com a qualidade de construção de toda a parte óptica, garantida pela vasta experiência de uma empresa como a Zeiss, este periscópio dispõe de três ampliações ópticas de 1,5x, 6x e 12x o que permite um alcance visual extraordinário.



OPTRÓNICO

O optrónico é o sistema por excelência para a recolha de informação do espectro do infravermelho, electromagnético e, naturalmente, do visível. Para esta panóplia de capacidades, dispõe uma câmara de alta definição (1080p), uma câmara de infravermelho e uma antena para a detecção das transmissões de radares, sejam elas de outros navios ou de sistemas de vigilância costeira.



Operado apenas remotamente, uma vez que é um mastro não penetrante, i. é, que não atravessa o casco resistente, é utilizado um joystick para controlo das diversas funcionalidades.



O sistema de controlo deste sistema apresenta um conjunto de modos de operação que permitem uma enorme flexibilidade e uma redução da sua exposição ao exterior, contribuindo para a indispensável discrição essencial de um submarino. Nestes modos de operação, consegue-se programar, com o mastro ainda arriado, a rotação (sectorial ou os 360 graus), a elevação, a velocidade de rotação, qual das câmaras a utilizar (HD ou IR) e até a opção de gravar a imagem numa memória FIFO para, depois do mastro se encontrar novamente arriado, poder ser feita a sua reprodução em diversas velocidades.

Esta funcionalidade permite adotar uma rotação mais rápida, para reduzir a exposição do mastro e evitar a detecção. Como exemplo, o mastro pode ser içado, rodar uma volta completa, gravar em alta definição ou IR e arriar quando terminar, permitindo ver o que se encontra no alcance visual. Outra possibilidade é a de içar para um objectivo concreto arriando logo de seguida, expondo o mastro por breves segundos, mas permitindo observar posteriormente a imagem gravada.



Sempre que se pretende, as imagens captadas podem ser comparadas com outras existentes na base de dados do sistema, facilitando a identificação de um determinado navio ou objectos de interesse. Basta imaginar a dificuldade de observação de um navio a grande distância onde apenas se consegue identificar uma pequena silhueta sendo essencial a identificação dos mais subtis pormenores.



Realça-se ainda a importância da capacidade IR que, numa situação de total escuridão e mantendo a invisibilidade do submarino, permite ter uma imagem que apresenta as diferentes temperaturas. No caso de um navio de superfície, seja de guerra ou apenas uma pequena lancha, consegue-se distinguir importantes características ou tão somente manter o seu seguimento.



GUERRA ELECTRÓNICA

Esta designação de Guerra Electrónica é atribuída à “disciplina” que lida com a detecção, transmissão (para jamming ou outras técnicas) e tratamento dos dados recolhidos pelos sistemas de deteção das emissões eletromagnéticas oriundas quer dos radares, quer dos sistemas de comunicação de outros navios.

Para quem anda no mar nos tradicionais navios de superfície, a utilização do radar é tão usual como andar com os faróis do carro ligados à noite. Todos os navios, em condições normais, têm pelo menos um radar ligado, mesmo os navios de guerra em situações de rotina. Há muitas situações em que são definidas políticas mais restritivas para a utilização destes equipamentos mas não deixa de ser um equipamento muito utilizado. Como tal, um submarino pode aproveitar esta situação para, com uma simples antena acima da linha de água, detetar a presença de um determinado navio muito antes de se encontrar dentro do alcance de detecção dos sensores desse navio.

No caso dos submarinos da classe Tridente, existem três antenas disponíveis: uma no mastro do periscópio, outra no mastro optrónico e a terceira no mastro dedicado à recolha de dados no espectro electromagnético.



Considerando os avanços tecnológicos destes sistemas, tanto no que respeita à sua sensibilidade como na capacidade de processamento, é possível identificar o tipo de radar, fazendo a correspondência com o tipo de navios que o utiliza (se é um navio mercante, de pesca ou de guerra e, dentro destes qual a sua classe), assim como qual o navio é em concreto.



Todos estes sistemas de detecção, vigilância e recolha de dados, permitem ao nosso submarino, à semelhança de outros, ter uma vantagem enorme, não só por conseguirem recolher informação sem perturbar o meio onde operam sem condicionar a ação dos diversos actores, como também pela capacidade de detecção antes de serem localizados.

Por Paulo C. Santos Garcia para Pplware.com
https://pplware.sapo.pt/gadgets/high-tech/os-olhos-dos-submarinos-classe-tridente/
 
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Re: U209PN
« Responder #2662 em: Julho 15, 2017, 12:22:02 pm »
Atraso nas Finanças impede obras e reparação de submarinos no Arsenal do Alfeite

A empresa de construção naval tem o montante disponível desde janeiro.

O Ministério das Finanças ainda não deu luz verde para o Arsenal do Alfeite utilizar os seis milhões de euros que têm nos seus cofres para fazer obras durante um ano e dar início à reparação de submarinos, escreve o Diário de Notícias deste sábado.

De acordo com várias fontes da Defesa contactadas pelo DN, “o caso tem de ser resolvido nos próximos dias”, uma vez que os prazos para poder cumprir o contrato de reparação do segundo submarino da Marinha já foram alongados e os seis meses de atraso estão a causar tensão no Alfeite.

Um porta-voz da empresa de construção e reparação naval adianta ainda que a falta de autorização por parte do gabinete de Mário Centeno está a pôr em causa um projeto qualificado pelo Arsenal do Alfeite como “essencial para a sua recuperação e internacionalização”.

Isto porque, conforme explicita o matutino deste sábado, há vários procedimentos que têm de ser cumpridos: publicação do concurso internacional com um prazo de 60 dias no Jornal Oficial das Comunidades e obras, cujo intervalo de tempo a definir varia entre os nove e os 12 meses.

A firma, pertencente à Base Naval de Lisboa, constrói e realiza a manutenção e reparação naval da Marinha de Guerra Portuguesa, de outras Marinhas da Nato e comerciais, tem o montante disponível desde janeiro.

http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/atraso-nas-financas-impede-obras-e-reparacao-de-submarinos-no-arsenal-do-alfeite-185433
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 
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Re: U209PN
« Responder #2663 em: Julho 15, 2017, 02:23:03 pm »
Atraso nas Finanças impede obras e reparação de submarinos no Arsenal do Alfeite

A empresa de construção naval tem o montante disponível desde janeiro.

O Ministério das Finanças ainda não deu luz verde para o Arsenal do Alfeite utilizar os seis milhões de euros que têm nos seus cofres para fazer obras durante um ano e dar início à reparação de submarinos, escreve o Diário de Notícias deste sábado.

De acordo com várias fontes da Defesa contactadas pelo DN, “o caso tem de ser resolvido nos próximos dias”, uma vez que os prazos para poder cumprir o contrato de reparação do segundo submarino da Marinha já foram alongados e os seis meses de atraso estão a causar tensão no Alfeite.

Um porta-voz da empresa de construção e reparação naval adianta ainda que a falta de autorização por parte do gabinete de Mário Centeno está a pôr em causa um projeto qualificado pelo Arsenal do Alfeite como “essencial para a sua recuperação e internacionalização”.

Isto porque, conforme explicita o matutino deste sábado, há vários procedimentos que têm de ser cumpridos: publicação do concurso internacional com um prazo de 60 dias no Jornal Oficial das Comunidades e obras, cujo intervalo de tempo a definir varia entre os nove e os 12 meses.

A firma, pertencente à Base Naval de Lisboa, constrói e realiza a manutenção e reparação naval da Marinha de Guerra Portuguesa, de outras Marinhas da Nato e comerciais, tem o montante disponível desde janeiro.

http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/atraso-nas-financas-impede-obras-e-reparacao-de-submarinos-no-arsenal-do-alfeite-185433

Estas obras para os submarinos devem ser a expansão da doca seca dos 138m para os 220m.

Cumprimentos,
 

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miguelbud

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Re: U209PN
« Responder #2664 em: Setembro 21, 2017, 12:09:19 pm »
Governo gasta 7 milhões de euros em torpedos
Foi aprovada pelo Ministério da Defesa a aquisição e manutenção de torpedos para os submarinos da classse Tridente. O contrato foi conseguido pela empresa Leonardo Defence Systems e a fatura pode atingir os 7,07 milhões de euros... mais IVA.

http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/governo-gasta-7-milhoes-de-euros-em-torpedos-211345
 

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Re: U209PN
« Responder #2665 em: Setembro 21, 2017, 06:52:22 pm »
Esse titulo criado propositadamente para atrair os anti-forças armadas.

Essa noticia vem na altura certa para distrair dos 45,9 milhões gastos em subvenções de partidos para as autárquicas!!!
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

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Re: U209PN
« Responder #2666 em: Setembro 21, 2017, 08:09:14 pm »
Citar
Recorde-se que o negócio dos torpedos da classe Tridente remonta a 1998, tendo a contratação avançado em 2004 e sido alvo de uma investigação por suspeitas de corrupção e tráfico de influências. Apesar de, em Portugal, o caso ter sido arquivado, na Alemanha levou à condenação de dois gestores da alemã Ferrostaal, parte do consórcio que venceu o concurso, numa investigação paralela.


Incrível, com isto mais uma vez se demonstra o pior do jornalismo. Nada como atacar as forças armadas como se estas fossem culpadas de algo que nem sequer, neste caso, teve corrupção.
Ou seja, tudo o que é do sub é corrupto, alguém avise o palhaço que escreveu isto que o fabricante italiano não é alemão e nem sócio destes na construção dos subs.   
« Última modificação: Setembro 21, 2017, 08:32:00 pm por HSMW »
 

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Re: U209PN
« Responder #2667 em: Setembro 21, 2017, 11:01:05 pm »
Esse titulo criado propositadamente para atrair os anti-forças armadas.

Essa noticia vem na altura certa para distrair dos 45,9 milhões gastos em subvenções de partidos para as autárquicas!!!

Há sempre alguem contra , seja, que assunto se trate!

Por muitos programas e reportagens que se façam  sobre os submarinos e para que servem haverá sempre alguém contra!


"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Re: U209PN
« Responder #2668 em: Setembro 22, 2017, 01:42:38 pm »
Há sempre contras contra tudo e isso é o normal.
Qual era mesmo o ponto de situação dos submarinos a nível de torpedos?
Já tínhamos Black Shark ou utilizávamos outro modelo?
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Re: U209PN
« Responder #2669 em: Setembro 22, 2017, 01:50:23 pm »
Há sempre contras contra tudo e isso é o normal.
Qual era mesmo o ponto de situação dos submarinos a nível de torpedos?
Já tínhamos Black Shark ou utilizávamos outro modelo?

Já tínhamos