Meus Senhores,
Discutam, discutam, discutam e continuem a discutir.
Ponto assente: Face à situação do País, as forças armadas estão hoje - e num futuro próximo ainda mais - acima das possibilidades de Portugal.
Ainda mais cortes terão indubitávelmente ser feitos e as FA's não são um oásis. Têm que acompanhar, tem que cortar também.
O orçamento futuro atribuível às FA's nos próximos anos ( largos anos... ) não vai dar para mais que pagar os vencimentos, combustível e uns poucos " peannuts ".
Investimento? só se se deixar de pagar vencimentos.
O oposto é continuar a comprar canhões e cortar nos cada vez mais na manteiga e nos cada vez mais escassos apoios do estado social, coisa com a qual poucos estão de acordo.
Há a possibilidade de aumentar impostos mas os portugueses fiscalmente já não respiram, estão completamente asfixiados e já chegamos ao ponto de rotura em que o aumento das taxas se traduz em menor receita arrecadada.
Outra possibilidade é a economia arrancar. O drama é que vivemos na última década com cada vez maiores níveis de endividamento ( público, das famílias, externo ) e o produto cresceu à razão de um por cento durante dez anos. Agora é fácil adivinhar o que vai acontecer na próxima década quando a liquidez diminiu ( não nos vamos endividar mais, pois não? ) e até há que começar a pagar alguns dos desvarios do passado. O arranque pressupondo apenas as exportações é um delirio de alguns.
Meus Senhores: Não há dinheiro, nem hoje nem nos próximos anos, muitos anos, logo não há vícios.
Um pequeno consolo: o que se passa em Portugal é o que se passa na grande maioria dos países europeus, o discurso é igual e o drama não tem outras nuances.
Fala-se da Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda, os PIIGS. Então e a Grã-Bretanha? A royal navy, que já nem um décimo é da imperial navy, pode aspirar a outra coisa que não pagar salários nos próximos anos? Olha-se para os países da eurolândia mas atenção à libra, muita atenção.
Viram o que nas últimas 24 horas aconteceu à situação da Hungria? Já estava mal, piorou de forma dramática.
E atenção aos Estados Unidos. Se estamos apenas a falar de déficits orçamentais, o maior é o do Tio Obama. Aquilo continuará enquanto houver gente interessada em comprar bonds americanas. Se o euro escapa ao brutal ataque que lhe está a ser feito - defeito dos militares que pensam que as nações são atacadas, apenas, pela agressão quando hoje as nações são atacadas por inúmeras formas ( económica inclusivé ) e depois de muito debilitadas é que o poderão ser pela via militar, o dólar cai que nem uma pedra e, nessa altura, a navy do tio sam hipotecará os carriers ao execedente chinês.
Voltando a Portugal, Portugal ( e os aliados europeus ) não vai comprar seja o que fôr de material nos próximos anos. Portugal deve ao estrangeiro 2 anos e meio do PIB. O material militar são importações puras, com nula incorporação da indústria nativa, logo não gera emprego nos nativos.
Portugal compra submarinos à alemanha que deram trabalho a alemães e geraram impostos para o orçamento da Sra. Merkel.
Vamos perder as ilusões e esperar que o que está encomendado aos ENVC avance. Tudo o resto, o mais povável é desistir ( se os contratos o deixarem ) ou adiar, isto é, o mesmo que dizer não se compra até melhor oportunidade e essa oportunidade ainda está bem longe.
Cumprimentos,