Rui Elias:
Não há dúvida nenhuma.
A confusão é provocada pelo facto de os espanhóis começarem a "rasgar las vestiduras" sempre que alguém diz qualquer coisa que fere "El orgullo Hispano".
Bastava por exemplo ver algo simples, como as datas das certificações/homologações do CN-235 que toda a gente sabe estar na origem da familia C-235/C-295 para confirmar que o avião apareceu primeiro como avião civil.
Bastava ver que os países que adquiriram a versão civil (a primeira) foram exactamente aqueles que colaboraram no projecto (A Indonesia e a Espanha).
A versão militar, aparece posteriormente, e o C-295 aoarece já só com versão militar, porque se tornou evidente que a familia C-235/295 não estava a vender no mercado civil, por causa do aparecimento dos regional jets, especialmente os Embraer e os Bombardier.
Eu confesso que também não entendo qual é o problema de o C-295 ter origem num avião civil (como é absolutamente óbvio que tem).
Parece-me também evidente, que o fabricante não quer falar nas origens do avião e no facto de ele ter sido um insucesso comercial no mercado civil, porque isso sería má publicidade.
Eu acho (no meu fraco entendimento) que isso é absolutamente óbvio.
Aliás, é a origem civil do C-295 que o torna vantajoso na comparação com o C-27J, porque sendo mais leve (optimizado para poupar dinheiro no mercado civil) é mais adequado para a vigilância marítima.
Os C-295 são normalmente utilizados como transporte militar, mas para transportar militares de um lugar para o outro (e esse será provavelmente a principal função que vão ter em Portugal).
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Relativamente à questão da compra propriamente dita.
O facto de o numero de C-295 para a patrulha marítima ser maior, é um factor positivo, que tem como principio base, o de que devemos ter capacidade para patrulhar e assegurar o controlo da Zona Económica Exclusiva, quer a das 200 milhas, como a de 300 milhas que pretendemos, e que juntará as três ZEE's actuais numa ZEE única.
Para isso, não podiamos ficar-nos pelos dois C-212. A nossa capacidade para patrulhar a ZEE vai ficar enormemente acrescida. Não só por aviões C-295 com muito maior autonomia e alcance que os C-212, como pela adição de helicopteros EH-101 para busca e salvamento, como pela incorporação de 10 patrulhas oceânicos que são maiores que as corvetas, como pela incorporação de cinco (lanchas) que são maiores e mais capazes que muitos navios ditos oceânicos, bastando dizer que os cinco futuros Navios de Patrulha Costeira, vão ter um deslocamento que será mais do dobro dos antigos patrulhas da classe Cacine.
Se era possível ter comprado os C-27J que serviam como transporte táctico e ao mesmo ter optado por (por exemplo) ATR-42 de patrulha, isso eu não sei, embora acredite que era mais uma linha de manutenção (e eu sou a favor da uniformização).
Cumprimentos