Defesa: Prioridade de "segunda linha"

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papatango

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« Responder #15 em: Dezembro 07, 2006, 07:46:54 pm »
O Luso já disse o que eu ia lembrar.

Pode ser triste, mas a verdade é que a reorganização do exército português foi feita por estrangeiros.

Infelizmente, as opiniões que tinham dos comandos portugueses não eram muito diferentes daquela que tinham os americanos em 1950.

a qualidade das tropas, é no entanto realçada.

Todos afirmam que os militares portugueses eram disciplinados e obedientes, e muito bons combatentes, reforçando-se essa tenacidade pelo facto de lutarem no seu próprio país contra forças estrangeiras vistas como invasoras.

Mas a realidade não pode ser escamoteada.

Tenho que dizer também, que não é justo meter toda a gente no mesmo saco. Há muito pó e óxido de ferro sem dúvida, mas também há gente competente.

Se não fossem os que ainda tentam fazer alguma coisa, já não havia nada!

Mas o problema da ineficiencia das chefias é um problema não só do exército português. Parece ser um problema de um grande numero de exércitos do sul da Europa. Pelo menos assim foi durante o século XIX e XX.

Parece ser uma questão cultural, que tem a ver com diferenças muito fortes entre clases sociais. A carreira militar, transformou-se depois do século XVIII numa forma de permitir a ascenção social a pessoas de baixa condição social.

Essas pessoas no entanto nunca foram totalmente aceites pelos seus «pares» de origem mais nobre.
Ao mesmo tempo, aqueles que foram ascendendo socialmente, quiseram tornar-se parecidos com os seus pares mais nobres e para isso aumentaram enormemente a separação entre classes nas Forças Armadas.

A separação entre Oficiais Sargentos e Praças nas F.A. portuguesas foi identificada pelos americanos como um dos principais cancros na estrutura da força.

É a velha tradição de exigir uma devoção cega por parte dos comandados, que se baseia mais na falta de respeito e na necessidade de um comandante em se afirmar perante os seus pares, que numa necessidade efectiva de afirmação de comando, porque o militar português até é dos mais fáceis de comandar.

Com essa enorme separação, cria-se a falta de responsabilidade. Não há suficiente delegação de poderes e como resultado, os escalões mais baixos passam a ver os comandos como uma quantidade de tipos inuteis que dão ordens, mas que não têm capacidade efectiva de comando.

Durante em África, esta característica acentuou-se e como sabemos os milicianos (que não faziam parte da «elite» saída da Academia Militar) eram os que davam o «corpo ao manifesto» e por isso tinham a possibilidade de ser mais facilmente promovidos.

Na «Metropole» os Oficiais de carreira, não gostavam da situação, irritados com o facto de estarem a ser ultrapassados.

É por isso que o 25 de Abril triunfa.

Os militares cansados da guerra dão um golpe quase palaciano (podia ter sido sufocado com facilidade) e os restantes oficiais do quadro (aqueles que não conheciam a guerra) que estavam em Portugal, que estão chateados com o regime, pura e simplesmente não fazem nada e o regime caiu, porque estava podre, e porque ninguém se levantou para o defender.

Ver o «oficialato» e os altos escalões mover uma palha em 25 de Abril de 1974 para fazer o que quer que fosse tería aliás sido um facto mais histórico que a revolução propriamente dita.

= = = = =

Hoje, pese embora o facto de conseguirem caír no ridiculo, como por exemplo com o GALE sem helicópteros, a verdade é que há muito mais gente competente e capaz a fazer alguma coisa.

Mas como em todos os sectores do funcionalismo público, há muito pó, muito desleixo e muita gente que ou deveria ser reformada compulsivamente ou deveria pura e simplesmente ser expulsa.

No entanto, esses não são aqueles que dão a cara ou dizem alguma coisa. Quando vemos o programa «prós e contras», não são seguramente aqueles que têm a coragem de levantar a voz que são os culpados ou os mais culpados pelo estado de coisas.

O problema, hoje como no passado, são aqueles que nada dizem e nada fazem. Dá muito trabalho...

Cumprimentos


PS:
O general Loureiro dos Santos, falou no programa «prós e contras» no facto de ele ainda ter sido apontado pelos seus pares, porque só mais recentemente o CEMGFA ser proposto pelo governo ao Presidente da República.

Essa mudança, foi uma tentativa para tentar quebrar o Status Quo, em que  os oficiais generais, decidem em concilio quem deverá ser o chefe.
Dessa forma, acabava sempre eleito o general que tivesse um perfil menos complicado, levando a que nada se fizesse.

Com o CEMGFA apontado pelo governo, continua a haver intervenção e influência das chefias, inevitavelmente, mas passa a haver uma possibilidade legal de intervenção do governo, baseada no perfil que se pretende para a chefia das forças armadas.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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migbar2

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« Responder #16 em: Dezembro 08, 2006, 03:51:15 am »
Eu, apesar da ironia de um ou outro colega, continuo a ter a minha opinião. Portugal está melhor do que nunca esteve no séc XIX ou XX.
 Se os tempos eram outros, pois os tempos são sempre outros. Para os russos tambem vai quase um séc. quando de repente os tempos se tornaram outros ao verem os seus couraçados a irem ás favas contra uns "barquinhos japoneses ridiculamente pequenos" chamados de contratorpedeiros. Os tempos tornam-se sempre outros quando alguma nova arma ou alguma nova estratégia ou quando alguma nova potência surge !
 Eu não disse que estava tudo bem, nem emiti uma opinião para descansar ninguem, até porque quem descansa á sombra da bananeira depressa deixa de ser o primeiro para passar a ultimo. Apenas contesto o negativismo extremo com que se fala dos nossos militares e do estado do País. Muita coisa está mal, é verdade. Mas muita coisa está melhor e se não se faz mais é porque os cortes orçamentais têm sido uma pandemia e não epidemia, aí é que está o maior problema. Os nossos governos são encorajados pelas atitudes de politica de emagrecimento que todos os nossos parceiros europeus têm tido. A nossa só não é maior porque estamos muito atrasados em relação a eles. Se não fosse essa politica de emagrecimento aonde é que arranjavamos as fragatas e tanques e outros equipamentos quase novos que temos arranjado ultimamente ?
 Se estamos mal, então estamos mal e pronto, não é necessário dizer como grande verdade histórica que estamos pior que nunca, isso é brincar com o esforço daqueles que se dedicam a evitar que essa frase venha um dia a ser verdade. Se fosse um Espanhol a dizer isso já estava aqui a ser massacrado com tudo o que é insulto  :D ). Custa muito ? Pois custa...e ao general ouvir sempre negativas dum pangaio de um civil qualquer que só está no poder quatro anos e não percebe nada do assunto, também não custa ?? E o facto de o general saber que para o politico é muito mais fácil dizer não, porque o sim muito provavelmente rouba-lhe mais votos do que aqueles que faz ganhar, tambem não custa ?
 O que não custa nada é viver só de teorias  :twisted: .
 Um grande abraço a esta malta toda, que cada um com a sua opinião tanto se preocupam com a continuidade independente da nossa bonita terra, a reunião de todo esse pessoal foi a melhor conquista deste forum.
 

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Jorge Pereira

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« Responder #17 em: Dezembro 08, 2006, 11:42:50 am »
Citação de: "migbar2"
Quereis melhor ? então em vez de andar sempre a chorar, tratem de influenciar a opinião publica, criem associações de amigos da defesa nacional. Lutem para ganhar tempo de antena na rádio e televisão, para o povo não ouvir apenas os bitaites negativistas de jornalistas que nada percebem do que estão a dizer, procurem o amigo do amigo para meter uma cunha num jornal de grande tiragem e que passe a ter um suplemento semanal ou mensal dedicado á defesa nacional, equipamento , o que falta, o que é preciso mudar e porquê, o que é que os outros têm, etc...e sejam vocês a elaborar esses artigos ( o que não falta aqui é gente a perceber disto a potes  :wink: . Pensem bem, que isso não custa lá muito  :twisted: .
 Um grande abraço a esta malta toda, que cada um com a sua opinião tanto se preocupam com a continuidade independente da nossa bonita terra, a reunião de todo esse pessoal foi a melhor conquista deste forum.


Foi precisamente esta última parte da sua excelente intervenção o que me levou a criar o ForumDefesa.com. É de facto assim que podemos e devemos mudar a forma de pensar da nossa gente em relação a Defesa, pelo bem de Portugal, pelo bem de todos nós.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Luso

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« Responder #18 em: Dezembro 08, 2006, 02:59:08 pm »
O Migbar pode ser um militar excelente, digno desse nome. Se o for saúdo-o e agradeço-lhe pelo que faz.
Infelizmente não temos Migbares nos lugares certos e em quantidade.
É por isso que nos insurgimos e por isso que serei (falo aqui por mim) parcialmente injusto.
O que é facto é que sou contribuinte e tenho uma defesa de treta e outros serviços públicos de qualidade duvidosa.
Discorda o Migbar do que digo?
Pode perfeitamente discordar. Mas aposto que que há quem se reveja na minha visão das coisas, do que na do Migbar.
- Infelizmente, porque prefiro a "visão" do Migbar.
Mas...

Migbar, diga-nos por favor que armas tem o Ministério da Defesa para distribuir aos Militares e Reservistas em caso de estrilho?
E em que condições?
E com que munições?
Falo aqui de armas ligeiras (no Iraque os marotos não têm mais que isso além de explosivos) porque o resto é decididamente para esquecer, dada a sua relevancia ser apenas simbólica. Do contrário não me convencem.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Get_It

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« Responder #19 em: Dezembro 08, 2006, 03:51:43 pm »
Citação de: "migbar2"
(...)Todos os foristas têm de perceber que o nosso poder politico é filho da nossa boa ou má democracia e luta todos os dias para se manter á tôna, ninguem quer ir ao fundo !! Então é necessário tornar o povo menos "anti investimentos militares" para facilitar a mudança. Há paises Europeus que têm de chamar corvetas a navios de mais de 4000 toneladas, armados com tudo o que há de bom para não provocarem reacções desagradaveis ao seu distraido eleitorado !!!! Pelo contrário as forças armadas Espanholas têm a maioria do povo do seu lado e com imenso orgulho!

Citação de: "Luso"
Migbar, diga-nos por favor que armas tem o Ministério da Defesa para distribuir aos Militares e Reservistas em caso de estrilho?
E em que condições?
E com que munições?
Falo aqui de armas ligeiras (no Iraque os marotos não têm mais que isso além de explosivos) porque o resto é decididamente para esquecer, dada a sua relevancia ser apenas simbólica. Do contrário não me convencem.


Vou agora desviar um bocado do assunto com esta minha resposta, mas cá vai. Tendo em mente o que o Migbar referiu sobre os espanhóis terem mais orgulho das forças armadas deles do que nós (em teoria), e do que o Luso referiu sobre o que o Ministério da Defesa tem «para distribuir aos Militares e Reservistas em caso de estrilho» escrevo o seguinte.

Penso, aliás sei - e só sei pelo que aprendi por pessoas mais experientes - que após o 25 de Abril tínhamos mais pessoas dispostas a lutar por Portugal, e aliás, mais bem preparadas. Se Portugal fosse invadido as Forças Armadas Portuguesas não teriam capacidade para expulsar o invasor e teria de ser o povo a o expulsar (claro que ignoro aqui a NATO, mas continuando...), que nem os ditos "terroristas" fazem no Iraque.

Penso que só uma parte dos militares que já serviram teriam capacidade e vontade para pegar em armas e combater. O Ministério da Defesa nunca teria capacidade para organizar seja o que for, acredito que só os generais e oficiais certos é que teriam cabeça para preparar uma defesa eficiente, e o mais provável era o Ministério da Administração Interna telefonar logo à GNR para estes também irem defender a pátria. Acho também que mal o invasor entrasse pela nossa fronteira a dentro já o PR e o PM estariam nas Lajes, nos Açores, a esconderem-se debaixo da asa dum F-16 norte-americano, e penso isto aliás pela pouca atenção que eles dão às forças armadas.

A nossa situação de nacionalismo, que é muito bem preciso, está mal, mas também não será o caso para voltar a introduzir o SMO, apenas é o caso de melhorar o Dia da Defesa Nacional, incluir também as mulheres com mais de 18 anos na obrigação de ir a esse "evento".

Outra coisa seria também em vez de se andar a fazer anúncios de televisão sobre o número de mortos na estrada, que só criam polémicas e mais nada, era gastar dinheiro em alguma empresa de publicidade para se fazerem anúncios de jeito sobre as Forças Armadas Portuguesas e sobre Portugal.
Devo dizer que fiquei muito orgulhoso quando vi aquele anúncio na televisão a dizer que software Português era utilizado pela NASA.

Portugal está mal, e então esta juventude de hoje em dia não ajuda muito, é por isso que além do Dia da Defesa Nacional deviam ser criadas outras actividades para os mais novos, não só para acharem as Forças Armadas um máximo, mas também para perceberem que devem ter orgulho em serem portugueses. Actualmente, se supostamente a Espanha nos quisesse invadir - e utilizo a Espanha como exemplo por ser o vizinho aí do lado - era só pagarem à SIC e TVI para passarem Floribela e Morangos com Açúcar durante a invasão que nenhum civil português notava. Duvido muito que a SIC e a TVI interrompessem a transmissão das novelas para dar a notícia, e a RTP provavelmente estaria muito ocupada para a pensar ainda se devem anunciar ou não que (supostamente) o Salazar é o nosso Grande Português.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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ricardonunes

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« Responder #20 em: Dezembro 08, 2006, 04:17:30 pm »
Citação de: "Get_It"
Penso que só uma parte dos militares que já serviram teriam capacidade e vontade para pegar em armas e combater. O Ministério da Defesa nunca teria capacidade para organizar seja o que for, acredito que só os generais e oficiais certos é que teriam cabeça para preparar uma defesa eficiente,...


O ministério tem essa capacidade, há muitos anos que a tem vindo a por em prática.
Para isso existe o Curso de Operações Irregulares que é ministrado somente a oficiais e sargentos do QP.
Básicamente esse curso consiste em dar formação aos militares, para em caso de ocupação do nosso território, estes se dissimularem entre a população e organizarem os movimentos de resistência.
Potius mori quam foedari
 

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Luso

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« Responder #21 em: Dezembro 08, 2006, 06:03:04 pm »
Ricardo,

Na hipótese mais miserabilista, de que é que dispomos no nosso arsenal para armarmos os reservistas e milícias?

Por aquilo que vejo e leio, temos muito pouco. Muito pouco. Muito foi vendido como excedente/sucata para o estrangeiro.
Agora provem-me que estou errado.
- Caramba: eu quero estar errado!

Depois bem podem vir os senhores das operações especiais dar instrução mas isso seria pontual e certamente localizado. E a logística de tais acções?
O emprego teórico e as habilitações dos militares das OE não estão em causa, mas sim os meios - mais uma vez.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Miguel

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« Responder #22 em: Dezembro 08, 2006, 06:33:12 pm »
Luso

Nunca tivemos material suficiente para equipar unidades de reservistas.

Mesmo durante a II guerra Mundial as unidades da Legiao Portuguesa estavavem equipadas com pistolas compradas pelos proprios militares.

Nota: Eu sou a favor da criaçao da NOVA LEGIAO PORTUGUESA , uma unidade de reservistas civis.
 

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pedro

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« Responder #23 em: Dezembro 08, 2006, 06:46:52 pm »
Pois eu tambem,porque somos os unicos da europa com uma grande historia que nao tem uma legiao.
Cumprimentos
 

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migbar2

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« Responder #24 em: Dezembro 09, 2006, 12:47:13 am »
Citação de: "Luso"
O Migbar pode ser um militar excelente, digno desse nome. Se o for saúdo-o e agradeço-lhe pelo que faz.
Infelizmente não temos Migbares nos lugares certos e em quantidade.
É por isso que nos insurgimos e por isso que serei (falo aqui por mim) parcialmente injusto.
O que é facto é que sou contribuinte e tenho uma defesa de treta e outros serviços públicos de qualidade duvidosa.
Discorda o Migbar do que digo?
Pode perfeitamente discordar. Mas aposto que que há quem se reveja na minha visão das coisas, do que na do Migbar.
- Infelizmente, porque prefiro a "visão" do Migbar.
Mas...

Migbar, diga-nos por favor que armas tem o Ministério da Defesa para distribuir aos Militares e Reservistas em caso de estrilho?
E em que condições?
E com que munições?
Falo aqui de armas ligeiras (no Iraque os marotos não têm mais que isso além de explosivos) porque o resto é decididamente para esquecer, dada a sua relevancia ser apenas simbólica. Do contrário não me convencem.








Não sou militar !!! Sou um civil que paga impostos como qualquer outro cidadão. Mas garanto que sou conhecido de alguns militares, aonde se inclui um senhor muito bom amigo que é coronel do exército e muitas vezes tem como tema de conversa na mesa de jantar da família as insuficiencias do exército. A preocupação e muitas vezes desilusão vai muito para além das horas de expediente.
Não se deve criticar a instituição e o individuo de forma confusa. E nós ás vezes confundimos a desilusão do proficional, com a sua ganância. Temos, como qualquer país ocidental tem, problemas de corrupção nas forças armadas. Mas tambem temos casos de enorme dedicação e mesmo amor pela defesa nacional, aonde a família fica para terceiro plano. E depois há os desiludidos, que fartos de esperarem por material que não vem, fartos de sonharem com o dia em que terão uma unidade verdadeiramente util e equipada e o raio do dia nunca mais chega, encostam-se a uma bananeira e vão esperando que o tempo passe enquanto se preocupam unica e exclusivamente com os seus "direitos". Estes ultimos são de longe a maior quantidade !!!
 Quanto a material para reservistas  c34x .
 

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Luso

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« Responder #25 em: Dezembro 09, 2006, 01:01:44 am »
"Democracia", essa palavra que tudo parece justificar.
"Democracia" começa a confundir-se com "apologia".

Até eu vou começar a fazer um esforço por não me preocupar tanto.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Luso

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« Responder #26 em: Dezembro 11, 2006, 05:55:08 pm »
Creio que esta vem a propósito.
Basta trocar os nomes dos países. :?

http://www.youtube.com/watch?v=90f9Qm60 ... ed&search=
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Lancero

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« Responder #27 em: Dezembro 14, 2006, 04:43:07 pm »
As Forças Armadas cada vez mais como instrumento da política (leia-se políticos, para se encherem..)

Citar
Governo aumenta poderes consultivos do Conselho Superior de Defesa Nacional

Lisboa, 14 Dez (Lusa) - O Conselho de Ministros aprovou hoje uma proposta  que altera a Lei de Defesa Nacional, tendo como objectivo "valorizar" e aumentar os actuais poderes consultivos do Conselho Superior de Defesa Nacional.

     Segundo o Governo, a proposta, que será sujeita a apreciação e votação por parte do Parlamento, prevê a extensão das competências consultivas do Conselho  Superior de Defesa Nacional, "através da passagem da função administrativa à fun ção consultiva" de matérias como o parecer sobre o Conceito Estratégico de Defes a Nacional.

     A proposta prevê também o reforço da composição consultiva do órgão com a  inclusão, entre os seus membros, do presidente da Comissão de Defesa Nacional da Assembleia da República.

     Por outro lado, o diploma reduz o elenco das competências administrativas  deste órgão, "deixando o Conselho Superior de Defesa Nacional de confirmar as pr omoções de oficiais generais e certas nomeações para altos cargos militares".
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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AugustoBizarro

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« Responder #28 em: Dezembro 15, 2006, 04:31:05 pm »
É conhecido o conceito de Guerra Total, pois, penso que aqui seria de maior interesse um outro conceito - Defesa Total.
(até porque não estou a fazer este post no www.forumataque.com)

http://en.wikipedia.org/wiki/Total_Defence





Segundo este conceito, a Defesa de uma Nação não está somente dependente das suas Forças Armadas, não é somente uma questão Militar.

Os cinco pilares da Defesa Total:

-Defesa Militar
-Defesa Civil
-Defesa Económica
-Defesa Social
-Defesa Psicológica

---------------------------------------------------------------------

Destes pontos, penso que os menos discutidos, tanto aqui no forum, como em qualquer outro sítio, são os últimos 3, Defesa Económica, Defesa Social, Defesa Psicológica.


-Defesa Económica

Este parece-me ser sem dúvida o pilar mais importante da Defesa de uma Nação. Sem dinheiro pouco se pode fazer, exceptuando defesas á base de tecnologia do Paleolítico. Uma hipótese fora de questão visto Portugal ter uma população muito pequena.

Nenhum País está perpetuamente em estado de guerra, portanto os tempos de paz, especialmente se duradouros, devem ser aproveitados para a construção de uma Economia Forte. É inútil gastar dinheiro em armas dispendiosas, se isso põe em causa o Motor do País, a Economia.

Um exemplo seria , Timor-Leste adquirir um (1!) F-16, obtendo assim um ganho percentual espantoso em capabilidade bélica.

Mas de que serviria isso em caso de guerra? É portanto um engano, pensar-se que, um aumento nos gastos na Defesa Militar, tem como consequência um aumento na Defesa Efectiva da Nação.

uns dados sobre Timor:
população: 1 milhão de pessoas.
PIB: 370 milhões de dólares.
PIB per capita: 800 dólares.

uns dados sobre Portugal:
população: 10,605,870
PIB: 200600 milhões de dólares.
PIB per capita: 19000 dólares

Como se poder ver, o problema urgente de Timor, é a Defesa Económica. E apesar da disparidade brutal dos números, eu acredito que o problema de Portugal é o mesmo. (não seria difícil incluir aqui outros números para realçar a nossa debilidade Economica)

https://www.cia.gov/cia/publications/fa ... os/tt.html

Uma Económia Sólida.

Eu não acredito muito em Constituições (Da República), em particular
nas volumosas, em que tudo se assegura, sem qualquer consideração sobre o que é possível assegurar. Poesia ás vezes é bonita, mas uma Constituição não pode ter Poesia, tem que ser algo baseado na realidade.

Está escrito na constituição que todo o cidadão tem direito a emprego.
Como pode isto ser assegurado? Em vez de artigos como este, eu proporia um bem mais simples.

Que se escrevesse na constitução que NUNCA em situação alguma, o País pode ter Dívida Externa.  Dívida Externa 0.

Saberá o comum dos cidadãos qual é a Dívida Externa do seu País?
É pena que não seja fácil aceder a dados em sites portugueses (oficiais)
portanto utilizando os dados do Cia Factbook aqui fica:

287800 milhões de dólares.
Supondo que a população de Portugal é 10 milhões,

 cada cidadão português teria que pagar 28780 dólares (22000 euros) aos estrangeiros (entidades que nos emprestaram dinheiro portanto.)

Quantos Portugueses terão na conta bancária 22000 euros, prontinhos para enviar para o estrangeiro? É este o dinheiro que devemos, que não é nosso.

O comum dos cidadãos saberá certamente que quando pede um empréstimo ao banco, tem que pagar todo o dinheiro que pediu, somado de juros. E juros de 287800 milhões de dólares? Mas será que ninguém pensa nisto?

O cidadão gosta muito de culpar os bancos, ah ladrões! juros e tal, meus caros amigos, o Lobo morde, é um facto, logo ninguém põe a mão ao pé da boca do Lobo. O Banco pede Juros, logo... o Banco morde! em vez de questionar porque é o o Lobo ou o Banco mordem, faz mais sentido afastarmo-nos deles.

Proponho um placard gigante no centro das principais cidades, com actualização diária (ou semanal,ou o que for possível), com o valor da Dívida Externa Portuguesa. Para que todos saibam. E com um número em baixo, baseado no valor dos juros médios, com o valor previsto para a Dívida Externa para o ano seguinte. Para que se saiba o que anda a fazer a liderança do País acerca desta questão.

Já chega de conversas como "Fica bem", "fica mal", "não fica bem ao primeiro-ministro"  "não fica bem ao presidente da república"

"Fica bem" é uma questão superficial, de aparência.
 A questão é se ESTÁ bem ou ESTÁ mal. Ás tantas parece a linguagem dos que decidem os destinos da Nação, se assemelha a uma linguagem de alguém que está a provar um fato novo, ou num cabeleireiro a discutir o penteado.

Concluíndo, por mim que se venda tudo, até que esta dívida esteja saldada, até que o dinheiro que devemos volte para as mãos dos seus donos (esses samaritanos, sempre dispostos a ajudar), e que possamos um dia saber com absoluta certeza que nem 1 centimo dos impostos é usado para pagar juros de dívidas.

Quando Portugal for um País Industrial, Exportador, e sem Dívidas, aí poderemos pensar em ter um exército bem equipado para defender a Economia, Cultura , e todas as outras coisas que fazem a Nação Portuguesa. Podendo até produzir tecnologia militar nossa, como em tempos o fizemos.

-Defesa Social
-Defesa Psicológica
Eu agruparia estes dois e chamar-lhes-ia Defesa Sócio-Cultural, senão pode dar a ideia de ser um problema interno, quando se trata de Defesa em relação ao exterior.

 Temos um grave problema de identidade, a maioria das ideias defendidas pelos nossos líderes são ideias que não foram pensadas por eles, ideias Copy-Paste, ou Xerox se prefirem, vindas do Reino Unido, França e Estados Unidos. Isto significa que não há liderança, que não há ideias próprias. Todos, sem excepção , os Países que conseguiram grandes progressos, fizeram-no com ideias internas, com projectos próprios, produzidos e pensados localmente. Serão portanto obviamente ideias diferentes.

(isto da contaminação mental, ou seguir o mote, marchar ao som das ideias de outros, está completamente disseminado por todas as camadas , não se restringe somente á liderança)
Vivemos num mundo globalizado, mas os países com força têm como característica uma enorme vontade de serem diferentes.

Esta conversa do "Todos Iguais" , Paz no Mundo, e por aí fora, é uma mentira! No Mundo trava-se diáriamente uma Guerra Económica sem quartel onde há vencedores e vencidos. Obvíamente que é do interesse do Vencedor dizer que somos irmãos e tal, para sintamos a sua Vitória como a nossa, e no fundo continuamos perdendo.

Isto tem um pouco a ver com a psique do Português dos ultimos tempos,
onde se diz por exemplo, quando Portugal ganha no futebol "Ganhamos"
não se diz " Portugal Ganhou!".  ou, a Europa Ganhou, o Mundo Ocidental ganhou. Não há uma noção exigente, de não querer a vitória dos outros para nós, um sentido de orgulho como quem diz, "não, essa vitória é tua , não é minha, não a aceito."
Uma coisa que noto sistemáticamente em Países mais fortes economica ou culturalmente que o nosso, é um sentido de orgulho brutal. Não aceitam esmola.

Daí que esta perpétua vontade de ser "como os outros" é um engano.
Se tentarmos ser "como os outros" "Como os Europeus" (ou norte-europeus), é que é garantido que nunca seremos nada parecido.
Até porque, nós somos nós, eles são eles.

O "Nós", a Nossa Facção é e só pode ser uma, Portugal.
 

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FoxTroop

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« Responder #29 em: Dezembro 18, 2006, 06:52:31 pm »
Tudo isso é muito correcto mas o país com a maior divida externa são os EUA e continuam a liderar para o bem e para o e o que dizer da China, Brazil e Russia que continuam a crescer em todos os sentidos inclusive no campo da divida externa. Nós por cá nem mesmo no apogeu da nossa economia,quando quase tudo exportavamos e quase nada importavamos, tinhamos forças militares decentes se compararmos com as forças dos outros reinos europeus. Se olhar-mos a nossa historia vemos que ao longo dos secúlos tão depressa passavamos de uma capacidade bastante razoavel (tendo em conta o nosso tamanho e demografia) para o zero militar. Será genetico? Penso que não mas por vezes duvido. Afinal nós somos os reis do desenrasca ou seja quando troveja lembramo-nos de santa barbara. O que eu ao longo do tempo que estive fora do país vi nas outras nações e que é para mim a diferença fundamental é que lá planeia-se atempadamente e são feitas escolhas e traçados rumos e tirando as sempre necessarias correções são mantidas. A organização militar não pode estar de 4 em 4 anos a ser  restruturada, não pode dualizar e sobrepor serviços e acima de tudo tem que ter um proposito de ser e existir. Aqui não, aqui planeia-se á vista sem ponderar consequencias olhando ao imediato e tentando satisfazer todos e o resultado está á vista. Cada chefe militar tenta sacar o maximo que pode para o seu ramo, cria-se instituições dentro da instituição e proliferam as quintinhas.
  O que sei ao ver a nossa historia é que é só uma questão de tempo até ter de vir outro Lieppe por a casa na ordem.