Alterações aos Incentivos Militares RV/RC das Forças Armadas

  • 131 Respostas
  • 93148 Visualizações
*

MaisAlto

  • 70
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #15 em: Outubro 16, 2007, 10:56:04 pm »
Descontado o tom sindicalista do Ranger Rebelde, a melhor forma de fazer respeitar os direitos adquiridos é simples: explicar aos eventuais candidatos que ser RV/RC não´tem futuro, que as condições são más, que as saídas profissionais são inexistentes e, já agora, incentivar os que ainda são militares do em regime de contrato a, rapidamente, cessarem o mesmo.
Não havendo candidatos e mantendo-se pouquissimos nas fileiras, alguem no MDN deverá perceber o que se passa, digo eu...

Mas por outro lado e agora que penso nisso...quanto ganha um tenente RC? E quando terminar o contrato, vai receber quanto?
 

*

markseia

  • 61
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #16 em: Outubro 17, 2007, 03:14:51 pm »
Bem sei que não serei a melhor pessoa para falar sobre este assunto, mas na minha opinião pessoal, não tenho duvidas que a tropa vai arrasar com os contratados no Exercito. Para eles, os RC não passam apenas de mão de obra... Os RC não têm direitos, apenas deveres. Não sabem, não são informados e não conseguem fazer absolutamente nada... Lembro-me em tempos na BMI, de tentar com esta ANCE, organizar uma acção de sensibilização, para que todos os RC  ficassem a conhecer os seus direitos e quais as oportunidades e possibilidades que se lhes espera na vida civil. -Foi proibida pelas chefias da BMI-
Pessoalmente nunca me foi dado conhecer o sucesso de alguns camaradas, que pelo serviço/incentivos/ajudas das FA tivessem singrado na vida civil..
Pessoalmente apenas sei de casos se amigos que andam na rua da amargura, no desemprego, e com depressões por não saberem que mais fazer. Sei até de um "amigo" quer se matou depois de sair do exercito... a causa fica por explicar... mas por certo percebeu que perdeu 10 anos da sua vida como oficial do exercito pr depois ser posto na rua de mãos a abanar.. sim nesse tempo nem incentivos havia... se foi por causa da tropa ou não, eu não sei, mas tenho a certeza que contribuiu imenso!
As nossas chefias, nunca demonstraram que com a sua ajuda, alguém singrasse na vida civil e tivesse sido exemplo capaz de motivar a nova "prata" a servir o exercito...
Pessoalmente não me serviu de nada tanto tempo a servir orgulhosamente o "meu" exercito...  Concordo com todas as acções que possam ser feitas para que os RC sejam informados dos seus direitos.. mas não tenho duvidas que a grande maioria deles também não quer "aprender" mais.
No dia em que os RC quiserem sair á rua... protestarem... quiserem bater com a porta... levantarem rancho... ou outras acções que legalmente podem fazer, não tenho duvidas que vai ser um "ai jesus" no estado maior.
Que outro sector da função publica faz contrato de 6 anos?
Quem se atreve a ir pr a tropa a saber que é corrido de lá tempos depois, de mãos a abanar, como parece ser o prognostico com estas alterações á lei de incentivos militares?? Um duodécimo de indemnização  para um praça, são 4500 euros no fim dos 6 anos de serviço!! Vale a pena??? Cada um sabe de si... mas por mim nunca lhe foi dita a realidade, e se esta ANCE alguma vez o quiz fazer concerteza lhes foram fechadas as portas.. Mais vale mante-los na ignorância.. dizer-lhes que podem concorrer a Academia ou á ESE... dar-lhes esperança.. enfim... o relógio não pára e seis anos passam muito rápido....
Será que não vêm que para se entrar  na Academia é preciso habilitações acima da média?? Se as tivessem nem sequer eram praças...mas sim Sargentos ou Oficiais RC... nunca lhe explicam isto... Praça será sempre praça.. conheci poucos casos em que conseguiram entrar na Academia, mas, alguns que até entraram na ESE. Sorte, capacidade, "cunhas"????? Fico feliz por todos quantos são do QP, apesar do que vão dizendo diariamente "da boca pr fora", pois têm a sorte de ganhar no minimo 1100euros por mês.. coisa rara no civil. Pensava para comigo que me chegava perfeitamente... se o pudesse ter toda a vida... o resto é conversa fiada!!

Para concluir... quando os RC quiserem e se unirem, a tropa pára... e rolam cabeças desde o Ministerio da Defesa, passando pelas chefias dos Ramos, acabando nos Cmdts das Unidades, que não conseguiram "calar" os "broncos"...

É hora!!!
Abraço

"MAMA SUMAE"
 

*

MaisAlto

  • 70
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #17 em: Outubro 17, 2007, 10:11:05 pm »
Se me permitem, alguns apontamentos:

"Para eles, os RC não passam apenas de mão de obra... "

Os RC, tipicamente os praças, são de facto mão de obra, que nem sequer é especializada nem vai ser especializada. São executantes de funções ( algumas com cariz técnico, é verdade), mas sem a mínima procura cá fora. Um praça que tenha servido seis anos numa secretaria, é um assistente administrativo, não passa disso. E como eles há milhares...bem feitas as contas, do total de RC no Exército, apenas 10 a 15% desempenham funções de natureza técnica, o resto é mão de obra indiferenciada.

"No dia em que os RC quiserem sair á rua... protestarem... quiserem bater com a porta... levantarem rancho... ou outras acções que legalmente podem fazer, não tenho duvidas que vai ser um "ai jesus" no estado maior. "

Mas protestarem porquê? Comparativamente entre não fazerem nada na vida civil e  fazerem pouco numa Unidade, em que até se recebe um ordenado jeitoso ( para a função e qualificações), e em dia certo, para além de se ter assistência médica, qual a razão para protestar?
Por ser apenas por seis anos ? E aqueles contratados pela FP a termo certo ainda mais curto, mormente professores?

"Um duodécimo de indemnização para um praça, são 4500 euros no fim dos 6 anos de serviço!! Vale a pena??? Cada um sabe de si... "

Se não me falha a memoria, é esse o regime legal por cessação do contrato individual de trabalho. Há alguma razão para ser diferente para os RC?
 

*

ricardonunes

  • Investigador
  • *****
  • 4876
  • Recebeu: 411 vez(es)
  • Enviou: 81 vez(es)
  • +266/-5979
(sem assunto)
« Responder #18 em: Outubro 17, 2007, 10:24:42 pm »
Citação de: "MaisAlto"
Se me permitem, alguns apontamentos:

"Para eles, os RC não passam apenas de mão de obra... "

Os RC, tipicamente os praças, são de facto mão de obra, que nem sequer é especializada nem vai ser especializada. São executantes de funções ( algumas com cariz técnico, é verdade), mas sem a mínima procura cá fora. Um praça que tenha servido seis anos numa secretaria, é um assistente administrativo, não passa disso. E como eles há milhares...bem feitas as contas, do total de RC no Exército, apenas 10 a 15% desempenham funções de natureza técnica, o resto é mão de obra indiferenciada.

"No dia em que os RC quiserem sair á rua... protestarem... quiserem bater com a porta... levantarem rancho... ou outras acções que legalmente podem fazer, não tenho duvidas que vai ser um "ai jesus" no estado maior. "

Mas protestarem porquê? Comparativamente entre não fazerem nada na vida civil e  fazerem pouco numa Unidade, em que até se recebe um ordenado jeitoso ( para a função e qualificações), e em dia certo, para além de se ter assistência médica, qual a razão para protestar?
Por ser apenas por seis anos ? E aqueles contratados pela FP a termo certo ainda mais curto, mormente professores?

"Um duodécimo de indemnização para um praça, são 4500 euros no fim dos 6 anos de serviço!! Vale a pena??? Cada um sabe de si... "

Se não me falha a memoria, é esse o regime legal por cessação do contrato individual de trabalho. Há alguma razão para ser diferente para os RC?


Inteiramente de acordo consigo.

Mas caso tenham dúvidas :?:
Potius mori quam foedari
 

*

markseia

  • 61
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #19 em: Outubro 18, 2007, 12:02:07 am »
Citação de: "MaisAlto"
Se me permitem, alguns apontamentos:

"Para eles, os RC não passam apenas de mão de obra... "

Os RC, tipicamente os praças, são de facto mão de obra, que nem sequer é especializada nem vai ser especializada. São executantes de funções ( algumas com cariz técnico, é verdade), mas sem a mínima procura cá fora. Um praça que tenha servido seis anos numa secretaria, é um assistente administrativo, não passa disso. E como eles há milhares...bem feitas as contas, do total de RC no Exército, apenas 10 a 15% desempenham funções de natureza técnica, o resto é mão de obra indiferenciada.

"No dia em que os RC quiserem sair á rua... protestarem... quiserem bater com a porta... levantarem rancho... ou outras acções que legalmente podem fazer, não tenho duvidas que vai ser um "ai jesus" no estado maior. "

Mas protestarem porquê? Comparativamente entre não fazerem nada na vida civil e  fazerem pouco numa Unidade, em que até se recebe um ordenado jeitoso ( para a função e qualificações), e em dia certo, para além de se ter assistência médica, qual a razão para protestar?
Por ser apenas por seis anos ? E aqueles contratados pela FP a termo certo ainda mais curto, mormente professores?

"Um duodécimo de indemnização para um praça, são 4500 euros no fim dos 6 anos de serviço!! Vale a pena??? Cada um sabe de si... "

Se não me falha a memoria, é esse o regime legal por cessação do contrato individual de trabalho. Há alguma razão para ser diferente para os RC?


Sr Mais Alto:
Não percebo nas suas palavras qual é o seu ponto de vista mas vou tentar explicar-lhe o que escrevi..
Antes de mais, tenho a dizer-lhe que passei anos em unidades operacionais, por isso quando fala em "fazer-se pouco na Unidade" realmente não sei do que fala!! Talvez a sua tropa tenha sido diferente da minha... Servi o exercito 10 anos e o meu horário era 24horas por dia... nunca em tempo algum recebi horas, e lhe digo eu, se mas tivessem que pagar, estava rico... com tantos exercícios, tantas instruções nocturnas, 4 missoes a trabalhar 7 dias por semana... atrevo-me a afirmar que tenho eu mais horas extras na tropa, que alguns têm de serviço... e é aqui que está a diferença.
Subentendo que o senhor seja professor.... se trabalhar horas extras pagam-lhas? Sim claro! Não?? pode então negar-se a faze-las se nao forem remuneradas!! no exercito ninguém se nega a faze-las... A FP é assim que funciona.. trabalha mais uma hora e ela ser-lhe-a paga, trabalha num feriado ou num fim de semana e este é-lhe pago ou gozado em dobro. Na "minha" tropa tanto fazia trabalhar até as 18h como até as 05h que ás 08h30 da manha os Comandos estão todos em parada prontos para revista... e para nova noitada de exercícios.

Portanto, não somos todos farinha do mesmo saco!!

Quanto á sua observação quanto à função e qualificação dos praças, deixe-me dizer que andam por lá muitos com habilitações bem mais superiores aquelas em que desempenham função. Não deixa de ter alguma razão... quanto á remuneração ser jeitosa mas nunca a associe com as qualificações e funções dos militares praças... pois fica a bater num ceguinho.. porque o problema é a fortuna(4000€) que ganham os generais sem quali(dade)ficação e sem função!!
Quero com isto dizer, que os céguinhos ganham aquilo que os "senhores", supostamente com curso superior...decidiram!

Agora as razões para protestarem são as mesmas que a sua classe... protestar contra o corte das regalias que pouco a pouco lhes vao sendo survadas pelo poder politico, com a conivência das chefias militares... desses tais que não abdicam de terem carro/condutor da tropa para as suas deslocações, que tem casa do estado pr viver, que nao abrem mão daquilo que mete nojo na nossa tropa... pedirem aos praças para trazerem papel higienico de casa porque as UN não têm verbas!?! O senhor se soubesse o que se passa por essas Unidades fora, benzia-se e no minimo apoiava... nem que fosse só pela consideração, de um filho de um amigo seu estar neste momento a cumprir serviço militar...
Seis anos, oito ou dez?? Ja percebeu que quem serve (claro que não são todos os militares!!) por um qualquer deste períodos tem efectivamente mais do dobro de tempo de serviço??

Afirmo aqui sem problema nenhum, que tenho eu mais tempo de trabalho efectivo, em 10 anos de militar que os senhor terá (se for professor) com 15 anos de serviço. Tenho semanas e semanas a fio, meses até... de ir apenas um fim de semana a casa, a 15-18 horas de trabalho diario.
Horas nunca pagas.. que me deram cabo do corpo...
Servi o exercito em 4 missões, onde se trabalha sem horário, pronto para qualquer missão. Não há horas pr ir descansar, apenas hora-certa para estar na formatura da manha. Representei orgulhosamente a minha amada Pátria. Transportei comigo a bandeira do meu País, Içei vaidosamente bandeira em TO de risco...(que ainda guardo comigo) Eu era Portugal.. ali no campo de minas a representar o meu exercito numa desminagem com muçulmanos ou sérvios, ou croatas; ...ali ou alem comandando uma patrulha; ...por lá a escoltar refugiados, ou entregue como FRR a um qualquer contingente da NATO..

Qual o reconhecimento que me deu o meu exercito por todo quanto o representei?? NENHUM...

Eu que pedi para fazer inúmeros cursos como Operações Especiais, Educação física ou Instrutor de condução, pedi para fazer no exercito a carta de categoria C e D sempre com a mesmo NÃO como resposta. Era RC... sempre a mesma resposta...

Sabe o que faço hoje em dia? Sou instrutor de condução mas tive que gastar 2500Euros pr  tirar o curso na DGV, e paguei ainda mais 2000Euros para tirar as categorias que precisava. Na tropa fazia tudo isto por 100Euros, sim isso mesmo: CEM EUROS no máximo.
Por isso não me venham falar de "qualificação profissional" porque quando lhes "pedi" para me deixarem frequentar estes cursos, a resposta foi que agora só os QP os podiam fazer.
É um engano aquilo que propõem aos RC hoje em dia. Todos os cursos de interesse ou que até dão qualificações na vida civil, são-lhe negados..

Cumprem
Calam-se
Marcham
Fazem continência
Conduzem os Oficiais
Fazem uma Missão
Fazem mólho

e vão pro olho da rua...  

A lei de incentivos é treta..
Andam a ser enganados..
Os 4500 euros não pagavam sequer as horas a mais de meio ano de serviço numa UN operacional..

É por isto que devem protestar!! Percebeu?

Agora a resposta que dou a alguns profs, que por aqui "cravam ferros" é a mesma que dei às professorinhas que encontrei em Timor que achavam que os militares ganhavam muito em relação a elas, pois tinham  habilitações superiores: Se as notas das vossas licenciaturas não fossem tão baixas, tinha trabalho nas escolas de Portugal...e não no desemprego ou em Timor. De qualquer forma até aos 27anos de idade podem ir pro exercito que as portas estão abertas...
Abraço

"MAMA SUMAE"
 

*

ricardonunes

  • Investigador
  • *****
  • 4876
  • Recebeu: 411 vez(es)
  • Enviou: 81 vez(es)
  • +266/-5979
(sem assunto)
« Responder #20 em: Outubro 18, 2007, 12:29:29 am »
Tanta revolta :?:  e mal remuneradas :roll:
Potius mori quam foedari
 

*

MaisAlto

  • 70
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #21 em: Outubro 18, 2007, 02:40:46 am »
Caro Markseia

Não sou professor, e sim, fui miliitar em RC. Até fui dos que começou por gramar 24 meses de SEN...

"Não percebo nas suas palavras qual é o seu ponto de vista ..."

O meu ponto de vista é que 85% do pessoal RC não deverá nem tem razões para se sentir enganado. 85% do pessoal RC não faz serviços dias a fio. 85% do pessoal não está em regime de H24. E para estes 85%, a compensação monetária é francamente superior ao auferido em funções equivalentes no sector privado.

"Qual o reconhecimento que me deu o meu exercito por todo quanto o representei?? NENHUM... "

As pessoas já deviam ter percebido uma coisa: a prestação de serviço militar em RC é uma prestação de serviço como qualquer outra. O RC é uma proposta de emprego temporario, em que se é remunerado por um trabalho que se presta, cabendo a cada um aceitar ou não a proposta. Tarefas extra-contratuais (Timor, Kosovo etc), são pagas à parte..clarinho, clarinho, para militar perceber.

"Eu que pedi para fazer inúmeros cursos como Operações Especiais, Educação física ou Instrutor de condução, pedi para fazer no exercito a carta de categoria C e D sempre com a mesmo NÃO como resposta. Era RC... sempre a mesma resposta...
É um engano aquilo que propõem aos RC hoje em dia. Todos os cursos de interesse ou que até dão qualificações na vida civil, são-lhe negados
"

Não dá nem tem de dar...
Os cursos que são ministrados são aqueles com interesse para a organização, não terão de ser aqueles com interesse para o militar. Eventualmente, poderá combinar-se o interesse mútuo, mas se o Exército não considerou vantajoso para a organização prestar-lhe os cursos que indicou, fê-lo na convicção de que não retirava proveito dessa sua habilitação. E como é típico das instituições não caritativas, o investimento em formação só ocorre quando o custo é amortizado e recuperado várias vezes, seja em valor seja em actividade. Se calhar não lhe deram a formação de instrução de condução porque não aproveitariam esse investimento em beneficio do ramo.

A qualificação profissional de que falam os propectos é aquela ligada á função que o militar vai exercer, não as que gostaria de ter para mais tarde vir a exercer na vida civil.

Não me leve a mal, mas eu até acho que você ( e todos os que num assomo de hormonas) vão para Comandos, Rangers, Fuzileiros e Páras, vocês são de facto, de todos os RC, os verdadeiramente enganados. Iludem-se com a imposição da boina, quando na verdade vocês estão a comprá-la e a pagá-la pelo seu valor várias vezes com o corpo. Porque é isso que o Exército quer, o vosso corpo.
Para os demais em RC, a tropa é uma vida santa...e esses não são enganados! Em bom rigor, os que vão para a FAP até deviam pagar para lá estarem...
 

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11094
  • Recebeu: 2354 vez(es)
  • Enviou: 3267 vez(es)
  • +741/-1033
(sem assunto)
« Responder #22 em: Outubro 18, 2007, 11:06:21 am »
Citação de: "MaisAlto"
Em bom rigor, os que vão para a FAP até deviam pagar para lá estarem...


O senhor MaisAlto deve ter sido um que devia, gostava de saber onde é que esteve colocado.

Eu estou na FAP, e olhe que uma coisa é ser de secretariado, abastecimento ou qualquer outra especialidade que tem funções das 9 às 5 sentado a uma secretaria, e muitas vezes pouco ou nada fazem.
Então quando vou ao Estado-Maior nem parece a mesma tropa onde ando.

Outra é ser mecanico de linha ou de manutenção em Monte Real, Montijo ou Açores numa esquadra de voo a trabalhar de madrugada e fins de semana a arranjar aviões. Mas o que eu sempre tive, sempre que trabalhava de noite ou ao fim de semana ganhava um dia de folga, eu também nunca ganhei um euro por todas as horas extraordinarias que fiz, mas as chefias que eu tive pelo menos percebiam que tinham de alguma maneira de motivar o pessoal e isso era feito com dias de folga.
Quem também tem grandes responsabilidades são os controladores
e também não se pode esquecer da Polícia Aérea que faz segurança às unidades 24h.
Além de outras funções que agora nem me recordo.

Eu também sei de relatos de pessoal que se sentiu injustiçado com a FAP de uma maneira ou de outra mas ao ler os relatos do RangerRebelde e do outro forista dos Comandos que peço desculpa mas esqueci-me do nome, até parece algo irreal, sinto que foram iludidos, talvez enganados, quer pelo exército, quer por vocês mesmos e sinto-me agradecido por nunca me ter acontecido nada parecido.

Em primeiro lugar ninguém os obrigou a ficar no exército 10 anos, ao fim do primeiro contracto podiam ir embora. Eu quando entrei para a FAP fui consciente que iria cumprir um contracto (3 anos obrigatorios mais 3 anos opcionais renovaveis anualmente)  e sabia bem que caso quisesse ficar na FAP efectivo teria que tirar o curso de sargentos ou de oficiais do quadro permanente, mas no exército não sei qual foi "cantiga" que ouviram. Talvez em vez de querem tirar esses cursos "operacionais" e em fazer missões, deviam era estar preocupados em como ficar no quadro.

Na Força Aérea os praças, no fim de fazer 2 anos de contracto pode-se concorrer ao CFS/QP, eu bem os vejo "para o ano concorro, ainda me faltam X anos de contracto", vou é gozar a vida, queimar o ordenado, etc, também gozei a minha parte reconheço mas quando fiz os tais 2 anos de contracto já tinha o 12ºano e com 23 anos entrei para o CFS onde a média de idades devia rondar os 27/28 anos, pessoal já com 6 ou mais anos de contracto e muitos casados e com filhos.

Talvez tenha tido sorte, não sei, tive bons chefes nas duas esquadras por onde passei, ensinaram-me tudo o que eu sei de aviões, tive dias que começava às 9 da manhã e acabava à meia-noite, tive dias que começava à meia-noite e acabava às 9 da manhã, mas também tive dias das 9 às 5 e alguns em que não havia nada (os aviões não avariam todos os dias) ou até tava de folga e nesses dias os sargentos com quem trabalhava eram os primeiros a incentivar-me a ir estudar, ao ginásio, etc, preparar-me para ir para o CFS.
 

*

MaisAlto

  • 70
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #23 em: Outubro 18, 2007, 12:53:25 pm »
"Eu estou na FAP, e olhe que uma coisa é ser de secretariado, abastecimento ou qualquer outra especialidade que tem funções das 9 às 5 sentado a uma secretaria, e muitas vezes pouco ou nada fazem.
Então quando vou ao Estado-Maior nem parece a mesma tropa onde ando. "


Exactamente...e esses terão alguma razão de protesto?? E nas bases não há também pessoal assim??  São os tais 85%...e se a vida na FAP não fosse boa para estes 85%, eles não repetiam os contratos ano após ano...
 

*

Lightning

  • Moderador Global
  • *****
  • 11094
  • Recebeu: 2354 vez(es)
  • Enviou: 3267 vez(es)
  • +741/-1033
(sem assunto)
« Responder #24 em: Outubro 18, 2007, 02:52:12 pm »
Citação de: "MaisAlto"
Exactamente...e esses terão alguma razão de protesto?? E nas bases não há também pessoal assim??  São os tais 85%...e se a vida na FAP não fosse boa para estes 85%, eles não repetiam os contratos ano após ano...


Nesse aspecto concordo, mas essas pessoas sobre as quais nos referimos talvez não concordem e digam que trabalham muito. :lol:

Se são 85% não o sei, mas que são muitos são, eu (por defeito meu) sou anti-FAL (Força Aérea de Lisboa), e tou sempre a criticar esse pessoal do Estado-Maior e outras unidades que não são Bases Aéreas, mas de certeza que deve haver alguns militares que trabalham a sério nesses locais.

E eu posso estar aqui a dizer que trabalhei muito, mas também ouvi pessoal dizer que os gajos dos aviões é que tinham boa vida, que vão para missões e tal. Que nas unidades quando não havia avarias nem aviões parados em inspecções, passavamos o tempo a grelhar febras e na cerveja até de madrugada. Mas o pessoal da secretaria todos os dias tem papeladas para fazer.

Todas as pessoas que ingressam nas Forças Armadas, ao fim de um tempo, devido à essa experiencia, formam um opinião sobre elas, boa ou má, e a isso todas as pessoas tem direito.
 

*

zecouves

  • Perito
  • **
  • 345
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #25 em: Outubro 18, 2007, 04:09:40 pm »
Citação de: "markseia"
Bem sei que não serei a melhor pessoa para falar sobre este assunto, mas na minha opinião pessoal, não tenho duvidas que a tropa vai arrasar com os contratados no Exercito. Para eles, os RC não passam apenas de mão de obra... Os RC não têm direitos, apenas deveres. Não sabem, não são informados e não conseguem fazer absolutamente nada... Lembro-me em tempos na BMI, de tentar com esta ANCE, organizar uma acção de sensibilização, para que todos os RC  ficassem a conhecer os seus direitos e quais as oportunidades e possibilidades que se lhes espera na vida civil. -Foi proibida pelas chefias da BMI-
Pessoalmente nunca me foi dado conhecer o sucesso de alguns camaradas, que pelo serviço/incentivos/ajudas das FA tivessem singrado na vida civil..
Pessoalmente apenas sei de casos se amigos que andam na rua da amargura, no desemprego, e com depressões por não saberem que mais fazer. Sei até de um "amigo" quer se matou depois de sair do exercito... a causa fica por explicar... mas por certo percebeu que perdeu 10 anos da sua vida como oficial do exercito pr depois ser posto na rua de mãos a abanar.. sim nesse tempo nem incentivos havia... se foi por causa da tropa ou não, eu não sei, mas tenho a certeza que contribuiu imenso!
As nossas chefias, nunca demonstraram que com a sua ajuda, alguém singrasse na vida civil e tivesse sido exemplo capaz de motivar a nova "prata" a servir o exercito...
Pessoalmente não me serviu de nada tanto tempo a servir orgulhosamente o "meu" exercito...  Concordo com todas as acções que possam ser feitas para que os RC sejam informados dos seus direitos.. mas não tenho duvidas que a grande maioria deles também não quer "aprender" mais.
No dia em que os RC quiserem sair á rua... protestarem... quiserem bater com a porta... levantarem rancho... ou outras acções que legalmente podem fazer, não tenho duvidas que vai ser um "ai jesus" no estado maior.
Que outro sector da função publica faz contrato de 6 anos?
Quem se atreve a ir pr a tropa a saber que é corrido de lá tempos depois, de mãos a abanar, como parece ser o prognostico com estas alterações á lei de incentivos militares?? Um duodécimo de indemnização  para um praça, são 4500 euros no fim dos 6 anos de serviço!! Vale a pena??? Cada um sabe de si... mas por mim nunca lhe foi dita a realidade, e se esta ANCE alguma vez o quiz fazer concerteza lhes foram fechadas as portas.. Mais vale mante-los na ignorância.. dizer-lhes que podem concorrer a Academia ou á ESE... dar-lhes esperança.. enfim... o relógio não pára e seis anos passam muito rápido....
Será que não vêm que para se entrar  na Academia é preciso habilitações acima da média?? Se as tivessem nem sequer eram praças...mas sim Sargentos ou Oficiais RC... nunca lhe explicam isto... Praça será sempre praça.. conheci poucos casos em que conseguiram entrar na Academia, mas, alguns que até entraram na ESE. Sorte, capacidade, "cunhas"????? Fico feliz por todos quantos são do QP, apesar do que vão dizendo diariamente "da boca pr fora", pois têm a sorte de ganhar no minimo 1100euros por mês.. coisa rara no civil. Pensava para comigo que me chegava perfeitamente... se o pudesse ter toda a vida... o resto é conversa fiada!!

Para concluir... quando os RC quiserem e se unirem, a tropa pára... e rolam cabeças desde o Ministerio da Defesa, passando pelas chefias dos Ramos, acabando nos Cmdts das Unidades, que não conseguiram "calar" os "broncos"...

É hora!!!


Perdoa-me mas acho que és um pouco naife. A informação está disponivel e só não se informa quem não quer, ou estás à espera que ta tragam à cama?

Sabes que os RC têm o exclusivo de 30 % das vagas existentes para a admissão à AM? E ainda assim podem concorrer às restantes 70 % de vagas? Só para dar um exemplo?

Não sabias o que te podia acontecer após terminar os contratos?
´
Já que és uma vitima da sociedade por ninguem te dar informação, deixa me te dizer que quem faz os regulamento para os RC são os politicos em quem tu votas.

passa bem
 

*

MaisAlto

  • 70
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #26 em: Outubro 18, 2007, 05:27:40 pm »
"Agora o cidadão que não seja medíocre luta pelos seus direitos quando as injustiças surgem de uma maneira tão grave, conforme foi a minha situação,"

Mas quais direitos?
O direito à carreira? Não tem...precisamente por ser RC.
O direito a dois duodécimos por ano de serviço? A lei do contrato individual de trabalho só estabelece um mês por ano de serviço, não vejo porque razão haveria de ser diferente para os RC...
Direito a cursos? os cursos são aqueles que interessam ás funções enquanto prestam serviço, não outros...
Direito a subsidio de reintegração na vida civil, ex, quando são admitidos na GNR, nas Forças Armadas ou outro organismo do Estado? O subsidio deve ser atribuido a quem sai e não se vincula logo imediatamente ao Estado.

E já agora se estava tão bem informado e formado com o que ia ser a sua opção militar, as suas queixas devem-se a quê? E porque tem de assumir a defesa dos outros?
 

*

MaisAlto

  • 70
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #27 em: Outubro 18, 2007, 10:18:43 pm »
Meu caro Ranger, andou você 7 anos a arrastar papeis, exposições, requerimentos e afins e nunca fez o que devia ter feito...

"Agosto 2000 – Transferência concedida para EMEL. CMDT CIOE não cumpre ordem
General CEME.
Setembro 2000 – 2ª Ordem General CEME de marcha para EMEL. Continuação do incumprimento da ordem pelo CMDT CIOE.


Tem a certeza que a transferência foi concedida?? Olhe que não passa pela cabeça de coronel, seja ele comandante do CIOE ou outra Unidade incumprir ordens do CEME...

"Abril 2001– Exposição para General CEME enviada por advogado civil, pois os militares recusaram representação."

Obviamente que recusaram. Os juristas militares que contactou não estão lá para prestar apoio aos militares, mas sim aos órgão do Ramo. O apoio judiciário previsto no EMFAR não funciona nestes moldes.

"Maio 2003 – Através de advogado, reunião com elementos da PJM em local público, no Porto. "
E que resultou da reunião?

"Setembro 2003 – Inquirido como testemunha pela PJM (Desaparecimento de todo o meu Proc. Militar das instalações do CIOE). "

Se de facto foi inquirido pela PJM, então há ou houve processo crime instaurado contra alguém...

"Agosto 2003 – Requerimento ao CIOE cópia documentos militares, conforme
legislação em vigor – Sem resposta."

O passo seguinte chamava-se intimação judicial para entrega de documentos. Não tem custas processuais, é de borla e basta ir ao tribunal entregar requerimento com os docs. pretendidos...e se acha que algo devia ter sido feito pelo exército e não foi, também há remédio: chama-se acção administrativa especial  para a prática de acto devido, a apresentar no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto.

Notoriamente, você foi engrupido! Tanto pelo Exército como pelo CIOE.
Mas a sua hostilidade está mal orientada. A questão não é a defesa dos direitos dos RC, que apenas estão interessados em ter o vencimento no final do mês sem grande esforço. A sua hostilidade devia era estar orientada contra o Ramo. Aprenda a defender os seus direitos e só depois verse sobre os direitos dos outros..e já agora, pergunte-lhes se querem ser defendidos.
 

*

MaisAlto

  • 70
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #28 em: Outubro 19, 2007, 01:46:15 pm »
Vamos lá  a ver se me faço explicar:

"e palavras, o vento leva-as... "

Exactamente! Em sete (7) anos, foi isto que voê tem andado a fazer... a atirar palavras ao vento, com requerimentos, exposições e afins! Em sete anos, a sua situação não alterou rigorosamente nada. Tivesse ido para tribunal na altura, defender o que julgava serem os seus direitos, e já teria uma decisão, ou sim ou não!
 
"porque a minha situação já vai ao nível do Ministro da Defesa Nacional e o ilustre vem-me falar do Ramo?"

A sua situação não vai a nível nenhum! Os actos administrativos do CEME não são passíveis de recurso hierárquico para o MDN, ou seja, este não tem competência para alterar ou revogar as decisões que foram tomadas pelo CEME ou pelo Exército. Daí tudo o que tenha escrito e dirigido ao MDN, eles remetem para o CEME e não querem saber mais do assunto...

"...e estou ciente se esta situação não se resolver a bem, conforme PROMETIDO pelos senhores do MDN, encontrar-nos-emos pelas salas dos Tribunais e noutras frentes de batalha preparadas para o efeito"

A coisa não se pode resolver a bem porque já não tem solução administrativa. Que acha que o MDN vai fazer relativamente à sua situação agora? Que foi que lhe prometeram?
Quanto às salas de tribunais, já devia era ter sido tratado aí..não se esqueça que a defesa de direitos em tribunal tem prazos...
 

*

MaisAlto

  • 70
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #29 em: Outubro 19, 2007, 02:58:23 pm »
"e este tópico tem como temática principal as Alterações aos Incentivos Militares RV/RC das Forças Armadas. É este realmente o tema a ser debatido. Para a minha situação particular proponho o tópico "Presas fáceis de mercenários" que sugiro utilizá-lo para esse efeito"

Quem trouxe a sua situação particular para esta discussão, foi você...

Quanto ao tema aqui debatido, não está explicado porque razão os RC deviam ter dois duodécimos por ano de serviço de indemnização (quando a lei geral estabelece um apenas), porque devem ter prevalência em concursos na FP, etc..os tais direitos de que se queixam tanto!! Onde é que o DL 320/07 afecta os actuais militares RC e lhes nega agora direitos adquiridos?