Portugal opta pelos P-3 holandeses

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Ricardo Nunes

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Portugal opta pelos P-3 holandeses
« em: Setembro 18, 2004, 05:28:26 pm »
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Governo vai comprar cinco aviões P-3
 
Ministro da Defesa aposta na fiscalização marítima
 
   
O Governo vai gastar 309 milhões de euros na modernização dos aviões P-3 Orion que fazem a fiscalização marítima, anunciou hoje o ministro de Estado, Defesa e Assuntos do Mar.

 
Os P-3 fazem a fiscalização marítima, sendo usados
principalmente em acções de detecção de pesca ilegal, tráfico de droga, imigração clandestina ou apoio a missões de busca e salvamento e luta anti-submarina.

O Governo vai comprar cinco aviões P-3 holandeses, para substituir os actuais seis de que dispõe, num negócio que é feito em parceria com a Alemanha, que irá comprar uns adicionais oito aviões à Holanda.

Ao comprar mais aviões em vez de modernizar os actuais, o Governo vai poupar 36 milhões de euros e ter aviões 20 anos mais novos, afirmou Paulo Portas.

A compra dos aviões à Holanda, cuja estrutura não precisa de qualquer modernização, irá custar ao Estado português cerca de 70 milhões de euros, sendo os restantes 239 milhões de euros gastos na
modernização dos sistemas electrónicos de missão.

Para a modernização destes sistemas, o Governo vai lançar "de imediato" um concurso, explicou Paulo Portas. A operação será feita nas oficinas da OGMA, em Alverca.

Os primeiros dois dos cinco aviões holandeses chegarão a Portugal no início de 2005 e prevê-se que a sua modernização termine em 2009.

Com Lusa


 :arrow: http://sic.sapo.pt/index.php?article=75 ... &area_id=1

Como 2 dos 5 P-3 já possuem o PAC parece-me um bom negócio. São quase 50 milhões de contos para investir na modernização de aeronaves ( praticamente só 3 ) que têm muito menos horas de voo do que os P-3P nacionais.
Ricardo Nunes
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Centurião

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« Responder #1 em: Setembro 18, 2004, 06:36:43 pm »
Há rumores nos “círculos” militares que apontam a compra também à Holanda e incluídos neste negócio dos P-3 de 110 Leopards 2 e “algo” muito especial não especificado (Apaches? Patriots?)

Só boas notícias  :P  :P
 

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fgomes

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« Responder #2 em: Setembro 18, 2004, 07:10:50 pm »
Isso era a Sorte Grande e a terminação !

Se se confirmarem todas estas aquisições, o Dr. Portas ainda se arrisca a ser considerado o melhor ministro da Defesa dos últimos 30 anos !

P.S. Quem diria !
 

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Spectral

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« Responder #3 em: Setembro 18, 2004, 07:15:21 pm »
110 Leo2 ?  :wink:
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R.P. Feynman
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #4 em: Setembro 19, 2004, 12:00:22 pm »
A Holanda apenas dispensou para venda 6 dos seus AH-64.
Não acredito muito na aquisição destes helis. Contudo a compra de Leo´s já a encaro como mais provavél mesmo sabendo que esta não é a prioridade do exército.
Ricardo Nunes
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snakeye25

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Excedentes
« Responder #5 em: Setembro 19, 2004, 01:12:23 pm »
Por falar em excedentes militares, a Holanda já não vai trocar os seus 18 Pzh2000 por sistemas NASAMS noruegueses.
Podem começar a sonhar (e mesmo só isto...) com 3 baterias novinhas no GAC da BMI  :twisted:
Um abraço,

André Carvalho
 

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JNSA

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« Responder #6 em: Setembro 19, 2004, 04:14:31 pm »
Estas ocasiões fazem-me lembrar aquele ditado - "Quando a esmola é muita, o pobre desconfia"...

Estivémos tantos anos com falta de equipamento, que não acredito que de um momento para o outro venham aí 110 Leopard 2 (talvez os 20 de que se falou...), Apaches, Patriots ou Pzh2000... Peço desculpa a quem possa estar mais informado do que eu, mas até ter algo mais concreto, vou encarar isto como um boato, mais fundamentado no que gostaríamos de ter do que no que vamos ter...

Quanto aos Orion, acho uma boa notícia - conseguem-se plataformas mais recentes, por um preço inferior. Só tenho pena é que sejam 5 em vez dos 6 actuais...  :(  Não seria possível, tendo em conta que vamos manter os antigos, canibalizar alguns de forma a conseguir operar pelos menos mais um P-3P, mantendo assim a capacidade que presentemente existe?
 

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Spectral

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« Responder #7 em: Setembro 19, 2004, 07:33:14 pm »
Quanto aos NASAMS a boa notícia é que é um equipamento "surplus" na Noruega portanto continuam disponíveis, e seriam mesmo uma excelente compra para Porugal.

O Pzh2000 é realemente impressionante, mas os M109s chegm perfeitamente para a nossa situação. Antes dos Pzh devia estar na lista de prioridades uns IFVs para substituir os M113.

Uma ideia interessante seria manter 1 P-3P para missões de vigilância marítima ( sem luta ASW) e treino, como os noruegueses fazem com os P-3B. Como estes aviões não teriam que efectuar as missões ASW a baixa altitude que consomem a fuselagem dos P-3s. Assim os P-3P2 ( ou P-3C-P, a designação é minha  :wink: ) estariam mais livres para as suas missões.
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R.P. Feynman
 

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papatango

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« Responder #8 em: Setembro 19, 2004, 10:34:22 pm »
A substituição dos actuais M-109 não faria grande sentido.

A Noruega trocaría os seus M-109-A2 pelos sistemas alemães (que são novinhos em folha)

Ora, em Portugal, temos poucos, mas o que temos é o M-109-A5, que é muito mais recente, podendo por exemplo actuar em ambiente NBQ.

Não há comparação ente os nossos actuais M-109A5 e os M-109A2 da Noruega.

Se todas as nossas forças estivessem ao nível dos M-109A5, não estaríamos assim tão mal. Há apenas uma versão acima do A5, que é o M-109A6-Paladin utilizado pelos americanos.

Por isso, não acredito nesse possibilidade da artilharia auto-propulsada de 155mm.

Quanto aos Apache, quem é que disse que temos capacidade para operar muito mais que seis Apache?

Sería provavelmente o melhor negocio de todos. Claro, exceptuando os PATRIOT, que de qualquer forma tanto quanto sei são antigos, ou seja, daqueles que dizem que atingem o alvo e depois afinal, não atingem... :D

Cumprimentos.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Spectral

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« Responder #9 em: Setembro 19, 2004, 11:59:14 pm »
Ainda temos M109A2, ou estes já foram trazidos ao nível dos M109A5 ?

Quanto ao resto, o Papatango acertou em cheio ( como sempre  :wink: )

Queria apenas corrigir uma coisa: o Patriot ( qualquer das versões) é um sistema muito eficiente contra aviões. O grande problema é que as suas tão publicitadas capacidades anti mísseis balísticos ( tipo Scud) revelaram-se bastante fraquinhos. Mas esta nunca foi a missão orginal dos Patriot.
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R.P. Feynman
 

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snakeye25

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Artilharia
« Responder #10 em: Setembro 20, 2004, 02:14:22 am »
Citação de: "Spectral"
Ainda temos M109A2, ou estes já foram trazidos ao nível dos M109A5 ?


Ainda temos uma bateria de A2 (juntamente com duas de A5). Penso que não está nos planos actualizar os A2, que aliás já estão bem gastos (têm mais de 20 anos).

Atenção que apenas escrevi que podiam sonhar com a possibilidade... já que aqui gostam muito de fazer as listas de compras :roll: .

Voltando ao tema inicial, será que os 5 aviões vão ser elevados ao padrão CUP ou a um standard nacional ? O CUP custa cerca de 20M€, e segundo as notícias vão gastar 150M€ no upgrade, pelo que ou alguém anda a amealhar para a reforma, ou o nosso upgrade é mais avançado.
Um abraço,

André Carvalho
 

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dmbc

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Re:
« Responder #11 em: Setembro 20, 2004, 10:20:50 am »
Saudações Aeronauticas e LEICianas,

Caro Snakeye, é com grande prazer que aqui comunico consigo pois, tendo optado pela posição de observador dos vários foruns, tenho tido a oportunidade de verificar a correcta e completa informação que disponibiliza. Parabéns!

Quanto ao CUP, como sabe o grande problema das negociações com a Alemanha foi o número de aparelhos modernizados que iriam ser distribuidos entre os dois paises. Neste momento foi já entregue um aparelho modernizado à MARPAT, sendo que dois mais estão em processo de modernização nos EUA. As negociações foram de certo modo "prejudicadas" pelo facto dos três P-3C que não seriam modernizados dos 13 já se encontrarem em Portugal, armazenados em condições longe das ideiais em Alverca. No entanto, os restantes 10 aparelhos serão modernizados ao nivel CUP num programa que se estende até 2010. Como tal é de esperar que os três "não modernizados" o sejam a um nível semelhante pois os valores referidos por S E MEDNeAM assim o indicam.
De qualquer modo posso-vos indicar que existe a vontade por parte do MDN para que os aparelhos sejam "o mais modernos possível" segundo a minha fonte...

Sem mais de momento,
dmbc
 

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JNSA

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« Responder #12 em: Setembro 22, 2004, 05:48:16 pm »
Papatango, estou de acordo com o resto do seu post, menos com esta parte:

Citação de: "papatango"
Quanto aos Apache, quem é que disse que temos capacidade para operar muito mais que seis Apache?

Sería provavelmente o melhor negocio de todos.


Em primeiro lugar, temos capacidade para operar mais do que 6 Apache... Se só conseguíssemos ter seis hélis de ataque operacionais, então seria um puro desperdício de dinheiro, pois eles não serviriam para nada. Uma capacidade credível exige desde 12 a 24 aeronaves. O primeiro número já seria suficiente para manter um destacamento relevante em prontidão, mas menos do que isso deixa de ser relevante, e como tal, um custo sem benefícios (seria um dos casos em que o barato sai caro...). Não me entenda mal - eu gostaria muito que as FA recebessem seis Apache, mas o investimento de criar uma estrutura para os utilizar só seria compensado com um maior número de plataformas...

Eu sei que já não vivemos em guerra, mas comparando com as quantidades de aeronaves empregues na Guerra Colonial, estaríamos muito mal se só conseguíssemos manter 6 hélis de ataque... :wink:
 

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papatango

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« Responder #13 em: Setembro 22, 2004, 10:02:36 pm »
Citação de: "JNSA"
Em primeiro lugar, temos capacidade para operar mais do que 6 Apache... Se só conseguíssemos ter seis hélis de ataque operacionais, então seria um puro desperdício de dinheiro


Eu estou de acordo que seria um gasto de dinheiro consideravel.
No entanto, eu não vejo o Apache como um helicóptero de alguma forma comparável com os helicopteros que tinhamos na guerra em África.

Os nossos "Helicanhões" em África eram em numero considerável. Comprámos 142  Allouete-III e chegámos a ter  45 helicopteros em Angola, 18 na Guiné e 36 em Moçambique (Máximos aproximados, segundo o livro Guerra Colonial, de Aniceto Afonso e Carlos Matos Gomes).

Mas a força de helicópteros, tinha objectivos diferentes. Nós não tinhamos necessidade de helicópteros anti-tanque lança-mísseis (bem, necessidade até tinhamos, mas enfim...). Portanto, não acho que devamos comprar os numeros que tinhamos durante a guerra.

O Apache, é, quer em termos de preço quer em termos de complexidade, um equipamento muito mais complexo que um Alouette-III.

A comparação será eventualmente entre um FIAT-G91 e um F-16MLU. Os F-16MLU podem ser menos, mas a sua capacidade de combate é muito superior.

Um exército que tem helis anti-tanque tem um conceito de utilização e um objectivo estratégico que estará na origem da sua compra.

Os nossos Apache, só poderiam servir para três coisas:
- Defesa de uma invasão espanhola, para quebrar o avanço dos tanques.
- Cooperação internacional em zonas onde fosse necessário atacar tanques ou alvos blindados.
- Apoio a algum país da CPLP, a partir do NAVPOL.

Caso 1
Não chegam os seis, mas do ponto de vista táctico, podem ser inestimáveis
Caso 2
dois ou três seríam sempre um contributo importante
Caso 3
O NAVPOL não poderia levar mais de qualquer forma

Depois, não podemos esquecer uma coisa.
Se vamos pensar em 12 a 24 Apache, quantos helis de transporte vamos ter? E quantos helis ligeiros?

mais um pouco e a força aérea do exército tería um orçamento mais pesado que o da propria força-aérea.

E nós temos um país com 10.5 milhões de habitantes e umas forças armadas com 45.000 militares. (Só a força aérea do brasil tem mais efectivos que isso).

Se for possivel, através da cooperação internacional, manter um pequeno destacamento de Apache, a ideia não sería estapafurdia. Cooperação internacional, quer dizer colaborar em termos de compra de peças de reposição e formação de pessoal entre vários exércitos europeus. Isso é possivel, e tornará a operação de pequenos contingentes viável.

Se vai demorar muito tempo para o conseguir, isso é outra coisa... :D

Cumprimentos
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Ricardo Nunes

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« Responder #14 em: Setembro 22, 2004, 10:16:37 pm »
Caro papatango,

O requesito mínimo da FAP sempre foi o de, no mínimo, 12 aeronaves - nomeadamente helis de ataque - para a substituição da esquadra 301 Jaguares.

O JNSA tem total razão. A operação de apenas 6 aeronaves saíria caríssima exactamente devido ao seu pequeno número.
Os helis ligeiros e médios nada têm a ver com helis de ataque. São plataformas completamente independentes e não dependem uma das outras. Não entendo essa comparação até porque a eventual vinda de helis de ataque seria troca por troca com os Alpha-Jet.
6 é um número completamente irrisório. Até porque as manutenções de aeronaves implicariam que seria raro ter as 6 aeronaves em estado de voo.


Subscrevo na totalidade a posição expressada anteriormente: se é para virem apenas 6 penso que o melhor seria investir o dinheiro em outra plataforma.
Mas não me interpretem mal! 6 aeronaves são sempre melhor que 0, mas sinceramente penso que os custos de operação não compensariam as capacidade adquiridas.


Cumprimentos,
Ricardo Nunes
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