São sempre meios diferentes, o submarino nega o controle ao inimigo (ninguém pode considerar controlar uma área enquanto potencialmente um submarino moderno poder lá andar), meios como fragatas controlam o espaço... e mostram "bandeira", patrulham.
Das EPC para os novos NPO também vai a diferença de um navio de combate (EPC, corveta) para um navio patrulha oceânico (que não se espera que combata, que não tem sistemas e estrutura para danos, etc); o que se está a considerar - bem - é equipar decentemente os "NPO3" (radar militar, sistema comando, EW, etc), com o extra de poderem auxiliar na deteção de submarinos... importante em uma Marinha com poucos navios.
Certo, são meios diferentes com missões distintas, mas olhando à nossa principal missão dentro dos interesses nacionais e da NATO, diria que analisando o custo-beneficio de cada meio, os submarinos têm vantagem.
Os novos NPO terão como principal missão ASW certo? Olhando mais uma vez custo-beneficio um EPC não seria demasiado caro para essa função?
Além do investimento que se faz nos estaleiros locais!
Acredito que esta priorização de meios poderia libertar verbas para a aquisição de Fragatas modernas e combatentes.
A prioridade deveria ser o reforço de meios que assegurem o controlo do mar português, mas como se foram adiando programas atrás de programas chegamos a uma fase inevitável em que é preciso tudo e tudo ao mesmo tempo, o que é incomportável para um País como o nosso
As EPC pura e simplesmente serão demasiado caras para serem colocadas no mesmo "patamar" dos NPO, mesmo os da 3ª série. Entre gastar por cada EPC cerca 3 vezes mais que o custo unitário de um NPO, e ter estas EPC na versão mais básica de todas, antes preferia que se tivesse o condão de manter a encomenda dos NPO3S, e comprasse a versão mais cara das EPC para substituir as VdG (e mantendo uma dualidade de classes de fragatas tipo hi-low).
As EPC podiam era ser opção, se porventura houvesse interesse em aumentar a frota combatente de superfície, mantendo 6 NPO3S, vendendo os 4 originais, e comprando 3 ou 4 EPC numa versão de combate para complementar as fragatas. Isto fazia sentido dada a situação global que se faz sentir, mas a política de defesa que temos não parece estar para aí virada.
Os novos NPO terão como principal missão a patrulha, tal como os restantes. A capacidade ASW é um acréscimo, com recurso a módulos contentorizados (é inteiramente possível que só se comprem 2 módulos deste tipo, a rodar entre os navios).
Neste momento, na Marinha, torna-se difícil apontar um programa como definitivamente prioritário acima dos outros. Está tudo tão mal, que é prioritário investir em NPOs, NPCs, AORs, submarinos, fragatas, e até mesmo numa alternativa ao NAVPOL.
Sabendo que é impossível investir em equipamento novo para todos estes tipos de meios, vai ser necessário olhar para o mercado em segunda-mão para tentar desfasar um pouco estes programas.
Daí achar que devíamos olhar para a hipótese de ir buscar a Van Speijk o quanto antes, e avaliar a viabilidade de ir buscar as 2 Anzac, para continuar o sonho de 5 fragatas na MGP. Não será fácil fazer isto, mas com a verba que iria para o MLU das VdG, mais a verba de uma potencial venda das 2 que nos restam (a VdG virava museu, que bem merece), e uma boa parte desta aquisição ficava paga, com o acréscimo que todos estes navios viriam carregados de equipamento que poderíamos usar para navios futuros (investimento com retorno).
Enquanto isto, ver se seria possível adquirir 2 U-212 alemães, ou mesmo 2 novos (apesar de muito mais caro, mas aqui podíamos ver como se compara o preço dos U-214 novos feitos na Coreia do Sul).
O nosso problema depois será, mesmo com compra de fragatas em segunda-mão compradas a curto prazo, conjugar a sua substituição (de todos os navios) ao mesmo tempo que tem que se lidar com a substituição dos F-16.
Acho que quanto mais tarde se avançar para os 2% do PIB na Defesa, mais difícil se torna dançar em torno destas necessidades todas.