O objectivo inicial da operação era libertar os portugueses (que estavam prisioneiros na Rep. da Guiné).
Esse objectivo foi atingido.
O seguinte objectivo era destruir as lanchas com capacidade para lançar misseis, e esse objectivo também foi atingido.
Os MIG-21 não estavam em Konacri, e por isso não foram destruidos.
A possibilidade de um golpe, não era assim tão absurda. Aliás, muitos dos golpes-de-mão em países africanos foram feitos exactamente dessa maneira.
O regime que se colocaria no poder, seria um regime negro, removendo Sekou Touré e implantando um outro qualquer.
Spínola terá perguntado a Caetano, o que fazer com a questão dos rebeldes da Guiné e Caetano limitou-se a responder que se houvesse possibilidade, então que se aproveitasse a possibilidade.
Quando se concluiu que os MIG não estavam em Konacri, e que não poderia haver cobertura aérea, essa parte da operação deixou de ser considerada.
A operação foi tudo menos planeada em cima do joelho. Levou meses a planear, e as tropas rebeldes foram treinadas algures no arquipelago das Bijagós.
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Não me parece correcto dizer que a operação foi um fracasso, porque os seus objectivos principais foram atingidos (excepto a questão dos MIG-21). Naquele tempo, havia alguns países africanos que atacavam Portugal nas Nações Unidas, mas por debaixo da mesa pediam auxilio a Portugal. Foi por exemplo o caso da Zambia, para já não falar do Malawi.
Alguns historiadores, interessados em branquear o cataclismo criminoso que foi a rendição portuguesa aos movimentos terroristas (também conhecida por descolonização exemplar), tentam criar a ideia de que os portugueses eram uma espécie de "Bette Noir" em África.
A realidade no entanto, anda bastante longe.
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Uma outra curiosidade:
Há dias, num fórum espanhol, lembrei-me da questão dos pilotos dos MIG-21. Segundo algumas fontes, os pilotos dos MIG, e os pilotos dos principais aviões da Força Aérea da Guiné Konacri seriam de origem nigeriana, enviados depois da posição portuguesa favorável ao Biafra e contrária ao governo nigeriano, que tería enfurecido especialmente os lideres da Nigéria contra Portugal. Creio que foi muito mais tonto o apoio aos rebeldes do Biafra que a acção "Mar Verde".
Mas claro, o apoio da França (principal apoiante dos rebeldes) também era importante para Portugal.
Cumprimentos