A questão dos Puma é também ela uma não questão, por assim dizer. Quer estes antigos helis da FAP, como a grande maioria dos Aviocar, não vão a lado nenhum a não ser para instrução em terra, treino dos OPSAS ou sucata. Há um empresário que espera (e desespera) que a FAP "desmilitarize" dois C-212-100 para poder utilizá-los nos Açores como avião de transporte inter-ilhas e viagens turísticas, mas mais nada há quanto a estas duas frotas.
Com o perdão da palavra, a palhaçada proferida pelo anterior MDN Aguiar-Branco, um autêntico analfabeto no que à Defesa dizia respeito, que tanto os Puma como os Aviocares iam ser vendidos a países terceiros e render alguns milhões jeitosos ao erário público foi só isso mesmo, uma palhaçada. Vendeu-se o par de -300 para o Uruguai, de idade mais recente, mas nem a Guiné-Bissau e o Senegal quiseram ficar com os Puma.
Os nossos muito estimados SA-330S1 podem estar "guardadinhos" em Beja, porém a sua reactivação é algo praticamente fora de questão pelos custos envolvidos, idade e estado das células (sei de histórias de Pumas nos Açores aquando da sua última "reencarnação" que tinham problemas dia sim, dia não da mais variada ordem), e já não existirem tripulações de voo e de terra formadas para os operar. O mais certo é daqui a uns anos, e para grande mágoa de todos, os vermos ser transportados para o DGMFA à espera de serem desmantelados e vendidos aos sucateiros.
Ainda hoje não compreendo porque o Exército os recusou na UALE, numa altura em que a estrutura para os manter ainda existia, e hoje nem drones de brinquedo têm em Tancos. Só posso atribuir isso àquelas estúpidas guerrinhas inter-ramos que também nada de bom nos trazem. Agora uma coisa é certa: seja por necessidades operacionais, para missões de cariz estritamente militar ou de âmbito civil, as Forças Armadas Portuguesas não podem continuar a ter tão poucos meios aéreos de asa rotativa. Doze EH-101, 6 Alouette III e 5(4) Super Lynx, que são como bem foi dito exclusivamente para uso naval, é muito, mas muito pouco.
A crer nas palavras do actual MDN aquando da sua entrevista que os Alouette III serão retirados de serviço em 2018, e caso até lá não tenham começado a chegar os primeiros exemplares do seu substituto, não sei sinceramente como será. Mas sei, isso sim, que tanto a Força Aérea como a Marinha sabem isso melhor que ninguém e não estão parados. Agora a vertente política é como São Tomé, ver para crer.