O problema é o seguinte:
Que lei vai ser aplicada ?
Quem são ou quem serão os juízes ?
Se não se aplicar a lei actual aplica-se qual ?
Se se aplica uma lei de excepção, então é a mesma coisa que dizer que se implanta a anarquia.
Começamos por querer implantar uma monarquia e concluímos que para o fazer é primeiro preciso implantar a anarquia...
Bom, mas isso não foi o que o Alvaro Cunhal quis fazer durante o «Verão Quente» de 1975?
Não deveríamos nós estar vacinados contra este tipo de anarquias induzidas ?
Não podemos cometer o mesmo erro que se cometeu em 1908 e achar que o problema estava na forma de governo.
O sistema como está tem virtudes. Ele poderia chamar-se quase de monarquia electiva não hereditária, porque na prática desde 1976 que temos presidente durante 10 anos. Muitos dos nossos monarcas governaram menos tempo que isso.
Qual é a diferença entre os actuais presidentes e os reis?
É porque custam mais dinheiro que temos os problemas que temos?
O problema é da sociedade. E no inicio da escala está o sistema judicial corrompido que temos.
O problema é que não permitimos que o sistema que temos funcione, porque parte dos seus agentes o abastardaram.
Mas esses agentes abastardaram o regime saído da constituição de 1976 como o fariam se o regime de um momento para o outro fosse monárquico.
O problema está na sociedade, e no facto de os portugueses acharem que quem é honesto é estúpido. Instalou-se a ideia de que todos são corruptos, todos se compram e todos se vendem e que quem não se deixa vender não passa de um papalvo de quem toda a gente se ri.
Em certas áreas urbanas quando vou a conduzir a 50km (limite máximo) volta e meia aparece um papalvo de um Zé Esperto que apita e me chama azelha por não andar mais depressa.
Acham que o Zé Esperto é republicano ou monárquico ?
Acham que se o país virar uma monarquia, o Zé Esperto passa a entender que o problema é ele e não eu, que me limitei a cumprir a Lei, mesmo tendo um carro mais potente?
Não devemos cometer os mesmos erros do passado e correr para a frente de olhos fechados, não olhando para uma das grandes vantagens que temos, uma grande memória histórica, que nos permite comparar a situação actual com casos do passado.
A monarquia até pode funcionar no futuro. Mas não funcionará enquanto o Zé esperto continuar a chamar estúpidos àqueles que se limitam a cumprir a Lei.
O problema está na mentalidade dos cidadãos, não no sistema
Cumprimentos
Tanto péssimismo!
Mas a sério, ninguém está a propor anarquia, nem leis de excepção.
O monarca é acima de tudo um exemplo a seguir, uma pessoa acima de espertalhices politico-partidárias, que põe o bem-estar do povo acima de tudo. E de facto é preciso mudar as mentalidades. O derrotismo, a incapacidade de agir efectivamente que é a praga de sucessivos governos, a indiferença que infelizmente alastra por este país, e motivar as pessoas para uma mudança sem violência, sem anarquia, sem apontar dedos, sem revoluções nem golpes militares.
Qual é a legitimade da república? Imposta pela força das armas, por um partido que na altura detinha 7% do parlamento? Um regime que tem por base o regicídio, o assasinato poliítico? Qual o plebiscito em que o povo Português decidiu, de forma livre e democrática, abolir a monarquia liberal e constitucional? Quando é que o povo Portugês escolheu despojar-se da sua identidade nacional secular e da sua história?
As leis que existem, ou não são aplicadas, ou são aplicadas de uma forma desonesta e parcial. A lei é para ser cumprida por todos. As penas para muitos crimes deveriam ser maiores, e o processo judicial deveria ser melhor e mais eficaz.
Ninguém tem as respostas todas, para a totalidade dos problemas, mas é preciso começar por algum lado.
Podemos muito bem manter aquilo que funciona do actual sistema, e melhorá-lo. Falta ao cargo de PR um respeito, uma imparcialidade, que um monarco teria. A presidência da república tornou-se num tacho desnecessário. Não tanto por vontade de quem exerce o cargo, mas pelos limites do sistema semi-presidencial que temos.
Terá que haver um maior eqilíbrio entre os poderes dos cargos do estado.
Não me cabe a mim decidí-lo, mas o que temos de bom mantem-se e aperfeicoa-se, e o que está mal, corrige-se.
O maior problema de Portugal é que se tornou num país de pedintes insatisfeitos. Sempre `a espera de uma esmola. Uma esmola da Europa, do estado, de mais um empréstimo, uma pensão, um subsídio, um tacho, etc.. A riqueza cria-se pela iniciativa privada e pelo trabalho, não vem do estado.
A monarquia não curará todos os males do país, mas é uma opção que deverá receber consideração séria, sem preconceitos nem histerismos extremistas. Há de facto lições a tirar da nossa história. Não repetir os mesmos erros do passado. Não precisamos de anarquia, nem golpes militares, nem autoritarismo, nem de mais pluto-cleptocracias.
Há muitos aperfeicoamentos que podemos fazer ao sistema de monarquia constitucional. O monarca terá de jurar manter a constituição.
Não interferir na actuação do governo, ou do parlamento, excepto em casos de emergência, e terá poderes limitados nesta área.
Uma monarquia constitucional tem como grandes vantagens a imparcialidade do monarca, a continuidade e estabilidade do cargo de chefe de estado e a manutençãoo da tradicão hsitórica secular; será uma força moral e exemplo para todos, colocando o bem-estar de todos e do país acima das banalidades politico-partidárias, um garante da soberania e unidade nacionais e da constituição, um árbitro que vigia a actuação do governo e do parlamento, pronto a intervir em caso de abuso ou incompetência, detendo o poder de demitir o governo e disolver o parlamento, invocando novas eleições.
Como comandante-chefe das forças armadas, garante a estabilidade e obediência destas `a constituição. Terá funcões ceremoniais e de representacão do país no mundo.
Podemos construir algo melhor. Haja vontade...