28 de Abril

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Miguel

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28 de Abril
« em: Abril 29, 2006, 05:51:42 pm »
28 de Abril de 1889 - Data do Nascimento do Dr. Oliveira Salazar
O Portugal de Salazar foi uma Nação grande, repartida por quatro continentes, com incalculável importância geoestratégica e grandes responsabilidades históricas; o Portugal de hoje é minusculo e exiguo rectângulo.
O Portugal de Salazar foi uma Nação independente com autonomia de julgamento e decisão; o Portugal dos nossos dias abdicou da sobrania e esmera-se na obediência à cartilha de estrangeiros.
0 Portugal de Salazar foi inflexivel na defesa da população ultramarina contra terroristas assassinos; o Portugal abrilino abandonou a mesma população à sanha dos seus algozes.
 

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Pantera

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« Responder #1 em: Abril 29, 2006, 06:20:04 pm »
Portugal com Salazar foi grande,de facto foi com ele que tentamos manter o nosso império intacto,cometeu alguns erros,mas numa época dificil como aquela melhor era complicado.Foi um grande nacionalista português e será para sempre recordado.
Paz à sua alma.

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Cabeça de Martelo

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Re: 28 de Abril
« Responder #2 em: Abril 29, 2006, 06:27:01 pm »
Citação de: "Miguel"
28 de Abril de 1889 - Data do Nascimento do Dr. Oliveira Salazar
O Portugal de Salazar foi uma Nação grande, repartida por quatro continentes, com incalculável importância geoestratégica e grandes responsabilidades históricas; o Portugal de hoje é minusculo e exiguo rectângulo.
O Portugal de Salazar foi uma Nação independente com autonomia de julgamento e decisão; o Portugal dos nossos dias abdicou da sobrania e esmera-se na obediência à cartilha de estrangeiros.
0 Portugal de Salazar foi inflexivel na defesa da população ultramarina contra terroristas assassinos; o Portugal abrilino abandonou a mesma população à sanha dos seus algozes.


Miguel estás a enterrar-te!
Salazar era um provinciano que foi incapaz de modernizar Portugal e mudar com o tempo. Perde-mos uma grande oportunidade de modernizar o nosso país por causa desse senhor!
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Miguel

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« Responder #3 em: Abril 29, 2006, 06:32:11 pm »
qual modernização??

a decadencia que vivemos hoje?

estamos como no fim da monarquia em 1910 ou no fim da I Republica!

esperamos todos pelo D.Sebastião :wink:

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e muito triste ver hoje portuguesas a prostituiram-se por um punho de euros e portugueses a furtar, e a traficar coisas enfim....

foi esta a modernização?
 

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pedro

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« Responder #4 em: Abril 29, 2006, 06:46:15 pm »
De um certo ponto tem os dois razao. :roll:
Cumprimentos
 

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TOMKAT

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« Responder #5 em: Abril 29, 2006, 07:13:43 pm »
Citação de: "Miguel"
qual modernização??

a decadencia que vivemos hoje?


Muita da decadência que vivemos hoje devêmo-la a Salazar.
Salazar parou no tempo e Portugal parou com ele.
Se Salazar tivesse largado naturalmente a cadeira do poder nos anos 50 do século passado, provavelmente teria merecidas estátuas por este país fora.

Citação de: "Cabeça de Martelo"
Salazar era um provinciano que foi incapaz de modernizar Portugal e mudar com o tempo.


Nem mais.
Muito do atraso social que ainda se assiste hoje em Portugal é consequência do provincianismo bacoco e retrógado que Salazar implantou no país.

Salazar quiz criar um país à sua imagem: Austero, triste e de ideias fixas.
Deu no que deu.
Criou um país cinzento, lamechas, e laxista por falta de ideias.
O homem teve que caír da cadeira para saír dela.
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein
 

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Marauder

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« Responder #6 em: Abril 29, 2006, 07:49:27 pm »
Verdade....Salazar e os agricultores, reguardando a industria como o papão, sempre a recusaram...somente já no meio dos anos 50 é que essas abróteas começaram a abrir os olhos e reparar que a agricultura precisava da industria tanto como a industria precisava da agricultura...e nessa altura já não valia a pena. A agricultura portuguesa, tanto proteccionista...acabou por se sufocar a si mesmo. Isto com o aval de Salazar, que também inicialmente vía a industria como nefasta e má, que desertificava o interior.

Por algumas coisas as decisões tomadas no 1º Congresso dos Engenheiros..penso que 1933, as ideias somente começaram a ser aplicadas lá para os anos 50, tirando claro a electrificação do País, com a lei 2002 aprovada em 1945. E mesmo assim, esta previa que a electricidade seria fornecida principalmente à industria, Salazar alterou isso. E criou a lei 2004 ou 2005, a chamada lei do Condicionamento Industrial....basicamente qualquer projecto industrial em Portugal tinha que ser aprovado pelo governo...o que se compreende, mas o que se passava era que tinha que ser censurado pelo governo ehehhe....penso que somente 1/3 (aprox.) dos projectos foram aprovados por Salazar.

Decerto que já não te lembravas destes pormenores Miguel...

  (E também já agora..os investimentos estrangeiros captados por Salazar não foram de boa qualidade, e uma boa parte do "milagre portuguÊs" foi explicado pela saída massiva de portugueses para fugir à guerra colonial, à pobreza e ao regime. Tanto que as autoridades portuguesas fechavam no início os olhos a este movimento de emigração ilegal, visto que era uma óptima escapatória para toda aquela gente que estava a sair da moribunda agricultura e que as cidades, industria e serviços não conseguiria certamente absorver!!)

 Cumprimentos
 

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Miguel

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« Responder #7 em: Abril 29, 2006, 08:39:27 pm »
O 25 DE ABRIL E A HISTÓRIA
António José Saraiva Diário de Notícias 26-01-1979

"Se alguém quisesse acusar os portugueses de cobardes, destituídos de dignidade ou de qualquer forma de brio, de inconscientes e de rufias, encontraria um bom argumento nos acontecimentos desencadeados pelo 25 de Abril.

Na perspectiva de então, havia dois problemas principais a resolver com urgência. Eram eles a descolonização e a liquidação do antigo regime.Quanto à descolonização havia trunfos para a realizar em boa ordem e com vantagem para ambas as partes : o exército português não fora batido em campo de batalha; não havia ódio generalizado das populações nativas contra os colonos; os chefes dos movimentos de guerrilha eram em grande parte homens de cultura portuguesa; havia uma doutrina, a exposta no livro "Portugal e o Futuro" do general Spínola, que tivera a aceitação nacional, e poderia servir de ponto de partida para uma base maleável de negociações. As possibilidades eram ou um acordo entre as duas partes, ou, no caso de este não se concretizar, uma retirada em boa ordem, isto é, escalonada, ordenada e honrosa.

Todavia, o acordo não se realizou, e retirada não houve, mas sim uma debandada em pânico, um salve-se-quem-puder. Os militares portugueses, sem nenhum motivo para isso, fugiram como pardais, largando armas e calçado, abandonando os portugueses e africanos que confiavam neles. Foi a maior vergonha de que há memória desde Alcácer Quibir.

Pelo que agora se conhece, este comportamento inesquecível e inqualificável deve-se a duas causas. Uma foi que o PCP, infiltrado no Exército, não estava interessado num acordo, nem numa retirada em ordem, mas num colapso imediato, que fizesse cair esta parte da África na zona soviética. O essencial era não dar tempo de resposta às potências ocidentais. De facto, o que aconteceu nas antigas colónias portuguesas insere-se na estratégia africana da URSS, como os acontecimentos subsequentes vieram mostrar.

Outra causa foi a desintegração da hierarquia militar a que a insurreição dos capitães deu início e que o MFA explorou ao máximo, quer por cálculo partidário, quer por demagogia, para recrutar adeptos no interior das Forças Armadas. Era natural que os capitães quisessem voltar depressa para casa. Os agentes do MFA exploraram e deram cobertura ideológica a esse instinto das tripas, justificaram honrosamente a cobardia que se lhe seguiu. Um bando de lebres espantadas recebeu o nome respeitável de «revolucionários».

E nisso foram ajudados por homens políticos altamente responsáveis, que lançaram palavras de ordem de capitulação e desmobilização, num momento em que era indispensável manter a coesão e o moral do exército, para que a retirada em ordem ou o acordo fossem possíveis. A operação militar mais difícil é a retirada; exige, em grau elevadíssimo, o moral da tropa. Neste caso, a tropa foi atraiçoada pelo seu próprio comando e por um certo número de políticos inconscientes ou fanáticos, e em qualquer caso destituídos de sentimento nacional. Não é ao soldadinho que se deve imputar esta fuga vergonhosa, mas aos que desorganizaram, conscientemente, a cadeia de comando, aos que lançaram palavras de ordem que, nas circunstâncias do momento, eram puramente criminosas.

Isto quanto à descolonização, que, na realidade, não houve. O outro problema era o da liquidação do regime deposto. Os políticos aceitaram e aplaudiram a insurreição dos capitães, que vinha derrubar um governo, que, segundo eles, era um pântano de corrupção e que se mantinha graças ao terror policial : impunha-se, portanto, fazer o seu julgamento, determinar as responsabilidades, discriminar entre o são e o podre, para que a nação pudesse começar uma vida nova. Julgamento dentro das normas justas, segundo um critério rigoroso e valores definidos.

Quanto aos escândalos da corrupção, de que tanto se falava, o julgamento simplesmente não foi feito. O povo português ficou sem saber se as acusações que se faziam nos comícios e nos jornais correspondiam a factos ou eram simplesmente atoardas. O princípio da corrupção não foi responsavelmente denunciado, nem na consciência pública se instituiu o seu repúdio. Não admira por isso que alguns homens políticos se sentissem encorajados a seguir pelo mesmo caminho, como se a corrupção impune tivesse tido a consagração oficial. Em qualquer caso já hoje não é possível fazer a condenação dos escândalos do antigo regime, porque outros talvez piores os vieram desculpar.

Quanto ao terror policial, estabeleceu-se uma confusão total. Durante longos meses, esperou-se uma lei que permitisse levar a tribunal a PIDE-DGS. Ela chegou, enfim, quando uma parte dos eventuais acusados tinha desaparecido e estabelecia um número surpreendentemente longo de atenuantes, que se aplicavam praticamente a todos os casos. A maior parte dos julgados saiu em liberdade. O público não chegou a saber, claramente; as responsabilidades que cabiam a cada um. Nem os acusadores ficaram livres da suspeita de conluio com os acusados, antes e depois do 25 de Abril.

Havia, também, um malefício imputado ao antigo regímen, que era o dos crimes de guerra, cometidos nas operações militares do Ultramar. Sobre isto, lançou-se um véu de esquecimento. As Forças Armadas Portuguesas foram alvo de suspeitas que ninguém quis esclarecer e que, por isso, se transformaram em pensamentos recalcados.

Em resumo, não se fez a liquidação do antigo regímen, como não se fez a descolonização. Uns homens substituíram outros, quando os mesmos não substituíram os mesmos; a um regímen monopartidário substituiu-se um regímen pluripartidário. Mas não se estabeleceu uma fronteira entre o passado e o presente. Os nossos homens públicos contentaram-se com uma figura de retórica: «a longa noite fascista».

Com estes começos e fundamentos, falta ao regime que nasceu do 25 de Abril um mínimo de credibilidade moral. A cobardia, a traição, a irresponsabilidade, a confusão, foram as taras que presidiram ao seu parto e, com esses fundamentos, nada é possível edificar. O actual estado de coisas, em Portugal, nasceu podre nas suas raízes. Herdou todos os podres da anterior; mais a vergonha da deserção.

E, com este começo, tudo foi possível depois, como num exército em debandada: vieram as passagens administrativas, sob capa de democratização do ensino; vieram «saneamentos» oportunistas e iníquios, a substituir o julgamento das responsabilidades; vieram os bandos militares, resultado da traição do comando, no campo das operações; vieram os contrabandistas confessos e os falsificadores de moeda em lugares de confiança política ou administrativa; veio o compadrio quase declarado, nos partidos e no Governo; veio o controlo da Imprensa e da Radiotelevisão, pelo Governo e pelos partidos, depois de se ter declarado a abolição da censura; veio a impossibilidade de se distinguir o interesse geral dos interesses dos grupos de pressão, chamados partidos, a impossibilidade de esclarecer um critério que joeirasse os patriotas e os oportunistas, a verdade e a mentira; veio o considerar-se o endividamento como um meio "honesto" de viver. Os cravos do 25 de Abril, que muitos, candidamente, tomaram por símbolo de uma primavera, fanaram-se sobre um monte de esterco.

Ao contrário das esperanças de alguns, não se começou vida nova, mas rasgou-se um véu que encobre uma realidade insuportável. Para começar, escreveu-se na nossa história uma página ignominiosa de cobardia e irresponsabilidade, página que, se não for resgatada, anula, por si só, todo o heroísmo e altura moral que possa ter havido noutros momentos da nossa história e que nos classifica como um bando de rufias indignos do nome de nação. Está escrita e não pode ser arrancada do livro.

É preciso lê-la com lágrimas de raiva e tirar dela as conclusões, por mais que nos custe. Começa por aí o nosso resgate. Portugal está hipotecado por esse débito moral, enquanto não demonstrar que não é aquilo que o 25 de Abril revelou. As nossas dificuldades presentes, que vão agravar-se no futuro próximo, merecemo-las, moralmente.

Mas elas são uma prova e uma oportunidade. Se formos capazes do sacrifício necessário para as superar, então poderemos considerar-nos desipotecados e dignos do nome de povo livre e de nação independente. »
 

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Marauder

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« Responder #8 em: Abril 29, 2006, 09:18:09 pm »
E eu a pensar que este threat era sobre Salazar e o 28 de Abril... :roll:
 

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NotePad

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« Responder #9 em: Abril 29, 2006, 10:39:56 pm »
...
« Última modificação: Fevereiro 25, 2007, 05:50:12 am por NotePad »
 

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JNSA

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« Responder #10 em: Abril 30, 2006, 12:43:39 pm »
Foi por causa de tópicos como estes que eu deixei de escrever no Fórum Defesa... E sabem porquê?

Porque são discussões como estas que me fazem compreender as razões pelas quais o meu país está na cauda da maioria dos indicadores de desenvolvimento humano referentes ao espaço da União Europeia...

São discussões como estas que me fazem perceber como é que se transformou um país de boa gente, cheio de potencialidades, num espaço onde reina a cunha, a promoção da incompetência e a alienação social, através dos “Big Brothers” e “Circos de celebridades”...

Mas se calhar sou eu que estou enganado...

Vamos todos louvar Salazar!...

Vamos louvar o homem cuja falta de visão de futuro e apego a valores decrépitos e corruptos condenou milhares de portugueses a combater numa guerra durante 13 anos... Guerra na qual foram gastas quantidades imensas de dinheiro que teriam sido certamente melhor investidas no combate ao analfabetismo que grassava (e ainda grassa) no país...

Vamos louvar o homem que reeditou o “pão e circo” sob a forma do “Fado, Futebol e Fátima”, que nos colocou “orgulhosamente sós”, isolando-nos assim durante décadas das maiores inovações culturais, artísticas, intelectuais, políticas e científicas do século...

Vamos louvar o estadista cujo espírito conservador, decrépito e bafiento nos transformou no país mais atrasado da Europa Ocidental...

Vamos louvar o ditador tão limitado pela sua obsessão de um Portugal do Minho a Timor que nos legou um país desprovido de infra-estruturas, culturalmente retrógrado, com enormes défices de formação escolar, mal preparado para enfrentar as dificuldades do futuro...

Mas pronto, se calhar eu é que sou um perigoso agitador comunista, ateu sem pátria... Se calhar antigamente é que era bom... É pena que o tempo não possa voltar para trás. Quem sabe, até nos podíamos candidatar todos a um emprego na António Maria Cardoso, para garantir que ninguém dissesse mal do nosso Presidente do Conselho...
 

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ricardonunes

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« Responder #11 em: Abril 30, 2006, 01:14:17 pm »
JNSA, do que li não acho que seja um perigoso agitador comunista, acho sim, é que desde o dia 24 deste mês se tem escrito algumas barbaridades, ao tentar recordar os saudosos tempos da nossa ditadura.
A ditadura não foi boa, o pós 25 de Abril só foi bom para os oportunistas,
a entrada para a CEE, foi melhor ainda para os oportunistas.
E como eu já escrevi neste forum o que falta neste país são Homens de Bem, independentemente da sua cor politica.
Potius mori quam foedari
 

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Miguel

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« Responder #12 em: Abril 30, 2006, 05:49:44 pm »
O erro fatal do antigo regime (estado novo), foi de não ter a vontade de eliminar os opositores como o Cunhal, o Soares etc...

Perdemos a Guerra do Ultramar na 4°Frente, essa é a verdade cruel.

Porque Salazar sempre queria respeitar os acordos e direitos internacionais, por isso foi extremamente dificil executar operações do tipo "mar verde".

Sem o 25 Abril, creio que hoje Portugal podia ser uma nação muito mais importante e Cabo Verde e S.Tomé ainda faziam parte da Republica Portuguesa.
Angola podia ser uma nação desenvolvida como na R.Africa do Sul igualmente, Moçambique, e certo que a Rodésia ainda podia existir.

Eu não sinto compaixão com os militares da abrilada, alias exilei-me com apenas 18 anos noutras aventuras, porque  Portugal o grande Portugal estava Perdido, mas hoje sei que um dia voltaremos a ser uma grande nação, quando as camadas mais jovens perceberam que foram enganados.
 

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Marauder

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« Responder #13 em: Abril 30, 2006, 06:09:22 pm »
Citação de: "JNSA"
Foi por causa de tópicos como estes que eu deixei de escrever no Fórum Defesa... E sabem porquê?

Porque são discussões como estas que me fazem compreender as razões pelas quais o meu país está na cauda da maioria dos indicadores de desenvolvimento humano referentes ao espaço da União Europeia...

São discussões como estas que me fazem perceber como é que se transformou um país de boa gente, cheio de potencialidades, num espaço onde reina a cunha, a promoção da incompetência e a alienação social, através dos “Big Brothers” e “Circos de celebridades”...

Mas se calhar sou eu que estou enganado...

Vamos todos louvar Salazar!...

Vamos louvar o homem cuja falta de visão de futuro e apego a valores decrépitos e corruptos condenou milhares de portugueses a combater numa guerra durante 13 anos... Guerra na qual foram gastas quantidades imensas de dinheiro que teriam sido certamente melhor investidas no combate ao analfabetismo que grassava (e ainda grassa) no país...

Vamos louvar o homem que reeditou o “pão e circo” sob a forma do “Fado, Futebol e Fátima”, que nos colocou “orgulhosamente sós”, isolando-nos assim durante décadas das maiores inovações culturais, artísticas, intelectuais, políticas e científicas do século...

Vamos louvar o estadista cujo espírito conservador, decrépito e bafiento nos transformou no país mais atrasado da Europa Ocidental...

Vamos louvar o ditador tão limitado pela sua obsessão de um Portugal do Minho a Timor que nos legou um país desprovido de infra-estruturas, culturalmente retrógrado, com enormes défices de formação escolar, mal preparado para enfrentar as dificuldades do futuro...

Mas pronto, se calhar eu é que sou um perigoso agitador comunista, ateu sem pátria... Se calhar antigamente é que era bom... É pena que o tempo não possa voltar para trás. Quem sabe, até nos podíamos candidatar todos a um emprego na António Maria Cardoso, para garantir que ninguém dissesse mal do nosso Presidente do Conselho...


x2  :D ...)

Cumprimentos
 

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JoseMFernandes

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« Responder #14 em: Abril 30, 2006, 06:30:47 pm »
Citar
Foi por causa de tópicos como estes que eu deixei de escrever no Fórum Defesa... E sabem porquê?

Porque são discussões como estas que me fazem compreender as razões pelas quais o meu país está na cauda da maioria dos indicadores de desenvolvimento humano referentes ao espaço da União Europeia...

São discussões como estas que me fazem perceber como é que se transformou um país de boa gente, cheio de potencialidades, num espaço onde reina a cunha, a promoção da incompetência e a alienação social, através dos “Big Brothers” e “Circos de celebridades”...

Mas se calhar sou eu que estou enganado...

JNSA, lamento, e julgo seremos muitos, o seu afastamento, pois se o contributo de cada um é sempre importante, o seu me parecia especial, pelo menos por aquilo que li.
Não compreendo porém que a razão tenha sido a natureza e persistência de alguns tópicos comentários ou discussões por aqui passados.Poderá estar totalmente em desacordo com esses comentários, pode mesmo considerá-los errados, 'atrasados' e até indefensáveis...mas são opiniões...a que podemos contrapor a nossa, ou factos que pode aclarar se for o caso, ou enfim apenas passar á frente...encolhendo os ombros.
O espaço de debate aqui é amplo, pelo que me apercebo, e pode sempre exprimir os seus pontos de vista sem grandes problemas ( mesmo se  pessoalmente discorde e/ou não compreenda   alguns dos raros 'afastamentos forçados' de membros por parte dos responsáveis do Forum ).
Agora sobre o seu comentário do 'país de boa gente cheio de potencialidades'...! Concordará que essa apreciação é válida para qualquer povo (enfim, a maioria..), muitos desses povos-nações acabaram por 'desaparecer'  nos ventos da história, independentemente das qualidades e do 'valor-acrescentado' (digamos assim) que trouxeram á Humanidade. Os Portugueses tiveram o mérito de, a partir de outros que lhes deram origem, criar uma Nação que se manteve até aos nossos dias, arrostando dificuldades de sobrevivência, com pontos altos de glória em que dominámos outros espaços e reinos e como tal formando um Império, mas também fraquezas extremas, em que tivemos de negociar a nossa sobrevivência enquanto nação soberana com outras potências, aceitando e solicitando ajuda económica e até militar estrangeira  dentro das nossas fronteiras...mas sobrevivemos!!
Foi esse (talvez) o nosso maior feito...mais que tudo aquilo que descobrimos, criámos, dominámos ou influenciámos mundo fora... foi sobreviver e permanecermos enquanto nação soberana nesta ponta da Europa, ao longo de todos estes séculos o mais importante e fundamental de tudo...não foi fácil como sabemos, mas se estamos aqui hoje enquanto portugueses de pleno direito, é porque somos  herdeiros de gerações de outros portugueses, mesmo em outros regimes e diferentes ideias, que apostaram tudo o que tinham, até a vida, para a existência deste país.
Não sou defensor do regime salazarista, (mesmo se talvez...talvez...ele tenha sido o último governante que pensou num Portugal verdadeiramente 'autónomo' ) e como você bem diz 'limitado pela sua obsessão de um Portugal de Minho  a Timor', que não tinha correspondência com boa parte da realidade local e muito menos com os meios politicos, económicos e sociais que para tal deveriam ser dispensados se quisesse levar avante essa ideia de Portugal pluricontinental 'uno e indivisivel'...uma ideia sedutora no papel mas óbviamente impossível no séc XX, fosse mesmo Portugal uma potência bem maior.
Mas Salazar, na minha maneira de ver ( que  teve algumas qualidades de estadista também que agora não vem ao caso ) foi inicialmente o representante dos anseios da maioria de Portugal,os portugueses do interior (que eram a maioria mas a quem  não foram concedidas regalias politicas e sociais equivalentes aos 'citadinos') os militares e funcionarios públicos (com salários em atraso e continuamente degradados) os comerciantes, a finança...a maior parte do povo em geral  estava 'farta' de revoltas e 'intentonas', de governos sucessivos, que duravam por vezes apenas dias...o empobrecimento e a miséria para um país, que apesar de tudo tinha razoáveis indicadores económicos aquando da queda da monarquia em 1910.
As razões porque ele chegou ao poder são pois claras (foi a Ditadura militar que convidou Salazar, e o chamou mais uma vez, quando  após a malograda experiencia inicial ele saiu batendo a porta, e correspondendo  assim positivamente às suas constrangedoras condições para governar) o Portugal de então desejava-o, estava disposto a arriscar uma 'ditadura' desde que recuperasse a economia e a moeda voltasse a ter algum valor, e talvez também a auto-estima.
A Constituição (referendada) de 1933 veio balizar o futuro politico de Portugal.Pensar que Salazar, ou melhor a sua concepção de Portugal,poderia mudar ou evoluir tão extraordináriamente para uma democracia formal, era utópico para nós hoje, mas já o seria também para os contemporâneos.Bastava lê-lo, ouvi-lo e seguir a sua acção governativa, para sentir que dificilmente poderia haver mudança de rumo.
Os portugueses acomodaram-se...e aceitavam a evolução lenta da economia, o ritmo fraco mas sustentado das obras publicas, e a grandiloquente propaganda oficial ,  ou emigravam (interna e externamente).A oposição embora sempre  activa, dividia-se entre si, e podia-se considerar quase marginal em relação ao país no seu todo.
O regime acabou por cair em 25 de Abril de 1974, através da mesma classe que o tinha instaurado quase 50 anos antes...mas acredito que se não fosse então, seria apenas uma questão de tempo... tal como na Grécia dos coronéis, na Espanha de Franco ou na URSS de Gorbatchev..., os novos ventos da História europeia seriam imparáveis, tão imparáveis quanto a globalização mundial que inevitávelmente a todos atinge e nos lança em novos espantosos e temíveis desafios.
Cumprimentos