Venda de 21,35% da EDP aos chineses: ministro Miguel Relvas explica o negócio em directoO Governo entrega a EDP a privados, após 35 anos de ter sido nacionalizada .A empresa vai passar a ser iminentemente privada e controlada pelos chineses da Three Gorges Corporation, um dos passos fundamentais exigidos pela 'troika' para a abertura do mercado de energia e a uma maior concorrência.Após a criação da EDP em 1976, que resultou da nacionalização de várias empresas, a energética portuguesa fica agora quase integralmente nas mãos dos privados passados 35 anos. Pelo meio ficaram oito fases de privatizações, parcerias com empresas espanholas que nunca se chegaram a concretizar, como é o caso da Iberdrola que é atualmente o segundo maior acionista (6,79 por cento) e uma expansão internacional iniciada pelo ex-presidente João Talone, com a compra da espanhola Hidrocantábrico, e continuada pelo atual presidente executivo António Mexia, levando a empresa para mercados como o Brasil e Estados Unidos.
A alteração da limitação de votos dos acionistas de 10 para 20 por cento, realizada em julho, tornou ainda mais apetecível a venda dos 21,35 por cento da EDP detida pelo Estado e uma peça fundamental de abertura da empresa ao mercado.
Nos três últimos anos, a EDP tem apresentado resultados líquidos generosos, sempre por volta dos mil milhões de euros em contraponto com um aumento do endividamento da empresa, que ronda os 16 mil milhões de euros. Perante a conjuntura de dificuldade de crédito e de um aumento desmesurado das taxas de juro, foram os próprios interessados na privatização a alertarem para um possível problema de gestão da dívida da EDP.
A abertura do capital privado na empresa começou praticamente quando esta entrou em bolsa a 16 de junho de 1997, com a venda de 29,99 por cento do capital social, numa altura em que o capitalismo popular ficou na moda. Aliás, a operação foi destinada ao público em geral, trabalhadores e investidores institucionais que ficariam obrigados a proceder à posterior dispersão das ações.
A segunda fase de privatização aconteceu logo no ano seguinte, em 1998, com a intenção de realizar um acordo de parceria com a espanhola Iberdrola, um processo liderado por Joaquim Pina Moura, então ministro da Economia e atual presidente em Portugal da empresa espanhola.
Na venda direta à Iberdrola, o acordo estratégico permitiu que ambas ficassem com a opção de adquirir 2,25 por cento do capital social da outra, sendo que a Iberdrola exerceu a sua opção durante a terceira fase de privatização, onde o Estado vendeu 16,2 por cento da EDP.
A quarta fase de privatização aconteceu em outubro de 2000, tendo sido alienada pelo Estado uma posição equivalente a 20 por cento. Após a operação, o Estado reduziu a sua posição na EDP dos anteriores 50,8 por cento para 31,3 por cento.
A quinta fase de privatização da EDP, realizada em finais de 2004, foi feita através de aumento de capital, realizado com o objetivo de financiar a aquisição de uma participação adicional na Hidrocantábrico, e uma venda direta de referência à espanhola Cajastur, que atualmente detém 5,01 por cento da empresa. Com esta operação, o Estado viu reduzida a sua participação para cerca de 25,3 por cento.
Na sexta e sétima fase de privatização da empresa, a Parpública, empresa do Estado que detém a participação da EDP, lançou duas emissões de obrigações suscetíveis de permuta por ações representativas do capital social. A primeira foi em 2005 com a colocação de 4,4 por cento do capital e a segunda em 2007 com 4 por cento do capital, exatamente a mesma percentagem com que a Parpública ficará na EDP após a última fase de privatização.
Lusa
http://sicnoticias.sapo.pt/economia/201 ... em-directo---------------------------------------------------------------
EDP: as vantagens da parceria com a Three GorgesLiderar nas energias renováveis e melhorar perfil de crédito
* PorRedacção PGM
* 2011-12-22 18:38
A EDP já aprovou o estabelecimento de uma parceria estratégica com a China Three Gorges (CTG), depois de o Governo ter escolhido a chinesa na última fase de privatização da empresa. Em comunicado, a eléctrica lista as vantagens de estar aliada ao gigante chinês.
«A EDP e a CTG, o maior grupo chinês de energias limpas, vão combinar esforços no sentido de se tornarem líderes mundiais de produção de energia renovável, atravésde uma parceria estratégica em projectos de energia renovável, sendo que a EDP irá liderar na Europa (nos países onde está presente), EUA, Canadá, Brasil e outros mercados sul-americanos selecionados, enquanto a CTG irá liderar nos mercados asiáticos onde está presente e/ou onde possui vantagens tecnológicas ou industriais», diz.
«A parceria irá permitir à EDP diversificar as oportunidades de crescimento sendo expectável que aumente os resultados líquidos por acção da EDP a partir de 2012», escreve a eléctrica.
No âmbito desta parceria, a CTG irá investir 2 mil milhões de euros (incluindo cofinanciamento de investimento operacional) até 2015 em participações de 34 a 49% em projectos de energia renovável correspondentes a 1,5 GW (líquidos) em operação e prontos a construir, dos quais 800 milhões de euros serão investidos nos primeiros 12 meses após a assinatura da parceria.
Adicionalmente, «a parceria com a CTG inclui um compromisso firme de financiamento por parte de uma instituição financeira chinesa à EDP, ao nível corporativo, num montante até 2 mil milhões de euros com maturidade de até 20 anos».
A parceria «fortalece o perfil de crédito da EDP mediante o aumento da posição de liquidez financeira com uma extensão de dois anos da cobertura das necessidades de financiamento da EDP até meados de 2015».
O objectivo é que a dívida líquida atinja um valor equivalente a três vezes o EBITDA em 2015.
No que se refere à EDP Renováveis, o acordo entre a EDP e a CTG está sujeito à aprovação dos Órgãos Sociais.
O acordo final da parceria estratégica será assinado «na ou próximo da data de conclusão da aquisição da participação na EDP pela CTG a qual está dependente do cumprimento das habituais condições precedentes
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/emp ... -1728.html