Destaca-se um vasto leque de ameaças, riscos e desafios, potencialmente geradores de conflitos, desde logo nas regiões limítrofes do continente europeu: o Norte da África, o Médio Oriente, a Europa de Leste, a África Subsariana e no Atlântico, nomeadamente no Golfo da Guiné, que criam insegurança e contribuem para potenciar tráficos de seres humanos, armas, e drogas, que é necessário acompanhar.
Boa, finalmente assumem que as ameaças podem vir de vários lados, tal é a imprevisibilidade da situação global. Mas depois no fim o único problema para nós, caso houvesse algum conflito de maiores dimensões é o "tráfico humano, de armas e drogas"... Até porque por esse mundo fora, não há países com capacidade de lançar mísseis a centenas ou até milhares de km de distância, nem seria possível isolarem a Madeira do resto do país, cenários para os quais temos praticamente zero capacidade de resposta. Isto sem falar de possíveis ameaças de grupos extremistas, que estão sempre mortinhos para dar cabo da Europa.
Pretende-se garantir que as FFAA se constituam como um instrumento capaz de projetar forças com adequada capacidade de resposta e elevada prontidão a ameaças convencionais e híbridas
Lol. Sem LPD, AOR, aviões de transporte estratégico, meios de escolta para estes meios de projecção de forças...
Às FFAA pede-se, cada vez mais, que respondam a novas e complexas missões, e que assumam novas responsabilidades, através de uma gestão racional dos recursos públicos, estabelecendo relações com outras áreas governativas e entidades, com vista ao desenvolvimento de políticas coordenadas, na garantia das respostas mais eficientes e eficazes face aos desafios existentes.
A conversa do costume. "Fazer mais, com menos". É esta a lógica.
O fomento e contribuição para o desenvolvimento económico nacional através do reforço da ligação da Defesa Nacional com o Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN) e a Base Industrial e Tecnológica de Defesa (BTID), nomeadamente no que aos equipamentos de duplo uso diga respeito, em conjugação com o acompanhamento e participação das oportunidades cooperativas no plano internacional assumem importância relevante, devendo ser uma constante do desenvolvimento de capacidades a nível nacional.
Tinha de vir a dica do duplo uso... Então, se se pretender criar/produzir em Portugal algo que não seja de "duplo uso", simplesmente não se avança com o projecto?
d) Aumentar a capacidade de atuar no ciberespaço e no espaço.
Querem ver que acreditam mesmo que o C-390 Millenium, é um Millennium Falcon?
E cheguei ao fim do Despacho. E deixo aqui a pergunta, noutros países, este tipo de documentos também são assim tão pouco esclarecedores, em que nem se menciona uma única vez, as necessidades prioritárias e tipologia de meios que se pretende adquirir e/ou modernizar? É que me parece muita parede de texto para tão poucos efeitos práticos.