Ao que tudo indica, o próprio Chefe de Estado-Maior russo, Valery Gerasimov [1] está na região da Bacia do Don, para se inteirar das razões que levam a que a grande ofensiva russa não esteja a avançar como previsto.
Como na primeira fase - o falhado avanço contra Kiev - quando as tropas não avançam, os comandos são obrigados a ir até ao campo de batalha para tentar perceber o que se passa, porque a ideia inicial é sempre a de que os traidores e cobardes não estão a avançar porque não querem.
A questão tem diretamente a ver com o general Aleksandr Dvornikov, o "carniceiro de Aleppo" cuja nomeação era vista como prova de que Putin tinha decidido entrar a matar para acabar com a Ucrânia rapidamente.
Aparentemente, Dvornikov utilizou os seus métodos, mas não tem prática nenhuma quando enfrenta um exército não só determinado, mas muito melhor armado do que qualquer grupo Sírio.
Toda a informação é muito recente e ainda tem que ser confirmada e por isso há muita especulação envolvida.
Outros comentários dizem que os ucranianos podem estar a preparar qualquer coisa para o dia 8 de Maio.
[1] - Não confundir com Vitaly Gerasimov (morto em combate no mês passado)
É o canto do cisne para uma geração inteira de oficiais Russos. Não sei que reserva intelectual tem o país para lidar com o futuro.
Parece-me que há duas Russias, uma capaz de lidar com os desafios (académicos, tecnológicos) do séc. XXI mas que não tem o poder estratégico e outra com esse poder mas presa ao passado e ao estrangeiro próximo.
A nível operacional dá para ver isso. Ex: Unidade de infantaria com rádios topo de gama que não consegue comunicar com a artilharia que usa rádios analógicos dos anos 1970. Inteligência de sinais (SIGINT) não consegue informar o comandante de batalhão na zona X porque não têm rádios compatíveis e mais haverá.
Quem aprender com tudo isso (mesmo na derrota) tem o futuro garantido. Como sempre na história.
Tempos interessantes se avizinham ...