EUA fora das Lajes?

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Lusitan

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Re: EUA fora das Lajes?
« Responder #225 em: Outubro 31, 2019, 04:32:24 pm »
Portugal tem sido um aliado dos EUA, ninguém discute isso. Mas ...e os EUA têm sido um aliado de Portugal ?
Os EUA , mais do que aliados, têm interesses ; eu não critico, até acho que Trump tem razão, ele joga pela equipa dele : "America first".

Portugal deveria ter também um chefe que diga : "Portugal primeiro"  ou  "Nada contra a Nação, tudo pela Nação".  Os nossos políticos devem jogar pela nossa equipa e não pelas equipas alheias.

Se Portugal cede facilidades em território nacional deve obviamente ir buscar compensações. E quando falo de compensações não me refiro a sucata de refugo dos EUA .
Tristeza é o que sinto quando vejo colegas foristas a mendigar material de guerra americano em troca de favores nas Lajes. Sentiria orgulho se visse os mesmos foristas exigir mais independência nacional, mais meios para desenvolver industrias de ponta nacionais inclusive na área da defesa, maior empenho pela construção de um projecto nacional comum onde não caiba a subserviência a quem que seja.

Antes de tudo peço desculpa, mas não sei porque razão a minha mensagem não ficou registada no último post.

Legionário,

Os EUA e Portugal têm ambos interesses. Por vezes são comuns, por vezes não. Mas foi o senhor que dizia "Nada contra a Nação, tudo pela Nação" que entrou para a aliança liderada pelos EUA.
Estar numa aliança tem vantagens e desvantagens, mas para ser ouvido é preciso ter arcaboiço. Portugal, tem de ser realista e, analisando as suas fragilidades e vantagens estratégicas, aproveitar ao máximo as vantagens que as alianças que estabelece lhe proporcionam.
Por outro lado, o "refugo" a que se refere continua a ser o melhor que temos em termos de defesa áerea, patrulhamento oceânico e luta anti-submarina, etc. Tendo ainda a questão que grande parte dos sistemas que temos têm tecnologia americana que só podemos comprar depois da aprovação dos americanos.
Essa mesma aliança permite-nos também obter informações que não teríamos capacidade de obter através dos nossos próprios meios.
Uma aliança não significa camaradagem e amizade. Significa interesses em comum. Por essa razão é que os gregos são aliados dos turcos, os portugueses dos espanhóis, os alemães dos polacos, etc.

Além disso, o facto de sermos aliados dos americanos não nos impede de termos os nossos prórpios interesses e de fazer negócios com outros países, nomeadamente com a China e a Rússia, como tem ocorrido com frequência.
 

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legionario

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Re: EUA fora das Lajes?
« Responder #226 em: Novembro 01, 2019, 12:12:20 am »
Ha uma coisa que penso estamos todos de acordo : os EUA só saem das Lajes se quiserem e quando quiserem. Isto é irritante  mas é assim mesmo. Portugal não tem autonomia nenhuma em matéria de defesa. Por exemplo : não temos defesa aérea. Dependemos completamente dos nossos aliados para a defesa AA ou até para projectar forças.

E as Lajes nisto tudo ?  As Lajes ja não servem como moeda de troca, como na altura em que o Salazar quis recuperar Timor ou quando precisou de apoio para os conflitos no ultramar. As Lajes são uma base que Portugal continua a conceder a um Estado que ainda recentemente propôs à Dinamarca, a compra da Gronelândia. Não estamos a pôr uma raposa dentro da nossa capoeira ? E se amanhã aparece um presidente americano ainda mais atrevido que o Trump que acha que o espaço vital dos EUA passa pelos Açores e pelas suas aguas ?

Recordo , mais uma vez, que foi precisamente com o nosso maior aliado, e potência dominante na altura, que passamos pela maior humilhação nacional : o Ultimatum inglês, ... o que precipitou a queda da monarquia e o descalabro da primeira republica, a ditadura, "et ainsi de suite".
Hoje, o que esta em jogo não são os recursos coloniais, mas sim os recursos marítimos. Contar com os EUA para nos ajudar quando eles são parte interessada...

Para ser realista, Portugal, membro da UE, deveria talvez pugnar pela criação de uma Força europeia, pois ja que somos membros da UE deveríamos talvez apoiar a construção de umas FA europeias nas quais nos pudéssemos eventualmente "encostar".

O ideal para mim, seria a independência nacional, fora dos grandes blocos ; seria o desenvolvimento de um bloco lusófono, mas isto é uma utopia pois Portugal não é uma Suécia que tem os meios para ser autónomo em termos de defesa, nem é uma Suíça ou uma Noruega , que têm dinheiro e recursos que chegam para serem países independentes.

Não tenho respostas mas constato os problemas e penso que os EUA nas Lajes podem ser um problema amanhã.

« Última modificação: Novembro 01, 2019, 12:20:21 am por legionario »
 

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Re: EUA fora das Lajes?
« Responder #227 em: Novembro 01, 2019, 11:41:21 am »
Ha uma coisa que penso estamos todos de acordo : os EUA só saem das Lajes se quiserem e quando quiserem. Isto é irritante  mas é assim mesmo. Portugal não tem autonomia nenhuma em matéria de defesa. Por exemplo : não temos defesa aérea. Dependemos completamente dos nossos aliados para a defesa AA ou até para projectar forças.

E as Lajes nisto tudo ?  As Lajes ja não servem como moeda de troca, como na altura em que o Salazar quis recuperar Timor ou quando precisou de apoio para os conflitos no ultramar. As Lajes são uma base que Portugal continua a conceder a um Estado que ainda recentemente propôs à Dinamarca, a compra da Gronelândia. Não estamos a pôr uma raposa dentro da nossa capoeira ? E se amanhã aparece um presidente americano ainda mais atrevido que o Trump que acha que o espaço vital dos EUA passa pelos Açores e pelas suas aguas ?

Recordo , mais uma vez, que foi precisamente com o nosso maior aliado, e potência dominante na altura, que passamos pela maior humilhação nacional : o Ultimatum inglês, ... o que precipitou a queda da monarquia e o descalabro da primeira republica, a ditadura, "et ainsi de suite".
Hoje, o que esta em jogo não são os recursos coloniais, mas sim os recursos marítimos. Contar com os EUA para nos ajudar quando eles são parte interessada...

Para ser realista, Portugal, membro da UE, deveria talvez pugnar pela criação de uma Força europeia, pois ja que somos membros da UE deveríamos talvez apoiar a construção de umas FA europeias nas quais nos pudéssemos eventualmente "encostar".

O ideal para mim, seria a independência nacional, fora dos grandes blocos ; seria o desenvolvimento de um bloco lusófono, mas isto é uma utopia pois Portugal não é uma Suécia que tem os meios para ser autónomo em termos de defesa, nem é uma Suíça ou uma Noruega , que têm dinheiro e recursos que chegam para serem países independentes.

Não tenho respostas mas constato os problemas e penso que os EUA nas Lajes podem ser um problema amanhã.

Nós não temos nem artilharia de campanha e queres que tenhamos AAA?Meios logisticos de projeção em termos navais e praticamente nula e por via aérea uns 3 C-130 e essa tal sociedade em que por vezes requesitamos os Antonov's 124 e nada além disso e não temos muitas outras coisas e a lista é extensa como sabemos.
Bem no pós guerra um embaixador americano chegou a fazer uma proposta para a compra dps Açores caso não saibas o Salazar é que nem conversa lhe deu,portanto de inédito nada teria.
Quanto á permanência dos EUA nas Lajes não sei dizer se é boom ou mau é o que há , o que me incomoda muito mais que esse facto é notar que nosso Governo não tem um plano B para essa eventualidade e é preocupante.
O que teria sentido no caso dos EUA abandonarem as Lajes o que não acredito a médio prazo pelo menos a médio prazo haveriam quatro  cenários possíveis em termos de geopolítica militar, a UE,a própria OTAN mas com outro enfoque,a nossa antiga aliança com o Reino Unido e abrangendo a commonwealth e a mais remota mas sempre a considerar pela via da CPLP,Rússia e China eu descarto de imediato em termos militares quero esse pessoal bem longe de mim.
É bom lembrar que a própria UE tem algumas Bases pelo Mundo porque não nos Açores?Se pretendem criar esse tal de exército Europeu embora isso no momento seja mais vago que o Braga ser campeão nacional de futebol,mas quem sabe um dia.
Uma das razões porque dou destaque á commonwealth não tem a ver somente com o Reino Unido mas até mais pelo Canadá por mais absurdo que isso seja,eles são uma potência econõmica mas não militar mas podem mudar o foco e para eles os Açores seriam importante penso eu.A CPLP é mais no sentido utópico que outra coisa qualquer pois não vejo força para desenvolverem algo que tornasse os Açores um lugar estratégico seja lá para o que for.
E sermos nós a utilizarmos essa Base primeiro seria muito oneroso ,teriamos de ter muitos recursos não só financeiros como humano e bélico então complica ainda mais.Ficam algumas sugestões.
zocuni
 

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Lusitan

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Re: EUA fora das Lajes?
« Responder #228 em: Novembro 02, 2019, 06:59:38 pm »
Ha uma coisa que penso estamos todos de acordo : os EUA só saem das Lajes se quiserem e quando quiserem. Isto é irritante  mas é assim mesmo. Portugal não tem autonomia nenhuma em matéria de defesa. Por exemplo : não temos defesa aérea. Dependemos completamente dos nossos aliados para a defesa AA ou até para projectar forças.

E as Lajes nisto tudo ?  As Lajes ja não servem como moeda de troca, como na altura em que o Salazar quis recuperar Timor ou quando precisou de apoio para os conflitos no ultramar. As Lajes são uma base que Portugal continua a conceder a um Estado que ainda recentemente propôs à Dinamarca, a compra da Gronelândia. Não estamos a pôr uma raposa dentro da nossa capoeira ? E se amanhã aparece um presidente americano ainda mais atrevido que o Trump que acha que o espaço vital dos EUA passa pelos Açores e pelas suas aguas ?

Recordo , mais uma vez, que foi precisamente com o nosso maior aliado, e potência dominante na altura, que passamos pela maior humilhação nacional : o Ultimatum inglês, ... o que precipitou a queda da monarquia e o descalabro da primeira republica, a ditadura, "et ainsi de suite".
Hoje, o que esta em jogo não são os recursos coloniais, mas sim os recursos marítimos. Contar com os EUA para nos ajudar quando eles são parte interessada...

Para ser realista, Portugal, membro da UE, deveria talvez pugnar pela criação de uma Força europeia, pois ja que somos membros da UE deveríamos talvez apoiar a construção de umas FA europeias nas quais nos pudéssemos eventualmente "encostar".

O ideal para mim, seria a independência nacional, fora dos grandes blocos ; seria o desenvolvimento de um bloco lusófono, mas isto é uma utopia pois Portugal não é uma Suécia que tem os meios para ser autónomo em termos de defesa, nem é uma Suíça ou uma Noruega , que têm dinheiro e recursos que chegam para serem países independentes.

Não tenho respostas mas constato os problemas e penso que os EUA nas Lajes podem ser um problema amanhã.

Legionário,~

Com o recrudescimento das relações entre os EUA e a Rússia, as bases no Atlântico voltaram a estar na ordem do dia como forma de controlar o movimento dos submarinos balísticos russos. Desde 2014 que os americanos, que até aí ponderavam abandonar as Lajes (e que nós andámos a pedinchar através de lobbying para que ficassem), começaram a repensar a sua estratégia no Atlântico Norte e a ver com outros olhos as Lajes. As Lajes, além de permitirem uma monitorização do tráfego marítimo, são também uma excelente base para luta anti-submarina.
Eu percebo que seria bom termos uma capacidade dissuasora significante. Mas para isso era essencial termos uma economia que suportasse essa capacidade. Temos uma economia anémica, mal estruturada, sem capacidade de absorção de impacto de choques económicos, corrupta até quinta casa (e não é culpa de políticos, é culpa de todos os portugueses que conhecem n situações, mas não denunciam), com uma economia paralela enorme, com fugas aos impostos por todos os lados.
Quem me dera que tivéssemos a capacidade duma Suécia ou até duma Suíça. Mas até resolvermos os nossos problemas internos, dificilmente chegaremos a esse ponto...

A UE conseguir criar uma força militar permanente é algo que só acontecerá se os EUA abandonarem a NATO. Primeiro, porque uma boa parte da UE é contra essa força permanente. Segundo porque grande parte dos países do leste da Europa dependem dos EUA para a sua defesa contra a Rússia. Não lhes interessa substituir um chapéu de chuva nuclear, por uma força no papel.
Mas é do nosso interesse entrar numa aliança dominada por uma potência continental cujos interesses não são na sua grande maioria coincidentes com os nossos, em detrimento duma aliança com uma potência marítima, cujo principal interesse (mar aberto) é coincidente com o nosso?
 
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Re: EUA fora das Lajes?
« Responder #229 em: Novembro 02, 2019, 10:53:10 pm »
Lusitan :
O seu raciocínio em relação à criação de uma Força Europeia é correcto mas acredito que elementos precursores como a Alemanha e a França tomem iniciativas, antes dos outros,  no sentido da criação de uma força conjunta...  àquela irão em seguida aderir outros países... e Portugal pode ser um dos primeiros países a aderir, porque não ?

Por outro lado, Portugal já faz parte de uma Aliança Militar : a OTAN .  No contexto das "divergências" com os russos,  os Açores poderiam albergar uma base da OTAN e não dos EUA.  Isto se os americanos aceitarem sair, o que eu não acredito.

Em relação aos russos :  Portugal também deveria considerar o desenvolver relações com o império russo. Em França há uma forte corrente de opinião que defende uma aproximação com a Rússia. Os mesmos motivos invocados pelos intelectuais franceses também servem para Portugal.  Os submarinos russos podem ser um problema para os EUA, mas e para Portugal , são um problema porquê ?

Mais uma vez repito, e não me canso de o fazer : os principais problemas que Portugal teve desde o fim das guerras com a Espanha, foram problemas causados pelos nossos aliados. Não só o já citado Ultmatum britânico, como também, por exemplo, a invasão de Timor pelas tropas aliadas (australianos e holandeses ) durante a 2a Guerra Mundial. Esta invasão "aliada" provocou a invasão japonesa que se seguiu. Neste conflito morreram dezenas de milhar de portugueses, timorenses e europeus. 
O Japão respeitou a neutralidade portuguesa em Macau mas viu-se obrigado a ocupar um Timor que se tinha tornado numa base "aliada". Não foi o Japão que violou a nossa neutralidade, foram os nossos "amigos" australianos (ou seja, ingleses) e holandeses.
Os nossos "aliados" no ultimo século deixaram muito a desejar. E quando precisamos deles, onde é que eles estão  ? Fizeram-nos um "toma" aquando da invasão de Goa, levamos com embargos durante as guerras de África... e no futuro os Açores, pela importância que tem, não só estratégica como económica correm o risco de nos ser disputados pelos EUA.

Conclusão : base dos EUA, não !  Base da OTAN e/ou da UE : sim !  :)
 

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Re: EUA fora das Lajes?
« Responder #230 em: Novembro 02, 2019, 11:55:30 pm »
Lusitan :
O seu raciocínio em relação à criação de uma Força Europeia é correcto mas acredito que elementos precursores como a Alemanha e a França tomem iniciativas, antes dos outros,  no sentido da criação de uma força conjunta...  àquela irão em seguida aderir outros países... e Portugal pode ser um dos primeiros países a aderir, porque não ?

Por outro lado, Portugal já faz parte de uma Aliança Militar : a OTAN .  No contexto das "divergências" com os russos,  os Açores poderiam albergar uma base da OTAN e não dos EUA.  Isto se os americanos aceitarem sair, o que eu não acredito.

Em relação aos russos :  Portugal também deveria considerar o desenvolver relações com o império russo. Em França há uma forte corrente de opinião que defende uma aproximação com a Rússia. Os mesmos motivos invocados pelos intelectuais franceses também servem para Portugal.  Os submarinos russos podem ser um problema para os EUA, mas e para Portugal , são um problema porquê ?

Mais uma vez repito, e não me canso de o fazer : os principais problemas que Portugal teve desde o fim das guerras com a Espanha, foram problemas causados pelos nossos aliados. Não só o já citado Ultmatum britânico, como também, por exemplo, a invasão de Timor pelas tropas aliadas (australianos e holandeses ) durante a 2a Guerra Mundial. Esta invasão "aliada" provocou a invasão japonesa que se seguiu. Neste conflito morreram dezenas de milhar de portugueses, timorenses e europeus. 
O Japão respeitou a neutralidade portuguesa em Macau mas viu-se obrigado a ocupar um Timor que se tinha tornado numa base "aliada". Não foi o Japão que violou a nossa neutralidade, foram os nossos "amigos" australianos (ou seja, ingleses) e holandeses.
Os nossos "aliados" no ultimo século deixaram muito a desejar. E quando precisamos deles, onde é que eles estão  ? Fizeram-nos um "toma" aquando da invasão de Goa, levamos com embargos durante as guerras de África... e no futuro os Açores, pela importância que tem, não só estratégica como económica correm o risco de nos ser disputados pelos EUA.

Conclusão : base dos EUA, não !  Base da OTAN e/ou da UE : sim !  :)
A França há décadas que anda a tentar criar uma força europeia, como contraponto aos russos e aos EUA. Esse era afinal de contas o grande sonho de de Gaulle. Nunca ganhou tracção devido às rivalidades europeias e à inflexibilidade dos estados europeus em abdicar da sua soberania, ironicamente devido muitas vezes à própria França. A Alemanha está lentamente a formar um exército com brigadas conjuntas com os holandeses e franceses e incorporando também algumas unidades checas. Pena é que seja mais uma forma de camuflar a falta de condições da Bundeswehr do que realmente um passo na direcção certa.
E é preciso ter em conta que nem os países da UE têm capacidade para combater num conflicto de alta intensidade sem os EUA devido à falta de meios (como ficou patente após 1 mês de bombardeamentos na Líbia), não tem meios de projecção estratégica em número suficiente, e mesmo a capacidade dissuasora nuclear é cada vez menor. Por isso só vejo a criação dum exército europeu no futuro próximo por dois motivos:
1. Fim da OTAN e saída dos EUA do palco europeu.
2. Um conflicto onde os interesses da UE são vitais e os EUA decidem não intervir, como por exemplo agressão russa à Suécia ou Finlândia.

Em França há uma grande sede por dinheiro russo, e isso faz com que as "correntes de dinheiro" aticem as famosos "correntes de opinião". A ideia duma aliança com a Rússia é antiga e servia como forma de colocar em cheque o domínio alemão da Europa. Mas como se viu no final da Segunda Guerra Mundial, o fim do domínio alemão criou o espaço para o domínio russo. E quer queiramos, quer não, neste momento a Alemanha é um país mais fiável do que a Rússia.
Além disso a Rússia (espero estar muito enganado devido às amizades que tenho nesse país) é um país que mais cedo ou mais tarde vai entrar em grave crise social. A sucessão de Putin vai levar a uma crise interna em que a corrente eurófila se vai degladiar com a corrente euroasiática pelo poder.
 

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Re: EUA fora das Lajes?
« Responder #231 em: Novembro 03, 2019, 06:47:31 pm »
Lusitano,
Em todo o lado há uma grande sede pelo dinheiro russo e pelo dinheiro de uma forma geral, não são só os franceses que têm esse defeito.
O caro colega forista desviou o tema do tópico para um assunto também muito interessante : a formação de uma Força Europeia. Ainda não sei onde esta esse tópico mas um destes dias vou até la terçar armas  :)

Vou-lhe dizer uma coisa mas fica entre nos os dois :  não convém, neste forum, opinar de forma desfavorável em relação aos EUA nem questionar a eficácia das armas que eles nos fornecem...ta a vêr, não é ?  ; ninguém nos bate mas podem apagar os postais, fazer-lhe um numero de "Prima-donna ofendida" etc  :) 

Em relação à ocupação da base das Lajes pelos americanos, ainda não percebi se o Lusitan é contra, a favor, mais ou menos...
Diga-me so uma coisa  :  se um governo português pedir aos EUA que desembaracem a loja , o Lusitan acha que eles, (os EUA), acatariam e que se iriam embora  ? 
« Última modificação: Novembro 03, 2019, 08:49:24 pm por legionario »
 

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Re: EUA fora das Lajes?
« Responder #232 em: Novembro 03, 2019, 07:33:17 pm »
se um governo português pedir aos EUA que desembaracem a loja , o Lusitan acha que eles, (os EUA), acatariam e que se iriam embora  ?

Sobre esse assunto, estou muito curioso por saber o desenlace da situação de Diego Garcia.
 

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Re: EUA fora das Lajes?
« Responder #233 em: Novembro 04, 2019, 11:18:33 am »
Lusitano,
Em todo o lado há uma grande sede pelo dinheiro russo e pelo dinheiro de uma forma geral, não são só os franceses que têm esse defeito.
O caro colega forista desviou o tema do tópico para um assunto também muito interessante : a formação de uma Força Europeia. Ainda não sei onde esta esse tópico mas um destes dias vou até la terçar armas  :)

Vou-lhe dizer uma coisa mas fica entre nos os dois :  não convém, neste forum, opinar de forma desfavorável em relação aos EUA nem questionar a eficácia das armas que eles nos fornecem...ta a vêr, não é ?  ; ninguém nos bate mas podem apagar os postais, fazer-lhe um numero de "Prima-donna ofendida" etc  :) 


Em relação à ocupação da base das Lajes pelos americanos, ainda não percebi se o Lusitan é contra, a favor, mais ou menos...
Diga-me so uma coisa  :  se um governo português pedir aos EUA que desembaracem a loja , o Lusitan acha que eles, (os EUA), acatariam e que se iriam embora  ?

Legionário,

Eu sou a favor de alianças que garantam a independência e a estabilidade em Portugal.  Enquanto os EUA, no contexto da NATO, forem um factor que contribua para isso, sou a favor da sua permanência nas Lajes.
Há um contrato entre os EUA e Portugal sobre o arrendamento das Lajes. Se interessar a ambas as partes a manutenção dos contratos, as partes devem cumprir com o que está estipulado e não acho que se devam romper contratos internacionais unilateralmente, a não ser em casos de força maior. Há o exemplo da base da baía de Subic nas Filipinas, em que as partes não chegaram a acordo relativamente ao leasing da estrutura pelos americanos e os americanos saíram sem problemas. E na altura Subic era bem mais importante que as Lajes são hoje para os EUA.
 

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Re: EUA fora das Lajes?
« Responder #234 em: Novembro 05, 2019, 01:11:48 am »
Estão com uma discussão interessante...mas a base não é dos EUA...é mesmo de Portugal...pelo menos a nível de Comando e gestão da mesma... os americanos ocupam uma parte que lhes foi cedida.
Já tiveram um efetivo destacado digno desse nome atualmente não chega às duas centenas de efetivos.
Asseguram alguns serviços na área de apoio em exclusivo e outros em parceria com Portugal, pois também serve o propósito de ambos os países, pois usam a base como plataforma de deployment de meios em trânsito de e para os Estados Unidos.

Mas a soberania é portuguesa. Raio de mania de dizer que a base é americana.
Um abraço
Raphael
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Re: EUA fora das Lajes?
« Responder #235 em: Novembro 05, 2019, 06:23:51 am »
Obrigado Raphael .   Finalmente vou poder dormir descansado :)

Sugiro que se apague este tópico  "EUA FORA DAS LAJES ?"  que não tem razão nenhuma de ser.

No entanto eu poderia tirar daqui da minha manga alguns incidentes do passado que justamente, puseram em causa a soberania portuguesa nas Lajes , ou seja, em que os EUA, forçaram a utilização do espaço nacional ; mas claro...são coisas do passado, para quê relembrar ?
« Última modificação: Novembro 05, 2019, 12:40:44 pm por legionario »
 

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raphael

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Re: EUA fora das Lajes?
« Responder #236 em: Novembro 06, 2019, 03:00:12 am »
Obrigado Raphael .   Finalmente vou poder dormir descansado :)

Sugiro que se apague este tópico  "EUA FORA DAS LAJES ?"  que não tem razão nenhuma de ser.

No entanto eu poderia tirar daqui da minha manga alguns incidentes do passado que justamente, puseram em causa a soberania portuguesa nas Lajes , ou seja, em que os EUA, forçaram a utilização do espaço nacional ; mas claro...são coisas do passado, para quê relembrar ?

Esses pormenores de braços de ferro desconheço.
Que continuam a usar a base como porta aviões no meio do atlântico para descanso e rotação de tripulações continuam.
Que têm na ilha instalações de comunicações e processamento de informação é uma realidade.
Que mantêm em funcionamento depósitos de combustível no exterior e interior da Unidade, sendo a segunda maior reserva de combustivel que têm fora de portas, apenas suplantado por outra instalação que têm na Ásia é uma realidade...
Reduziram significativamente o efetivo militar e reduziram para cerca de metade o número de civis portugueses a trabalhar para as forças americanas e com essa redução passaram a depender de uma unidade sedeada na Europa...

Mas sair das Lajes?
Duvido seriamente...poderão é no futuro trocar a capacidade da USAF pela capacidade da USNAVY, mas manter-se-ão por lá mais uns anos.

Nada de apagar tópico, a discussão é bastante proficua, mas vejo mais numa de qual ou quais os planos americanos para a continuada utilização das Lajes.
Os americanos apoiam em algumas áreas da componente logística e operacional porque também lhes interessa, aumentaram foi de sobremaneira a rotação de pessoal diminuindo os períodos de permanência do efetivo.
Um abraço
Raphael
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typhonman

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Re: EUA fora das Lajes?
« Responder #237 em: Abril 25, 2020, 03:13:28 pm »
Deixo aqui um artigo de 1989, referente a ajuda militar a Portugal, estavam previstos 57 helis e baterais HAWK, além dos F-16.












Por Peter Wise16 de fevereiro de 1989[/color][/size]
LISBOA, FEVEREIRO. 15 - A insistência portuguesa em aumentar a compensação pelo uso norte-americano de uma base aérea estratégica no meio do Atlântico resultou no compromisso dos Estados Unidos de fornecer 20 caças F16, mísseis Hawk e outros equipamentos militares que permitirão a Portugal desempenhar um papel mais importante. papel na estratégia de defesa ocidental, disseram autoridades portuguesas e americanas hoje. Autoridades disseram que os Estados Unidos também se comprometeram a aumentar a ajuda econômica a Portugal como resultado de consultas iniciadas há um ano, quando o primeiro-ministro Anibal Cavaco Silva, frustrado por uma redução nas compensações, pediu uma revisão formal do acordo de defesa bilateral de 1983 que dá ao país Estados utilizam a Base Aérea das Lajes nos Açores. Fontes diplomáticas disseram que o pacote de ajuda ajudaria a desenvolver uma nova relação militar entre Portugal e os Estados Unidos, que mudará a ênfase da contribuição de Portugal para a Organização do Tratado do Atlântico Norte, passando de instalações de base de leasing para um papel de defesa mais ativo, focado na guerra anti-submarina em meados de -Atlântico. Refletindo essa visão após conversas com Cavaco Silva e o ministro das Relações Exteriores João de Deus Pinheiro aqui hoje, o secretário de Estado James A. Baker III disse que os dois países têm abordagens semelhantes às questões da OTAN. "O relacionamento entre Portugal e os Estados Unidos é um dos mais próximos do meu governo", acrescentou Baker. O secretário de Estado parou aqui brevemente durante sua turnê pelas 15 capitais da OTAN. Além dos F16, Portugal receberá 57 helicópteros anti-submarinos, de combate e utilitários, radar de defesa aérea, 60 tanques, navio hidrográfico, veículos, munição e uma bateria de mísseis terra-ar Hawk, disseram autoridades do governo. A maior parte do hardware, incluindo os F16, será usada como equipamento fornecido pela Emenda Regional do Sul, uma medida que concede excedentes de material dos EUA a alguns aliados da OTAN. Embora seja um dos membros mais leais da OTAN, Portugal não foi capaz de desempenhar um papel tão ativo na aliança quanto outros países por causa de suas forças armadas mal equipadas. "Este equipamento ajudará Portugal a assumir seu principal papel estratégico na guerra submarina ar-naval", disse Alvaro Vasconcelos, especialista em defesa do Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais de Lisboa. Os F16s foram recebidos pela Força Aérea como consideravelmente mais avançados do que os A7s agora. Os aviões são importantes para a defesa de Portugal continental e da base das Lajes, enquanto os mísseis Hawk preenchem uma lacuna importante nas defesas aéreas de Portugal. Após a revisão do acordo base, a ajuda dos EUA a Portugal aumentará de US $ 117 milhões no ano fiscal de 1988 para mais de US $ 150 milhões no ano fiscal de 1989. Essa soma incluirá US $ 100 milhões em equipamentos sob a Emenda Regional do Sul e US $ 50 milhões em subsídios de assistência econômica , juntamente com parte de um programa habitacional de três anos no valor de US $ 55 milhões. A Casa Branca pediu ao Congresso a aprovação de 177,6 milhões de dólares para Portugal em 1990. O nível de ajuda dos EUA, no entanto, ainda está abaixo dos 207,9 milhões de dólares atingidos no ano fiscal de 1985.[/size][/pre]
 
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Re: EUA fora das Lajes?
« Responder #238 em: Junho 05, 2020, 07:11:45 pm »
EUA tinham conhecimento de manifestação independentista de 1975 nos Açores
https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/eua-tinham-conhecimento-de-manifestacao-independentista-de-1975-nos-acores

Citar
Os Estados Unidos da América tinham conhecimento da manifestação de 6 de junho de 1975 em Ponta Delgada, conotada com o independentismo, e deram indicações aos seus militares para defenderem a base das Lajes a tiro se necessário.



De acordo com documentos secretos norte-americanos que foram entretanto desclassificados e divulgados publicamente, devido à manifestação de 6 de junho de 1975 e à eventual derivada comunista no país, Washington deu essa indicação aos seus militares instalados na base da ilha Terceira.

Naquele dia, uma manifestação juntou cerca de 10 mil pessoas em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, sobretudo lavradores com diversas revindicações perante o Governo central e contra uma eventual tomada do poder no país pelos comunistas. O protesto acabou por ficar conotado com a independência dos Açores.

De acordo com os documentos, os norte-americanos tinham vários cenários previstos para os Açores, o primeiro dos quais apontava por manter a sua neutralidade, não informando o Governo português sobre as atividades separatistas e um possível ataque, e dizendo à Frente de Libertação dos Açores (FLA), liderada por José de Almeida, que não se iriam envolver.

Luís Andrade, docente universitário, estudioso de geopolítica e geoestratégia, declarou à agência Lusa que, com base na documentação que era secreta e tem vindo a ser divulgada pelos Estados Unidos nos últimos anos, Washington "poderia ter essa visão", mas "oficialmente nunca a manifestou".

Segundo o também professor catedrático de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade dos Açores, na altura tanto o embaixador norte-americano em Lisboa, Frank Carlucci, como o Consulado dos Estados Unidos em Ponta Delgada "nunca admitiram" a perspetiva de uma independência dos Açores.

Contudo, o especialista salvaguardou que "se a situação se tivesse deteriorado e houvesse uma enorme imprevisibilidade e instabilidade" no Governo central, sobretudo no verão de 1975, era "muito possível" que os norte-americanos apoiassem a independência.

Citando Henry Kissinger, ex-secretário de Estado norte-americano, que escreveu que Portugal estava perdido para o comunismo no denominado "verão quente", Luís Andrade referiu que "não se pode dizer claramente que os Estados Unidos queriam ocupar as ilhas dos Açores se a situação se complicasse a nível nacional", mas não seria de admirar "absolutamente nada que se tenha pensado seriamente no assunto".

O docente universitário admite que "houve alguns contactos" do líder da FLA com "várias entidades americanas", visando a independência dos Açores, mas "ao nível mais elevado da administração norte-americana" o responsável "nunca foi recebido".

Tendo a necessidade de salvaguardar a base das Lajes, referiu os norte-americanos "jogaram com os dois lados: com o Governo português, mantendo uma relação mínima, não quebrando o relacionamento, por um lado, mas atentos à situação nos Açores, por outro".

A base das Lajes era, na década de 1970, uma peça considerada fundamental na política de defesa norte-americana.

Devido a mutações geopolíticas, em 2015, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, confirmou a decisão do Pentágono de reduzir a presença dos Estados Unidos na estrutura militar da ilha açoriana da Terceira.

O embaixador norte-americano em Portugal, Robert Sherman, já tinha anunciado o plano do Pentágono para uma redução gradual de pessoal civil e militar na base militar das Lajes.

Segundo Sherman, a redução envolveria a redução de 900 para 400 trabalhadores civis portugueses e de 650 para 165 funcionários civis e militares dos Estados Unidos.

Entre Portugal e os Estados Unidos vigora uma acordo bilateral de defesa e cooperação que tem como pilar a base das Lajes.
Segundo o também professor catedrático de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade dos Açores, na altura tanto o embaixador norte-americano em Lisboa, Frank Carlucci, como o Consulado dos Estados Unidos em Ponta Delgada "nunca admitiram" a perspetiva de uma independência dos Açores.

Contudo, o especialista salvaguardou que "se a situação se tivesse deteriorado e houvesse uma enorme imprevisibilidade e instabilidade" no Governo central, sobretudo no verão de 1975, era "muito possível" que os norte-americanos apoiassem a independência.

Citando Henry Kissinger, ex-secretário de Estado norte-americano, que escreveu que Portugal estava perdido para o comunismo no denominado "verão quente", Luís Andrade referiu que "não se pode dizer claramente que os Estados Unidos queriam ocupar as ilhas dos Açores se a situação se complicasse a nível nacional", mas não seria de admirar "absolutamente nada que se tenha pensado seriamente no assunto".

O docente universitário admite que "houve alguns contactos" do líder da FLA com "várias entidades americanas", visando a independência dos Açores, mas "ao nível mais elevado da administração norte-americana" o responsável "nunca foi recebido".
Tendo a necessidade de salvaguardar a base das Lajes, referiu os norte-americanos "jogaram com os dois lados: com o Governo português, mantendo uma relação mínima, não quebrando o relacionamento, por um lado, mas atentos à situação nos Açores, por outro".

A base das Lajes era, na década de 1970, uma peça considerada fundamental na política de defesa norte-americana.

Devido a mutações geopolíticas, em 2015, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, confirmou a decisão do Pentágono de reduzir a presença dos Estados Unidos na estrutura militar da ilha açoriana da Terceira.

O embaixador norte-americano em Portugal, Robert Sherman, já tinha anunciado o plano do Pentágono para uma redução gradual de pessoal civil e militar na base militar das Lajes.

Segundo Sherman, a redução envolveria a redução de 900 para 400 trabalhadores civis portugueses e de 650 para 165 funcionários civis e militares dos Estados Unidos.

Entre Portugal e os Estados Unidos vigora uma acordo bilateral de defesa e cooperação que tem como pilar a base das Lajes.
 
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Re: EUA fora das Lajes?
« Responder #239 em: Junho 09, 2020, 01:39:49 pm »
EUA tinham conhecimento de manifestação independentista de 1975 nos Açores
https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/eua-tinham-conhecimento-de-manifestacao-independentista-de-1975-nos-acores

Citar
Os Estados Unidos da América tinham conhecimento da manifestação de 6 de junho de 1975 em Ponta Delgada, conotada com o independentismo, e deram indicações aos seus militares para defenderem a base das Lajes a tiro se necessário.



De acordo com documentos secretos norte-americanos que foram entretanto desclassificados e divulgados publicamente, devido à manifestação de 6 de junho de 1975 e à eventual derivada comunista no país, Washington deu essa indicação aos seus militares instalados na base da ilha Terceira.

Naquele dia, uma manifestação juntou cerca de 10 mil pessoas em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, sobretudo lavradores com diversas revindicações perante o Governo central e contra uma eventual tomada do poder no país pelos comunistas. O protesto acabou por ficar conotado com a independência dos Açores.

De acordo com os documentos, os norte-americanos tinham vários cenários previstos para os Açores, o primeiro dos quais apontava por manter a sua neutralidade, não informando o Governo português sobre as atividades separatistas e um possível ataque, e dizendo à Frente de Libertação dos Açores (FLA), liderada por José de Almeida, que não se iriam envolver.

Luís Andrade, docente universitário, estudioso de geopolítica e geoestratégia, declarou à agência Lusa que, com base na documentação que era secreta e tem vindo a ser divulgada pelos Estados Unidos nos últimos anos, Washington "poderia ter essa visão", mas "oficialmente nunca a manifestou".

Segundo o também professor catedrático de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade dos Açores, na altura tanto o embaixador norte-americano em Lisboa, Frank Carlucci, como o Consulado dos Estados Unidos em Ponta Delgada "nunca admitiram" a perspetiva de uma independência dos Açores.

Contudo, o especialista salvaguardou que "se a situação se tivesse deteriorado e houvesse uma enorme imprevisibilidade e instabilidade" no Governo central, sobretudo no verão de 1975, era "muito possível" que os norte-americanos apoiassem a independência.

Citando Henry Kissinger, ex-secretário de Estado norte-americano, que escreveu que Portugal estava perdido para o comunismo no denominado "verão quente", Luís Andrade referiu que "não se pode dizer claramente que os Estados Unidos queriam ocupar as ilhas dos Açores se a situação se complicasse a nível nacional", mas não seria de admirar "absolutamente nada que se tenha pensado seriamente no assunto".

O docente universitário admite que "houve alguns contactos" do líder da FLA com "várias entidades americanas", visando a independência dos Açores, mas "ao nível mais elevado da administração norte-americana" o responsável "nunca foi recebido".

Tendo a necessidade de salvaguardar a base das Lajes, referiu os norte-americanos "jogaram com os dois lados: com o Governo português, mantendo uma relação mínima, não quebrando o relacionamento, por um lado, mas atentos à situação nos Açores, por outro".

A base das Lajes era, na década de 1970, uma peça considerada fundamental na política de defesa norte-americana.

Devido a mutações geopolíticas, em 2015, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, confirmou a decisão do Pentágono de reduzir a presença dos Estados Unidos na estrutura militar da ilha açoriana da Terceira.

O embaixador norte-americano em Portugal, Robert Sherman, já tinha anunciado o plano do Pentágono para uma redução gradual de pessoal civil e militar na base militar das Lajes.

Segundo Sherman, a redução envolveria a redução de 900 para 400 trabalhadores civis portugueses e de 650 para 165 funcionários civis e militares dos Estados Unidos.

Entre Portugal e os Estados Unidos vigora uma acordo bilateral de defesa e cooperação que tem como pilar a base das Lajes.
Segundo o também professor catedrático de Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade dos Açores, na altura tanto o embaixador norte-americano em Lisboa, Frank Carlucci, como o Consulado dos Estados Unidos em Ponta Delgada "nunca admitiram" a perspetiva de uma independência dos Açores.

Contudo, o especialista salvaguardou que "se a situação se tivesse deteriorado e houvesse uma enorme imprevisibilidade e instabilidade" no Governo central, sobretudo no verão de 1975, era "muito possível" que os norte-americanos apoiassem a independência.

Citando Henry Kissinger, ex-secretário de Estado norte-americano, que escreveu que Portugal estava perdido para o comunismo no denominado "verão quente", Luís Andrade referiu que "não se pode dizer claramente que os Estados Unidos queriam ocupar as ilhas dos Açores se a situação se complicasse a nível nacional", mas não seria de admirar "absolutamente nada que se tenha pensado seriamente no assunto".

O docente universitário admite que "houve alguns contactos" do líder da FLA com "várias entidades americanas", visando a independência dos Açores, mas "ao nível mais elevado da administração norte-americana" o responsável "nunca foi recebido".
Tendo a necessidade de salvaguardar a base das Lajes, referiu os norte-americanos "jogaram com os dois lados: com o Governo português, mantendo uma relação mínima, não quebrando o relacionamento, por um lado, mas atentos à situação nos Açores, por outro".

A base das Lajes era, na década de 1970, uma peça considerada fundamental na política de defesa norte-americana.

Devido a mutações geopolíticas, em 2015, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, confirmou a decisão do Pentágono de reduzir a presença dos Estados Unidos na estrutura militar da ilha açoriana da Terceira.

O embaixador norte-americano em Portugal, Robert Sherman, já tinha anunciado o plano do Pentágono para uma redução gradual de pessoal civil e militar na base militar das Lajes.

Segundo Sherman, a redução envolveria a redução de 900 para 400 trabalhadores civis portugueses e de 650 para 165 funcionários civis e militares dos Estados Unidos.

Entre Portugal e os Estados Unidos vigora uma acordo bilateral de defesa e cooperação que tem como pilar a base das Lajes.
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