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Forças Armadas e Sistemas de Armas => Exército Português => Tópico iniciado por: typhonman em Novembro 29, 2020, 09:56:48 pm

Título: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: typhonman em Novembro 29, 2020, 09:56:48 pm
Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: HSMW em Novembro 29, 2020, 10:11:08 pm
O que se entende por Regime Misto?
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: typhonman em Novembro 29, 2020, 10:20:07 pm
O que se entende por Regime Misto?

Voluntariado para as forças ditas "especiais", e para funções de atirador/morteiro AC, etc, SMO, 1 ano por exemplo.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: Lightning em Novembro 30, 2020, 03:54:16 pm
Para mim nenhuma dessas soluções sozinha são solução.

Na minha opinião é necessário

1- aumentar os ordenados (quem é que quer ir de Lisboa ou Porto para o interior para ganhar 600€? para ganhar isso mais vale trabalhar num supermercado ou McDonald's e dorme todos os dias em casa.

2- Mais estabilidade para praças, mas isto só por si não é a solução, vemos a situação do concurso para a PSP que sobraram vagas.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: PereiraMarques em Novembro 30, 2020, 06:59:21 pm
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/21472/1/55_CapBrunaOliveira_TII_VF.pdf

https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/6884/1/Quadro%20Permanente%20de%20Pra%C3%A7as%20no%20Ex%C3%A9rcito....pdf
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: Cabeça de Martelo em Dezembro 02, 2020, 04:56:46 pm
Não há que enganar, aumenta-se os salários, especialmente na classe de Praças, contratos mínimos de 4 anos, contratos de longa duração e um Quadro Permanente para Praças (mesmo número que os Sargentos.

Ah, isso seria para reter os Praças, para aumentar o número de Praças desde o primeiro momento, é preciso aumentar o número de vagas.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: PereiraMarques em Dezembro 02, 2020, 05:24:47 pm
O número de Praças QP é relativamente secundário, convém saber que especialidades devem ter Praças nesse Quadro Especial ou se é para abranger todas as especialidades.

Parece-me que OE , algumas subespecialidades nos Paraquedistas (e talvez Comandos) (p. .ex., PREC, Dobradores, etc.) e especialidades de envolvam a operação e/ou manutenção de material tecnologicamente mais avançado deverão ser as únicas com Praças QP.

Agora Atiradores de Infantaria, Condutores Auto, Secretariado, Cozinheiros, etc., não me parece fazer sentido.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: Cabeça de Martelo em Dezembro 02, 2020, 05:44:44 pm
O número de Praças QP é relativamente secundário, convém saber que especialidades devem ter Praças nesse Quadro Especial ou se é para abranger todas as especialidades.

Parece-me que OE , algumas subespecialidades nos Paraquedistas (e talvez Comandos) (p. .ex., PREC, Dobradores, etc.) e especialidades de envolvam a operação e/ou manutenção de material tecnologicamente mais avançado deverão ser as únicas com Praças QP.

Agora Atiradores de Infantaria, Condutores Auto, Secretariado, Cozinheiros, etc., não me parece fazer sentido.

Penso que não seja o único a pensar nisso, dito isto faz-me uma certa espécie haver Especialidades onde não haveria a possibilidade de entrar para o QP. Um indivíduo ia para essa Especialidade para quê? Podia era haver subespecialidades só para militares do QP, como por exemplo Operador de Equipamento Pesado de Engenharia, SOGAs, Carros de Combate, etc.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: PereiraMarques em Dezembro 02, 2020, 11:08:24 pm
Podem sempre mudar de especialidade. É normalíssimo as Praças que ingressam na ESE irem para Armas ou Serviços diferentes do da especialidade de origem.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: AtInf em Dezembro 03, 2020, 02:52:49 pm
O número de Praças QP é relativamente secundário, convém saber que especialidades devem ter Praças nesse Quadro Especial ou se é para abranger todas as especialidades.

Parece-me que OE , algumas subespecialidades nos Paraquedistas (e talvez Comandos) (p. .ex., PREC, Dobradores, etc.) e especialidades de envolvam a operação e/ou manutenção de material tecnologicamente mais avançado deverão ser as únicas com Praças QP.

Agora Atiradores de Infantaria, Condutores Auto, Secretariado, Cozinheiros, etc., não me parece fazer sentido.

O procedimento para a admissão e gestão de carreiras de um Quadro de Praças deverá ser o mesmo utilizado para os QP dos Oficiais e dos Sargentos.
Um Oficial ou Sargento QP não permanecem na mesma função ao longo da carreira, fazem cursos que lhes conferem outras aptidões tais como: sapadores, transmissões das armas ou o curso de alimentação. Ao longo da carreira vão exercendo diferentes funções, portanto será redutor ver um Praça QP como Atirador de Infantaria ou municiador de obus até se reformar.
E são precisamente algumas das especialidades citadas, excepção aos Atiradores, que mais sentido faz pertencerem a um QP Praças.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: LM em Dezembro 03, 2020, 03:11:41 pm
Julgo que já questionei mas vou voltar: nos exercito dos EUA ascender à categoria de "NCO" é usual para os que começam como soldados em que percentagem (mais ou menos)? É usual haver soldados "para a vida" ou a ideia (tendência) é "para cima ou para fora"? 
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: AtInf em Dezembro 03, 2020, 08:20:47 pm
Julgo que já questionei mas vou voltar: nos exercito dos EUA ascender à categoria de "NCO" é usual para os que começam como soldados em que percentagem (mais ou menos)? É usual haver soldados "para a vida" ou a ideia (tendência) é "para cima ou para fora"?
Não sei exactamente qual o tempo esprcifico em cada posto, mas o procedimento é mesmo o "para cima ou para fora".
Sodados ou cabos "velhinhos" só se tiverem sido despromovidos :mrgreen:
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: Lightning em Dezembro 03, 2020, 11:13:05 pm
Julgo que já questionei mas vou voltar: nos exercito dos EUA ascender à categoria de "NCO" é usual para os que começam como soldados em que percentagem (mais ou menos)? É usual haver soldados "para a vida" ou a ideia (tendência) é "para cima ou para fora"?

Pelo que sei nos EUA tens um tempo limite para permanecer num posto, e cada vez que se sobe isso repete-se, (talvez a partir de um certo posto isso deixe de acontecer, aqueles de Master Sargent ou master chief... ) mas pelo menos nas posições mais baixas é literalmente para cima ou para fora.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: Clausewitz em Dezembro 05, 2020, 06:18:36 pm
Julgo que já questionei mas vou voltar: nos exercito dos EUA ascender à categoria de "NCO" é usual para os que começam como soldados em que percentagem (mais ou menos)? É usual haver soldados "para a vida" ou a ideia (tendência) é "para cima ou para fora"?

Penso que já respondi uma vez sobre isso. Existe a todos os níveis uma diferença brutal nas estruturas das carreiras militares entre os EUA (e os países anglo-saxónicos em geral) e Portugal.
Não existe uma divisão em classes diferentes entre praças e sargentos. Todos os NCO são “enlisted”, todos começam como soldados. Não existe um quadro permanente, todos começam com contratos, que depois podem ir sendo renovados por vontade de ambas as partes. Portanto respondendo à primeira pergunta, é usual apenas para aqueles que decidem renovar o seu contrato inicial, como progressão natural da carreira, sobretudo para níveis mais baixos de NCO. Mas muitos saem ao fim do primeiro contrato (que pode ter diferentes durações, mas normalmente não ultrapassa os 4 a 6 anos de serviço efectivo) e nunca chegam a NCO.
Sim, é completamente “para cima ou para fora”. Não, não existem soldados (praças) para a vida, aliás essa ideia é completamente bizarra no mundo anglo-saxónico e também deveria ser para nós, mas enfim…
Não digo que se utilizasse o modelo deles, são realidades diferentes, mas existem algumas coisas boas que poderíamos aproveitar.

Sobre as soluções normalmente apontadas e que parecem consensuais, tenho várias reticências e discordâncias.

Quadro permanente de praças deixa-me de pé atrás e no máximo aceitaria um número limitado, para especialidades técnicas com maior exigência de conhecimento e experiência e onde a disponibilidade física e mental não seja tão decisiva. E para militares com um perfil que possibilite depois o prosseguimento da carreira militar além de praça. Agora especialidades de combate e ainda para mais tropas especiais não me faz qualquer sentido. Nós não precisamos de aumentar o número de praças para fins estatísticos, precisamos para fins operacionais. E sim, a operacionalidade fica, e muito, comprometida com o avançar da idade, não vale a pena vir com lirismos, é a todos os níveis.

Sobre vencimentos, em vez de aumentos generalizados e cegos, poderíamos seguir os bons modelos de outros países. Definir as especialidades mais deficitárias e com mais impacto na operacionalidade, as mais caras e difíceis de formar e de reter e conceder bónus de admissão e sobretudo de retenção para as mesmas. Por exemplo poderia haver uma estrutura de abonos pecuniários definida para essas especialidades, em que o militar recebia a primeira parcela, de menor valor, após terminar o curso, uma segunda parcela de valor intermédio ao fim de 4 anos de serviço e a maior parte do valor após concluir 6 anos de contrato. Uma parte poderia até ser um abono a usar na compra de casa por exemplo. Isto seria sempre um bónus, que seria revisto e alterado para novas entradas caso as necessidades fossem mudando. O ponto também é procurar e premiar os perfis que mais interessa ter, se não fica-se sempre no mínimo denominador comum da mediocridade, que atrai a fina-flor do entulho.

Outra medida podem ser os falados contratos de longa-duração, mas para esses tem de existir a obrigatoriedade de no final do contrato o militar ter no mínimo uma formação certificada oficialmente e ao nível do 12º ano, bem como a frequências dos necessários estágios ainda que os mesmos tenham de ser realizados em entidades externas ao Exército. No fundo, em contrapartida do contrato de longa-duração, o Exército ficaria com o ónus de dedicar a parte final desse contrato exclusivamente às necessidades profissionais do militar e à sua reinserção no mercado de trabalho.

Outras coisas que se podem fazer são diminuir as necessidades de mão-de-obra pela modernização de alguns processos e diminuição da dispersão territorial, conceder a civis funções que não são de natureza militar, melhorar as condições de alojamento, não pôr os praças a fazer serviços pessoais para os graduados e direcioná-los o mais possível para as suas funções.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: PereiraMarques em Dezembro 05, 2020, 06:39:37 pm
Julgo que já questionei mas vou voltar: nos exercito dos EUA ascender à categoria de "NCO" é usual para os que começam como soldados em que percentagem (mais ou menos)? É usual haver soldados "para a vida" ou a ideia (tendência) é "para cima ou para fora"?

Penso que já respondi uma vez sobre isso. Existe a todos os níveis uma diferença brutal nas estruturas das carreiras militares entre os EUA (e os países anglo-saxónicos em geral) e Portugal.
Não existe uma divisão em classes diferentes entre praças e sargentos. Todos os NCO são “enlisted”, todos começam como soldados. Não existe um quadro permanente, todos começam com contratos, que depois podem ir sendo renovados por vontade de ambas as partes. Portanto respondendo à primeira pergunta, é usual apenas para aqueles que decidem renovar o seu contrato inicial, como progressão natural da carreira, sobretudo para níveis mais baixos de NCO. Mas muitos saem ao fim do primeiro contrato (que pode ter diferentes durações, mas normalmente não ultrapassa os 4 a 6 anos de serviço efectivo) e nunca chegam a NCO.
Sim, é completamente “para cima ou para fora”. Não, não existem soldados (praças) para a vida, aliás essa ideia é completamente bizarra no mundo anglo-saxónico e também deveria ser para nós, mas enfim…
Não digo que se utilizasse o modelo deles, são realidades diferentes, mas existem algumas coisas boas que poderíamos aproveitar.

Sobre as soluções normalmente apontadas e que parecem consensuais, tenho várias reticências e discordâncias.

Quadro permanente de praças deixa-me de pé atrás e no máximo aceitaria um número limitado, para especialidades técnicas com maior exigência de conhecimento e experiência e onde a disponibilidade física e mental não seja tão decisiva. E para militares com um perfil que possibilite depois o prosseguimento da carreira militar além de praça. Agora especialidades de combate e ainda para mais tropas especiais não me faz qualquer sentido. Nós não precisamos de aumentar o número de praças para fins estatísticos, precisamos para fins operacionais. E sim, a operacionalidade fica, e muito, comprometida com o avançar da idade, não vale a pena vir com lirismos, é a todos os níveis.

Sobre vencimentos, em vez de aumentos generalizados e cegos, poderíamos seguir os bons modelos de outros países. Definir as especialidades mais deficitárias e com mais impacto na operacionalidade, as mais caras e difíceis de formar e de reter e conceder bónus de admissão e sobretudo de retenção para as mesmas. Por exemplo poderia haver uma estrutura de abonos pecuniários definida para essas especialidades, em que o militar recebia a primeira parcela, de menor valor, após terminar o curso, uma segunda parcela de valor intermédio ao fim de 4 anos de serviço e a maior parte do valor após concluir 6 anos de contrato. Uma parte poderia até ser um abono a usar na compra de casa por exemplo. Isto seria sempre um bónus, que seria revisto e alterado para novas entradas caso as necessidades fossem mudando. O ponto também é procurar e premiar os perfis que mais interessa ter, se não fica-se sempre no mínimo denominador comum da mediocridade, que atrai a fina-flor do entulho.

Outra medida podem ser os falados contratos de longa-duração, mas para esses tem de existir a obrigatoriedade de no final do contrato o militar ter no mínimo uma formação certificada oficialmente e ao nível do 12º ano, bem como a frequências dos necessários estágios ainda que os mesmos tenham de ser realizados em entidades externas ao Exército. No fundo, em contrapartida do contrato de longa-duração, o Exército ficaria com o ónus de dedicar a parte final desse contrato exclusivamente às necessidades profissionais do militar e à sua reinserção no mercado de trabalho.

Outras coisas que se podem fazer são diminuir as necessidades de mão-de-obra pela modernização de alguns processos e diminuição da dispersão territorial, conceder a civis funções que não são de natureza militar, melhorar as condições de alojamento, não pôr os praças a fazer serviços pessoais para os graduados e direcioná-los o mais possível para as suas funções.

Uma das opiniões mais lúcidas que tenho ouvido (i.e. lido) por aqui...infelizmente como é tal maneira "revolucionária", "diferente", até "estrangeirada", nunca será aplicada...portanto vamos continuar a ficar com os "famosos" "Cabos FZ QP" (agora estendidos ao Exército e à FAP), "transfigurados" em trolhas, eletricistas, cozinheiros, etc., que pululam pelo tópico "A Marinha e o Zero Naval"...

Um quadro de Praças QP não pode ser um mero "centro de emprego" para o pessoal "patego" / das "berças" que não sabe fazer mais nada na vida...tem de ser orientado para as reais necessidades das FA, para especialidades que pela sua tecnicidade (seja de âmbito mais técnico-tático tipo OE, seja técnico-científico tipo Transmissões/Informática) assim o justifiquem!
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: LM em Dezembro 05, 2020, 06:46:04 pm
Confesso que a minha pergunta era, também, na esperança uma resposta deste tipo... de uma forma algo "instintiva" não entendo a teoria de "quadro permanente praças" como solução - pode funcionar a curto/médio prazo mas daqui a 15 anos começam os problemas.   
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: Camuflage em Dezembro 06, 2020, 12:46:33 pm
A solução pode ser bem mais simples. Começa em marketing para as FA, feito por quem sabe e não amadores e forçar que qualquer um que entre nas FA's tenha que começar por praça e ir subindo na carreira conforme a disponibilidade de concursos. Sendo que o mínimo obrigatório antes de concorrer a qualquer concurso são 2 anos como praça.
Se as pessoas atualmente tem mais competências académicas e podem concorrer a Sargentos ou Oficiais, porque raio é que vão estar a concorrer para praças? É assim tão difícil de perceber isto? Significa apenas que o sistema está desadequado à sociedade, força-se todos a passar por praça, oferecendo ainda formação para que possam completar o 12º ano/equivalente ou ainda ensino superior para que depois mais tarde possam ir concorrendo aos concursos.
Acabar com concursos para Sargentos e Oficiais abertos ao público, se o problema está na base, não se pode dar acesso direto ao topo.
Sistema voluntário/contrato atual não serve, as pessoas sabem que há um fim e por isso não querem levar um chuto no cu ao fim de 12 anos de serviço, querem poder continuar a subir na carreira, as FA não oferecem isto ao publico em geral, apenas a uma elite formada nas suas escolas/academias - só mudando esse paradigma é que se poderá ter ingresso de mais gente.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: typhonman em Dezembro 06, 2020, 02:30:44 pm
A solução pode ser bem mais simples. Começa em marketing para as FA, feito por quem sabe e não amadores e forçar que qualquer um que entre nas FA's tenha que começar por praça e ir subindo na carreira conforme a disponibilidade de concursos. Sendo que o mínimo obrigatório antes de concorrer a qualquer concurso são 2 anos como praça.
Se as pessoas atualmente tem mais competências académicas e podem concorrer a Sargentos ou Oficiais, porque raio é que vão estar a concorrer para praças? É assim tão difícil de perceber isto? Significa apenas que o sistema está desadequado à sociedade, força-se todos a passar por praça, oferecendo ainda formação para que possam completar o 12º ano/equivalente ou ainda ensino superior para que depois mais tarde possam ir concorrendo aos concursos.
Acabar com concursos para Sargentos e Oficiais abertos ao público, se o problema está na base, não se pode dar acesso direto ao topo.
Sistema voluntário/contrato atual não serve, as pessoas sabem que há um fim e por isso não querem levar um chuto no cu ao fim de 12 anos de serviço, querem poder continuar a subir na carreira, as FA não oferecem isto ao publico em geral, apenas a uma elite formada nas suas escolas/academias - só mudando esse paradigma é que se poderá ter ingresso de mais gente.

Sem dúvida, acertou na "muche".
Tanto é que no povo, apoia-se a candidatura dos jovens as Academias, que são sinal de prestígio, estudos superiores e "QUADRO PERMANENTE", já os praças, acabar por ser um escape, que ao fim de 6 anos, "chuto no cu".

No mínimo criar o ano "0" como praças, aos 18 anos e aos 19 entrar nas academias, ou mesmo 20, não vejo grande problema.

Abraços,
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: LM em Dezembro 06, 2020, 03:54:35 pm
Demasiado "radical" para a nossa - portuguesa - forma de pensar os oficiais a começarem obrigatoriamente por soldados... se conseguirmos a esmagadora maioria dos sargentos QP a começar uns 4/6 anos no mínimo como soldados já era muito bom.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: Camuflage em Dezembro 06, 2020, 04:38:27 pm
Demasiado "radical" para a nossa - portuguesa - forma de pensar os oficiais a começarem obrigatoriamente por soldados... se conseguirmos a esmagadora maioria dos sargentos QP a começar uns 4/6 anos no mínimo como soldados já era muito bom.

A maior parte dos jovens nem sequer sabe como funciona o sistema. É radical, mas é para quem está lá dentro e mal habituado, para quem vive na sociedade civil entrar numa nova instituição significa sempre começar por baixo, salvo se tenha um convite ou cunhas. Nas FA's não pode ser diferente, querem carne para canhão, então têm que fechar os tachos dados nas Academias/Escolas militares, não é por acaso que continuam abertas e sempre a formar mais gente que não é necessária de momento pois não têm quem comandar. Não vale a pena dizer que a pirâmide só se inverte se tiverem mais praças, a pirâmide inverte-se como eu disse, fechando a torneira aos superiores e priorizando o quadro de praças. Por outro lado é necessário marketing, maior transparência e sensibilização de que o trabalho que o militar faz, não é coçar a bilharda (e não venham dizer que não coçam, carradas de militares e ex-militares que passam por mim e o afirmam).

Há que reenquadrar o todo o sector ao Séc XXI e não querer ter todas as armas tradicionais dos anos 70, não é viável e economicamente é um abuso.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: HSMW em Dezembro 06, 2020, 04:59:06 pm
(https://moraremportugal.com/wp-content/uploads/2018/07/quanto-dinheiro-levar-para-Portugal-1.jpg)

A solução.

Mas acham que alguém quer estar a perder dinheiro durante um ou dois anos como Praça se pode ir para algo melhor?
Fazer viagens a atravessar metade de Portugal duas vezes por semana para ir ganhar 600€? Só 100€ ficam no gasóleo...

Começar por baixo?! E logo neste país...  ::)
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: typhonman em Dezembro 06, 2020, 05:42:11 pm
Demasiado "radical" para a nossa - portuguesa - forma de pensar os oficiais a começarem obrigatoriamente por soldados... se conseguirmos a esmagadora maioria dos sargentos QP a começar uns 4/6 anos no mínimo como soldados já era muito bom.

A maior parte dos jovens nem sequer sabe como funciona o sistema. É radical, mas é para quem está lá dentro e mal habituado, para quem vive na sociedade civil entrar numa nova instituição significa sempre começar por baixo, salvo se tenha um convite ou cunhas. Nas FA's não pode ser diferente, querem carne para canhão, então têm que fechar os tachos dados nas Academias/Escolas militares, não é por acaso que continuam abertas e sempre a formar mais gente que não é necessária de momento pois não têm quem comandar. Não vale a pena dizer que a pirâmide só se inverte se tiverem mais praças, a pirâmide inverte-se como eu disse, fechando a torneira aos superiores e priorizando o quadro de praças. Por outro lado é necessário marketing, maior transparência e sensibilização de que o trabalho que o militar faz, não é coçar a bilharda (e não venham dizer que não coçam, carradas de militares e ex-militares que passam por mim e o afirmam).

Há que reenquadrar o todo o sector ao Séc XXI e não querer ter todas as armas tradicionais dos anos 70, não é viável e economicamente é um abuso.

Pois, é o que passa cá para fora, a maior parte de ex oficiais RC e praças com quem falei dizem o mesmo, mas lá está, ainda aumentar os gastos com pessoal, quando já são 70% do orçamento anual, e o dinheiro para operações e manutenção?

Algo aqui esta mal, se o problema não está no excesso de praças...é fácil de ver aonde está...

Sem dinheiro para operações, melhor equipamento, mais exercícios e missões, o que sai cá para fora é "as super bock do bar" e o coça esquerdo e direito...

Abraços,
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: PereiraMarques em Dezembro 06, 2020, 06:29:26 pm
Os tempos de formação nas Academias também podiam ser reduzidos. Excecionando as medicinas e as engenharias, para que é que são precisos 5 anos de formação (licenciatura (3 anos) e mestrado (2 anos) para formar um Oficial Subalterno?

Não faria mais sentido o Mestrado ser feito mais tarde? Por exemplo, transformado em "Curso de Promoção a Oficial Superior", como condição de promoção de CAP/1TEN para MAJ/CTEN?
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: LM em Dezembro 06, 2020, 06:35:18 pm
Prestígio, cagança... se há cursos com mestrado integrado nas universidades as Academias têm de estar a par; aqui não é só característica dos militares. Daí eu tb julgar impossível obrigar a começarem como soldados, vai demasiado contra tradição e "aura" de importância social.

Já agora: nos EUA (RU, etc) os sargentos, que pelos vistos têm origem na classe soldados, têm curso superior em Escola Sargentos?
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: Lightning em Dezembro 06, 2020, 06:35:59 pm
Os tempos de formação nas Academias também podiam ser reduzidos. Excecionando as medicinas e as engenharias, para que é que são precisos 5 anos de formação (licenciatura (3 anos) e mestrado (2 anos) para formar um Oficial Subalterno?

Os oficiais RC (que só chegam a Tenente), tem curso de no máximo 1 ano.

Os oficiais de Academia têm essa formação de 5 anos.

Citar
Não faria mais sentido o Mestrado ser feito mais tarde? Por exemplo, transformado em "Curso de Promoção a Oficial Superior", como condição de promoção de CAP/1TEN para MAJ/CTEN?

É uma ideia, esses cursos já existem.
Curso de promoção a capitão.
Curso de promoção a oficial superior.
Curso de promoção a oficial general.
Seria uma questão de serem reorganizados.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: PereiraMarques em Dezembro 06, 2020, 08:40:39 pm
Prestígio, cagança... se há cursos com mestrado integrado nas universidades as Academias têm de estar a par; aqui não é só característica dos militares. Daí eu tb julgar impossível obrigar a começarem como soldados, vai demasiado contra tradição e "aura" de importância social.

Já agora: nos EUA (RU, etc) os sargentos, que pelos vistos têm origem na classe soldados, têm curso superior em Escola Sargentos?

Em termos de formação de base julgo que não. Mas a meio da carreira a maioria tem um ou vários Associate Degree, cursos superiores de curta duração (dois anos) de nível politécnico, semelhante ao que agora em Portugal são os CTeSP - Curso Técnico Superior Profissional. De salientar que em Portugal os cursos de entrada para Sargento dos QP passaram a ser precisamente os CTeSP leccionados pela Unidade Politécnica Militar do Instituto Universitário Militar, com pólos na ESE, CFTMFA e ETN/EF.

https://www.ium.pt/?p=4537
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: NVF em Dezembro 06, 2020, 11:18:50 pm
Royal Navy: 24 semanas
Royal Air Force: 30 semanas
British Army: 44 semanas

Depois pode haver especializações adicionais que requerem mais tempo, mas os números anteriores são a duração dos cursos de oficiais nas forças armadas britânicas. Para especialidades médicas, veterinárias, direito e outras que requeiram formação universitária, as durações ainda são menores, já que os candidatos fazem os cursos em universidades civis antes de se candidatarem às FFAA.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: Camuflage em Dezembro 06, 2020, 11:34:51 pm
E antes que me esqueça é necessário mexer nas idades, aceitar candidatos até aos 30 anos vai promover um aumento do pessoal.
Isso de só aceitar pessoal até aos 24 anos é para esquecer, nessa idade a maioria está num curso superior, não está para perder tempo na área militar. Só quando não há outra opção é que vão para a via militar, mais uma vez falta de adaptação das FA's à realidade social.
O que me parece é que querem meninos e mente-captos nas fileiras para poderem subjugar e comandar sem serem questionados, não vejo outro motivo para não se aumentar o limite de idade de idade de ingresso.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: typhonman em Dezembro 07, 2020, 11:27:07 am
E antes que me esqueça é necessário mexer nas idades, aceitar candidatos até aos 30 anos vai promover um aumento do pessoal.
Isso de só aceitar pessoal até aos 24 anos é para esquecer, nessa idade a maioria está num curso superior, não está para perder tempo na área militar. Só quando não há outra opção é que vão para a via militar, mais uma vez falta de adaptação das FA's à realidade social.
O que me parece é que querem meninos e mente-captos nas fileiras para poderem subjugar e comandar sem serem questionados, não vejo outro motivo para não se aumentar o limite de idade de idade de ingresso.

Realmente, não se compreende essa limitação de 24 anos,  até parece que o nosso manancial de recrutamento é tipo China ou Rússia.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: Cabeça de Martelo em Dezembro 09, 2020, 11:20:36 am
Já vou escrever isto pela segunda vez... :bang:

Penso que as Academias Militares no RU só aceitam pessoal com formação superior e por isso o tempo de curso é muitíssimo mais reduzido que nas nossas (1 ou 2 anos?). Sabendo que neste momento todos os Oficiais RC têm essa formação, sabemos que há "mercado" para isso e o Exército obtinha Oficiais QP por uma fracção do custo.

Sargento a começar por Praças? Eu gosto da ideia, exigia-se o agora banal 12º ano, fazia-se os concursos e entrava quem mostra-se a qualidade necessária. Isso seria bom até para a retenção de pessoal.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: PereiraMarques em Dezembro 09, 2020, 11:31:14 am

Penso que as Academias Militares no RU só aceitam pessoal com formação superior e por isso o tempo de curso é muitíssimo mais reduzido que nas nossas (1 ou 2 anos?).

Not really... https://apply.army.mod.uk/how-to-join/can-i-join/qualifications

Conforme disse 5 anos para formar Oficiais subalternos / Capitães não faz sentido...Uma parte substancial da formação devia ser feita a meio da carreira, na transição de Capitão para Oficial Superior, e isso podia corresponder ao Mestrado.
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: Cabeça de Martelo em Dezembro 09, 2020, 12:01:17 pm

Penso que as Academias Militares no RU só aceitam pessoal com formação superior e por isso o tempo de curso é muitíssimo mais reduzido que nas nossas (1 ou 2 anos?).

Not really... https://apply.army.mod.uk/how-to-join/can-i-join/qualifications

Conforme disse 5 anos para formar Oficiais subalternos / Capitães não faz sentido...Uma parte substancial da formação devia ser feita a meio da carreira, na transição de Capitão para Oficial Superior, e isso podia corresponder ao Mestrado.

ALIS points? Isso é o quê? Média final de Liceu?

E nos restantes Ramos?

O que defendes é algo como:

Licenciatura (3 anos) - Alferes/Tenente

Mestrado (1 ano) - Capitão/Major

Doutoramento - Tenente-Coronel para cima?
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: PereiraMarques em Dezembro 09, 2020, 12:19:04 pm
Para mim o Mestrado faria mais sentido como "Curso de Promoção a Oficial Superior", portanto na transição de CAP para MAJ. Mas também não me incomoda que possa ser o "Curso de Promoção a Capitão", apesar de esse ter necessariamente uma componente mais "prática" e menos "académica" e portanto mais lecionada na Escola das Armas / Escola dos Serviços e menos na AM / IUM. Até podíamos ter um sistema misto: "Curso de Promoção a Capitão" correspondia ao 1.º ano do Mestrado, à componente letiva, e atribuía um Diploma de Pós-Graduação; o "Curso de Promoção a Oficial Superior" correspondia ao 2.º ano do Mestrado, à dissertação, e atribuía o Grau de Mestre.

Em relação ao Doutoramento, já atualmente está previsto que o "Curso de Promoção a Oficial General" corresponda ao 1.º ano de Doutoramento, ao ano de aulas, de componente letiva, depois quem quiser mesmo ter o Doutoramento que faça a Tese (150 a 200 páginas para cima).
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: NVF em Dezembro 09, 2020, 03:22:48 pm
O que é que interessa o que é o ALIS, quando isto responde à pergunta?

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DO I NEED A DEGREE TO BECOME AN OFFICER?
No, unless you want to serve as a Professionally Qualified Officer. When we recruit officers, we look for qualities rather than qualifications. You can start training to become an officer when you leave school at 18. You will have the chance to earn a degree while you're serving - with the added benefit of earning a great salary at the same time.

Tanto quanto sei, são atribuídos créditos a quem completa o curso, que podem ser utilizados num curso universitário.

E que tal um programa semelhante ao ROTC?
Título: Re: Praças Exército, qual a melhor solução, custo/benefício ?
Enviado por: Luso em Dezembro 09, 2020, 04:42:54 pm
Nacionalismo como orientação nacional, serviço militar obrigatório e militarização da sociedade.