A CP ficou dependente da RENFE por incompetência política dos nossos governos, este e o anterior ao não permitirem a CP comprar novos comboios, para não agravar o déficite!!!!
Mas ao fim de um parto de 3 anos, lá foram encomendados os comboios novos à Stadler Suiça, para entregas entre 2023 e 2026.
O facto de terem recorrido à RENFE, prende-se com o facto de ser o único operador europeu com a mesma bitola, de nome: "Ibérica"
A CP não podia alugar a mais ninguém, só os da RENFE cabem nas nossas linhas!!!!
E agora com a pandemia, ainda vai levar algum tempo até se notar novamente a falta de comboios!!!!!
Viajante à décadas que os políticos portugueses se estão a borrifar para os comboios. Aquela malta gosta é de autoestradas. Senão houvesse fundos estruturais provavelmente não se teria feito nada nas ultímas três décadas.
A titulo de exemplo aqui nos "Mouros", a circulação de comboios na ponte 25 de Abril começou a partir de uma "revolta" de motoristas por causa da união das portagens com a (na altura) futura ponte Vasco da Gama e que atingiu proporções tais que provavelmente fez o Ministro da época começar a temer pelo seu (posterormente confirmado) tacho na nova concessionária.
Noutro caso as eternas obras da linha de Sintra e da linha da cintura acabaram por ser acelaradas à pala da Expo e da inauguração da nova estação de caminhos de ferro.
Pelo menos o novo ministro/admnistração lá assinou os papeis/libertou o dinheiro que permitiu a reparação de unidades que estavam paradas à uma década. Mas reconhecamos que isto ser um factor positivo apenas demonstra o baixo nivel da bitola a que nos habituámos.
https://portugalferroviario.net/blog/2021/03/09/trainspotter-127-marco-de-2021/
Mas vou ficar por aqui que todo este tema ainda é mais off-topic que aquilo que é normal aqui pelo fórum.
Cumprimentos,
Bem, coloquei aqui para não continuar com offtopic
Em quase todos os sectores que dependam do poder político, as empresas não duram muito tempo ou ficam com saúde financeira debilitada! Seja porque a palavra “LUCRO” é um pecado para a esquerda (parece que preferem empresas a darem prejuízo para o estado despejar dinheiro sem parar), seja porque não há uma linha condutora para a sobrevivência de uma empresa!
Agora um bocado de história irónica, para tentar explicar o que é que os nossos políticos fazem mal e que acaba com grandes empresas
Já desde a aplicação do POC (Plano Oficial de Contabilidade) em Portugal, em 1977, que um dos mais importantes princípios da contabilidade e que continua a fazer parte do actual SNC (Sistema de Normalização Contabilística), é o princípio da continuidade!
O nosso POC, foi fortemente influenciado pela normalização contabilística francesa…. Bem, realmente o POC e a normalização francesa….. foram criados por uma pessoa sinistra, alemã e de nome Hermann Goering, que exigiu imediatamente um plano de normalização para poder contabilizar toda a indústria francesa para o esforço de guerra em comum com o que já tinham na Alemanha, logo após a invasão da França! As voltas que os acontecimentos dão…….
Voltando ao princípio da continuidade! Quando são criadas as empresas, pressupõem-se que estas não têem um fim à vista, por esse motivo a continuidade é muito importante, desde sempre. E é aí a principal falta de visão, de tacto ou o que lhe quisermos chamar dos nossos políticos, com decisões díspares que colocam em causa a continuidade de uma empresa (note-se, estamos a falar de empresas públicas, semi-públicas ou até privadas sob inflûencia pública).
O reflexo da decadência do sector ferroviário, pode ser medido por uma empresa que era líder tecnológica do sector, até à década de 70, a Sorefame! A Sorefame chegou a ter mais de 4000 trabalhadores e exportava comboios para o mundo inteiro!!!!! Muitas das carruagens que ainda hoje vemos em filmes americanos (as famosas carruagens de aço inox canelado). Agora a pergunta, quando é que será que se deu o início do declínio da Sorefame? A resposta é óbvia, a partir de 1974! Com ataques directos como greves, aumentos de salários astronómicos e indirectos, quando a CP cancelou grande parte das encomendas que a Sorefame tinha em carteira!!!! A Sorefame ainda voltou a estar em forma no início dos anos 90, mas….. com a passagem de mãos de vários grupos estrangeiros, a Sorefame foi perdendo influência, poder de decisão, poder industrial, até fechar em 2001.
Esta é a realidade! E seja com a Sorefame, com os Estaleiros de Viana do Castelo, Arsenal de Alfeite…….. tudo o que depende do Estado, precisa de um princípio muito importante, que é o da continuidade! Continuidade de encomendas, continuidade de investimento, ……. A incerteza é a maior inimiga de uma empresa (tal e qual como os momentos actuais de pandemia, que vai de certeza atirar muitas empresas para a falência). Mas no caso de empresas nas mãos do estado, mais parece que estas são assoladas por pandemias a cada 4 anos!!!!!!!
Quando tiver tempo, junto uma dúzia de empresas que já foram grandes na sua área e desapareceram e com isso perdemos imenso. Deixo só alguns nomes para reflectir como é que conseguimos destruír empresas gigantescas:
- CIMPOR (chegou a ser a 2ª maior da Europa com dezenas de fábricas espalhadas pelo mundo);
- Portugal Telecom (inventou os cartões pré-pagos e foi inovadora, agora faz parte da Altice e nem tem direito a usar o seu nome original);
- CUF (um colosso industrial com dezenas de milhares de trabalhadores);
- Siderurgia Nacional;
- Sorefame (Chegou a ter mais de 4000 trabalhadores e estava no estado de arte no início dos anos 70);
- Banca Nacional (um certo senhor que não confia nos bancos e que nos governou 6 anos, quase conseguiu levar à falência a CGD e o BCP com os seus jogos de poder. Só na CGD injectamos quase 10 mil milhões de euros para a salvar, já no BCP, vá lá, foram os accionistas que ficaram a arder em milhares de milhões de euros. Mas o que é relevante é que um sector estratégico, foi entregue aos estrangeiros, neste momento só temos a CGD em mãos nacionais). Entretanto o BCP, BPI, Santander/Totta, Novo Banco….. estão em mãos estrangeiras;
- O sector da construção civil (que era um dos poucos sectores que podia competir em qualquer parte do mundo, apesar de serem mais pequenas, estavam muito bem organizadas, faliram 2/3 das empresas);
- Quimonda;
…….
É melhor não escavar mais. Mas é impressionante a nossa capacidade de destruição de valor!!!!!
E não vejo forma de mudar, enquanto tivermos geringonços que atacam o lucro das empresas!!!!!! Já nem a Rússia faz tal disparate, nem a China, muito pelo contrário! Ficamos sempre com os velhos do Restelo do Comunismo/maoísmo!!!!!