Ciclo de Manutenção VDG

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luis filipe silva

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« Responder #75 em: Fevereiro 26, 2006, 11:08:47 pm »
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Luis Filipe Silva
 

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balburdio

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Re: Ciclo de Manutenção VDG
« Responder #76 em: Março 27, 2006, 06:09:25 am »
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As guarnições destes navios têm comissões de 3 anos em consonância com o ciclo de manutenção obviamente. Estes 3 anos dividem-se desta forma:

- 1º ano: AA (Arsenal do Alfeite) - no estaleiro entre 6 a 9 meses dependendo do tipo de manutenção, e a seguir provas de mar, e eventualmente regresso ao estaleiro para retificações (já não seria a primeira vez  :wink: )

- 2º ano: Treino básico/Treino Operacional/OST - durante este ano o navio tem que cumprir com várias etapas no seu treino, com o culminar do OST (obrigatório para o navio que vai integrar a SNMG1 ou que irá participar em operações reais)

- 3º ano: Operacional - este é o ano operacional por excelência, onde o navio e a sua guarnição terão a oportunidade para mostrarem o seu real valor



Esse modelo de Ciclo de Manutenção é muito simplificado por um lado e específico por outro dado que só se reporta à fragata destinada à SNMG1.
Além disso não está realmente correcto.

Eu não defendo de todo a solução de 3 fragatas, mas a operacionalidade das VdG tem-se cotado nos 77%.

O 1º ciclo tem início após o comissionamento da fragata.
Cada ciclo dura 108 meses e não os 3 anos indicados.

Existem 4 conceitos a considerar, o de pequenas reparações, o de revisões pequenas(não confundir), o de revisões intermédias e o de grandes revisões.

Convém esclarecer que as chamadas grandes revisões não são planeadas no ciclo base, já que são opcionais e a definir pelo operador.

As pequenas reparações duram cerca de 45 dias e não exigem doca seca. Por regra há 2 entre cada revisão.

A 1ª revisão é pequena, acontece após 28 meses de operacionalidade e dura 4 meses.

A 2ª revisão, igualmente pequena,acontece 32 meses após a 1ª e dura igualmente 4 meses.

A 3ª e última do ciclo é a "revisão intermédia" (porque antecede o chamado ciclo de meia vida: o 2ª ciclo onde esta revisão é frequentemente um MLU ou uma grande revisão), acontece 32 meses após a 2ª e dura 8 meses.
Esta manutenção pode assumir, como estaria previsto para o 2º ciclo das VdG, o carácter de MLU e nesse caso durará 12 meses.

A NRP Vasco da Gama foi comissionada em Janeiro de 91;
A NRP Alvares Cabral foi comissionada em Maio de 91;
A NRP Corte Real foi comissionada em Novembro de 91.

Ou seja os ciclos estão muito próximos uns dos outros, isto pode levar a alguns problemas de coincidência nas revisões mas por outro lado tb significa que há uma grande probabilidade das 3 estarem operacionais em simultâneo. Se fizermos as contas concluimos que a disponibilidade operacional simultânea é de 49%
 

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snakeye25

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« Responder #77 em: Maio 21, 2006, 11:10:34 pm »
A utilização deste sistema numa das classes mais antigas teria que ser acompanhado pela instalação de um radar de controlo de tiro (como os STIR das VG), visto que os Sea Sparrow são de guiamento radar semi-activo. O alvo tem que ser iluminado pelo radar de controlo de tiro de forma permanente para que o SS se guie pelas ondas de radar reflectidas.

De qualquer forma, mesmo o radar de busca original das Baptista de Andrade já foi retirado... :roll:
Um abraço,

André Carvalho
 

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Rui Elias

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« Responder #78 em: Maio 22, 2006, 10:20:56 am »
Ser possível é, mas julgo que pelo prazo de vida que as corvetas e as João Belo terão pela rente, já não velerá a pena.

Foi pena que as João Belo não tivessem sofrido uma boa modernização em início dos anos 90.

Mas como referiu o Luís, agora é tarde.

Quanto ao Bérrio, seria interessate dotá-lo de um ou 2 Phalanx de 20mm, mas mesmo este está destinado, mais ano menos nan a ser substituido por um novo AOR (pelo menos é essa a intenção da Marinha a sua segunda prioridade a seguir às OHP's).

Outra ideia seria tentar adaptar alguns desses lançadores e respetivos radares a 3 dos NPO's.
 

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papatango

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« Responder #79 em: Maio 22, 2006, 10:37:02 am »
O problema não é o lançador, mas sim o que eles lançam.

Não tem grande vantagem efectuar uma mudança de lançador neste momento, o que seria possível/desejavel seria utilizar os actuais lançadores para lançar ESSM.

Como já foi dito, o problema são os radares que devem guiar os misseis até à proximidade do alvo. O seu custo e a sua instalação, são bastante caros.

A instalação de tal sistema numa João Belo neste momento não faria sentido sem radares e a instalação de radares nas fragatas seria anti-economico.

Nas corvetas então...
Nem se fala.

Nos NPO, será necessário estudar a questão, analisando onde se colocaria o lançador, porque presentemente para colocar tal lançador num NPO, só colocando o dito na plataforma de aterragem, ou no lugar da peça de 40mm.

O espaço a bordo destes navios patrulhas, não parece ter sido optimizado para colocar um lançador deste tipo. Há espaço para mísseis Harpoon por exemplo, mas para um lançador Mk.29, nem por isso.

Cumprimentos
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Rui Elias

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« Responder #80 em: Maio 22, 2006, 10:49:22 am »
Papatango:

Por mim, nessas plataformas mais "artilhadas" eu não me importaria de sacrificar o deck para os helis.

Afinal os NPO não têm heli orgânico e por isso esse espaço poderia ser aproveitado para esse lançador, e mantinha-se a peça de 40mm.

Ficariamos com uma classe de 3 ou 4 mini-corvetas, "desenrracacadas"
 

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papatango

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« Responder #81 em: Maio 22, 2006, 10:54:25 am »
Você precisa de um helicoptero se quer utilizar misseis Harpoon, portanto faz muito mais sentido ter misseis Harpoon num NPO/corveta que misseis anti-aéreos.

Do meu ponto de vista os misseis anti-aéreos são secundários numa corveta, mas os misseis anti-navio são de maior importância. E para ter os misseis anti-navio, tem que se preservar a capacidade de transportar um helicóptero, se queremos aproveitar as características do Harpoon.

É possível pelo menos em teoria colocar um hangar telescópico abordo de um NPO, mas há alterações noutros lados que são também necessárias.

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Rui Elias

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« Responder #82 em: Maio 22, 2006, 11:26:43 am »
Papatango:

Eu sei que pode parecer um pouco heterodoxo, mas os recentes exercícios em que foi afundado o pobre do Limpopo não daria espaço para que uma solução dessas fosse adaptável aos NPO'?

É que sacrificar a peça de 40mm, retira-lhe a capacidade de missões "administrativas" que são a base dos NPO, e para intimidar um pesqueiro, ou um navio suspeito de contrabando, a peça de 40mm é mais adequada que o lançamento de míssies superfície-superfície.

O que eu preconizaria era o NPO coma missão primária para que foi concebido (e daí a manutenção da peça) mas com essa capacidade suplementar de fazer mais coisas, caso fosse necessário.
 

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papatango

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« Responder #83 em: Maio 22, 2006, 11:54:20 am »
Rui Elias: Os exercicios do Limpopo, foram uma forma de gastar munição velha, ou próximo do periodo de validade.

A verdade, é que embora se possa analisar a possibilidade de atacar aquele tipo de alvo com misseis anti-aéreos, trata-se apenas de verificar a possibilidade prática de o fazer.

Ou seja, respondeu-se a uma pergunta académica:

Numa situação de crise, em que o canhão de 100mm encravasse e não fosse possivel voltar a po-lo em funcionamento rapidamente, existe a possibilidade de utilizar o Sea-Sparrow?

Não sabemos a que distância foram feitos os disparos, mas não creio que do teste decorra uma alteração de doutrina.

Navios pequenos devem ser atacados a tiro de canhão, que é muito mais barato, logo como disse, não faz sentido remove-lo.

E não há grande espaço no NPO/Corveta para colocar lançadores de Sea-Sparrow.

Um NPO/corvetizado, só pode ter uma função:
Luta anti-submarina, com capacidade de lançar torpedos e misseis anti-navio.

Considerando claro, que haverá outros navios dedicados à defesa aérea.

Isto partindo do principio de que futuramente as coisas tendem para uma marinha de NPO's (artilhados ou não) e de no máximo duas fragatas de defesa aérea.


Citação de: "Luis Filipe Silva"
Já agora o que é uma mini-corveta? O casco dos NPOs tem 80 metros.
Eu acho que o Rui Elias devia estar a pensar em mini fragatas e não em mini corvetas.

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papatango

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« Responder #84 em: Maio 22, 2006, 12:00:35 pm »
Citação de: "Luis Filipe Silva"
a tradição na Armada não é a de se fazerem remodelações de fundo, mas sim de tirar peso e tripulação. Casos J. Belo, J. Coutinho, B. Andrade.As excepções foram a Pero Escobar e o Sam Brás.

Creio que estariamos a ser injustos com a marinha, especialmente se fizermos uma análise dos sistemas das João Belo.

Foram reduzidas as peças, mas não há comparação na capacidade de combate ASW que as João Belo têm agora, contra a que tinham (pelo menos em teoria).

O sonar das João Belo, é idêntico ao das VDG, os lançadores de torpedos também, e parte da electrónica foi modernizada e colocada a par das VDG.

E hoje em dia, a capacidade dos sistemas electrónicos dos navios, é tão importante quanto a capacidade das suas armas.

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Rui Elias

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« Responder #85 em: Maio 22, 2006, 12:09:44 pm »
Luís:

Ao chamar "mini-corvetas"aos NPO's não me referi ao seu tamanho, que é grande, mas às capacidades militares.

O que me parece é que para 80 metros de comprimento, uma únca peça de 40 mm e ainda por cima aproveitada de plataformas a abater é pouco.

Quanto ao que o Papatango referiu, eu acho correcto.

Mas eu defenderia que para ASW ficariamos com as fragatas, que eu  preconizo, e aho que a marinha também, que deveremos ter no mínimo 2 fragatas de defesa aérea (as OHP poderão dar um jeito por mais 10 anos) e que os NPO's deveriam ter sistemas de luta superfície-superfície mais sofisticados.

A nível de defesa, poderiam, quanto a mim ter um CIWS a colocar por trás da peça, num ponto mais elevado, ou na ré.
« Última modificação: Maio 22, 2006, 01:59:54 pm por Rui Elias »
 

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luis filipe silva

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« Responder #86 em: Maio 22, 2006, 12:37:29 pm »
Papatango escreveu:

Citar
O sonar das João Belo, é idêntico ao das VDG, os lançadores de torpedos também, e parte da electrónica foi modernizada e colocada a par das VDG.


Assim como o helicóptero ASW, o CIWS e os SSM. Ou mesmo não havendo héli, isso sim, era um MLU. De resto foi um ugrade maiorzinho.
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luis filipe silva

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« Responder #87 em: Maio 22, 2006, 12:56:56 pm »
citação:
 
Citar
uma únca peça de 40 mm e ainda por cima aproveitada de plataformas a abater é pouco.


Caso ainda não tenham reparado (não é só o Rui) o nosso patrulha oceânico, é mesmo isso um "patrulha" não uma corveta (pena só que não possuam hângar para um héli mais pequeno só para salvamento e abordagem). Sendo assim, foram estudados para apenas aguentar o mar alto, coisa  para que os Cacine não foram concebidos. As corvetas também não foram concebidas como NPOs, mas como era o que havia, e relativamente novas, passaram a ter essa função. Em relação à peça de 40 mm. para fiscalizar a pesca servem: Para parar uma "voadora", a sua granada é mais rápida.
Para serviço SAR nem é precisa. Convençam-se de uma vez por todas, que a sua estrutura não foi desenhada para mais. O tal NPO "musculado"
era muito mais caro, e concebido como tal. Se fôr precisa uma peça de 40 Oto-Breda, pode-se instalar. Uma Emerlec também. Para além disso tudo são apenas exercícios académicos.

Eu também gostava que houvesse quatro corvetas a substituir as B. Andrade, mas concebidas de raíz como navios combatentes.
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Rui Elias

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« Responder #88 em: Maio 22, 2006, 01:58:21 pm »
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Eu também gostava que houvesse quatro corvetas a substituir as B. Andrade, mas concebidas de raíz como navios combatentes.


Isso seria o ideal.

Por mim, umas Meko-A 100 seriam maravilhosas.

Já que a nossa Marinha dificilmente terá no futuro mais que 5 fragatas, compensava-se o número reduzido com 4 corvetas.
 

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papatango

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« Responder #89 em: Maio 22, 2006, 02:03:24 pm »
Citação de: "Luis Filipe Silva"
Para serviço SAR nem é precisa. Convençam-se de uma vez por todas, que a sua estrutura não foi desenhada para mais. O tal NPO "musculado" era muito mais caro, e concebido como tal


A utilização do projecto inicial do NPO-2000 como plataforma base para outros tipos de navios, foi defendida e referida publicamente mesmo por um anterior Chefe de Estado-Maior da Armada.

Tal navio, naturalmente teria que ser mais caro (bastante mais caro) por causa da electrónica. Um NPO/Corveta, pode custar por volta de € 100 milhões e não seria necessário grande coisa para atingir esses valores.

= = =

O que se pode dizer, é que o navio com o tamanho actual, é muito largo e não tem o comprimento suficiente.

SE olharmos para o interior do NPO e para o tamanho dos motores, há claramente espaço no NPO para colocar motores mais potentes e para uma peça de 76mm em vez da de 40mm, com perfuração.
O problema é que se perde parte das acomodações adicionais.

O NPO, teria que ser ligeiramente "esticado", mas isso não devería em principio ser um problema, embora evidentemente não fique um navio "Stealth".

A ideia de corvetas stealth, é muito bonita e os navios ficam com um aspecto muito sofisticado, mas para navios de luta ASW, não têm que ter essas características. Não vejo nada que impeça o actual NPO, de ser alterado para permitir a sua transformação em corveta.

Seria uma solução relativamente economica e eu não vejo de futuro uma marinha portuguesa com muito mais que duas fragatas e umas quantas corvetas/fragatas ligeiras.

Teremos (para a fase que se segue), que aguardar pelas belissimas ideias previstas na Lei de Programação Militar...

Cumprimentos
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