E os problemas parece nao terem acabado para Durao.Espero que sirva de liçao para mudar o sistema de designaçao dos candidatos a comissario, no futuro.O comissario frances Jacques Barrot, foi posto em causa na semana passada,pelo chefe de fila do partido anti-europeu o britanico Farage, que acusou o comissario de ter ocultado a condenaçao a que havia sido sujeito ha quatro anos, por financiamento ilegal do seu partido, em França.Aparentemente seria um caso grave... mas na realidade Jacques Barrot(que foi efectivamente condenado com pena suspensa), foi posteriormente amnistiado.O efeito da amnistia, nao confundir com indulto, é de 'apagar' rigorosamente o crime e respectiva condenaçao.Goste-se ou nao, a lei é assim...mesmo em Portugal.Em França existe mesmo a obrigaçao legal de um facto objecto de amnistia nao poder sequer ser mencionado...deve ser considerado por nao existente e sujeito a sançoes quem tentar de algum modo 'ressuscitar' a questao.O caso Barrot , e outros, era conhecido da generalidade dos franceses, e o seu desfecho obviamente também.Numa jogada politica, deputados franceses, do partido de Farage(UKIP), e possivelmente mesmo o grupo da extrema direita de Le Pen, passaram-lhe a informaçao e aproveitaram para tentar criar um caso politico anti-europeu.Evidentemente nao preveniram o 'snob' e empertigado ingles que ao invocar um facto amnistiado, ele proprio se estava colocando numa situaçao ilegal, pela qual pode vir a ser incriminado.
Curiosamente os lideres dos diferentes grupos, mesmo o comunista, e dos Verdes(como Daniel Cohn Bendit, que reconheceu que nenhum partido sairia isento de acusaçoes desse género), defenderam Barrot, independentemente da distanciaçao politica em relaçao a ele.
Nao sei como as TV's portuguesas privadas trataram o caso, mas admirei-me de a RTP, que acompanho aqui, nao ter explicado devidamente a situaçao, limitando-se a fazer ontem uma chamada bombastica.
De qualquer modo, um caso a pensar e meditar sobre o jogo politico- partidario, democratico.