João Ricardo, o problema é se esse SNB, que nunca mais sai, em vez de impor respeito, acaba sendo razão de risada.
As questões são:
1 - Nem franceses nem ingleses conseguiram construir um submarino nuclear pequeno, como o SNB (por volta de 3.000 Ton de deslocamneto) sem que houvesse problemas.
2 - Esses paises, com mais recursos que o Brasil, levaram anos, para desenvolver os seus submarinos, e concluiram que não eram capazes de fazer submarinos nucleares pequenos e eficientes.
3 - Por muito que eu gostasse que o Brasil fosse capaz de ter sucesso, quando a França e o Reino Unido falharam, a lógica diz, que o Brasil concluirá o mesmo que a França, ou seja: Um submarino nuclear pequeno, acaba sendo inviável.
Um dos problemas relativos aos submarinos, é a sua capacidade de passarem despercebidos.
Um submarino nuclear, é por isso capaz de produzir bastante potência e de ser relativamente silencioso. O problema é que um reactor nuclear e o sistema de propulsão baseado nesse reactor, acabará sempre produzindo ruido.
Num submarino grande, essa vibração e o ruido resultante, são absorvidos pelo tamanho do submarino. Num submarino pequeno, o problema é óbvio. Ou seja: A massa do submarino não absorve tão bem a vibração resultante, e o ruido resultante, passa para a agua, tornando o submarino fácil de detectar.
A costa brasileira não se defende com submarinos, defende-se com aviões. A marinha, serve para projectar força á distância, não para combater próximo de casa. Veja o caso Argentino, nas Malvinas. Acabou sendo a força aérea a lutar.
Imagine que em vez de cgastar dinheiro em barcos a Argentina tinha investido em mais misseis Exocet e maior capacidade aérea.
Por outro lado, um submarino nuclear pequeno, terá sempre reduzida capacidade, e se não tem capacidade para ataque a alvos terrestres, porque é muito pequeno, torna-se um escoltador, relativamente pouco eficiente.
Quanto á velocidade máxima de um submarino nuclear, lembro que a maioria dos navios de guerra, não pode chegar aos 20 nós, para chegar a algum lugar do mundo. A velocidade de uma esquadra é sempre nivelada pela velocidade do navio mais lento, que são sempre os reabastecedores ou os navios de apoio, portanto, as velocidades altas, acima de 20 nós, ou mesmo 30 nós, são velocidades de combate, em situação grave, e muito rara. Nessas circunstancias, o que vale acima de tudo, não é a velocidade dos submarinos, mas sim o seu posicionamento táctico determinado pelo almirante que comande a força.
A velocidade, torna-se portanto um factor secundário. E depois, quantos SNB vai haver?
Os planos brasileiros chegaram a incluir 14 submarinos. Quantos submarinos teve que se cortar do plano para haver lugar no orçamento para o SNB?
Por estas razões, acho que o SNB serve mais para sustentar a equipa de desenvolvimento que para dar ao Brasil uma vantagem táctica, através da utilização de um navio movido a energia nuclear.
Cumprimentos
PS.
Relativamente ao artigo, reconheço que há muita coisa parecida entre as forças armadas do Brasil e de Portugal no que respeita aos problemas de hoje.