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Incêndios florestais: GNR não substitui bombeiros, reafirma secretário de Estado

 
Porto, 14 Mai (Lusa) - O secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, reafirmou hoje que a criação dos Grupos de Intervenção Permanen te (GIP) da GNR criados para prevenir fogos florestais irão complementar e não s ubstituir os bombeiros.

O governante falava no encerramento do V Congresso da Associação Nacion al de Bombeiros Profissionais, na Póvoa de Varzim, onde a decisão de atribuir ao s GIP da GNR funções de actuação rápida no combate a fogos florestais foi alvo d e várias críticas.

Nas conclusões do congresso pode ler-se que "todos os relatórios produz idos nos últimos três anos pelas mais credíveis instituições não foram matéria s uficiente para que o senhor ministro da Administração Interna tenha aceite as pr opostas (...) apresentadas para um maior investimento numa estrutura mais organi zada de bombeiros profissionais".

"Em vez disso, o senhor ministro optou por recrutar elementos da GNR pa ra funções que são da responsabilidade dos bombeiros. Não concordamos mas temos de aceitar", refere ainda a associação, que compara os anos de formação técnica contínua dos bombeiros profissionais aos três meses da preparação ministrada aos soldados da GNR.

"Não decidimos substituir ninguém, bombeiros voluntários ou profissiona is. Estes homens da GNR, que terão outras competências no futuro, têm um papel d e complementaridade, de ajuda e estruturação do sector, mas nunca substituirão o papel dos bombeiros", garantiu Ascenso Simões.

Apontando os exemplos de vários países da União Europeia, dos Estados U nidos e do Canadá, o secretário de Estado afirmou que "a construção deste pequen o grupo não pode levar a que se deixe de apostar na formação dos bombeiros".

O membro do Governo garantiu que isso mesmo estará previsto no Quadro d e Referência Estratégica Nacional, que será "o primeiro Quadro Comunitário de Ap oio, desde que os fundos estruturais começaram a chegar a Portugal, a dedicar ve rba à formação e estruturação do sector dos bombeiros", de modo a que nele se de ixe de "viver no improviso".

Ascenso Simões reafirmou ainda que as alterações legislativas em curso para reestruturar o sector vão continuar, nomeadamente com o objectivo de dotar os bombeiros de um novo regulamento e de uma carreira coerente, assim como acess o uniformizado a seguros.

Realçando na abertura e no fecho do seu discurso a "humildade" com que o Governo está a dialogar com os seus parceiros no sector, o secretário de Estad o salientou que "nesta área é precisa, mais do que nunca, gente que pense de for ma consolidada e que não diga apenas "blá, blá, blá".

Nas restantes conclusões do congresso, os bombeiros profissionais defen deram a criação de uma licenciatura técnica na área da protecção civil, avalizad a pelo Serviço Nacional de Bombeiros.

Os bombeiros reclamam também que seja "dada sequência aos despachos con juntos publicados pelo MAI para colmatar as faltas de efectivos e desbloquear a progressão na carreira".

A associação pretende ainda o acesso dos bombeiros profissionais aos ca rgos de comando das estruturas que integram, assim como a uniformização, num per íodo de três a cinco anos, da sua carreira.

MSP.

Lusa/Fim

 

Que beneficios vai trazer a actuação do GIP no combate aos incêndios
florestais ?