Bem, discordo de uma coisa que o papatango disse. Quais são essas múltiplas ocasiões em que Portugal foi invadido e tiveram que ser os populares a fazer a resistência?
Só me lembro de duas invasões bem-sucedidas de Portugal. Ambas foram realizadas pela maior potência (em termos de exército) da época, e ambas tiveram certas características especiais.
1ª: Filipe I. Tem a particularidade de ter sido realizada a comando do legítimo rei de Portugal na altura (por muito que custe, a verdade é que Filipe I era o rei, legitimado pelas cortes). Que uma boa parte da população não o quisesse, que se diga que o tesouro espanhol e a influência de Madrid em Roma pesaram na eleição não muda o resultado das cortes depois que o trono se proclamou vago.
2ª: Junot. Nesta, existe o pequeno pormenor de o exército estar colocado na costa a simular a defesa contra uma invasão inglesa, e ainda de ter recebido ordens de não montar defesa contra os franceses.
Não me lembro de mais nenhuma invasão que tenha conseguido estabelecer o domínio do território português. Uma ou outra que teve algum sucesso na quantidade de terreno que cobriu, mas acabaram por ser repelidas pelo exército. Existe o período das guerras fernandinas, mas aí nem exército, nem marinha, nem populares, ninguém brilhou, porque o rei devia ser "meio atravessado", declarava guerras, invadia o inimigo e depois deixava-os retaliar à vontade. E os comandantes navais mostraram uma incompetência bastante grande.
Já agora, essa dos generais e das companhias...
Qual é a proporção de almirantes/unidades da frota operacionas (capazes de combate)? Continuo a achar piada à citação de Júlio Martins (ministro da marinha no início de 1921): "Não temos um único navio em condições de disparar, mas temos 23 almirantes no activo."