Contem com o meu humilde apoio, embora estas coisas tenham muitas implicações que nos ultrapassam.
No entanto, e numa perspectiva de preservação do património e da cultura, julgo que seria uma oportunidade de ouro para a Marinha Portuguesa preservar o NRP Hermenegildo Capelo, mais um submarino Albacora a que se juntaria a fragata D. Fernando II e Glória, e mais tarde o Creoula, onde a Escola de Marinharia poderia realizar ateliers para crianças e jovens como já aconteceu no passado.
Eventualmente uma das actuais corvetas João Coutinho também teria cabimento nesse espaço.
Atracá-los num lugar seguro, digno, como se fez como Gil Eanes, e musealizá-los num local que atraíssese visitantes (o Parque das Nações poderia ser um bom local, já que a actual marina não tem clientela, e assim poderia ser transformada).
Os museus militares têm um acervo valioso para a história do país (para não falar do Museu Militar que possui pinturas do século XIX do chamado Grupo do Leão, de grande valor para o estudo da Hitória da Arte em Portugal).
Se se chegar à conclusão de que as FA não estão especialmente vocacionadas para a preservação única deste espólio, já que actualmente os conceitos modernos de museus já não se coadunam com exposições estáticas, porque não assinar um protocolo com o Ministério da Cultura e passarem estes Museus a serem geridos de modo mais dinâmico e interactivo pelo Instituto de Museus, embora em articulação com as FA?
As FA estão a fazer o esforço que podem, e o Museu de Marinha que recentemente adaptou o seu museu em Belém para ser visitável por invisuais é um bom caminho a ser percorrido.
Mas provavelmente sozinhas não podem fazer tudo.
Por exemplo, o que se passa com o polo do Museu do Ar em Sintra é uma tristeza, com os caças já abatidos, ao ar livre à chuva ou ao sol, a estragarem-se, sem que hajam hangares que os preservem.
Porque não pensar-se nisso?
Estas coisas são sempre difíceis para arrancar, e a Marinha ou o Governo podem sempre argumentar que já possuem museus.
No entanto, há que não desistir e fazer a pressão possível para que para além do Museu de Marinha em Belém se constituísse uma zona musealizada para navios, como o actual Museu tem em termos de galeotas e barcas.
Mesmo em relação ao Museu Ferroviário que se tenta há anos constituir veja-se as dificuldades que tem havido, apesar dos vários núcleos muselógicos que a CP tem espalhados pelo país.
O que dificulta a coisa é saber se esse museu seria gerido pela CP ou pelo Instituto Português de Museus, através do Ministério da Cultura.
No caso da Marinha colocar-se-ia o mesmo problema, para além da localização do dito.
Como preconizei acima, poder-se-ia pensar num protocolo entre o Minsitério da Defesa que faria as honras da casa e a manutenção das embarcações, e o know-how do IPM para dar animação àquilo.
A ideia perece boa.
Vamos ver se é exequível.
Quanto ao preservar só o que é português, acho que não, porque de outro modo não haveria Mueu do Ar, já que as aeronaves lá expostas são de fora
.
Por isso, é que como disse acima um colega, já que a marinha pode não ter verbas para este projecto, isso teria que ser decidido a nível governamental, através de um protocolo com o ministério da Cultura, e integrar os museus militares no IPM.