Viva! Quanto a este assunto, que muito me interessa, há que dizer, que o nosso modelo actual - "sistema" - de segurança interna - vulgo polícias - data de mil novecentos e troca o passo, quando o então chefe do Estado Novo assim o construiu, à sua imagem e de acordo com as suas necessidades - claro!
Hoje, 32 anos após o 25 de Abril, este modelo não faz sentido. Tanto mais, que sendo nós um país tão pequeno e com tanta falta de recursos financeiros, manter um sistema tão extenso de forças policias, com tudo de mau que isso tem, nomeadamente a falta de cooperação e coordenação, a dispersão de informação, a sobreposição de competências e não menos importante, a enorme dispêndio financeiro. Reparem que em cada sede de Distrito temos 3 e nalguns casos 4 instalações (sedes - edifícios) policiais (PSP; GNR; PJ; SEF e PM). Cada uma destas forças policiais, tem um comandante/director, 2º. Comandante/subdirector, etc., com as respectivas viaturas distribuídas.
A Áustria; a Bélgica e a Grécia uniram recentemente todos os seus corpos policiais num só!!!!! A Áustria fê-lo em 2004, juntou a Polizei (policia urbana), a PolizeiKriminal (equivalente à PJ) e a Gendarmerie (policia rural - GNR) num único corpo nacional de policia. Claro está que este corpo policial é de carácter civil. Na Bélgica e na Grécia aconteceu o mesmo.
Na minha opinião, deveriam ser extintos todos os corpos policiais existentes (a Guarda Prisional ficava de fora, a sua função é tão especifica e não sendo um órgão de policia criminal, julgo que se deveria manter. Mas teria de ter um estatuto exactamente igual ao da policia nacional) e criar um corpo único - POLÍCIA. Com um estatuto civil. Os militares (com todo o respeito que me merecem) devem ficar dentro dos quartéis, já que a sua função não deve ser a de segurança interna. Essa fica exclusivamente entregue a um corpo nacional de polícia civil (é o que acontece em todos os países do norte da Europa, não é nada de novo).
Mas não creio que isso alguma vez se venha a fazer em Portugal. Há demasiados interesses instalados. Como não há dinheiro, não se poderia elevar o "estatuto" dos "outros" para o nível da PJ. Estes também não aceitavam (e muito bem) baixar o deles. Os oficiais da GNR também não estariam pelos ajustes, iam perder muitas das regalias (algumas de carácter feudal -que me desculpem o termo, mas não compreendo a existência de uma força policial como a GNR, num estado democrático) que têm. O mesmo se passava com os oficiais da PSP. Vivemos num país, onde os elementos policiais melhor formados (pelo menos são os que têm mais formação), que são os oficiais de polícia e da GNR, não fazem serviço de segurança efectiva, estão apenas a fazer trabalho burocrático - secretaria. Na PSP os Subcomissários ainda comandam uma esquadra, mas assim que são promovidos, passam a fazer apenas serviço burocrático. Tanto quanto sei, na GNR ainda é pior, os oficiais não comandam postos, os postos são comandados por sargentos.
Temos uma infinidade de postos de oficial. Na PSP são 6. Na GNR 7!!!!!! Para quê? Apenas para satisfazer o seu interesse pessoal, porque ao cidadão isso nada interessa. Na minha opinião, 4 postos de oficial chegavam bem. Na PSP as esquadras passariam a ser comandadas por Comissários e os subcomissários seriam seus adjuntos (ganhavam experiência para depois de promovidos a comissário, poderem comandar uma esquadra com experiência adquirida). Acima de comissário teríamos dois postos de chefia. Na GNR teria de ser semelhante, embora compreenda que certos postos são tão pequenos que possivelmente não se justificaria um capitão a comandá-los, mas então seriam comandados por um tenente.
Estas medidas aliadas a uma desburocratização efectiva, acabar com serviços tais como baristas, cozinheiros, empregados de mesa, mecânicos, electricistas e etc., teríamos certamente muitos mais policias na rua e poderíamos baixar a enorme conta que todos pagamos com a segurança interna, pois não seriam necessários 50 mil polícias (que é o numero actual – a Áustria com uma população semelhante à nossa, tem apenas 21 mil agentes policiais, mais 3 mil funcionários civis a fazer serviços burocráticos!!!!!! É obra não é!!!!! Cerca de 50 mil em Portugal!!!!! Alguém os vê na rua?

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