Volto a insistir: o exemplo dos nossos vizinhos europeus é um PÉSSIMO argumento nesta discussão, seja a favor ou contra o nuclear.
De cabeça: Reino Unido, França, Alemanha, Espanha, Suécia. Todos estes países têm bastantes centrais nucleares. Todos eles decidiram abandonar essa via, a prazo.
A França foi o primeiro a voltar atrás e decidir-se pela construção de novas centrais, o Reino Unido seguiu-se.
A Alemanha, Espanha e Suécia ainda continuam na via de abandono do nuclear. Claro que com o aquecimento global e o preço do petróleo, cada vez se fala mais na construção de novas centrais.
De volta ao factos importantes:
Uma central nuclear pode ser retirada de serviço e colocada num estado em que não requer cuidados. O processo é lento e pode demorar décadas a estar finalizado: durante o funcionamento, os próprios materiais da central tornam-se radioactivos e algumas partes (por exemplo, o núcleo do reactor) vão levar décadas até a radioactividade baixar para níveis aceitáveis.
http://en.wikipedia.org/wiki/Nuclear_decommissioningMas se houver um incidente que danifique o reactor aí o problema complica-se: pode não ser possível remover os elementos de combustível do reactor danificado. E aí... o reactor pode ter de ser cuidado durante milhares de anos.
Além de Chernobyl, temos Thee Mile Island nos EUA e Windscale no Reino Unido como exemplo desta situação.
A quantidade de empresas/riqueza a ser criada à volta deste tema seria desprezável. A ser construída, a(s) central(ais) seriam uma solução "chave na mão" construídas por empresas estrangeiras.
As nossas minas de urânio também são largamente irrelevantes. A(s) central(ais) não iriam requerer grandes quantidade e, mais importante, não iríamos ter a capacidade de refinar o urânio.
A refinação exige um investimento gigantesco, que quase só se justifica pelo factor estratégico.